Descansei minha cabeça no ombro de Charles enquanto meu coração desacelerava e o ar voltava aos meus pulmões. O corpo ainda estava levemente trêmulo.
Sentia o peito dele mover-se com as batidas intensas do coração. Sorri, sabendo que meu “el cantante” sentia o mesmo que eu, o prazer e o amor a cada toque mútuo.
- Eu amo você, Charles. – Falei, sem mover-me de onde estava, sentindo-me segura como nunca em toda a minha vida.
- Eu amo você, Sabrina. E vou amar para sempre. E não importa mais o que você peça... Esqueça seus planos, pois não vou mais me separar de você e Medy.
- Promete? – Encarei-o, percebendo a tranquilidade em seus olhos verde-esmeralda.
- Prometo.
Beijei-o carinhosamente, sentindo seu gosto misturado à Champagne, o cheiro de sexo e luxúria tomando conta do quarto.
Meus dias de
- Sou curiosa... – Não lhe dei ouvidos, pondo o roupão branco atoalhado do Hotel, que estava no chão.Charles procurou a roupa, jogada um pouco em cada canto. Achei a cueca dele, mas o vi enrolado na toalha branca, já saindo.Fui atrás dele, que rapidamente abriu a porta. Guilherme entrou, arregalando os olhos ao nos ver, a raiva nítida em cada músculo do seu rosto.- Bom dia, família! – Disse de forma irônica.- Gui? – Foi o que consegui pronunciar.- Onde está Melody? – Ele perguntou.- No... Quarto.- Ela sabe que ele está aqui? – Perguntou diretamente para mim.- Sim... – Respondi, confusa.- Quer... Tomar café conosco? É Natal! – Charles falou, enquanto ele não deu ouvidos ao pai, vindo na minha direção.Seguiu, passando direto por mim, indo ao sofá, o
- O que vamos fazer agora? – perguntei a Charles enquanto ele saía do banho, passando a mão nos cabelos, sem secar – Não podemos morar num Hotel para sempre.- Não tenho pressa, garotinha... Está ótimo ficar aqui trancado com vocês. – Me deu um beijo leve nos lábios, indo procurar uma roupa na mala, que não havia desfeito.- Hotéis são muito impessoais... E frios.- Podemos ligar a calefação... – Ele riu e joguei-lhe um travesseiro.Charles pôs uma camiseta branca e uma calça jeans, com a jaqueta de couro por cima. Olhou-se no espelho e observou, falando sobre a jaqueta:- Parece que ela fica melhor em você do que em mim...- Jamais... É sua marca registrada.- Tenho várias... Mas esta é a mais especial.- Eu sei... – Sorri, jogando-me de volta na cama, ainda de pijama.- Juro que é complicado deixar vocês. – Me olhou seriamente.- Eu até iria junto... Mas é longe. Acordei um pouco enjoada hoje.- Eu sei, garotinha. Minha vida é complicada agora. Dificilmente paro em algum lugar.- Po
Quando cheguei na sala, vi Charles dizendo:- Não importa... Eu mandei cancelar o show.- Como assim cancelar o show? – Perguntei, confusa.Ele me olhou e não respondeu. Seguiu reclamando com a pessoa do outro lado da linha, enquanto tirava a jaqueta. Depois de uns cinco minutos, desligou.- O que houve? – Perguntei.- Não vou viajar.- Por... Medy?- Sim. Não vou deixá-las sozinhas.- Mas... Yuna está conosco. Ela é médica e...Charles veio na minha direção e me abraçou:- Por mais que tente, eu não vou me afastar de vocês. Não agora... Quando finalmente as encontrei... E as tenho comigo. Nada é mais importante na minha vida do que você e nossa filha, Sabrina.Deitei minha cabeça no seu peito e disse, limpando os olhos com força, antes que começasse a chorar:- Eu amo você, “el cantante”.Depois das compressas, a febre baixou um pouco. Mas uma hora depois começamos o antitérmico. Yuna constatou infecção na garganta.Não pedimos almoço, pois o fato de Melody estar enferma tirou nossa
