-Mocinho você passou dos limites.-Disse Elisa se retirando da sala e indo ajudar seu filho.
-Foi só uma brincadeira sem maldade.-Disse Daniel tentando se justificar.
-Obrigado por acabar com um ótimo momento.-Respondeu Rodrigo antes de seguir Elisa.
-Eu não acredito que vocês vão cuidar daquele idiota.-A indignação começara transparecer na voz de Daniel.
-O único idiota aqui é você.-Gritou Lana com um tom de voz estridente.
-Você não vai defender aquele cara.-Respondeu incrédulo.
-Sinceramente hoje eu fiquei com vergonha de ser sua namorada.-As palavras o atingiram como um tapa, mas ele se segurou, Lana percebendo isso praguejou mentalmente ser tão impulsiva.
-Você não viu o que ele fez no último jantar.-Tentou se justificar com a voz murcha.
- Nossa um grande crime, ele simplesmente não gostou de você.-Bufou já se encaminhando para porta.-Sinceramente está sendo muito difícil gostar.
-Onde você vai?-Pergunta ele com dor.
-Eu preciso ficar só.-Disse Lana o dando as costas e saindo.
Daniel enfim percebera gravidade dos seus atos, mas era tarde demais para se arrepender, conhecia a Elisa muito bem, ela sabia ser bastante explosiva, e pelo que viu de Anthony ele não era muito diferente, até cogitou um pedido de desculpas, porém percebeu que naquele momento só iria piorar as coisas. Concluiu que estava sobrando naquela casa e decidiu voltar para o apartamento onde morava com seu pai, subindo em sua bicicleta seguiu seu caminho.
Lá tomou um banho frio e refrescante, secou-se e vestiu uma cueca boxe, provavelmente seu pai não voltaria naquela noite,então podia se permitir relaxar, porém ainda pensava na grande besteira que fizera mais cedo, só agora que a ficha havia caído, tinha sido de fato um grande escroto, como pôde chegar tão longe por uma birra? Lana tinha razão, o grande problema com Anthony foi o fato de que ele não se rendeu ao seu charme, e muito menos deu chance para que se tornassem amigos.
Mais uma vez deixou se levar pelo ego e o mesmo o cegou, Anthony provavelmente estava cansado e sentindo dificuldade em se adaptar a mudança, quem não se sentiria dessa forma? Bom ele não, pois adorava mudanças, mas ninguém era obrigado a ser como ele, visto que o mesmo não era e nem queria se tornar um modelo para ninguém.
Deitou-se no sofá, e ligou a TV, no entanto não conseguiu relaxar como planejava, pois não conseguia tirar Anthony de sua mente. Lembrava-se da expressão em seu rosto ao comer o cupcake envenenado e agora não via a menor graça, porém assim que lembrava-se de sua atitude arrogante voltava a se sentir magoado, esses dois sentimentos predominavam dentro dele, até que pouco a pouco seus pensamentos foram mudando.
Primeiro se pegou pensando na aparência de Anthony, seu cabelo crespo e volumoso, subitamente sentiu uma vontade de acariciá-los, sentir o cheiro deles, depois lembrou- se do olhar; intenso e penetrante, o nariz grande combinava perfeitamente com o resto do rosto, e por fim chegou a boca, carnuda e desenhada, como seria o beijo dele?
Já sentia o coração se acelerar, no entanto o ápice chegou ao lembrar de como o conheceu, a imagem do corpo nu de Anthony inebriou sua mente, era magro, porém levemente definido, já havia percebido que o mesmo possuía um porte, sua coluna se mantinha ereta e isso deixava seu bumbum arrebitado, desejou estar novamente em sua frente, mas de outra forma, sem brigas e sem raiva, somente tocando seu corpo, sentindo a textura da pele dele.
A lembrança do encontro de seus corpos, o fez estremecer e por fim explodir após uma sequência de toques.
Ao se ver totalmente molhado, a sua ficha caiu sobre o que havia acontecido, havia desejado outro garoto, já fazia anos que considerava aquele problema resolvido, amava a Lana e tinha que ser grato a ela, pois foi a mesma quem havia o ajudado a superar aquele problema, mesmo que de forma inconsciente, iria respeitar sua namorada.
Tomou um banho frio e lá permitiu libertar todas as lágrimas que estava segurando, aquilo não podia estar voltando, ele já havia vencido aquele mau e ido em frente, não podia ter uma recaída, guiado por esse sentimento tomou uma decisão: iria manter-se longe de Anthony.
(...)
Já havia se passado mais de um mês desde o último incidente, Anthony agradecia o fato de que ao menos Daniel teve a decência de não aparecer mais na casa de sua mãe, a uma coisa boa saiu daquilo tudo um pouco de paz sempre seria bem vinda.
O tempo passara e ele já havia se acostumado com a vida ali, sinceramente até tinha começado a gostar, havia começado a faculdade de Literatura, e feito uma nova amiga Suellen, passara a tarde inteira maratonando uma série na casa dela, e agora que a noite havia caído seguia para sua casa, era no mesmo bairro então poderia ir a pé sem medo.
