Presentes de Natal (II)

Guilherme aproximou-se e pôs o braço sobre os ombros delicados dela, me encarando.

- Há um presente para você debaixo do pinheiro. – Falei.

- Não me interesso por nada que venha de você.

Aquilo me feriu profundamente. Mas estava calejado. Respirei fundo e segui:

- Não quer nem saber o que é?

- Não.

- E se for o dinheiro que quer tirar de mim, todo numa caixa?

- Não quero numa caixa. Quero todo o processo judicial junto.

- Não me importo... Não é minha intenção fazer o processo se prolongar. Darei o que for determinado pelo juiz.

Ele me olhou, silenciosamente, talvez não esperando por aquilo. Eu mal começava a ganhar dinheiro com minha música e Kelly já queria tudo que achava que fosse de direito do filho. E sim, ele tinha a parte dele. Por que eu diria não? Já sofri coisas muito piores do que perder grana.

Para mim, que nunca tive nada, qualquer pouco era muito. Não me importava com a pouca quantia que me sobraria.

- Qual é o presente? – Sabrina perguntou, indo ao pinheiro.

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