Quando Catarina decidiu montar o restaurante, ela queria uma modernidade, ainda não vista na cidade.
Ainda estudando, arrumou um emprego para juntar dinheiro, a ajuda de sua mãe foi muito importante para ela, Catarina não tinha tempo de se divertir como a maioria de suas colegas, sua dedicação ao estudo e o trabalho não dava tempo de divertir.
Quando terminou a faculdade, aos 18 anos, teve a sorte de conhecer no trabalho um casal que tinha um bom terreno perto dos melhores hotéis da cidade, eles queriam vender o local, para ir morar com os filhos, já que moravam em Portugal.
Por conhecê-la, ofereceram uma proposta irrecusável por gostarem muito dela, eles sabiam de toda sua perseverança e de seus sonhos, assim ela pode conseguir um local perfeito para construir, sua mãe também investiu para a construção.
Ela fez um restaurante com a cozinha centralizada, sendo que meia parede servia para ser entregue os pratos, a outra parte a cima era de vidro, dando oportunidade aos clientes, de acompanharem o preparo de seu pedido, foi assim que o restaurante logo chamou atenção de todos, tendo todos os dias a casa lotada.
Aurora, teve que fazer uma agenda de reserva, pois o restaurante, tinha uma limitação de mesas, dando espaço de movimentação das pessoas e garçons, sem ficar apertado.
Os críticos chegaram e Aurora preferiu não avisar a amiga, pois temia que ela ficasse nervosa.
De onde estava, Aurora acompanhava Catarina, ela estava concentrada e tranquila enquanto finalizava cada prato pedido, Catarina era muito meticulosa com a apresentação e com o sabor da comida que servia, só liberava para ser servido após dar seu toque especial.
Sentados próximos da cozinha, os críticos acompanharam toda a movimentação, a postura da Chef, a limpeza e organização que ela oferecia aos clientes.
Catarina alheia do que se passava, orientava a todos sem precisar olhar para eles, a cozinha funcionava em perfeita harmonia, todos trabalhavam com tranquilidade e agilidade. Cada um, sabia o que precisava fazer, assim era um trabalho sincronizado. Aurora estava atenta aos críticos, para depois passar tudo a Catarina, ela percebeu que eles anotavam sempre alguma coisa, após comerem, eles comiam devagar, e entre uma servida e outra trocavam palavras entre eles, de onde estava Aurora não ouvia, eles falavam baixo um com o outro.
O restaurante funcionava de 11:00 horas até as 14:00 horas, nas poucas vezes que Catarina olhou em direção de Aurora, ela estava conversando com os clientes, sempre com um sorriso e dando atenção a todos. "Creio que os críticos não puderam vir", pensou Catarina, "Aurora não veio falar nada!" Ela, logo tirou da cabeça seus pensamentos e voltou atenção ao que estava fazendo.
As 13:30 horas a cozinha já estava fechada para preparo de comida, as pessoas que trabalham com ela no fogão, já começam a organizar para que assim que fecharem, fazerem a limpeza.
Nesta hora, Catarina fica liberada, caso alguém deseje falar com ela. Tem alguns clientes, empresários, amigos e conhecidos que Catarina gosta de ir até a mesa deles lhes cumprimentar.
Aurora logo entra e vai até ela.
“Catarina, tem clientes querendo falar com você.”
“Claro, espere só tirar o avental e lavar as mãos.”
“Te acompanho até a primeira mesa,” disse Aurora.
Terminando, Catarina acompanha Aurora até a primeira mesa.
“Obrigado por prestigiar nosso restaurante,” disse Catarina.
“Bem Chef, disse Aurora. “Estes são os críticos que estávamos esperando,” disse com um sorriso.
Catarina disfarça, mas, fica nervosa, estendendo as mãos ela diz
“Sejam bem vindos. É um prazer recebê-los.” Fala ficando corada.
Retribuindo o cumprimento, um deles fala.
