— Bom dia, senhor Ventura, a sua agenda está livre essa manhã. — A minha secretária avisa assim que entro no meu escritório. — Porém, o senhor precisa ver algumas plantas para dar o alvará aos arquitetos e iniciar as novas construções. E, também tem alguns contratos para analisar e assinar em cima da sua mesa. — Certo. André já chegou? — Sim, já tem um tempo. — Ótimo! Avise que preciso falar com ele. Os documentos já estão separados? — Sim, senhor Ventura. Trarei logo após servir o seu café. — Obrigado, Lisa! — Por nada. Com licença, senhor! — A garota me dá as costas para sair da minha sala e eu me acomodo confortavelmente em minha cadeira, encarando o teto e me pego sorrindo para as doces imagens dessa manhã. Caramba, eu não imaginava que me apaixonaria outra vez, não com essa intensidade. A porta volta a se abrir e eu penso que está na hora de voltar a minha realidade e mergulhar no trabalho. Contudo, não é a Lisa que passa por ela e sim a Valéria. Ela fecha a porta atrás de s
— Pulso firme, Eva. Mantenha a sua cabeça erguida. Isso. Agora quero que tente me bater com o máximo de força que conseguir. Faça como praticamos esses dias. — Débora pede, tomando a posição de ataque. Ela olha firme nos meus olhos e aguarda um movimento meu. Eu respiro fundo e me mexo. Contudo, ela consegue me acertar.Escolhi a Débora como minha instrutora devido a sua história de vida. É bem diferente da minha, mas ao mesmo tempo também é igual. Deu para entender? Enfim, Deby casou-se muito jovem e estava completamente apaixonada. Ela teve um casamento romântico por alguns anos inteiros. Entretanto, um grave acidente de trabalho deixou o homem da sua vida limitado, e por esse motivo ele se tornou um alcoólatra, e o romance foi se acabando pouco a pouco. Cris tornou-se ciumento, possessivo e violento e Débora passou a ser espancada quase que todos os dias sempre que chegava do seu trabalho, não importava o motivo. E em outras vezes ele fazia ameaças aos seus colegas de trabalho. Um
— Seja bem-vinda a essa família de malucos, Eva! — Ele diz se afastando.— Obrigada, André!— Ok, o nosso jantar será servido em breve. Vocês aceitam algo para beber? Uma água, um café, um chá...— Eu prefiro uísque e você, Erick? — André interrompe a esposa.— Eu também.— Ótimo! Então vamos para o meu escritório. — O olhar de Erick procura o meu e eu faço um gesto sutil, pedindo que ele não se vá. Contudo, Erick deixa um minúsculo sorriso brincar no canto da sua boca e pisca um olho para mim. Por favor! Suplico sem emitir som.— Oooh, meu Deus, amor! — Glória cantarola quebrando o nosso elo. — Eles até já se comunicam com olhares. Não é lindo? — Completa com um suspiro emocionado, que inevitavelmente me faz levar as costas da minha mão a boca e seguro um riso.— Eu volto logo, amor, e você, cuide bem dela para mim. - Erick fala aproximando-se rapidamente e deixa um beijo cálido na minha testa, se afastando logo em seguida. Logo me pego sem graça outra vez e encaro a mulher com um so
— Escocês ou norueguês? — André indaga assim que entramos no seu escritório.— Tanto faz — ralho, fechando a porta e encaro as suas costas largas com apreensão.— Tanto faz é um descaso, irmão caçula. A resposta certa seria escocês, mas tudo bem! — Ele me estende um copo.— Eu preciso te contar uma coisa muito séria.— Não me venha de falar de trabalho agora, Eri...— Não se trata de trabalho, é... sobre a Eva.— Há, se vai falar sobre aquela gostosa lá na sala, fique à vontade! Cara, dessa vez você acertou em cheio, que garota...— Deixa de ser babaca, André! - Ele respira fundo e engole o seu sorriso, arqueando as sobrancelhas em seguida.— Ok, falando sério agora. O que quer falar sobre a Eva? Só não me diga que desistiu da garota, porque...— Ela é casada — digo de uma vez e levo o copo a boca, no entanto, André o confisca e o leva para longe de mim.— Nesse caso, precisamos de uma dose tripla. — Ele resmunga e volta para o bar de canto, enche o copo até a borda e bebe todo de uma
