Abro uma brecha de olho encontrando o quarto um tanto escuro, se não fosse os raios de sol a invadir as finas brechas das persianas e automaticamente abro um sorriso languido, seguido de um suspiro satisfeito, pensando na noite passada. Seus beijos doces, suas carícias suaves, seus sussurros em meio aos beijos em minha pele arrepiando-me, me fazendo gemer baixinho. E com essas lembranças, salto animadíssima para fora da cama e vou direto para o banheiro. E durante o banho rápido não consigo largar esse sorriso gigante e bobo, pois não tenho a menor possibilidade de frear os meus pensamentos felizes. Erick, Erick, Erick... Meu cérebro repete várias vezes o seu nome como se quisesse memorizar cada letra dele. Droga, o meu sorriso está mais largo agora e se brincar ele será capaz de partir o meu rosto ao meio. Respiro fundo, me seco rápido e de volta ao quarto visto a primeira roupa que vejo na minha frente. Pressa de ir vê-lo? Ah, imagina! A verdade, é que logo Erick irá para a empresa
— Me esperem aqui, vou rapidinho lá dentro dar um beijo no seu pai e então poderemos ir. — Elas soltam risadinhas cúmplices e eu me afasto do carro avidamente. No caminho para o escritório da casa encontro Lucinda, uma empregada. Ela está carregando uma bandeja com duas xícaras, pires, um bule de café e um açucareiro.— Imagino que isso é para o senhor Ventura e para o seu convidado misterioso — retruco caminhando ao lado da mulher.— Sim, senhora. —El abre um sorriso gracioso que retribuo imediatamente e paro bem na sua frente, fazendo-a parar de andar.— Pode deixar que eu levo, Luci.— Ah, não, senhora, esse é o meu trabalho.— Ai, por favor, Luci! Eu só quero uma desculpa para invadir aquele escritório e poder beijá-lo antes de sair.— Está bem, mas se o senhor Ventura brigar comigo...— Ele não vai brigar com você, sua boba! — Impulsiva, seguro a bandeja e sigo imediatamente para o cômodo desejado. Contudo, assim que me aproximo da porta, Luci me ajuda girando a maçaneta e logo a
Imagine um paraíso. Imaginou? Agora acrescente a ele uma passarela de concreto tão grande, que é possível fazer até três curvas nelas, além de ser ladeada por belos pinheiros viçosos, e por trás desses pinheiros têm intermináveis plantações de uvas. Foi isso que encontrei bem na entrada do V&V – Ventura & Vinhos, até paramos em frente a um enorme casarão antigo. É verdadeiramente uma visão de roubar o fôlego.Assim que saí do carro uma brisa suave me abraçou, trazendo-me um adocicado cheiro de uvas que me fez fechar os olhos e apreciá-lo. É um novo quadro e esse que não foi pintado à mão, e sim, desenhado pela grandeza do homem com a ajuda da suprema natureza. O lugar está tão quieto e tão silencioso que chego a cogitar que estamos apenas nós quatro aqui, mas logo surgem os empregados e começam a carregar as nossas bolsas para dentro da casa, nos instalando em quartos tão enormes quanto luxuosos, como se isso aqui fosse um grande e muito bem decorado hotel cinco estrelas. Não posso de
Já é final de tarde e confesso que já estou sentido saudades desse lugar. De verdade, eu queria ficar aqui para sempre apesar de toda essa imensidão e de todo o luxo, essa casa em nada me lembra do meu passado. Pelo contrário, ela me fez construir lembranças que quero guardar para sempre. Contudo, sei que logo estaremos de volta a minha cruel realidade. Solto um suspiro baixo e deixo os meus olhos percorrem ávidos os belos vinhedos, depois pelo céu com alguns traços alaranjados e algumas aves voando sobre ele. Elas parecem ter pressa de voltar para casa. Penso. Desperto dos meus devaneios quando sinto o seu abraço atrás do meu corpo e em seguida um beijo na minha nuca. E eu me permito relaxar, encostando-me no seu corpo.— Lindo, não é? — indaga sem parar os seus carinhos.— Muito lindo! — concordo.— Você gostou?— Eu amei, Erick! Isso aqui é perfeito! — Ele beija o meu rosto.— Fico feliz que tenha gostado. Eu preciso te avisar. — Viro um pouco a cabeça para olhá-lo.— O quê?— Andr
