Dara parou sua corrida ao ver a placa de entrada na cidade, sentiu um calafrio percorrer seu corpo. Se Thiago ou Nicolas a encontrassem provavelmente a matariam. A vampira sabia das consequências de ter retornado à cidade e estava preparada, se qualquer coisa acontecesse. Tinha combinado com Rose que, se não voltasse em dois dias, podiam seguir o plano sem ela.
Dara sentia que era seu dever saber o que estava acontecendo e o quanto Thiago estava colocando a segurança da espécie vampírica em risco. Afinal, estava lá no dia em que Ian transformou o outro homem em vampiro, ela tinha encontrado Thiago à beira da morte e convenceu o mestre a transformá-lo. A vampira adentrou a floresta, era mais rápido ir por lá do que seguindo a estrada, já que poderia usar sua velocidade e ganhar muito tempo no trajeto.
Dara seguiu por entre as árvores. Sentia os galhos que batiam contra seu rosto, m
Mariana se arrumou para ir à casa de Giovanna, precisava daqueles momentos com a amiga, agora mais do que antes. Junto dos lobisomens era só mais um membro da Alcateia, mas junto de Giovanna era apenas mais uma jovem vivendo sua vida e sentia muita falta de ser normal. Antes, sua única preocupação era ter que fazer todas as suas lições de casa, para a mãe não ser chamada novamente na escola. Agora seu mundo estava de cabeça para baixo. Além disso, ela queria saber o que tinha acontecido com a caixa que haviam encontrado sob a árvore. O livro que estava lá dentro parecia uma caixinha de surpresas.A garota seguiu pelas ruas segurando o casaco de lã que o vento parecia disposto a carregar para longe. Algumas folhas já caiam das árvores, forrando o caminho com as cores do outono. Não demorou muito e Mariana chegou na casa da amiga, que a atendeu toda sorridente
Mariana olhou para Paulo ao seu lado. Tantas preocupações com tudo que estava acontecendo, e ela lá, levando-o para almoçar na casa de sua mãe. Naquele momento aquilo parecia até algum tipo de piada de mau gosto. Ainda assim, no fim das contas, era melhor levá-lo até sua casa e deixar tudo o mais esclarecido possível, do que ter de ficar com a mãe pensando coisas que não eram verdadeiras.A verdade era muito pior do que ter um namorado. Mariana riu de seus pensamentos, seria um dos poucos momentos bons que teria em muito tempo. As próximas semanas já seriam complicadas o suficiente com todos os conflitos entre vampiros e lobisomens, o melhor seria manter o bom relacionamento dentro de casa.— Faz anos que não como comida de mãe, a governanta do meu pai não cozinhava nem um pouco bem — ele falou, sorrindo enquanto fazia uma careta.— U
Dara tomou suas feições humanas antes de sair da mata às margens da mansão de Rose. O cabelo da vampira estava com algumas folhas e gravetos presos, e as roupas com alguns rasgos por causa dos galhos mais baixos das árvores. Ela se livrou dos seus “adereços” antes de entrar na mansão. O lugar estava tranquilo, tendo seu silêncio habitual quebrado pelo som de uma melodia sendo tocada ao piano. A vampira seguiu para a sala onde havia sido recepcionada pela anfitriã na primeira vez que tinha ido até o lugar. Rose sorriu ao ver a outra vampira, ela parou de tocar, indo abraçar Dara. Tudo havia corrido bem já que ela estava de volta. Dara olhou para a vampira que voltou para o piano, não conseguia imaginar Rose correndo pelas florestas ou caçando humanos. Se questionava como a vampira tinha sobrevivido por tantos séculos.— Qual o segredo? — Dara indagou.