O céu revelara-se de um estrelado exuberante, se ele fosse poeta com certeza teria inspiração para escrever um livro naquele momento, as estrelas e a lua eram o único brilho significativo naquela rua com a iluminação fraca; se sentia em casa pela primeira desde que chegara na cidade. Aprendeu a gostar de todas as novas pessoas de sua vida.
Sua mãe e ele tinham fortalecido sua relação, estavam mais próximos que antes e no fim percebeu que eles tinham muito em comum, Rodrigo era um cara divertido e conversador, um típico paizão, e ele achava agradável ter alguém assim por perto, apesar de que não eram extremamente próximos, e tinha suas duas amigas Suellen ou melhor Su, e de qualquer forma não havia perdido totalmente sua vida anterior, ainda tinha contato com Patty e sua avó, e nas férias poderia ir visitá-las.
Por fim lembrou de Daniel, ele não tinha uma opinião totalmente formada sobre ele. Na verdade se perguntava se não havia descontado toda sua frustração inicial sobre ele, chegou até mesmo a esperar que ele aparecesse, e tirando a grande palhaçada que ele havia feito na última vez que estiveram juntos, chegara a achar engraçado alguns momentos que eles compartilharam.
Ele era um garoto engraçado, e devia ser uma boa pessoa para ter tanta gente boa ao redor dele, era de fato uma pena que eles não podiam ser amigos.
(...)
Daniel não conseguia apagar o que tinha acontecido semanas atrás, havia voltado a sentir atração por um homem, e parecia que evitar a companhia de Anthony só havia aumentado o problema, pra completar Lana tinha se tornado amiga de Anthony, e ouvir vinte quatro horas por dia o quão incrível esse garoto é não ajudava muito.
Respirou fundo e decidiu espantar de vez aqueles pensamentos de sua cabeça, escolheu uma bela roupa, uma calça Jeans levemente justa, uma camisa polo vermelha e um par de tênis pretos com cobertura de camurça, tomou um bom banho e após se arrumar e caçou uma festa para se divertir, encontrou uma com entrada Livre no "Valery Club", aquela noite iria esquecer de Anthony; medos ou quaisquer outras prisões, aquela noite seria livre.
(...)
-Eu não gosto de festas Su.-Disse Anthony com voz lamuriosa.
-Você não foi as festas certas.-Protestou a amiga do outro lado do telefone.
- Eu acho que vou querer deixar pra próxima.- Disse tentando escapar.
-Você não vai escapar tão facilmente.
-Você é muito insistente.-Disse Anthony suspirando.
-Olha tem um rolê na melhor boate da cidade, e de graça, sabe quanto isso é raro?
-Legal.-Respondeu irônico.
-Vamos fazer um acordo.
-Fale.
-Bom, vamos a Valerie hoje, ficamos quinze minutos, se você não curtir o ambiente voltamos, fechou?
-Eu tenho escolha? - Disse vencido.
-Não.-Disse soltando uma gargalhada maquiavélica logo depois.
Su estava radiante, a ponto de que Anthony acabará por ser contagiado por seu entusiasmo. Eles esperava o ônibus no ponto, por um segundo Anthony se sentiu em um daqueles filmes adolescentes, no qual o nerd esquisito se tornava o crush supremo de toda escola, após um banho de loja, visualizando sua selfie no celular de Su, ele até chegou a se sentir bonito.-Porquê está tão quieto Tini?-Perguntou Su após falar uma tonelada de palavras.-Só estou pensando no milagre que você fez comigo.-Ele liberou uma pequena risadinha.-Até me sinto bonito.-Eu só fiz um pouco a sobrancelha e ajeitei sua barba, a beleza já está em você.-Disse Su apertando suas bochechas.-Espero que os boys pensem o mesmo que você.-Brincou ele.-Querido você vai ser a rainha da noite.-Afirmou dando um tapinha nas costas de seu amigo.-Quero ver você bem vadia hoje.-Não sei se consigo.-As suas bochechas já haviam começado a co
"Precisamos conversar " Devia ser a centésima mensagem de Daniel só naquele dia, porém Anthony não queria responder, simplesmente desejava estar só e entender o que havia feito; na verdade o porquê de ter feito. Lembrava de todo o impulso e fogo que lhe controlava naquele momento, lembrou-se de seu instinto o guiar até Daniel, e de como naturalmente se entregou aos braços dele, a sensação do toque dos seus lábios, e de como era gostoso o calor de seus braços. Contudo se sentia a pior pessoa ao lembrar que ele era namorado de sua amiga. Isso fazia com que ele chegasse a se odiar, e sobretudo odiar aquele momento, mesmo que tivesse lhe proporcionado muita alegria. Ela era sua amiga, havia o apoiado desde que chegara ali, e ele havia jogado tudo no lixo, se contasse iria magoá
