Já era quase final da tarde; o tempo estava coberto por nuvens escuras, e o vento soprava forte, fazendo as folhas secas e uma fina camada de areia voarem ao nosso redor.— Não aguento mais andar. A gente já está chegando? - perguntou Abner, pela milésima vez.— Dá um tempo, Rena. - Disse Gael, levando as mãos até as têmporas; os outros reviravam os olhos ou bufavam ao ouvi-lo.— Só mais um pouquinho, pessoal - Falei quando avistei o palácio.Caminhávamos em passos rápidos até a entrada. Antes de chegarmos lá, nos deparamos com inúmeros gips e vans pela estrada; o mais curioso é que todas tinham a mesma cor escura.— Uau! - Exclamaram os mais novos integrantes da família ao verem o palácio.— Sejam bem-vindos. - Disse Lucian, envolvendo-me em seus braços.— Obrigado. - falaram juntos.— É melhor entrarmos. Acredito que todos estão implorando por um descanso.— Ah, com certeza, minha sobrinha. - Disse tia Jasmine.— Entrem.Lucian fez caminho para dentro do lugar, sem desgrudar de mim
___ Eu tentei beijá-la.___ E morreu.- Ouvi Felipe dizer.___ VOCÊ O QUÊ? - Já não enxergava nada ao meu redor, mas apostaria que meus olhos haviam mudado de cor.___ Eu não sabia que ela era - ele pausa - que ela era a sua companheira.Aproximava-me lentamente, o intimidando; de mim saíam rosnados ferozes.____ Apaixonei-me por Aurora porque ela é a mulher que me resgatou do descontrole.Meu lobo clamava por controle; eu fazia o máximo para não avançar no infeliz.____ Na noite em que declarei meu amor a Aurora, tentei beijá-la, mas ela me negou. Negou-me porque já estava apaixonada por você, mesmo sem saber que era sua companheira. Na mesma noite, ela foi atrás de você, e vocês descobriram que eram um do outro ... sinto muito, irmão, não é fácil ver a mulher que amo sem poder tocá-la.A situação atingiu seu limite; num piscar de olhos, desferi socos em seu rosto.____ Ou, ou, ou! - Felipe e Romeu nos separaram.____ Podemos conversar sem nos agredir. - Sugeriu Romeu.____ Sinto mui
Lídia...O dia já amanhecera, mas parecia prestes a escurecer devido ao céu sombrio por conta da chuva, que não cessara desde a noite passada.— Dante não vai descer? - indagou Alma, enquanto me servia uma xícara de café.— Ele foi direto para a sala de reunião, disse que está sem apetite. - Respondi.Alma ponderou por um momento antes de perguntar:— Acha que a situação dele e de Lucian pode se resolver?Interrompi o trajeto da xícara de café para observá-la.— Bem, vamos torcer para que isso aconteça.Sinceramente, não acredito que isso ocorra rapidamente; talvez com o tempo tudo se ajuste, mas não quis deixar Alma preocupada. Ela mesma perceberá, mas que isso ocorra de maneira natural.— É... vamos torcer. - Ela afirmou.— Dante tentar beijar Aurora foi uma grande mancada, mesmo sem saber que ela era a companheira de Lucian. - Acrescentou Romeu.— Concordo, principalmente porque ele estava ciente dos sentimentos de Lucian por ela. - Felipe falou, como sempre de boca cheia, segurando
___ Vamos trazer todas as alcateias para cá, e as bruxas poderão criar uma barreira com magia. - Disse James, interrompido pelas risadas irônicas de Lianca.— Excelente ideia, Alfa. Acha mesmo que vamos passar o resto de nossas vidas fugindo de meros mortais? - Ela questionou, lançando-lhe um olhar indiferente.Ele a encarou.— Lianca, acho que deveria medir suas palavras. Fale apenas se tiver uma ideia melhor; caso contrário, permaneça calada. Fui clara? - Aurora lançou-lhe um olhar severo.Lianca fez menção de responder, mas ao perceber o olhar de Lucian sobre ela, encolheu-se e fez um movimento com a cabeça, confirmando.Senti vontade de levantar e aplaudir, mas preferi manter a elegância, embora por dentro estivesse saltitando de felicidade, afinal, não suporto essa garota.— Continue, James. - Disse Lucian.Ele suspira, parecendo tentar manter a calma.