Eduardo Já era tardezinha quando voltamos para casa, enquanto ela vai tomar um banho, eu ligo para Bella.— Oi, minha princesinha, como está aí na casa da vovó?— Que saudades, papai, que horas vem me buscar? — Fico preocupado, e pergunto:— Aconteceu algum problema para você querer que eu busque você? — Pergunto. — Vovó disse que você me deixou aqui, para ir atrás da tia Stella. — Velha desgraçada.— Amorzinho, quando o papai for te buscar teremos uma conversa de gente grande. — Vou falar para ela do nosso relacionamento, não dá para ficar assim, ainda mais com Antonella enchendo a cabeça dela.— Não quero conversar, vem me buscar agora! — Ela começa a chorar e a fazer birra, e meu coração se parte. “Como escolher entre Stella e Bella?” A resposta é óbvia: sempre será Bella. Mas ela precisa entender que, mesmo estando com Stella, ela é minha prioridade. Por outro lado, se eu deixar Stella, ela pode interpretar que não me importo tanto assim com nosso relacionamento. “Deus, o que
Eduardo “Deus como isso queima!”Sinto minha língua pegar fogo, meus olhos devem estar vermelhos, pois até eles ardem. Algumas pessoas se aproximam e riem, provavelmente da minha cara, outras vibram torcendo para mim ou para Stella.Após alguns minutos tento abrir os olhos, e olho para Stella que sorri tranquila com a pimenta ainda na boca. “Como ela consegue?”Não aguento mais, cuspo a pimenta em um papel, ela levanta as mãos em vitória, engole a pimenta.— Você engoliu? Stella, você é louca! Minha linda… — Não consigo terminar de falar, porque ela começa a beber a caneca de Chopp de uma vez só, enquanto alguns caras começam a gritar:— VIRA, VIRA VIRA… — Apesar de ser divertido, não estou gostando desse monte de macho em volta dela.— Parabéns, minha linda, você ganhou! — Ela para de beber com o sorriso mais lindo do mundo, não resisto e a puxo para um beijo. O que espanta os rapazes.— Ainda vale, se eu disser que eu e Leo sempre competíamos isso.— Ah! Sua pilantrinha, me enga
EduardoNo carro, a caminho da casa do lago, Stella pergunta:— O que aquele homem falou para você?— Nada que precisa saber, não compensa princesa. — Digo beijando sua mão.— Só que isso fez você ficar com olho roxo. — Ela diz preocupada, acariciando meu hematoma.— Ei, tranquilo, minha linda, chegando em casa você vai ser minha enfermeira. — Ela ri, e concorda:— Serei a melhor enfermeira que já teve! Cuidarei direitinho do meu defensor. — O celular da Stella apita anunciando que chegou mensagem.Ela olha e sorri, depois digita algo.— Quem é? — Pergunto.— O ciumento do Léo, Phil postou a foto no tal grupo que ele comentou, e Léo enviou uma mensagem resmungando. — Ela diz rindo.— Fala para ele se acostumar em dividir você comigo. — Ela sorri digitando para o irmão.— Ele disse que só dá uma chance, se me magoar de novo já era. — Dou risada e digo:— Se depender de mim, será a mulher mais feliz do mundo.— Eu já sou a mulher mais feliz do mundo. — Foi automático lembrar de Savanna,
StellaO fim de semana que passei com Eduardo na casa do lago foi simplesmente maravilhoso. Lá, tive a chance de conhecê-lo um pouco mais, arrisco dizer até que conheci uma nova versão dele. O senhor Hoork cedeu espaço a um Eduardo relaxado e brincalhão. Naquele ambiente, ele revelou um lado que eu desconhecia, e foi encantador vê-lo tão à vontade. Era como se as algemas da alta sociedade e os pesados mármores de seu luxuoso escritório tivessem se soltado, permitindo que ele vivesse cada momento intensamente.Cada sorriso, cada olhar, revelava uma liberdade que eu ainda não havia presenciado. Naquela casa do lago, Eduardo se transformava, seus olhos brilhavam com uma intensidade diferente, e sua risada ecoava com um som mais leve e descontraído. A forma como ele me tocava, me olhava, tudo era diferente, mais verdadeiro. Mesmo com alguns percalços, cada momento foi perfeito. Não mudaria absolutamente nada dos dias que passamos juntos. O tempo parecia se estender e, ao mesmo tempo, cor
