Sentado em uma jatinho particular, Leonardo se encontra pensativo, ele está voltando para casa após morar muitos anos fora. Ele tenta imaginar como seu pai está, se encosta na poltrona e deixa seus pensamentos voltarem à noite anterior. Estando em um clube com seu único e melhor amigo, Rafael Goulart, seu celular toca e ele vai até um local afastado, para atender, era o secretário de seu pai, lhe informando que após uma reunião. Seu pai passou mal, sendo internado às pressas e estava em coma.
“Quando foi isso?” Perguntou Leonardo.
"Mais cedo, senhor, mas só pude ligar agora, pois estava providenciando a internação dele, gostaria de pedir para voltar, pois sua presença é necessária neste momento”. Disse o homem.
“Pode providenciar a minha volta hoje mesmo, só preciso passar no hotel e pegar minha bagagem”. Disse desligando o telefone. Ele fica parado por uns minutos e depois retorna procurando Rafael, assim que chega perto lhe dá um sinal e vai com ele até um canto para falar com o amigo.
“Rafael, acabei de receber uma ligação, preciso retornar imediatamente para casa”.
“Mas o que aconteceu?” Rafael pergunta.
“Meu pai entrou em coma, preciso voltar.” Diz com um semblante sério.
“Leo, gostaria de lhe acompanhar, afinal estou aqui por você, não vejo motivos de ficar, hoje é seu aniversário, e estamos juntos amigo”.
“Certo, vamos então sair sem ninguém perceber, passamos no hotel e seguiremos direto para o aeroporto.” Diz friamente.
Discretamente os dois se retiram e seguem rapidamente para o hotel, logo se encontram no aeroporto onde um jatinho já está esperando. Eles nem trocam de roupas antes de partir. Quando eles embarcam, a aeromoça olha para os dois, admirada. Eles passam direto e logo são autorizados a decolar. Logo após se estabilizarem, a aeromoça se aproxima e pergunta se desejam algo.
“Uma água com gás por enquanto”. Diz Leonardo.
“O mesmo para mim.” Rafael fala olhando a moça. Depois que ela se afasta, Rafael pergunta.
“Mas o que aconteceu para seu pai entrar em coma?”
“Não sei, também não tive informação direito”. Disse com o rosto sombrio. Neste momento eles recebem a água que pediram.
“Se precisarem de qualquer coisa, é só chamar senhor.”
Leonardo nem olha para a moça, Rafael quem agradece. Ela retorna ao seu lugar e observa os dois. Leonardo tem 1,80 de altura, olhos e cabelos negros como a noite, seu olhar é tão frio, que a aeromoça sente um frio na espinha, tem gosto refinado, seus trajes são feitos sob medida para ele, seu rosto é marcante e sensual, mas faltava um sorriso, algo que poucos recebiam de Leonardo. Rafael era o oposto do amigo, eles eram da mesma altura, mas os cabelos de Rafael são castanhos, sua barba bem desenhada em seu rosto perfeito, seus olhos são quase verdes, e seu rosto tem a suavidade marcada por um sorriso. Rafael se vestia mais informal, os dois eram, de fato, uma beleza rara e o contraste entre eles, chamava atenção por onde passavam.
“Leo,” diz Rafael, “vamos tomar um drink para relaxar, teremos horas de voo, tente descansar um pouco”. Diz preocupado com o amigo.
“Pode ser Rafa, só não sei se conseguirei descansar, chame a aeromoça e peça dois drinks”. Rafael faz um sinal e logo é servido aos dois o drink. Leonardo enquanto bebe, olha pela janela com o olhar distante, Rafael percebe que o amigo prefere ficar calado, então ele fica quieto.
Com o passar do tempo Rafael consegue dormir, quando ele acorda, vê que Leonardo conseguiu dormir também, então ele se levanta e vai se ajeitar no boxe, quando volta Leonardo já acordou.
“Conseguiu descansar um pouco amigo?”
“Sim,” Leonardo fala, “logo estaremos chegando, vou me ajeitar, pois descendo quero ir direto ao hospital para ter notícias.”
“Por mim, sem problemas, sabe que estarei contigo sempre. Estamos juntos há muitos anos, você é mais um irmão para mim”.
“Não precisa explicar, Rafa. Eu que estou apreensivo, voltar depois de 9 anos não é fácil, estou me sentindo perdido, sempre tive controle de tudo, e retornar desse jeito, realmente não seria minha vontade”. Diz Leonardo com uma frieza na voz. “Nunca fiquei sabendo, que meu pai tinha problemas de saúde, as poucas lembranças que tenho dele é de uma pessoa ativa e disposto ao trabalho, sempre comandou o Império de hotéis”, Ele faz uma pequena pausa. Rafael espera ele terminar.
“Seu tempo era todo dedicado a isso, por este motivo mantinha a saúde controlada, o trabalho, em primeiro lugar. Eis o motivo ele esqueceu que tinha um filho”. Disse com um vinco entre a sobrancelhas. “Não sei como será encontrá-lo, após estes anos, enfim, não reconheço mais meu pai”. Disse com uma voz sem emoção. “Vou ajeitar para o pouso”. Disse Leonardo se levantando.