— Bem, como eu ia dizer antes de ser interrompido, se trouxermos as alcateias para cá, ficará mais fácil vencer os humanos, pois s
Parecia que tinha desmaiado, mas não foi o que ocorreu. Fui conduzida para outro lugar, um local desconhecido, escuro e com uma aura sombria. Minha respiração estava desregulada; sentia um frio terrível, a ponto dos meus dentes baterem um no outro, e as juntas do meu corpo ficarem doloridas.— Aurora. - Ouvi a voz de Lucian.— Lucian?Procurava por ele em todo lugar, até que senti sua mão tocar meu rosto.— Onde estamos?— Não sei. - Ele me abraça, o calor do seu corpo fez meu estado congelante esquentar um pouco.Subitamente, uma luz bem fraca se acendeu, permitindo-me ver que não estávamos sozinhos ali. Todos que estavam comigo na sala estavam ao meu lado, com exceção de Estela.— Que lugar é esse? - Perguntou Lídia, com o semblante assustado, logo ela fica bem próxima a nós.— Não tenho a mínima ideia. - Tia Jasmine responde, olhando para os lados, em seguida faz o mesmo que Lídia.— Isso é neve? - Abner pergunta tocando o chão.Olhei para ele.— É sim. - Respondi um tanto desnortea
Meu corpo flutuava sobre um campo repleto de rosas azuis; o aroma e a brisa eram incríveis. Não desejava sair dali, experimentava uma paz avassaladora, como se aquele fosse meu lugar. De repente, um ruído distante rompeu o cenário, passos apressados e uma voz chamando de longe.Meu corpo virou-se em todas as direções em busca do dono daquela voz, mas em vão. A ausência desencadeou uma angústia, substituindo a paz que permeava meu ser. Fiquei nesse estado até avistar o que parecia ser a forma de uma mão enorme e transparente, delicadamente segurando meu braço e me puxando para longe. Sentia-me leve, como uma boneca de pano guiada por mãos invisíveis, enquanto o campo, as rosas, a brisa e o perfume se distanciavam. Foi então que percebi que aquilo não era real, e eu estava retornando à minha realidade.Meus olhos estavam pesados; tentei abri-los, mas sem sucesso.— Por que ela não acorda, Estela?Ouvi a voz alterada de Lucian ao meu lado; suas mãos seguravam uma das minhas com firmeza, e
___ Nunca imaginei que encontraria você aqui. - Seus olhos negros e intensos fixavam-se em mim.Ele estava surpreso.— Bem, eu moro aqui. — Me afasto dele.— Aqui? — Suas pupilas cresceram. — Por quê?— Porque meu companheiro vive neste palácio, então...— Companheiro? Você o encontrou? — Seu semblante ficou sério, parecia irritado.— Sim.Ele respira fundo.— E quem é ele?— Eu. — Lucian surge ao meu lado. Quando o olhei, sua mandíbula estava tensa, e seus punhos cerrados com tanta força que os dedos já começavam a ficar brancos.— Lucian. — Santiago rosna, e assim como meu noivo, ele cerra os punhos."Eita."" Alguém me ajude"— O que está fazendo aqui, Aurora? — Lucian pergunta, mas não desvia os olhos de Santiago; seus olhos dourados em chamas. — Você precisa descansar, nosso filho precisa...— Filho? — Santiago o interrompe e olha para minha barriga; surpreendentemente, um pequeno sorriso se forma em seus lábios. — Aurora, há alguma chance dessa criança ser...— Ser o quê? — Lucia
Aurora...Saí do escritório com minhas energias renovadas. Enquanto ascendia as escadas, os acalorados debates entre Celina e Denise ecoavam da cozinha. Decidi evitar o conflito e prossegui, uma vez que meu cansaço era palpável. Ansiava por meu leito, mas a brisa suave da noite exerceu seu encanto, conduzindo-me até a varanda, onde aprecio o ar puro.Do meu ponto de vista, conseguia ver as luzes da arena acesas, assim como meus amigos treinando uns com os outros. Não estavam muito distantes; o vento trazia os ruídos de suas risadas e conversas até mim....A madrugada já tinha chegado há algum tempo, mas ninguém parecia ter planos de ir dormir. Por outro lado, eu estava totalmente concentrada, observando a floresta ao redor. Os barulhos dos animais noturnos me transmitiam paz e felicidade, como se meu bebê também desfrutasse disso.Fechei os olhos, mas os abri rapidamente ao ouvir um barulho atrás de mim. Parecia que alguém havia esbarrado em algo. Olhei rápido, mas ninguém estava ali.