CAPÍTULO 44
Horas se arrastavam desde que entramos na floresta. Eu já não sabia o que era pior: o estranho silêncio, o mau cheiro ou ter que passar entre inúmeros esqueletos presos nos galhos secos das árvores como se fossem enfeites.

— Vejam! Tem alguma coisa ali. — Disse Felipe.

Corremos até pararmos ao alto de um morro. Ao olharmos para baixo, deparamo-nos com as ruas do reino, abandonadas, escuras e cobertas por uma fumaça esbranquiçada.

— Vamos ter que descer. — disse Lucian. — Tomem cuidado onde pisam.

Não demorou muito para o grande lobo tomar a frente na descida do morro com pedras soltas. Uma queda desse lugar causaria um grande estrago, mas para quem caiu de um abismo que parecia não ter fim, isso aqui é quase nada.

Ouvia as pedras do morro rolarem até se chocarem com o chão das ruas. Lucian permanecia descendo na frente, enquanto os outros nos seguia um pouco mais atrás. Natália voava pelos ares e levava Gael em seus braços.

...

Caminhávamos pelas ruas úmidas, o cheiro de carne e sangue
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