EduardoNão conseguia mais dormir; a imagem de Savanna sangrando não saía da minha cabeça. O medo e a dor que senti no pesadelo ainda me assombravam. Levantei-me lentamente, o suor frio escorrendo pela minha testa, nem a conversa com Stella me acalmou. Decido tomar outro banho, na esperança de afastar o pesadelo dos meus pensamentos.Após o banho, fui para o meu escritório. Lá, um retrato de Savanna pendia na parede, em frente à minha mesa. Não era tão grande como o do quarto, mas ainda assim tinha um tamanho significativo. Ela estava linda num vestido verde, o sorriso mais discreto, mas ainda assim poderoso. O quadro, com sua imagem, emanava uma graça que parecia envolver todo o ambiente, tornando a sua presença dolorosamente real.Ao olhar para ele, senti um aperto no coração, uma mistura de saudade e culpa que quase me sufocava. As memórias inundaram-me, cada detalhe do seu rosto trazendo à tona um turbilhão de emoções. A saudade era quase insuportável, uma dor que parecia corroer-
BellaEu estava no parque com a mamãe, e tudo era tão bonito. As flores coloridas estavam por toda parte, e borboletas dançavam ao nosso redor. A mamãe parecia um anjo de tão linda, ela estava usando um vestido que ia até seus pés na cor branca, me empurrando no balanço, e eu ria alto, sentindo o vento bater no meu rosto.— Mais alto, mamãe! — Eu gritava, e a mamãe ria junto comigo.Após brincar no balanço, nos sentamos em uma toalha de piquenique xadrez verde e branca. A mamãe tirou sanduíches, suco de laranja e biscoitos de chocolate da cesta, todos do jeitinho que eu gostava. — Esses são meus favoritos! — Digo olhando as guloseimas sobre a toalha. — Olha, mamãe, um coelhinho! — Eu disse, apontando para um coelho branco que pulava perto de nós. A mamãe sorriu e acariciou meu cabelo, seus olhos estavam cheios de amor.— Sim, querida. É lindo, não é? — Ela disse, sua voz suave e reconfortante.Depois do piquenique, caminhamos de mãos dadas até o lago, onde lindos patinhos amarelos na
EduardoFinalizamos a ligação, mas fiquei nervoso porque ela estava linda com aquele vestido colorido e uma jaqueta jeans por cima. Essa maldita semana vai demorar a passar. Desço na cozinha, como um lanche frio de presunto e queijo, me sirvo uma dose de whisky e volto para o quarto, mas prefiro ficar na varanda, estava uma noite agradável. Não demora muito meu celular começa a tocar.Respiro fundo antes de atender a chamada de vídeo, tentando organizar meus pensamentos. Dou um gole no whisky, sentindo o líquido quente descendo pela garganta, e atendo a chamada.— Oi, Princesa, — Digo, tentando manter a voz calma apesar da agitação interna.— Oi! Como você está? E a Bella? — Ela sorri, e meu coração dá um salto. — Estou bem, só um pouco sobrecarregado com o trabalho, e a Bella já está dormindo. — Respondo, tentando não deixar transparecer o quanto a saudade me afeta, e quanto a minha conversa com a Bella, prefiro não contar por telefone.— Você parece cansado, — Ela observa, seu olh
StellaCombinei com Paloma que quinta-feira de manhã, faremos um tour por Milão, já que nós duas estávamos no turno da noite, eu disse que me recusava a ir para casa sem antes conhecer um pouquinho de Milão. Como combinado às sete e trinta nós duas estávamos na porta principal do hotel com nossas mochilas, tênis, shorts, camiseta e boné. Estava fazendo muito calor esses dias.Minha câmera abre mostrando o sol brilhante de Milão. Confesso que sou uma turista curiosa e animada, ainda bem que Paloma é como eu! Caminhamos pela Piazza del Duomo, admirando a imponente Catedral de Milão, entramos para tirar fotos.— Uau, que magnífica! A Catedral é ainda mais impressionante pessoalmente!— Stelinha, estou de boca aberta, compensou deixar o rim para entrar! — Ela diz sorrindo.— Exagerada, o ingresso não foi tão caro assim! — Tivemos que abafar a risada com nossa mão, já que uma senhorinha olhou feio para nós duas.— Mas valeu a pena sendo euro, é simplesmente perfeita. A arquitetura dela é d