“Logo daremos notícias,” disse sem sorrir, “seu restaurante é realmente diferente, agradecemos o almoço”.
“Voltem sempre que quiserem,” Catarina diz.
Despedindo delas, os críticos se retiram sem falar nenhuma palavra a mais. Aurora percebe que Catarina está nervosa e fala baixinho.
“Calma amiga, vai dar tudo certo, agora dê uma volta no salão, temos muitos conhecidos para falar com você.”
“Obrigado Aurora, creio que teria ficado nervosa em saber que eles estavam aqui, te agradeço por não falar.” Fala com um suspiro.
“Falamos depois sobre isso, agora vamos, estamos perto de fechar,” disse sorrindo para a amiga.
Catarina passa pelas mesas e cumprimenta sua clientela, não demora muito, o salão está ficando vazio, chegando o momento de fechar. Catarina olha para a cozinha e dá um sorriso, sua equipe trabalha feliz, organizando tudo. Quando o último cliente sai, a equipe se junta para a limpeza e deixar tudo arrumado para o outro dia, eles trabalham de forma organizada, Catarina agradece a todos, e diz,
“Terminando, vocês podem ir, obrigado a todos e bom descanso.”
“Valeu chefe,” disse uma garçonete sorrindo.
“Aurora, vamos terminar também, estou cansada e precisamos descansar para encontrar D. Alice e Lena”. Disse com um sorriso.
“Vamos lá, o café já está no escritório”.
Logo, as duas estão concentradas nos afazeres, Catarina verificando o estoque e fazendo os pedidos, Aurora fazendo a contabilidade e arrumando a agenda do dia seguinte. Catarina, enquanto verifica o estoque, esquece a visita dos críticos, ao terminar, ela encosta no balção e fica pensativa.
Todo seu sonho está bem diante de seus olhos, ela dedicou sua adolescência e toda sua energia, em aprender e aprimorar seus conhecimentos, mesmo que não consiga no momento, uma boa avaliação dos críticos, ela se sente realizada. Não foi um caminho fácil, mas em nenhum momento se arrepende, sorrindo vai para o escritório fazer os pedidos, tudo que compra é mercadoria fresca, ela não gosta de estocar comida. Ao entrar no escritório senta para terminar seu trabalho, Aurora está concentrada no trabalho, elas trabalham em harmonia e confiança.
Aurora, fica satisfeita com a contabilidade do restaurante, desde que abriram, os lucros são garantidos, Catarina, é uma excelente cozinheira, e a cada dia, melhora mais.
Ela verifica, tudo para o dia seguinte, a agenda está cheia, isso preocupa um pouco, pois tem recusado reservas, mas não é o momento de abordar o assunto. A cabeça de Catarina, mesmo que não fale, vai estar na visita que tiveram.
É importante para ela, conseguir uma boa avaliação. Será a recompensa do trabalho árduo dela. Focando no trabalho, Aurora deixa os pensamentos de lado, voltando a se concentrar no computador.