As mãos de Daniel deslizaram sobre o peito de Anthony, por dentro da camisa de botões, e esse ato o fez estremecer, Anthony usou as mãos, as quais estavam estacionadas na nuca de seu amante para aproximar e lhe entregar um lento beijo, explorando seus lábios, chupando-os e por fim o encontro das línguas. Daniel abraçou a cintura de Anthony e foi guiando-o até a cama "ainda bem que estamos sozinhos" pensou, o deitou e depois foi desabotoando o resto de botões de sua camisa, beijando sua boca, e se colocando sobre ele começou a tocar seus mamilos, Anthony gemia baixo e tímido; e Daniel começara a suspeitar que ele era virgem e se concentrara em ser paciente e passar segurança pra ele. Anthony guiou a cabeça de Daniel e ele foi descendo, e beijando seu pescoço; chupando seu mamilo em seguida e o levando ao delírio c
-Você não devia ir.-Disse Daniel emburrado.-Só temos algumas horas para ficarmos juntos e você vai gastar brigando?-Disse Anthony emburrado.-Não quero brigar; é só que eu não acho uma boa ideia.-Disse Daniel com teimosia.-E o que seria uma boa ideia Daniel? Deixar a Lana ainda mais desconfiada?-Respondeu perdendo a paciência.-Ela não está desconfiando de nada,é você quem está paranóico.-Retrucou Daniel igualmente irritado.-Olha não sei porquê você está tão afetado, afinal quem realmente vai sofrer sou eu.-As mãos dele passearam sob o rosto de Daniel ternamente.-Sou eu quem vai ter que aguentar ver outra pessoa com a pessoa que eu amo, sua namorada.-Disse em um tom triste.-Não é isso, é que...-Só de imaginar Pedro se jogando para seu amado, o cora&cce
Anthony seguiu para o centro da pista de dança, sentiu os olhares sobre ele, mas gostou. Tocava um electropop que o fazia viajar ao passo que dançava de forma livre e provocante, tendo Su o acompanhando.-Meu Deus pra onde foi aquele garoto tímido e fofinho?-Sussurrou no ouvido do amigo enquanto dava umas sarradas no bumbum do mesmo.-Ai migs ele morreu no chão da Variety.-Gritou Anthony rebolando mais.-MEU DEUS EU CRIEI UM MONSTRO.-Bradou enquanto dava tapas na bunda de Anthony. Todos os olhares continuavam naquela dupla, Anthony se desvencilara de Pedro assim que entrou, quem sabe depois daria uma olhada nele, agora era o momento dele, precisava brilhar. Do outro lado, sentado ao lado de Lana, Daniel se tornara um dos admiradores de Anthony, queria muito estar no lugar de Su, contudo não o tocaria de forma amigável e sem mal&iacut
Anthony colocou um perfume forte, havia momentos em que se permitia ser marcante, e que melhor momento para isso se não num primeiro encontro? Pedro havia insistido durante mais de três meses por um sim, merecia sua dedicação. Colocou uma bermuda jeans, uma blusa de botões com estampa floral, tênis preto, e deixou que seus longos cabelos crespos caíssem livres sobre seus ombros, após aplicar um pouco de creme para definir seus cachos, saiu serelepe passando pela sala.-Aonde vai?-Disse Elisa em um tom sério.-Vou sair.-Disse vago.-Já está na hora de você trazer uma namorada para casa.-As palavras soaram acusadoras e tinham tom de ordem.-Isso não vai acontecer.-Disse Anthony com naturalidade.-Porquê?-Perguntou Elisa surpresa com a coragem de seu filho.-Porquê eu sou gay.-As palavras de Anthony
Daniel esperava ansioso por seu encontro com Lana como quem estava apaixonado, no entanto se sentia ansioso, havia esperado muito tempo até ter coragem de tomar aquela decisão, enfim encontrara a força necessária, e a saudade que sentia de Anthony chegara a seu auge; hoje iria consertar tudo. Era naquela noite que tudo iria se resolver, terminaria seu namoro com Lana e depois seguiria na missão de reconquistar Anthony, antes que Pedro o encantasse, e o perdesse pra sempre. A campainha tocou, e Daniel hesitou durante alguns minutos e após conseguir a coragem necessária. Daniel abriu a porta e Lana já se impulsionara para o beijar, contudo o mesmo se esquivara.-Eu tenho algo de errado? Eu te magoei de alguma forma?-Disse Lana sentindo as lágrimas saltarem de seus olhos.-Você não fez nada de errado.-Daniel d
O tapa atingiu ao rosto de Anthony e o fez cambalear, contudo ele nem teve impulso de reagir, nada externo podia o atingir, estava machucado demais por dentro para sentir qualquer dor.-Você é uma vergonha.-Disse Elisa após esbofetear o filho.-Se eu soubesse teria te deixado você com sua avó.-Eu sinto muito.-Disse Anthony chorando no corredor do hospital, sua voz soara fraca e sem força.-Eu não sei como fui trazer ao mundo um lixo como você.-Cuspiu no rosto do filho.-Não bastava a decepção de ser gay, você teve que se envolver com o meu enteado, isso é quase um incesto.- Ele não é meu irmão, não seja ridícula.-Disse sentindo uma revolta nascer.-Você também não é a mãe que eu gostaria de ter.-Você ainda responde?- Disse Elisa com rep