StellaRetorno ao hotel em silêncio, com a certeza de que era o meu pai. Paloma não me questiona, deve estar achando que estou cansada, o que também não é mentira.Entro no meu quarto, tomo um banho ainda pensando naquele homem. Decido ligar paro o Léo.— Oi, meu amor, está tudo bem por aí? — Pergunto assim que ele atende.— Oi, está, sim, estou feliz demais, acredita que devolveram minha moto! Do nada o policial chegou com ela na casa dos nossos pais e o pai veio deixar a moto aqui em casa, já que estou morando oficialmente com a Emma.— Nosso maninho, estou muito feliz por você! Ela está detonada? — Pergunto fazendo uma careta.— Não, até parece mais nova para dizer a verdade. Que louco né! — Ele diz pensando no que falei.— Quando papai entregou para você? — Pergunto.— Agora pouco. — Ele responde.“Quem era aquele homem, então? Ele era idêntico ao papai”. — Penso.— Está tudo bem Stella? — Léo pergunta.— Sim, eu só estou cansada. No final de semana já estou voltando e prometo ir
Stella Quando chegamos, fomos recebidos pelo Michael, e a carranca que o Eduardo ficou quando ele me abraçou apertado, daquele jeito que levanta a pessoa, foi a melhor.— Que bom que você chegou, não aguentava mais o Eduardo reclamando. — Sorrio e o Edu mostra o dedo do meio para ele. Entrem, minha mãe está doida para te conhecer. Dado você já é de casa.Entro com um pouco de vergonha, mas Eduardo segura firme na minha mãe e me olha sorrindo.— Relaxa, ela vai te adorar. — Ele beija minha bochecha e chegamos à sala onde Bella brincava com uma moça loira, linda por sinal, ela parece a boneca Barbie, sorrio com simpatia, ela faz cara de nojo levanta sem me cumprimentar e sai da sala, Bella corre e me abraça.— Estava com saudades, tia, achei que tinha ido embora. — Ela diz olhando com aquelas burcas verdes para mim. Me abaixo para ficar na sua altura e digo:— Prometo que só vou embora quando você e seu pai não me quiserem mais ao lado de vocês. — Digo intercalando o olhar entre eles.
EduardoEssa semana sem Stella está sendo uma tortura. Ela não sai dos meus pensamentos.Hoje me encontro com o senhor Buick para encontrar com o delegado do caso dos marginais que agrediram Leonardo. Ver esses criminosos presos será um alívio. Depois, temos uma reunião para discutir o que ele já descobriu sobre o pai de Stella.— Chloe, estarei fora a manhã inteira, só volto após o almoço. Qualquer emergência, procure Michael. Se necessário, ele entra em contato comigo.— Quer que eu reserve um almoço a dois em algum restaurante? — Ela pergunta com um sorriso de lado que me irrita. Se ela não fosse tão competente, já a teria despedido.— Abotoe seus botões. Aqui é um ambiente de trabalho, não de lazer com os amigos. Eu me viro com o almoço. — Saio sem me despedir, pois Buick já me espera.Alguns minutos depois, Ernandes estaciona em frente à delegacia. Sigo direto para a sala do delegado.— Bom dia, senhor Hoork. Estávamos à sua espera. — Buick diz ao me ver. — Senhor Hoork, este é o
EduardoNo carro de volta para Boston, fico pensando na audácia do tal Richard em me enfrentar. Ele é um nada, como uma barata que matamos com um pisar, sem esforço algum. Se ele continuar a se meter no meu relacionamento com Stella, terá o que merece.Chego à escola e vejo Bella correndo para me abraçar. Dou um beijo em seus cabelos dourados e pergunto:— Como foi seu dia, princesa?— Bem, hoje aprendemos sobre as diferentes emoções que sentimos. São muitas, não são, papai?— São, sim, meu amor. — Ernandes abre a porta e ela faz um toque de mãos com ele antes de entrar. Sorrio da brincadeira deles.— Papai! Onde está a tia Stella? Ela não é mais a sua namorada? — Fico surpreso com a pergunta. Desde que conversamos, nem eu, nem ela tocamos mais no assunto.— Ela é sim a minha namorada, mas está em um curso na Itália. Estás com saudades dela?— Não, só da comida dela. A vovó Abi não sabe fazer os pratos que ela faz. — Sorrio do jeito despreocupado dela de dizer, claramente mostrando qu