Catarina é a primeira a terminar, logo ela se levanta e vai tomar um banho e se trocar, quando volta, Aurora está desligando o computador. “Como está agora depois de um banho?” Aurora pergunta. “Revigorada”. Diz Catarina, “vá também, assim teremos tempo de descansar antes de sair.” “Ok, espere que eu não demoro, e já te passo como foi nosso dia,” disse levantando e seguindo para o banheiro. Catarina, enquanto espera Aurora, liga para sua mãe. “Olá, minha rainha!” Disse rindo. “Filha, que bom que ligou, estamos ansiosas aqui, como foi com os críticos?” Perguntou D. Alice. “Mãe, só saberemos, quando eles enviarem a avaliação, e demora uns dias, vamos ter que esperar um pouco. É melhor não pensar muito no assunto.” Fala transmitindo uma confiança, que não está sentindo. “Mas demora?” Alice pergunta. “Realmente não sei, mas conversamos quando eu chegar em casa, estou esperando Aurora e depois vamos para casa, liguei só para avisar que logo estaremos aí.” Fala querendo en
“Pode me acompanhar até o consultório?” Leonardo olha para Rafael e o secretário e diz. “Venham também, posso precisar de vocês.” O médico os leva a um consultório que fica no final do corredor. “Entrem por favor!” Sentando em sua mesa, ele é direto com Leonardo. “Sentem-se, seu pai teve um derrame, foi muita sorte ter sido socorrido rápido.” “Como assim?” Leonardo pergunta surpreso. “Nestes casos, quando mais rápido é socorrido, mais podemos fazer pelo paciente,” explicou o médico. “Fizemos tudo que foi possível para salvar a vida do paciente, agora teremos que esperar para saber se terá algum tipo de sequelas. “Mas que tipo de sequela, pode acontecer?” Pergunta Leonardo apreensivo. “Infelizmente não sabemos senhor, teremos que aguardar ele acordar, para uma avaliação completa, no momento ele se encontra em coma induzido, pois precisamos de tempo para a recuperação dele, ao passar por uma cirurgia na cabeça, o coma induzido, ajuda a deixar o paciente a se recuperar melhor
Rafael é o primeiro a descer, ele busca informação sobre onde fica o restaurante. Consequentemente, informação sobre o lugar. O recepcionista o atende prontamente.Após obter as informações, fica observando o lugar, eles estão em um dos hotéis, do pai de Leonardo. De repente ouve uma risada suave como uma nota musical, ele olha na direção de onde veio e seus olhos se fixam em uma linda moça, em um grupo de quatro mulheres, ele não consegue desviar o olhar, Rafael, observa ela inteira, analisando tudo, até o que ela veste. Uma blusa verde, deixando seus ombros descobertos, marcando seu corpo como uma segunda pele, a calça branca colada no quadril, moldando o corpo perfeito. Ele, olha tão fixo que ela percebe que está sendo observada. Quando procura pelo lugar, o olhar dos dois se encontram, Rafael se perde naquele olhar verde e brilhante, Aurora fica sem graça e sendo a primeira a desviar o rosto e segue em direção às outras, Rafael sai do transe, quando Leonardo toca seu ombro lhe c
“Desculpe a intromissão!” Fala chamando atenção de todas. Aurora neste momento fica vermelha, igual a um pimentão. “Permita que me apresente, sou Rafael, o rapaz, que a senhorita se chocou, é meu amigo, peço desculpas pelo jeito dele, mas hoje, literalmente, não foi um bom recomeço. Chegamos hoje e não foi fácil o dia. Peço desculpas, mais uma vez.” Rafael é claro nas suas palavras. Catarina logo se recompõe. “Prazer, Rafael, tudo bem, eu fui desastrada, levantei apressada”. Percebendo o olhar de Aurora, Catarina faz as apresentações. “Esta é minha mãe, Alice, essa, é Madalena, mas chamamos de Lena, pois é nosso anjinho, que cuida de nós!” E olhando para a amiga diz. “Esta é minha amiga e irmã Aurora!” Rafael cumprimenta todas, mas segura as mãos de Aurora mais um pouco, todas percebem que está criando um clima entre os dois. Alice sorri para Madalena. “Quer se juntar a nós um pouco?” Pergunta Alice sorrindo. Madalena, olha para ela e entende o que ela está fazendo. “S