Não parei para pensar que o ver cara a cara aumentaria ainda mais o ódio que sinto por esse homem e acredite, Logan Cross não é tão diferente das imagens que vi nos sites e tabloides. Ele realmente é um empresário de presença e é bem mais alto do que eu. Observando o seu porte de onde estou consigo visualizar as aflições que a minha pequena Eva passou em suas mãos e a vontade que quebrar a cara desse infeliz é bem maior do que a minha força de vontade de manter o meu alto controle. Enquanto ele adentra o meu escritório os seus olhos percorrem por cada canto dele sem esconder a sua arrogância e seu ar de superioridade. Fecho as minhas mãos em punho assim que eles param em cima de mim.— O que faz aqui, Cross? — Pois é, não contive o tom seco e rude na minha indagação. A verdade é que difícil fingir cordialidade com um homem como esse.— Você tem algo que me pertence, Ventura e eu a quero de volta. — Rio, porque não tem como não rir dessa frase absurda. Penso em rebater com igual petu
No caminho para o bar envio uma mensagem para Eva ficar tranquila e aproveito os minutos de silêncio no seu carro para pensar em nós dois. É, penso em nós dois a cada minuto do dia. Simplesmente não consigo evitar isso e me pego sorrindo boa parte das horas também. O meu coração chega a bater descompassado com alguns pensamentos ousados, que eu sei, não poderei pôr em prática no momento. Não sem antes trazê-la de volta a vida e desculpe a frase, mas puta que pariu, o tempo parece estar andado de ré. Dentro do bar luxuoso situado a beira mar, André vai direto para o balcão e pede uma garrafa de uísque e dois copos. Isso sim, me faz pensar que o assunto é bem sério e que as horas serão longas. Nos acomodamos em uma mesa no centro do bar e após nos servir duas doses, ele respira fundo, mas não diz nada.— E então, o que tá pegando?— Eu acho que... engravidei a minha esposa.— Uou! — sibilo quase me engasgando. — Eu sei, eu deveria estar explodindo de felicidade por ele, e devia abraçá-l
— Não consigo respirar! — reclamo, tentando me livrar do aperto da minha instrutora em minha garganta.— Você precisa lutar, Eva, precisa tentar se livrar de mim. Encontre um jeito!— Eu não... posso, eu não... consigo!Como podem comprovar, os treinos têm acontecido aqui na mansão Ventura assim como haviam determinado e eles têm se tornado cada vez mais intensos. E embora eu não esteja dormindo bem e acordando pior ainda, não tenho abandonado a luta. Sim, eu ainda sonho com o meu confronto com Logan e sinto que ele está cada vez mais perto de me encontrar. Basta um vacilo meu para esse demônio se aproximar e estragar a minha nova vida. Eu sei que Erick pensa que tem tudo sobre controle, mas acredite, ele não tem. Eu conheço bem o Logan e posso dizer com convicção de que os esses planos, ações e tramas do meu namorado e do seu irmão apenas arranharão a armadura daquele gigante de ferro. Ele nunca se dará por vencido até ter o que mais almeja em suas mãos. No caso, eu. Status, fama, di
— Os investigadores nos trouxeram dois nomes. Lúcia Santos, já ouviu falar dela, Eva? — André indaga e eu faço não com a cabeça. — Aparentemente essa garota trabalhava como dançarina em uma boate e algumas vezes ela fazia o papel de acompanhante de luxo para alguns ricaços, e poderosos como o seu marido, digo, ex-marido. Parece que ela saiu uma ou duas vezes com ele. — Dou de ombros.— Não imagino em que momento isso aconteceu — digo. — Logan sempre tinha hora para sair e para voltar. Ele nunca se atrasava, nem mesmo quando viajava.— Enfim, essa garota parece ter sido engolida pela terra, porque desde a última vez que eles saíram ela simplesmente desapareceu. — Todos se olham com uma certa tensão. — E tem a Lia Fausto, já ouviu falar nesse nome? — Sorrio para o nome que acabou de falar.— Sim, ela era a cozinheira da mansão Cross e a minha única amiga na casa também. — André parece interessado nessa última parte.— Alguma vez ela te falou sobre os seus parentes, ou sobre uma amiga mu