Rafael acompanha seu amigo se afastar pensando: "Nunca Leo falou tanto, realmente tem algo incomodando ele. Espero que quando chegarmos, esteja tudo bem”.
Ao retornar, Leonardo tem a expressão controlada, O piloto avisa que estão chegando, Leonardo e Rafael, se ajeitam para o pouso em silêncio. O olhar dos dois está voltado para a cidade onde é o destino deles. Rafael se encanta com a paisagem, Leonardo ao contrário, fica mais perturbado, as lembranças que guarda do lugar, não são agradáveis, ele afasta os pensamentos e bloqueia a emoção. Sua volta é apenas devido à condição do pai. Ele não pretende permanecer naquele lugar, quando seu pai assumir os negócios da família novamente.
Logo que o jato anuncia que estão chegando ao destino, Leonardo prende o cinto de segurança e seus olhos ficam negros, seu semblante carregado e sem emoção. Rafael acompanha as mudanças no rosto do amigo. Ele também se prepara para o pouso.
Os dois permanecem em silêncio, após uma descida tranquila, Leonardo oscila em se levantar imediatamente.
“Vamos Léo, talvez a situação não seja tão grave.”
“Vamos, não posso adiar o que tem que ser feito.” Fala decidido e pegando suas coisas para descer.
Cada passo em direção à saída é como uma tortura para ele. Foi preciso muito controle para manter a postura.
Catarina estaciona seu carro e desce rapidamente, olhando o relógio, fica indignada. Ela gosta de abrir o restaurante, Justo naquele dia, seu celular não despertou "Por que foi acontecer logo hoje?" pensa ela. Assim que entra correndo na cozinha encontra Aurora quem diz. “Calma, não precisa correr, eu cheguei um pouco adiantada e já comecei a verificar tudo que precisa”. Disse com um sorriso. “Devia ter me chamado! Logo hoje, meu celular não despertou.” “Seu relógio biológico te acordaria, por isso deixei que descansasse um pouco mais.” Aurora é a melhor amiga de Catarina, estudou economia, sendo seu braço direito no restaurante, ela quem cuida da parte burocrática e também gerencia o restaurante, a amizade delas vem da adolescência, pois estudaram no mesmo colégio. Sem a ajuda de Aurora, Catarina não teria tempo de dedicar ao que mais ama, a cozinha. Ela ama elaborar pratos, e cuidar da cozinha. É no fogão que Catarina mais gosta de ficar, cuidar de cada prato que prepara para
Quando Catarina decidiu montar o restaurante, ela queria uma modernidade, ainda não vista na cidade. Ainda estudando, arrumou um emprego para juntar dinheiro, a ajuda de sua mãe foi muito importante para ela, Catarina não tinha tempo de se divertir como a maioria de suas colegas, sua dedicação ao estudo e o trabalho não dava tempo de divertir. Quando terminou a faculdade, aos 18 anos, teve a sorte de conhecer no trabalho um casal que tinha um bom terreno perto dos melhores hotéis da cidade, eles queriam vender o local, para ir morar com os filhos, já que moravam em Portugal. Por conhecê-la, ofereceram uma proposta irrecusável por gostarem muito dela, eles sabiam de toda sua perseverança e de seus sonhos, assim ela pode conseguir um local perfeito para construir, sua mãe também investiu para a construção. Ela fez um restaurante com a cozinha centralizada, sendo que meia parede servia para ser entregue os pratos, a outra parte a cima era de vidro, dando oportunidade aos clientes,
Catarina é a primeira a terminar, logo ela se levanta e vai tomar um banho e se trocar, quando volta, Aurora está desligando o computador. “Como está agora depois de um banho?” Aurora pergunta. “Revigorada”. Diz Catarina, “vá também, assim teremos tempo de descansar antes de sair.” “Ok, espere que eu não demoro, e já te passo como foi nosso dia,” disse levantando e seguindo para o banheiro. Catarina, enquanto espera Aurora, liga para sua mãe. “Olá, minha rainha!” Disse rindo. “Filha, que bom que ligou, estamos ansiosas aqui, como foi com os críticos?” Perguntou D. Alice. “Mãe, só saberemos, quando eles enviarem a avaliação, e demora uns dias, vamos ter que esperar um pouco. É melhor não pensar muito no assunto.” Fala transmitindo uma confiança, que não está sentindo. “Mas demora?” Alice pergunta. “Realmente não sei, mas conversamos quando eu chegar em casa, estou esperando Aurora e depois vamos para casa, liguei só para avisar que logo estaremos aí.” Fala querendo en
