Capítulo 24 (Autora) ─ Filho, você está bem? Bem? No momento, bem havia desaparecido do dicionário de Greg. Não era para seu pai estar ali. Ele não podia ter voltado ainda. Tentando não parecer desesperado, Greg abriu um sorriso. ─ Só fiquei surpreso. Não sabia que voltaria mais cedo. ─ Tudo correu mais fácil do que pensei que seria. Não vi motivos para continuar em Alathea, então voltei mais cedo para casa. Greg havia ficado no escuro sobre essa viagem do pai, então quando ouviu ele dizer Alathea, não se conteve: ─ Alathea? O que foi fazer lá? Connor sorriu. ─ Bom, eu disse que o deixaria a par de tudo, então vim justamente convidar você para a reunião que farei daqui a pouco. Prometo que tudo será esclarecido. Apesar da voz do pai estar neutra, Greg sentiu arrepios. Não sabia o que ele foi fazer em Alathea, mas sabia que era a cidade dos Receptores. A cidade de Kayla e de sua família. Antes que pudesse dizer alguma coisa, seu pai virou às costas e Greg só t
Capítulo 25 (Kayla) O lago Lua de Gelo era lindo. Terrivelmente lindo. E, como muitas coisas, não tinha culpa de todo o mal que relacionavam a ele. Ele apenas fazia o que era para fazer desde que surgiu ali naquele local: congelar de dentro para fora tudo o que ficava tempo demais em contato com ele. A lembrança daquele pesadelo onde perdia minha família aqui permanecia como um fantasma sussurrando em meus ouvidos, mas, quando vi, já estava parada aqui, encolhida dentro de um casaco. No dia em que vim, joguei qualquer coisa dentro da mala, mas nem sequer cheguei a usar. Vestido nenhum era usável no clima de Alathea e devo admitir que estava até feliz por poder usar minhas roupas novamente. Um dia havia se passado desde que cheguei e não tive pesadelos. Seja lá quem estivesse invadindo meus sonhos, só tinha esse acesso quando eu estava em Alpha. Era um alívio, de certa forma. Poder dormir ao lado de minha irmã sem ter medo de que algo possa me atacar mesmo em meus sonhos. Infe
Capítulo 26 (Autora) ─ O que está fazendo aqui? ─ Connor perguntou, sua voz sem entonação alguma. Greg piscou algumas vezes antes de tentar retomar a postura. Porém, Connor o impediu de continuar. ─ Na verdade, não precisa me dizer. Para ser um rei, é necessário ser um ótimo mentiroso e isso você não é Gregory. ─ Connor andou vagarosamente ao redor dos dois. ─ Acha que depois do que fez na execução você continuaria livre por aí para repetir as mesmas ações? ─ Connor chegou na porta de cela e a trancou. ─ Faria com seu filho a mesma coisa que fez com Jeff? ─ Greg questionou. Connor suspirou. ─ Claro que não. Que tipo de monstro acha que eu sou? Mas, veja bem, as coisas serão diferentes. ─ Connor se aproxima dos dois. ─ Você irá se casar. Desbloquear o seu dom. Ser um príncipe exemplar. ─, mas meu dom... ─ Greg tentou se pronunciar, porém seu pai não deixou. ─ Chega! Essa história de Receptora foi uma bobagem que sua mãe quis e veja só no que deu! ─ Connor passou a mão no rost
Capítulo 27 (Kayla) Foram dias. Não sabia dizer quantos. O colchão fino já era quase a mesma coisa que deitar direto no chão, então permaneci sentada. Consegui um pedacinho de corda para amarrar o cabelo e isso aliviou um pouco o desconforto que sentia com toda aquela umidade. A última visita que tive foi o guarda que quebrei o braço em Alathea. Se ele achou que seria uma boa vingança vir até aqui, espero ter feito com que pensasse o contrário. A pedra que eu acertei em seu rosto deve ter dito tudo. Chega ser cômico. Antes eu era terminantemente proibida de falar. Agora, vez ou outra, Connor tentava arrancar alguma informação sobre a Linhagem do filho dele. Como não falei nada, estou há quase dois dias sem comer. Era difícil saber o horário daqui de dentro, mas tenho certeza que Connor era sempre pontual. Por isso, estava ficando fácil adivinhar quando ele viria. Não sei exatamente o que Connor está esperando. Ele tinha a opção de me enviar para a campina, mas não fez. Presumo q
