Thiago olhou com raiva para Nicolas indo em sua direção, o outro não o havia pedido permissão e criou um monte de vampiros, ou fosse lá o que as criaturas fossem. Nicolas olhou com espanto antes de sentir seu corpo bater contra uma das rochas da parede, Thiago parecia que o mataria naquele momento.
— Que ideia foi essa de criar esse monte de vampiros? — Ele gritou com o outro.
— Seu plano poderia ter falhado sem eles! — Nicolas riu.
— Você quer ter seu próprio Clã! Deseja o poder, por isso criou esses vermezinhos! Deu sua linhagem para eles?
Nicolas desviou o olhar do rosto magro e tatuado do outro, olhando os rastreadores e híbridos.
— Dei — Ele engoliu em seco vendo Thiago sorrir diabólico.
— Matem todos eles!
Os híbridos de Thiago saltaram sobre os recém-transformados, começando uma carnificina.
Giovanna chegou às ruínas da antiga fábrica de vinho que ficava próxima da floresta, era lá o ponto de encontro dela com os lobisomens e vampiros. Queria contar para Mariana sobre a garota com domínio do fogo, mas precisava ser no momento apropriado. Confiava na amiga, mas não nos outros que estavam lá com elas. Ela entrou nas velhas ruínas, encontrando os representantes das outras espécies, sentia um calafrio toda vez que via os olhos de Rose. A vampira mantinha as duas esferas, brilhantes como rubi, presas na guardiã.Nos jornais já anunciavam sobre a existência das outras espécies, que, em muitos jornais sensacionalistas, eram anunciados como os filhos do diabo. A maioria dos lugares noticiavam como um ataque coletivo do mal contra a humanidade, vários países estavam anunciando leis marciais e começavam a caçar os inimigos. A garota bufou, tentava pe
Miguel olhou para Paulo sentado no sofá, o clima na casa não era dos melhores. Além de temerem os híbridos, agora ainda precisavam se preocupar com possíveis ataques dos humanos. Provavelmente, era aquele o momento de contar para o outro quem ele realmente era. Se Paulo libertasse o espírito de alfa de sua forma da besta, poderia lutar pela liderança da alcateia.— O que vai fazer depois disso?— Fugir! — Paulo deu de ombros. — Não existe mais lugar para nós junto dos humanos, e não aguentaria ver a Mariana sendo condenada pela Alcateia! Se eles encostarem nela — seus olhos brilharam de raiva — não sei do que sou capaz.— Fugir da Alcateia? É mais difícil do que imagina! — Miguel riu.— Você é a voz da experiência! Talvez te convido para ir comigo! Você pode ser nosso mestre de fuga.
Giovanna afastou a mão da árvore e sorriu, a dominadora do fogo estava seguindo seu chamado e logo estariam juntas naquela nova jornada. Ela guardou o diário de Aurora enquanto os últimos raios de sol tocavam sua pele. Precisava tentar contactar mais alguns dos Guardiões para que pudessem ficar todos juntos. A garota tocou novamente a árvore, concentrando sua mente nos outros.Não demorou até um jovem de pele cor de ébano aparecer em sua visão, ele caminhava junto de um grande... Giovanna não conseguia acreditar, aquilo era um lobisomem de pelos avermelhados. O outro guardião sentiu a presença da garota em sua mente.— Não deve confiar em todos a sua volta, logo estaremos juntos e você deve sobreviver.A garota se espantou, provavelmente ele havia despertado muito antes dela e por isso conseguia sentir sua presença durante a ligação
Lobisomens e vampiros assistiam enquanto Giovanna bloqueava partes das passagens pela montanha. Assim as criaturas de Thiago deveriam seguir o caminho que eles haviam planejado e cairiam na emboscada. A garota secou o sangue que escorria por seu rosto. Se continuasse com aquele ritmo exaustivo, acabaria morta. Uma brisa fresca passou pela garota, que se controlava para não chorar.Os lobisomens, na forma bestial, foram os primeiros a escutar o som dos inimigos vindos em sua direção. Giovanna recuou vendo que as criaturas vinham, precisava ficar na retaguarda ou não duraria muito tempo, seu poder não era feito para o corpo a corpo. Rose olhou para Giovanna enquanto ela se afastava, garantiria que aquele ia ser o último pôr do sol que a Guardiã assistiria.— Essa noite lutamos lado a lado — Rose gritou enquanto o inimigo se aproximava. — Lutamos por nossas vidas e pelas vidas que juramos proteger. P