“Pode me acompanhar até o consultório?” Leonardo olha para Rafael e o secretário e diz. “Venham também, posso precisar de vocês.” O médico os leva a um consultório que fica no final do corredor. “Entrem por favor!” Sentando em sua mesa, ele é direto com Leonardo. “Sentem-se, seu pai teve um derrame, foi muita sorte ter sido socorrido rápido.” “Como assim?” Leonardo pergunta surpreso. “Nestes casos, quando mais rápido é socorrido, mais podemos fazer pelo paciente,” explicou o médico. “Fizemos tudo que foi possível para salvar a vida do paciente, agora teremos que esperar para saber se terá algum tipo de sequelas. “Mas que tipo de sequela, pode acontecer?” Pergunta Leonardo apreensivo. “Infelizmente não sabemos senhor, teremos que aguardar ele acordar, para uma avaliação completa, no momento ele se encontra em coma induzido, pois precisamos de tempo para a recuperação dele, ao passar por uma cirurgia na cabeça, o coma induzido, ajuda a deixar o paciente a se recuperar melhor
Rafael é o primeiro a descer, ele busca informação sobre onde fica o restaurante. Consequentemente, informação sobre o lugar. O recepcionista o atende prontamente.Após obter as informações, fica observando o lugar, eles estão em um dos hotéis, do pai de Leonardo. De repente ouve uma risada suave como uma nota musical, ele olha na direção de onde veio e seus olhos se fixam em uma linda moça, em um grupo de quatro mulheres, ele não consegue desviar o olhar, Rafael, observa ela inteira, analisando tudo, até o que ela veste. Uma blusa verde, deixando seus ombros descobertos, marcando seu corpo como uma segunda pele, a calça branca colada no quadril, moldando o corpo perfeito. Ele, olha tão fixo que ela percebe que está sendo observada. Quando procura pelo lugar, o olhar dos dois se encontram, Rafael se perde naquele olhar verde e brilhante, Aurora fica sem graça e sendo a primeira a desviar o rosto e segue em direção às outras, Rafael sai do transe, quando Leonardo toca seu ombro lhe c
“Desculpe a intromissão!” Fala chamando atenção de todas. Aurora neste momento fica vermelha, igual a um pimentão. “Permita que me apresente, sou Rafael, o rapaz, que a senhorita se chocou, é meu amigo, peço desculpas pelo jeito dele, mas hoje, literalmente, não foi um bom recomeço. Chegamos hoje e não foi fácil o dia. Peço desculpas, mais uma vez.” Rafael é claro nas suas palavras. Catarina logo se recompõe. “Prazer, Rafael, tudo bem, eu fui desastrada, levantei apressada”. Percebendo o olhar de Aurora, Catarina faz as apresentações. “Esta é minha mãe, Alice, essa, é Madalena, mas chamamos de Lena, pois é nosso anjinho, que cuida de nós!” E olhando para a amiga diz. “Esta é minha amiga e irmã Aurora!” Rafael cumprimenta todas, mas segura as mãos de Aurora mais um pouco, todas percebem que está criando um clima entre os dois. Alice sorri para Madalena. “Quer se juntar a nós um pouco?” Pergunta Alice sorrindo. Madalena, olha para ela e entende o que ela está fazendo. “S
Enquanto Catarina dirigia para casa, todas estavam curiosas com Aurora. “Amiga, conte para gente, o que achou do Rafael?” Aurora fica vermelha e responde. “É, parece ser, um rapaz legal. Uma pessoa agradável.” “Aurora!” Disse Alice, “todas percebemos uma química entre vocês, não precisa se conter ao conversar com a gente.” Disse com suavidade, “deve esquecer seu passado e dar oportunidade, se dê uma chance. Ele é um rapaz charmoso e bonito e o mais importante, parece que gostou de você.”“Percebi tia.” Disse com sinceridade, “mas conhecem minha história, não quero me machucar de novo.” Disse com uma tristeza na voz. Madalena, que está sentada do lado de Aurora, pega sua mão e diz.“Filha, olha para suas mãos, está vendo?” “O que Lena?” Pergunta Aurora sem entender. Fazendo um carinho ela fala. “Sua mão não tem um dedo parecido com o outro, eles não são iguais. Então não julgue alguém por achar que se parece com outro.” Todas ficam caladas diante do que Madalena fala, Aurora olha
Rafael, assim que chega no quarto, pega o papel onde está o telefone de Aurora. "Meu Deus, que mulher linda, tomara que não tenha namorado". Pensa ele, "Aurora, minha Deusa", ainda sorrindo de felicidade, se ajeita para tomar banho. Quando deita, ele volta a pensar em Leonardo. "Existem fatos que desconheço sobre a vida de Leo, acho melhor não falar sobre Aurora por enquanto, só espero que ele permita minha ajuda, temos um longo caminho." Assim, entre uma felicidade e um problema, Rafael adormece logo, o cansaço da viagem e a diferença do fuso horário contribui para Rafael não demore a adormecer.Quando Leonardo desce para tomar café, Rafael já se encontra esperando. “Bom dia, Leo, dormiu bem?” Pergunta ao sentar-se.“Nada, demorei muito a dormir, fiquei pensando em tudo que aconteceu, até tarde, mas e você? Como foi sua primeira noite aqui?” “Tranquilo, fiquei mais um pouco e depois subi, estava tão cansado que dormi rápido.” Falou Rafael. “Queria ter sido assim, vou demorar a m