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Leonardo e Catarina
Leonardo e Catarina
Por: Nena Abrahão
Capítulo 01: Voltando para casa. Perto e separado.

Sentado em uma jatinho particular, Leonardo se encontra pensativo, ele está voltando para casa após morar muitos anos fora. Ele tenta imaginar como seu pai está, se encosta na poltrona e deixa seus pensamentos voltarem à noite anterior. Estando em um clube com seu único e melhor amigo, Rafael Goulart, seu celular toca e ele vai até um local afastado, para atender, era o secretário de seu pai, lhe informando que após uma reunião. Seu pai passou mal, sendo internado às pressas e estava em coma. 

“Quando foi isso?” Perguntou Leonardo.

"Mais cedo, senhor, mas só pude ligar agora, pois estava providenciando a internação dele, gostaria de pedir para voltar, pois sua presença é necessária neste momento”. Disse o homem. 

“Pode providenciar a minha volta hoje mesmo, só preciso passar no hotel e pegar minha bagagem”. Disse desligando o telefone. Ele fica parado por uns minutos e depois retorna procurando Rafael, assim que chega perto lhe dá um sinal e vai com ele até um canto para falar com o amigo. 

“Rafael, acabei de receber uma ligação, preciso retornar imediatamente para casa”.

“Mas o que aconteceu?” Rafael pergunta. 

“Meu pai entrou em coma, preciso voltar.” Diz com um semblante sério. 

“Leo, gostaria de lhe acompanhar, afinal estou aqui por você, não vejo motivos de ficar, hoje é seu aniversário, e estamos juntos amigo”.

“Certo, vamos então sair sem ninguém perceber, passamos no hotel e seguiremos direto para o aeroporto.” Diz friamente.

Discretamente os dois se retiram e seguem rapidamente para o hotel, logo se encontram no aeroporto onde um jatinho já está esperando. Eles nem trocam de roupas antes de partir. Quando eles embarcam, a aeromoça olha para os dois, admirada. Eles passam direto e logo são autorizados a decolar. Logo após se estabilizarem, a aeromoça se aproxima e pergunta se desejam algo. 

“Uma água com gás por enquanto”. Diz Leonardo. 

“O mesmo para mim.” Rafael fala olhando a moça. Depois que ela se afasta, Rafael pergunta. 

“Mas o que aconteceu para seu pai entrar em coma?” 

“Não sei, também não tive informação direito”. Disse com o rosto sombrio. Neste momento eles recebem a água que pediram. 

“Se precisarem de qualquer coisa, é só chamar senhor.”

 Leonardo nem olha para a moça, Rafael quem agradece. Ela retorna ao seu lugar e observa os dois. Leonardo tem 1,80 de altura, olhos e cabelos negros como a noite, seu olhar é tão frio, que a aeromoça sente um frio na espinha, tem gosto refinado, seus trajes são feitos sob medida para ele, seu rosto é marcante e sensual, mas faltava um sorriso, algo que poucos recebiam de Leonardo. Rafael era o oposto do amigo, eles eram da mesma altura, mas os cabelos de Rafael são castanhos, sua barba bem desenhada em seu rosto perfeito, seus olhos são quase verdes, e seu rosto tem a suavidade marcada por um sorriso. Rafael se vestia mais informal, os dois eram, de fato, uma beleza rara e o contraste entre eles, chamava atenção por onde passavam. 

“Leo,” diz Rafael, “vamos tomar um drink para relaxar, teremos horas de voo, tente descansar um pouco”. Diz preocupado com o amigo. 

“Pode ser Rafa, só não sei se conseguirei descansar, chame a aeromoça e peça dois drinks”. Rafael faz um sinal e logo é servido aos dois o drink. Leonardo enquanto bebe, olha pela janela com o olhar distante, Rafael percebe que o amigo prefere ficar calado, então ele fica quieto.

Com o passar do tempo Rafael consegue dormir, quando ele acorda, vê que Leonardo conseguiu dormir também, então ele se levanta e vai se ajeitar no boxe, quando volta Leonardo já acordou. 

“Conseguiu descansar um pouco amigo?” 

“Sim,” Leonardo fala, “logo estaremos chegando, vou me ajeitar, pois descendo quero ir direto ao hospital para ter notícias.” 

“Por mim, sem problemas, sabe que estarei contigo sempre. Estamos juntos há muitos anos, você é mais um irmão para mim”. 

“Não precisa explicar, Rafa. Eu que estou apreensivo, voltar depois de 9 anos não é fácil, estou me sentindo perdido, sempre tive controle de tudo, e retornar desse jeito, realmente não seria minha vontade”. Diz Leonardo com uma frieza na voz. “Nunca fiquei sabendo, que meu pai tinha problemas de saúde, as poucas lembranças que tenho dele é de uma pessoa ativa e disposto ao trabalho, sempre comandou o Império de hotéis”, Ele faz uma pequena pausa. Rafael espera ele terminar.

“Seu tempo era todo dedicado a isso, por este motivo mantinha a saúde controlada, o trabalho, em primeiro lugar. Eis o motivo ele esqueceu que tinha um filho”. Disse com um vinco entre a sobrancelhas. “Não sei como será encontrá-lo, após estes anos, enfim, não reconheço mais meu pai”. Disse com uma voz sem emoção. “Vou ajeitar para o pouso”. Disse Leonardo se levantando. 

Rafael acompanha seu amigo se afastar pensando: "Nunca Leo falou tanto, realmente tem algo incomodando ele. Espero que quando chegarmos, esteja tudo bem”.

Ao retornar, Leonardo tem a expressão controlada, O piloto avisa que estão chegando, Leonardo e Rafael, se ajeitam para o pouso em silêncio. O olhar dos dois está voltado para a cidade onde é o destino deles. Rafael se encanta com a paisagem, Leonardo ao contrário, fica mais perturbado, as lembranças que guarda do lugar, não são agradáveis, ele afasta os pensamentos e bloqueia a emoção. Sua volta é apenas devido à condição do pai. Ele não pretende permanecer naquele lugar, quando seu pai assumir os negócios da família novamente.

Logo que o jato anuncia que estão chegando ao destino, Leonardo prende o cinto de segurança e seus olhos ficam negros, seu semblante carregado e sem emoção. Rafael acompanha as mudanças no rosto do amigo. Ele também se prepara para o pouso. 

Os dois permanecem em silêncio, após uma descida tranquila, Leonardo oscila em se levantar imediatamente. 

“Vamos Léo, talvez a situação não seja tão grave.”

“Vamos, não posso adiar o que tem que ser feito.” Fala decidido e pegando suas coisas para descer. 

Cada passo em direção à saída é como uma tortura para ele. Foi preciso muito controle para manter a postura. 

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