Giovanna afastou a mão da árvore e sorriu, a dominadora do fogo estava seguindo seu chamado e logo estariam juntas naquela nova jornada. Ela guardou o diário de Aurora enquanto os últimos raios de sol tocavam sua pele. Precisava tentar contactar mais alguns dos Guardiões para que pudessem ficar todos juntos. A garota tocou novamente a árvore, concentrando sua mente nos outros.
Não demorou até um jovem de pele cor de ébano aparecer em sua visão, ele caminhava junto de um grande... Giovanna não conseguia acreditar, aquilo era um lobisomem de pelos avermelhados. O outro guardião sentiu a presença da garota em sua mente.
— Não deve confiar em todos a sua volta, logo estaremos juntos e você deve sobreviver.
A garota se espantou, provavelmente ele havia despertado muito antes dela e por isso conseguia sentir sua presença durante a ligação
Lobisomens e vampiros assistiam enquanto Giovanna bloqueava partes das passagens pela montanha. Assim as criaturas de Thiago deveriam seguir o caminho que eles haviam planejado e cairiam na emboscada. A garota secou o sangue que escorria por seu rosto. Se continuasse com aquele ritmo exaustivo, acabaria morta. Uma brisa fresca passou pela garota, que se controlava para não chorar.Os lobisomens, na forma bestial, foram os primeiros a escutar o som dos inimigos vindos em sua direção. Giovanna recuou vendo que as criaturas vinham, precisava ficar na retaguarda ou não duraria muito tempo, seu poder não era feito para o corpo a corpo. Rose olhou para Giovanna enquanto ela se afastava, garantiria que aquele ia ser o último pôr do sol que a Guardiã assistiria.— Essa noite lutamos lado a lado — Rose gritou enquanto o inimigo se aproximava. — Lutamos por nossas vidas e pelas vidas que juramos proteger. P
Mariana sentou ao lado de Paulo que estava na cama, ele estava tomando soro e sendo alimentado com o sangue de um dos vampiros da cidade. Com medo de algum tipo de retaliação, o vampiro havia doado de seu sangue como barganha para que seu clã pudesse deixar a cidade em paz. Mariana e Miguel aceitaram o acordo em troca de sangue suficiente para manter Paulo vivo e recuperarem suas forças para combater os híbridos. A aliança contra os vampiros estava desfeita e, agora, o destino da espécie estava por sua própria conta.— Como ele está? — Giovanna perguntou entrando no quarto.— Não está morto, o que já é bom — Mariana respondeu, em tom triste.— Miguel falou para você ir se alimentar, eu cuido dele. Não aguento mais ficar junto deles, o Radesh parece um maluco montando bombas! Essa noite vai ser pior que ontem!— Obriga
O sol surgiu no horizonte enquanto as raízes de Giovanna desfaziam a cúpula, queimando os restos de híbridos que estavam caídos no chão das ruínas da casa. Paulo subiu com um pano onde estavam enrolados os restos de Nicolas, o cremaria, dando um fim digno ao inimigo. Ele colocou o corpo do outro sobre uma pilha de madeira, ateando fogo.— Que sua alma possa ter paz depois de sua morte — ele murmurou olhando para o corpo em chamas.O som de alguma coisa vindo da mata chamou a atenção deles, eram os membros da guarda pessoal da Alcateia. Haviam vindo buscá-los, provavelmente sabiam que não iriam se entregar tão fácil para o julgamento.— Quantos vermes temos aqui! — Um deles falou olhando para Miguel e para Paulo. — Peguem todos, menos a criaturinha humana. Podem matá-la.— Ela não é um humano! — Miguel se coloco
Paulo soltou o ar pela boca, olhando as pessoas que preenchiam o grande salão da Alcateia. Não havia passado nem uma semana desde que ele era um dos prisioneiros acorrentado naquelas pilastras. Giovanna havia conseguido muito mais do que ele esperava e, pela primeira vez, ele falaria não só em público sobre ser um lobisomem, mas também para a grande mídia.Miguel se aproximou, havia sido convidado por Paulo para ser seu braço direito. Todavia, tinha negado o convite, jamais voltaria a ser parte da Ordem e sabia que Paulo tinha intenção de lhe dar a liderança do grupo de elite dos lobisomens. Mesmo assim, não abandonaria o outro, sempre estaria por lá como um amigo, voltaria para a Alcateia para ser alguém em quem Paulo poderia confiar.— Muitos jornalistas estão aqui. — Paulo olhou ao redor. — Não acreditei que eles realmente viriam.