EduardoApós Stella desaparecer, fui em direção ao meu carro quando escuto alguém me chamar.— Eduardo, tem um minuto? — Fecho a cara, pois não tenho nenhum pingo de vontade de falar com ele.— O que você quer Matteo?— Primeiro de tudo, não tenho interesse em Stella, aquela noite no barzinho foi a bebida que falou mais alto, — Fecho a mão em punho, controlando minha respiração para não socar a cara dele. — Eu gosto muito da Stella, — Abro a boca para xingá-lo, quando ele me interrompe, — Mas não como mulher e sim como uma irmã. Sinto um carinho enorme por ela, desde o momento que a vi nervosa para fazer o teste.— Não fode Matteo. Obrigada por toda essa declaração, mas não me convenceu.— Não estou nem aí para o que você acredita ou não, estou aqui apenas para dar um aviso.— Sorrio sarcasticamente e falo em um tom debochado.— E vai me avisar sobre o que, Matteo?— Stella, se a magoar novamente, não vou ser bonzinho, juro que acabo com você. — Sorrio e bato continência, saiu sem diz
Eduardo Chego em casa ainda irritado com Lily. Pego Bella no colo, sentindo seu peso aconchegante, e a levo diretamente para o quarto. Cuidadosamente, arrumo-a na cama e fico ali, observando-a dormir. “Ela se parece tanto com a Savana”, penso, com um nó se formando na garganta. A saudade e a dor se misturam em um turbilhão de emoções.Vou para o meu quarto, e paro em frente ao quadro de Savanna. Seu sorriso, que costumava iluminar meus dias mais sombrios, parece agora uma lembrança dolorosa. Ela sempre estava lá, com seu sorriso, para me amparar nos dias difíceis, aqueles em que eu chegava em casa não querendo ver nem falar com ninguém. “Seu sorriso era como o sol em um dia nublado”, eu costumava dizer.Sinto uma lágrima solitária deslizar pelo meu rosto, dou um sorriso triste, repleto de saudade. Então, um desconforto estranho começa a se instalar em mim. Sinto como se ela estivesse ali, me observando, me julgando por tentar seguir em frente com outra pessoa.— Não me olhe assim! — G
EduardoNão conseguia mais dormir; a imagem de Savanna sangrando não saía da minha cabeça. O medo e a dor que senti no pesadelo ainda me assombravam. Levantei-me lentamente, o suor frio escorrendo pela minha testa, nem a conversa com Stella me acalmou. Decido tomar outro banho, na esperança de afastar o pesadelo dos meus pensamentos.Após o banho, fui para o meu escritório. Lá, um retrato de Savanna pendia na parede, em frente à minha mesa. Não era tão grande como o do quarto, mas ainda assim tinha um tamanho significativo. Ela estava linda num vestido verde, o sorriso mais discreto, mas ainda assim poderoso. O quadro, com sua imagem, emanava uma graça que parecia envolver todo o ambiente, tornando a sua presença dolorosamente real.Ao olhar para ele, senti um aperto no coração, uma mistura de saudade e culpa que quase me sufocava. As memórias inundaram-me, cada detalhe do seu rosto trazendo à tona um turbilhão de emoções. A saudade era quase insuportável, uma dor que parecia corroer-
BellaEu estava no parque com a mamãe, e tudo era tão bonito. As flores coloridas estavam por toda parte, e borboletas dançavam ao nosso redor. A mamãe parecia um anjo de tão linda, ela estava usando um vestido que ia até seus pés na cor branca, me empurrando no balanço, e eu ria alto, sentindo o vento bater no meu rosto.— Mais alto, mamãe! — Eu gritava, e a mamãe ria junto comigo.Após brincar no balanço, nos sentamos em uma toalha de piquenique xadrez verde e branca. A mamãe tirou sanduíches, suco de laranja e biscoitos de chocolate da cesta, todos do jeitinho que eu gostava. — Esses são meus favoritos! — Digo olhando as guloseimas sobre a toalha. — Olha, mamãe, um coelhinho! — Eu disse, apontando para um coelho branco que pulava perto de nós. A mamãe sorriu e acariciou meu cabelo, seus olhos estavam cheios de amor.— Sim, querida. É lindo, não é? — Ela disse, sua voz suave e reconfortante.Depois do piquenique, caminhamos de mãos dadas até o lago, onde lindos patinhos amarelos na