Passei praticamente todo final de semana na casa de Yuna. Fizemos planos para a mudança dela e também para o consultório.
Tínhamos muitas ideias, mas pouco dinheiro. Mas eu era boa com contas e economias. No fim, conseguiríamos... Juntas.
Fui embora com Melody no final da tarde de domingo. Meu carro novo, embora tivesse sido parcelado, gastava menos combustível que o antigo. Então foi um bom investimento. A economia com o valor da gasolina pagava grande parte da parcela.
Eu tinha a opção também de trocar Melody de escola. Claro que ela gostava muito da Instituição onde estudava. Mas encontrar uma mais em conta era uma forma de economizar e ajudar Yuna a conseguir mais dinheiro, para comprar os móveis que precisava para seu consultório. E Melody era uma criança muito compreensiva e se eu explicasse o motivo da troca, ela aceitaria sem problemas.
Minha f
- Ela matava animaizinhos de estimação quando criança?Calissa arqueou a sobrancelha, confusa. Melody pegou a mão dela, levantando:- Venha ver... Vou mostrar o cemitério.- Cemitério?- Medy... Não precisa... – Tentei contê-la.Mas era tarde. Ela já estava com Calissa pela mão, levando-a por toda a casa até chegar ao quintal.Enquanto ela falava sem parar com minha mãe, perguntei baixinho para Min-ji:- O que é isso, afinal?- Precisa ouvi-la, menina. Acho que já é hora. Sua mãe é uma boa pessoa.- Eu não disse que não era... Mas ela não fez nada naquele dia. Foi omissa...- Ela tentou ajudar do jeito dela. Você que negou. Não precisava ter sido assim. Por ela, a separação entre vocês duas nunca teria acontecido.- E por que ela n&
- Mamãe, nós vamos, não é mesmo? Diga que sim, por favor. – Melody juntou as mãos, em prece.- Medy... Não tem como.- Por quê?Tinhas vezes que eu odiava responder aos porquês dela. E agora era uma destas vezes.- Porque... – tentei pensar rápido – É longe... E mamãe tem que trabalhar.- Mas não tem aula no Natal. – Ela arqueou a sobrancelha.- Esta menina é simplesmente magnífica. – Calissa falou, não conseguindo desviar os olhos da neta.- Você quer me pegar no colo? – Melody ofereceu-se.- Eu... Ficaria muito feliz se você deixasse eu pegá-la. – Vi as lágrimas nos olhos de minha mãe, que tentou contê-las em vão.- Mãe, ela está muito pesada por conta do gesso... Não precisa... – Tentei alertar, mas era
Ela bebeu um grande gole, ficando com bigode de leite.- Amo você, Medy docinho.- Acha que vovô e vovó vão me amar?Suspirei, sentindo um nó na garganta:- Medy, é impossível não amar você.- Será que o Papai Noel vai conseguir deixar o meu presente lá?- Papai Noel encontra as crianças em todos os lugares.- Eu já sei que ele não vai colocar o meu papai na árvore. – Ela riu.- Realmente não. E... – pensei no que dizer para não magoá-la – Sabe que você fez um pedido difícil, não é mesmo?- Não é difícil...- Talvez... Papai Noel não consiga. Seu papai tem estado bastante ocupado com os shows.- Mas ele vai ter tempo para mim. – Ela levantou os ombros, como se aquilo fosse óbvio.- E se Papai No
- Bem, se você acha que a sua vida foi difícil, por não ter um pai presente, imagine ter um que a pôs para fora da casa... Grávida.Ele sentou-se na cama, surpreso:- Como assim?- Foi o que ele fez quando soube que eu estava grávida de Melody.- Mas... Como teve coragem?- Porque o pai da criança não era do agrado dele.- Mas... Medy sempre fala do pai... E você não. Eu... Não entendo. E por que sua mãe estava aqui? Vocês não se veem? O que o Dr. Monaghan tem a ver com você?- Muitas perguntas, garoto! – Suspirei.- Não precisa responder se não quiser.- Mas eu quero... Talvez seja hora de botar tudo para fora...- Tente... Sou um bom ouvinte.Eu sorri:- Fui noiva de Colin Monaghan.- Eu imaginei que tiveram algo no passado... Pela forma como ele a olhava.- Ele me t
- O quê? – Levantei a cabeça, encarando-o.- Você acha que sou um garoto? Eu posso ser um garoto levado. Seu pai reclamou porque seu relacionamento não era como ele queria. Imagina você voltar anos depois, com um homem mais novo, rompendo novamente os tabus da família?- Isso... Ia deixá-lo puto.- Eu faço este sacrifício por você.- Você não desiste, não é mesmo? – Eu ri, achando graça da proposta dele.- Não... Mas desta vez, juro que estou só tentando ajudá-la.- Não tenho certeza se posso confiar em você, menino.- Pode... Juro que não vou tocar num fio do seu cabelo... A não ser que me peça.- Eu não pedirei.- Só quero estar ao seu lado... E de Medy. E acabar com a tranquilidade do Natal do seu pai, como ele fez com sua gravidez.