Nicolas garantiu que todos os híbridos estavam bem abrigados contra os feixes luminosos que vinham dos furos no teto do galpão que estavam usando de abrigo. Ainda estavam caçando lobisomens para extrair o suficiente de sangue da outra raça. Não tinham terminado de transformar todos em híbridos e só parariam a busca quando todos estivessem em processo final de transformação. O vampiro levantou, sentindo dor nas articulações do corpo. Ele olhou para suas mãos, as unhas estavam modificadas e pareciam garras escuras. Apesar disso, eram diferentes das unhas de Thiago, as suas estavam se tornando afiadas quase como lanças pontiagudas. O vampiro sorriu focando na mão antes de voltá-la ao normal. Não queria que o líder notasse suas diferenças, pois poderia perceber que ele era superior aos outros.— Como se sente com seu novo corpo, irmão? —
Os corpos dos híbridos começavam a queimar sob os primeiros raios de sol. Ao redor, os lobisomens em suas formas humanas assistiam enquanto rapidamente o corpo dos inimigos se deteriorava. Paulo olhou ao redor, o médico morava em uma rua relativamente nova, havia poucos vizinhos e tinha esperança de que nenhum deles tivesse notado a movimentação estranha durante a noite. Miguel riu, era um alívio saber que o sol ainda tinha poder sobre os corpos dos inimigos. O quarteto ficou observando o fim de cada uma das criaturas, até não restar nada além do pó que era levado pelo vento.— Devemos preparar nosso contra-ataque. Temos que ser rápidos e aproveitar o sol ao nosso favor — Radesh falou, seguindo para o interior da residência.— Esses monstros possuem um rastreador, não podemos esquecer disso — Paulo rebateu. — Nunca subestime o inimigo, ainda ma
Giovanna olhava para a avó enquanto a senhora seguia a sua frente, até a árvore na qual a neta havia encontrado o diário do guardião. Cecília ia com passos firmes e certeiros, como se andar na floresta durante a noite fosse como caminhar por sua casa. Enquanto isso a neta seguia, sentindo um frio na espinha, não gostava de ir até a floresta no meio da noite. Já não gostava de fazer isso quando o mundo estava normal e menos ainda agora, com todas as recentes descobertas.— Você não pode ficar com medo quando for vir aqui — a mulher falou sem olhar pra trás. — Esse lugar é o seu ambiente de maior poder. Seu chamado foi nessa floresta, logo, ela é seu domínio.— Eu não tenho medo da floresta, tenho medo do que pode estar escondido nela! — A garota engoliu em seco, tinha um mau pressentimento sobre o que estavam fazendo.
Os lobisomens estavam ocupados com seus afazeres quando Paulo sentiu o odor dos vampiros se aproximando, não apenas ele como também Jonas e Radesh ficaram em alerta. Os três se entreolharam, não eram os híbridos, mas esse fato não diminuía o risco da ameaça. O que diabos mais vampiros estavam fazendo na cidade? O som de batidas na nova porta de entrada fez Paulo sair de seus pensamentos, voltando para a realidade.— Viemos em paz — a voz feminina disse do lado de fora. — Temos um inimigo maior.— Acredita nisso? — Jonas falou, pegando uma arma. Não gastaria sua transformação se podia metralha-los com balas UV, sua grande criação e trunfo para a Ordem.— Calma com isso! — Radesh olhou a arma. — Vamos ver o que eles querem.O lobisomem da Ordem gesticulou positivamente para que Paulo abrisse a porta. Do lado de fora cinco
Entre as montanhas, os híbridos se alocavam como podiam no abrigo que há muitos anos não era utilizado. Nicolas o havia construído há anos para o caso de alguma emergência, era uma estrutura de madeira que dava diretamente para uma enorme caverna cheia de túneis que perfuravam grande parte da montanha. A construção sob as pedras tinha apenas duas saídas, sendo que somente o construtor conhecia a localização de uma delas, era seu trunfo. No passado, o lugar era uma mina de ferro pertencente à família do vampiro, um dos poucos bens que ele e o irmão não venderam com o passar dos anos. Qualquer um ali presente se perderia dentro do lugar sem sua ajuda.Nicolas caminhou por entre os outros híbridos que murmuravam, reclamando, de terem que ficar escondidos nas montanhas como animais, não haviam humanos que iam para lá e estavam começando a fica