Mariane olhou para Charles com raiva e depois para mim, com desdém e saiu, puxando a porta com força, batendo-a.Abri minhas mãos para certificar-me de que estavam tão trêmulas quanto meu corpo.Charles veio até mim e abraçou-me:- Acalme-se... Eu estou aqui. Vai ficar tudo bem.- Eu... Estou tentando dar a volta por cima, ser forte, fazer o culpado pagar... Mas às vezes tenho vontade de jogar tudo para o alto e ir embora, só nós três, para bem longe e esquecer isso tudo.- Eu já lhe fiz esta proposta, meu amor. Não me importo em saber quem fez ou por qual motivação. Estamos juntos e isso que importa... E com dois filhos. O que podemos querer mais?- Justiça?- De que adianta sabermos quem foi o culpado? Minha liberdade já foi retirada por quatro anos. E nada vai fazer este tempo voltar.- E vamos d
Melody apareceu na sala, andando com os olhinhos caídos, mas curiosa com o homem sentado próximo a mim. Veio diretamente para o meu colo. Toquei sua testa e percebi que a febre havia baixado.- Está sentindo alguma coisa, docinho?- Sono... – Ela sorriu.A abracei com força. Ela olhou para Otávio:- Oi.- Olá. – Ele sorriu para ela.- Sou Melody, mas pode me chamar de Medy. – Falou, sem mexer a cabeça, ainda escorada a mim.- Você é muito parecida com o seu pai, sabia?Ela sorriu, antes de dizer:- Tenho os olhos iguais ao dele – olhou para os lados – Onde está papai?- Ele foi fazer uma coisa... Já volta.- Acha que ele demorará muito? – Otávio me perguntou.- Eu... Não tenho certeza.- Se importa se eu esperar? Realmente preciso falar com ele.- Já
Despertei envolta nos braços e pernas de Charles Bailey. Sim, parecia um sonho novamente. Era melhor eu ir acostumando que era real, que estávamos juntos e que seria assim para sempre.Eu poderia levantar, mas preferi ficar ali, acordada, sentindo a respiração quente dele no meu pescoço, mesmo adormecido, segurando-me como se eu pudesse escapar dele.Suspirei, ainda incrédula de que eu estava completa e feliz, depois de tanto tempo.Senti um beijo no meu pescoço e sorri, sem mover-me.- Bom dia, meu amor! – Ouvi a voz dele ainda sonolenta no meu ouvido.- Creio que seja uma das melhores manhãs que já acordei. – Confessei.Charles virou-me para si, a cabeça repousava no braço, que apoiava com o cotovelo no travesseiro. Os olhos verdes pareciam mais claros e envolventes. A claridade vinda da janela o deixava ainda mais lindo, com o peito nu e os cabelos ba
- Não... Comprei uma nova, ao menos. Mas creio que agora vou precisar comprar um carro. A família está aumentando. Será que você também vai precisar de cadeira de contenção, Yuna? – Debochou.- Acho que você vai precisar. Afinal, Sabrina tem carro e quem anda na frente com ela sou eu.- Você tem um carro, meu amor?- Um carro, uma casa, um peixe Beta...- Que Do-Yoon está cuidando. – Melody explicou.- Mas não tenho mais meu emprego em Noriah Sul. Em função do... Vídeo. – Abaixei os olhos, envergonhada.- Vai encontrar outro.- Já encontrei. Vou para J.R Recording.Ele suspirou:- Você é cabeça dura.- Sou mesmo.Fiquei impressionada quando o carro parou em frente ao Cálice Efervescente. Senti meu coração bater descompassadamente. Descemos e
Charles segurou-me pelos ombros e disse:- Sabrina, por favor, vamos viver este momento. Esqueça estas coisas, ao menos por enquanto... Algumas horas apenas, pode ser?Respirei fundo, tentando acalmar a raiva que existia dentro de mim:- Vou tentar.- Não esqueça que está grávida. Precisa ter uma gestação tranquila.- Tem razão... Já foi tudo muito conturbado com Melody.Charles me abraçou:- Venha, vamos alcançá-las e ver os quartos que elas escolheram.Enquanto subíamos as escadas, percebi que tudo estava do mesmo jeito que deixamos, anos atrás.Quando abri a porta do quarto onde ficamos, que me trazia tantas lembranças, vi Melody parada, olhando o mar pela sacada. Meu coração quase explodiu de tanta emoção. Passou um filme na minha cabeça, de tudo que aconteceu naquele lugar. Eu e