Capítulo 28 (Autora) Dois dias. Mais dois dias se passaram. Kayla contou cada minuto, cada segundo. Esteve desperta para fazer isso já que a água da chuva entrava pela pequena abertura e matava sua sede. Seu estômago continuava roncando, mas isso foi apagado com os trovões que ribombavam do lado de fora. Não sabia quantos déjà vus teria ainda nesse lugar, mas esse foi o mais forte até agora. Era óbvio que mais uma tempestade estava chegando. Então Connor a mataria afogada aqui dentro? Se tivesse sorte, algo acertaria a parede novamente? Sua resposta não demorou. A porta da prisão foi aberta e alguns guardas desceram a escadaria. Abriram a cela de Kayla e sem nenhuma cerimônia, a puxaram do chão. Kayla sibilou quando acabou batendo o cotovelo na parede de pedra. Tentou se desvencilhar. Seu corpo inteiro estava dolorido, então isso mal surtiu efeito. Uma batida forte em sua cabeça fez com que apagasse momentaneamente. Claramente queriam acabar logo com aquilo. Sent
Linhagens residentes de Camellia:Sussurradores (relacionados à Lua Crescente)Capazes de transmitir informações vindas da natureza através do sussurro. Prólogo ~~☾~~ Alathea não era uma cidade fácil e Kayla tinha plena consciência disso. Após ser empurrada de forma bruta por um homem que passou na sua frente na fila, praguejou mentalmente e ferveu de raiva por não poder revidar como queria: com palavras. As pessoas sempre diziam o quão honroso era o trabalho de um Receptor, mas a verdade era que elas estavam agradecidas por não serem um e se aproveitavam disso. O homem que comprou os últimos pães que eram para ter sido de Kayla era o exemplo perfeito. Quando ele saiu, Kayla olhou de forma suplicante para a comerciante que fez uma cara tristonha e disse que por hoje não tinha mais. Sentindo-se um pouco derrotada, Kayla caminhou para fora da feira. Olhou para cima e suspirou. Hoje não era seu dia. Para começar, acabou acordando tarde, consequentemente chegando tarde à feira. Quase não conseguiu comprar as porções de arroz que a mãe pediu, e só teve êxito por ter corrido uns bons metros até à fila. Já na padaria teve a vez roubPrólogo
Capítulo 1 ~~☾~~ Alathea não era uma cidade fácil e Kayla tinha plena consciência disso. Após ser empurrada de forma bruta por um homem que passou na sua frente na fila, praguejou mentalmente e ferveu de raiva por não poder revidar como queria: com palavras. As pessoas sempre diziam o quão honroso era o trabalho de um Receptor, mas a verdade era que elas estavam agradecidas por não serem um e se aproveitavam disso. O homem que comprou os últimos pães que eram para ter sido de Kayla era o exemplo perfeito. Quando ele saiu, Kayla olhou de forma suplicante para a comerciante que fez uma cara tristonha e disse que por hoje não tinha mais. Sentindo-se um pouco derrotada, Kayla caminhou para fora da feira. Olhou para cima e suspirou. Hoje não era seu dia. Para começar, acabou acordando tarde, consequentemente chegando tarde à feira. Quase não conseguiu comprar as porções de arroz que a mãe pediu, e só teve êxito por ter corrido uns bons metros até à fila. Já na padaria teve a vez ro