Enquanto Catarina dirigia para casa, todas estavam curiosas com Aurora. “Amiga, conte para gente, o que achou do Rafael?” Aurora fica vermelha e responde. “É, parece ser, um rapaz legal. Uma pessoa agradável.” “Aurora!” Disse Alice, “todas percebemos uma química entre vocês, não precisa se conter ao conversar com a gente.” Disse com suavidade, “deve esquecer seu passado e dar oportunidade, se dê uma chance. Ele é um rapaz charmoso e bonito e o mais importante, parece que gostou de você.”“Percebi tia.” Disse com sinceridade, “mas conhecem minha história, não quero me machucar de novo.” Disse com uma tristeza na voz. Madalena, que está sentada do lado de Aurora, pega sua mão e diz.“Filha, olha para suas mãos, está vendo?” “O que Lena?” Pergunta Aurora sem entender. Fazendo um carinho ela fala. “Sua mão não tem um dedo parecido com o outro, eles não são iguais. Então não julgue alguém por achar que se parece com outro.” Todas ficam caladas diante do que Madalena fala, Aurora olha
Rafael, assim que chega no quarto, pega o papel onde está o telefone de Aurora. "Meu Deus, que mulher linda, tomara que não tenha namorado". Pensa ele, "Aurora, minha Deusa", ainda sorrindo de felicidade, se ajeita para tomar banho. Quando deita, ele volta a pensar em Leonardo. "Existem fatos que desconheço sobre a vida de Leo, acho melhor não falar sobre Aurora por enquanto, só espero que ele permita minha ajuda, temos um longo caminho." Assim, entre uma felicidade e um problema, Rafael adormece logo, o cansaço da viagem e a diferença do fuso horário contribui para Rafael não demore a adormecer.Quando Leonardo desce para tomar café, Rafael já se encontra esperando. “Bom dia, Leo, dormiu bem?” Pergunta ao sentar-se.“Nada, demorei muito a dormir, fiquei pensando em tudo que aconteceu, até tarde, mas e você? Como foi sua primeira noite aqui?” “Tranquilo, fiquei mais um pouco e depois subi, estava tão cansado que dormi rápido.” Falou Rafael. “Queria ter sido assim, vou demorar a m
“Foi uma decisão de seu pai, eu cheguei a pedir para sair, mas ele pediu para ficar um pouco e que me daria uma aposentadoria. Perdi toda minha família recentemente, então decidi voltar para o interior.” Respirando continua. “Por isso não me sinto no direito de falar, mas tudo será esclarecido ao senhor ainda hoje.” Disse Carlos de uma vez. Depois que terminou, deu um suspiro profundo e continuou. “Só me diga que horas quer que eu marque, para que o senhor vá ao escritório.” Leonardo olha para Rafael e pergunta.“Pode ir comigo ou pretende fazer alguma coisa hoje?” “Posso, sim, não vou fazer nada.” Virando para Carlos, Leonardo diz. “Marque para as 14:00 horas, estamos perto da hora de almoçar, podemos ir depois.” “Certo, senhor. Deseja mais alguma coisa?” Perguntou Carlos. “Até quando vai ficar no escritório?” “Vai depender do senhor. Quando não precisar mais do meu serviço, posso deixar a empresa, tranquilo. Na segunda-feira, decidimos o que pretende fazer, se me der licença
Leonardo anda por um tempo, sem perceber, por onde está indo. Após andar sem atenção, percebe está na porta do hospital. Ele fica parado por um tempo e depois entra, seguindo para a sala de espera, que fica perto da UTI e senta com a carta nas mãos. Leonardo, decide ler a carta ali mesmo. Um pouco nervoso, ele rasga o envelope e começa a ler."Querido filho, não sei se conseguirei escrever as palavras certas, não sou bom em palavras, assim como em demonstrar sentimentos. Acredito que neste exato instante, esteja sentindo muita raiva e deve estar cheio de perguntas. Há muitos anos, prometi cuidar e amar sua mãe, assim, consequentemente você. Mas falhei, eu não fui capaz de cumprir minha promessa, Por ambição e querer dar uma vida melhor a todos, me dediquei ao trabalho e não percebi que precisavam de mim, sua mãe principalmente. Fui negligente com a gravidez dela, não fui capaz de perceber que ela precisava de mim. Quando nasceu, cometi o mesmo erro com você, por isso, você foi leva