Minha filha não era uma mentirosa. Nunca foi.Eu ri:- Ela não mentiu. É filha de Charlie B., ou melhor, Charles. Porque este é o nome verdadeiro dele. Ela também é neta de J.R Rockfeller, herdeira da J.R Recording. Mas isso eu ainda não lhe contei. Ela saberá no Natal, quando nos reunirmos com o pai e o restante da família. – Menti para mim mesma.A professora ficou me olhando, a face ruborizada. Só não tenho certeza se ela estava daquele jeito porque ficou envergonhada de não ter acreditado em Melody ou porque achava que eu era tão mentirosa quanto minha filha.- Eu... Sinto muito. Achei que ela... Estivesse tentando impressionar os colegas.- Bem sabemos que Melody não precisa mentir para impressionar... Por si só ela já é uma criança que impressiona a todos.- Sim... É verdade.Olhei no rel&oac
- ... E eu gostaria de em nome de todos, agradecer a professora Sabrina por toda dedicação e preocupação que teve conosco, se importando não só com nossa aprendizagem, mas também com o nosso futuro longe da Escola Progresso, quando organizou uma aula falando sobre como era a vida de um estudante Universitário, trazendo inclusive um aluno da Faculdade para nos falar sobre sua rotina e aprendizagens fora do Ensino Médio. Professora, você foi importante para nós. E ficará guardada dentro dos nossos corações... Sem dúvida. – Ele fez um coraçãozinho com os dedos na minha direção, causando-me certa timidez.Fiquei inquieta na cadeira quando ouvi as palmas e olhares na minha direção. O garoto poderia ter me deixado fora de seu discurso. Mas não, ele não conseguia me deixar fora da sua vida, um minuto sequer.N&at
- Estão falando como se Guilherme fosse um mocinho virgem – me irritei – Meu erro foi ter deixado ele fazer o que fez comigo na sala de aula, dentro da escola. Mas seu filho não é nenhum santo... Ele é culpado – olhei na direção de Guilherme – Assim como eu. Ambos fizemos errado.- Não é culpa dela... Nunca foi. Eu sempre fui atrás... Encontrei até mesmo a filha dela para me aproximar.- Como assim? – o olhei – Achei... Que tinha sido coincidência...- Ele é só um garoto. – Kelly argumentou.- Um garoto de 18 anos. Guilherme não é criança. – Reiterei.- Não vamos ter esta conversa aqui, Sabrina, definitivamente – Guilherme disse – E nem em outro lugar. Porque não devo satisfações sobre o que faço ou com quem me envolvo – ele olhou para as duas, mãe e avó.- Gui... – Rachel se aproximou.- Fique longe de mim – ele gritou – Você é uma maníaca, uma maluca, doente... Eu não aguento mais suas perseguições. Tem noção do que fez? Destruiu a vida de Sabrina. Nunca vou perdoá-la. Jamais vou se