CAPÍTULO 36
__ E então?

__ Sinto muito.

Não consegui me conter; meus olhos expulsavam lágrimas em excesso.

__ Sente muito? ... pelo quê? - Com um medo descomunal, ousei perguntar.

__ Ela está morta, Aurora.

As palavras foram como uma navalha sobre a carne; meus ombros se contraíam enquanto eu chorava, minhas pernas perdiam as forças, e lentamente escorreguei até o chão.

__ Sinto muito, muito mesmo. Fizemos de tudo para salvá-la, mas ela foi infectada, e não houve o que fazer. - Disse Natália.

__ A culpa é minha, a culpa é minha, a culpa é minha. - Repetia incessantemente enquanto passava as mãos pelo cabelo.

__ A culpa não é sua, meu amor.

__ Ela morreu no meu lugar, era eu, não ela.

Chorava sem parar.

__ Aurora, não é sua culpa.

__ Como não, tia?

__ Ela lutou até o fim e em nenhum momento a responsabilizou por nada. Ela vivia dizendo que você viria; eu não acreditava nessa possibilidade. Quando ela estava prestes a morrer, pediu para eu escrever uma carta.

__ Uma carta?

__ Sim.

__ Onde está?

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