Carter desligou a televisão enquanto ela exibia o líder dos lobisomens se transformar em besta. O homem apagou o cigarro no cinzeiro, seu olhar transparecia ódio. Não deixaria que a humanidade caísse de amores por aqueles monstros que prometiam proteção, tudo que eles trariam era a morte e ele mostraria isso para eles. Sua pele havia sido marcada pelas garras de uma daquelas bestas no passado, e não deixaria o destino fazer isso com mais nenhum dos humanos, poderiam se livrar de ambas as espécies mutantes sem nenhuma ajuda.— General, os prisioneiros chegaram. — Um soldado falou, entrando na sala do outro homem.— Ótimo.Carter saiu de sua poltrona e seguiu o subordinado rumo à sala de interrogatório. Um homem e uma mulher estavam sentados, acorrentados em sua frente. Ambos pareciam jovens, não mais de vinte anos, mas ele sabia que aquela não era a
Copyright © 2021 Rafaela Andrade Fonseca. Todos os direitos reservados.Os personagens e eventos retratados neste livro são fictícios. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é mera coincidência e não foi pretendida pelo autor.Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou armazenada em um sistema de recuperação ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação ou outro, sem a permissão expressa por escrito do editor.ISBN:978-65-00-32613-0Capa: Vanessa Andrade FonsecaRevisão: Otávio GamaAgradecimentos: Quero agradecer a todas as pessoas que estiveram presentes no desenvolvimento dessa história. Por menor que tenha sido sua participação, saiba que ela foi importante para mim. Amo todos voc
Era noite. A lua cheia brilhava implacável, iluminando as ruas e becos da área industrial da cidade. Aquele era o tipo de lugar onde os vampiros se escondiam, pois ficava abandonado durante a noite. O silêncio foi quebrado pelo som dos pneus contra o asfalto quebradiço, devido aos muitos anos de desgaste e abandono. O veículo parou em frente a uma das muitas fábricas que estavam abandonadas e dele desceu um grupo de homens e mulheres uniformizados. Outros dois veículos estacionaram ao lado do primeiro, e mais pessoas se juntaram ao grupo. Aparentemente se tratava de militares ou alguma coisa do tipo, devido ao uniforme escuro que usavam.Os membros do grupo caminhavam próximos uns dos outros e mantinham alerta total. O homem que parecia ser o líder parou, ele não aparentava ter mais de vinte e cinco anos, assim como os outros. Ele gesticulou para que seus homens se espalhassem de forma que ocupassem boa part
O carro seguia pelas ruas do centro da cidade, vindo de um dos bairros da periferia. Era uma das poucas manhãs frescas naquele começo de verão, fazendo com que as ruas ficassem cheias de pessoas que aproveitavam o dia na praça principal da cidade. As duas mulheres no veículo, mãe e filha, estavam em silêncio. Não um silêncio constrangedor, elas apenas não tinham do que falar enquanto seguiam para o centro médico onde a garota fazia seu tratamento.Mariana bufou apoiando a cabeça no vidro da janela do carro, estava cansada das constantes idas ao médico para as transfusões de sangue. Infelizmente, havia nascido com uma rara doença de sangue praticamente sem cura, e a única maneira de mantê-la viva era fazendo o procedimento que vinha se tornando gradativamente mais eficiente. Os cabelos negros e cacheados da garota mexiam com o vento que entrava pela fresta da jan