Mariana sentou ao lado de Paulo que estava na cama, ele estava tomando soro e sendo alimentado com o sangue de um dos vampiros da cidade. Com medo de algum tipo de retaliação, o vampiro havia doado de seu sangue como barganha para que seu clã pudesse deixar a cidade em paz. Mariana e Miguel aceitaram o acordo em troca de sangue suficiente para manter Paulo vivo e recuperarem suas forças para combater os híbridos. A aliança contra os vampiros estava desfeita e, agora, o destino da espécie estava por sua própria conta.— Como ele está? — Giovanna perguntou entrando no quarto.— Não está morto, o que já é bom — Mariana respondeu, em tom triste.— Miguel falou para você ir se alimentar, eu cuido dele. Não aguento mais ficar junto deles, o Radesh parece um maluco montando bombas! Essa noite vai ser pior que ontem!— Obriga
O sol surgiu no horizonte enquanto as raízes de Giovanna desfaziam a cúpula, queimando os restos de híbridos que estavam caídos no chão das ruínas da casa. Paulo subiu com um pano onde estavam enrolados os restos de Nicolas, o cremaria, dando um fim digno ao inimigo. Ele colocou o corpo do outro sobre uma pilha de madeira, ateando fogo.— Que sua alma possa ter paz depois de sua morte — ele murmurou olhando para o corpo em chamas.O som de alguma coisa vindo da mata chamou a atenção deles, eram os membros da guarda pessoal da Alcateia. Haviam vindo buscá-los, provavelmente sabiam que não iriam se entregar tão fácil para o julgamento.— Quantos vermes temos aqui! — Um deles falou olhando para Miguel e para Paulo. — Peguem todos, menos a criaturinha humana. Podem matá-la.— Ela não é um humano! — Miguel se coloco
Paulo soltou o ar pela boca, olhando as pessoas que preenchiam o grande salão da Alcateia. Não havia passado nem uma semana desde que ele era um dos prisioneiros acorrentado naquelas pilastras. Giovanna havia conseguido muito mais do que ele esperava e, pela primeira vez, ele falaria não só em público sobre ser um lobisomem, mas também para a grande mídia.Miguel se aproximou, havia sido convidado por Paulo para ser seu braço direito. Todavia, tinha negado o convite, jamais voltaria a ser parte da Ordem e sabia que Paulo tinha intenção de lhe dar a liderança do grupo de elite dos lobisomens. Mesmo assim, não abandonaria o outro, sempre estaria por lá como um amigo, voltaria para a Alcateia para ser alguém em quem Paulo poderia confiar.— Muitos jornalistas estão aqui. — Paulo olhou ao redor. — Não acreditei que eles realmente viriam.
Carter desligou a televisão enquanto ela exibia o líder dos lobisomens se transformar em besta. O homem apagou o cigarro no cinzeiro, seu olhar transparecia ódio. Não deixaria que a humanidade caísse de amores por aqueles monstros que prometiam proteção, tudo que eles trariam era a morte e ele mostraria isso para eles. Sua pele havia sido marcada pelas garras de uma daquelas bestas no passado, e não deixaria o destino fazer isso com mais nenhum dos humanos, poderiam se livrar de ambas as espécies mutantes sem nenhuma ajuda.— General, os prisioneiros chegaram. — Um soldado falou, entrando na sala do outro homem.— Ótimo.Carter saiu de sua poltrona e seguiu o subordinado rumo à sala de interrogatório. Um homem e uma mulher estavam sentados, acorrentados em sua frente. Ambos pareciam jovens, não mais de vinte anos, mas ele sabia que aquela não era a