— Tia Glória, você já leu a saga Senhor dos Anéis? — Jade pergunta de repente, levando uma porção de comida a boca em seguida.— Leitura? Oh, não querida. A tia Glória mal tem tempo de respirar, mas, não sabia que gostava de livros.— A gente também não. Foi a Eva quem nos ensinou a amar a leitura. — O olhar admirador da minha cunhada corre imediatamente para a minha namorada, que está sentada ao meu lado.— Mas, isso é muito bom, Eva! Está mantendo a educação que Anne sempre quis para as filhas.— Quando eu ganhei o meu primeiro livro tinha só dez anos. Foi um presente de aniversário de uma amiga. O título era, Simplesmente Acontece. Ela havia apostado alto que me conquistaria para o mundo literário e adivinha?— Ela te conquistou.— Isso.— Um relato fascinante, Eva! — Glória sibila com admiração. É, parece que a Eva tem mesmo o dom de conquistar as pessoas ao seu redor. — Então, meninas, a titia tem alguns livros maravilhosos guardados na biblioteca e se quiserem poderão levar para
Meses antes da fuga...Uma música distante, um som bem distinto e bem longe. Sim, eu conheço essa música. É a porra do meu telefone tocando. Mas, por que não consigo abrir os meus olhos? Por que eles estão tão pesados assim? Ah, finalmente a música parou de tocar! Resmungo, sentindo a minha cabeça latejar e me forço a me mexer na cama. No entanto, até o meu corpo não me obedece direito. Que merda está acontecendo comigo? Quase sem forças, deslizo a minha mão do meu lado no colchão. Eu preciso de ajuda, preciso da Eva, mas, encontro o outro lado do colchão completamente vazio.— Eva? — A chamo, mas a minha voz está diferente. Está fraca e arrastada, e a minha língua parece pesada. Que porra é essa? — Eva?! Forço a minha voz sair mais forte, porém, fracasso completamente. Solto um gemido de desagrado e obrigo os meus olhos a se abrirem. Na minha frente a imagem turva de uma garrafa esquecida em cima do móvel me chama atenção. Com um grunhido, faço força para me levantar, mas a minha ca
Um mês depois... A porta do meu escritório se abre vagarosamente e um homem alto, e magro, usando um chapéu escuro com abas passa por ela. Faço um gesto para ele se aproximar da minha mesa e ele faz sem hesitar. Desde que Eva fugiu tenho a procurado como um louco e pode ter certeza de que todos os seus familiares e amigos estão sendo muito bem vigiados para o caso de ela ir procurá-los. A merda toda é que já faz trinta dias e Eva não apareceu para nenhum deles.— Alguma novidade? — inquiro para o idiota, sem oferecer-lhe um lugar para se sentar, porém, o imbecil mantém um par de olhos escrutínio em cima de mim.— Tenho uma bem interessante. — Ele responde e o meu coração acelera enlouquecido, deixando-me em total alerta. Finalmente, finalmente uma resposta! Penso e fico de pé imediatamente aguardando que ele continue. — A senhora Eva Cross está morta. Senhor Cross, que palhaçada é essa? Me pediu para investigar uma mulher morta? — Respiro bem fundo, para não berrar com esse detetive
Abro uma brecha de olho encontrando o quarto um tanto escuro, se não fosse os raios de sol a invadir as finas brechas das persianas e automaticamente abro um sorriso languido, seguido de um suspiro satisfeito, pensando na noite passada. Seus beijos doces, suas carícias suaves, seus sussurros em meio aos beijos em minha pele arrepiando-me, me fazendo gemer baixinho. E com essas lembranças, salto animadíssima para fora da cama e vou direto para o banheiro. E durante o banho rápido não consigo largar esse sorriso gigante e bobo, pois não tenho a menor possibilidade de frear os meus pensamentos felizes. Erick, Erick, Erick... Meu cérebro repete várias vezes o seu nome como se quisesse memorizar cada letra dele. Droga, o meu sorriso está mais largo agora e se brincar ele será capaz de partir o meu rosto ao meio. Respiro fundo, me seco rápido e de volta ao quarto visto a primeira roupa que vejo na minha frente. Pressa de ir vê-lo? Ah, imagina! A verdade, é que logo Erick irá para a empresa