EduardoApós os carinhos de saudade, ajudo Stella a tomar banho. Quando terminamos, seu almoço já a esperava no quarto.Enquanto ela almoça, me pergunta:— Como foi o encontro da Bella com os irmãos?Sorrio ao me lembrar da cena mais emocionante da minha vida.— Foi uma das coisas mais lindas e emocionantes que já vi.— Não acredito que perdi isso. — Ela diz fazendo um biquinho, com lágrimas nos olhos.— Não fique assim, minha vida. — Faço carinho em seu rosto, aproveitando para secar algumas lágrimas que escorrem por sua face. — Não foi sua culpa. E eu filmei para você. — Digo a última frase com um sorriso no rosto.Ela levanta o olhar, e o brilho em seus olhos aquece meu coração.“Deus, como amo essa mulher. Por favor, faça-a entender que eu a amo pelo que ela é, e não pelo coração que bate em seu peito." — Faço uma prece silenciosa enquanto admiro a bela mulher à minha frente.Retiro o celular do bolso, procuro o vídeo e digo:— Antes de mostrar o vídeo, vou te contar como ela esta
StellaMeu coração bate acelerado a cada passo que Eduardo dá. A expectativa de ver meus filhos faz meu corpo inteiro tremer de ansiedade. Entramos na UTI, que agora é uma sala exclusiva para nossos pequenos, vigiada com segurança vinte e quatro horas por dia.— Mamãe, vem, vou apresentar meus irmãozinhos! — Bella diz, toda empolgada.Edu me ajuda a levantar, e todo o tempo duas enfermeiras me acompanham, além de Eduardo, sempre presente ao meu lado.— Este é o mais preguiçoso, ele é o Bento. — Bella aponta para o primeiro berço com um sorriso. — Acorda, preguicinha, a mamãe veio te conhecer! — Ela fala com a voz mais doce que já ouvi.Bento se mexe levemente, estica os bracinhos, mas logo volta a se encolher. Meu coração se derrete ao vê-lo, tão frágil e sereno.Eles estão apenas de fraldinhas, todos recebendo oxigênio. Eu me aproximo, com um nó na garganta, e faço um carinho suave em sua cabecinha. Ele enruga a testa e resmunga baixinho, arrancando de mim um sorriso entre lágrimas.
StellaUm mês e pouquinho se passou, e graças a Deus, hoje vamos para casa com os trigêmeos. A ansiedade é enorme, não só para mim, mas também para nossas famílias e amigos, que estão nos aguardando em casa.Bella está especialmente ansiosa. Ela passou a manhã inteira arrumando o quarto dos irmãos, querendo que tudo estivesse perfeito para a chegada deles.Edu decidiu que precisamos de uma casa nova, um lugar sem lembranças antigas, sem história, onde possamos criar as nossas próprias memórias. Achei um pouco desnecessário, mas concordei.Já vimos algumas opções pelo catálogo on-line da corretora e combinamos de visitar algumas na próxima semana, para os nossos pequenos poderem se acostumar ao novo lar.Chegamos em casa. Edu segura minha mão e a beija com carinho. Ele pega os bebês conforto de Benício e Beatriz, enquanto eu pego o de Bento. Quando entramos na sala, o cheiro inconfundível de casa, o som reconfortante das vozes familiares me envolvem como um abraço caloroso. Depois de t
StellaNiccolo, meu avô, irrompe pela porta com Alex logo atrás, tentando detê-lo em vão.— Desculpe, senhor Hoork, ele invadiu e eu não consegui pará-lo. — Alex diz, ofegante.— Tudo bem, pode deixar, Alex. — respondo, minha voz firme, mas por dentro já sentindo o caos se aproximar.— O que faz aqui, vovô? — Matteo pergunta, a tensão evidente em sua voz.Niccolo cambaleia, sua língua enrolada pelas palavras amargas que insiste em cuspir.— Você é um traidor, assim como sua avó e o seu pai. — O cheiro forte de álcool emana dele, como uma nuvem tóxica que envenena o ambiente. — Vocês me traíram! — Ele grita, a voz rasgando o ar e assustando Bento, que começa a chorar. Bella rapidamente se aproxima do irmãozinho, tentando acalmá-lo.— Não grite, vovô! Está assustando meus irmãozinhos! — Bella pede, sua voz tremendo de medo e preocupação.Mas Niccolo não tem piedade. Seus olhos se tornam fendas de ódio puro.— Estou pouco me fodendo, sua pirralha! — Ele a empurra com força, e ela só não
StellaA tensão na sala dissipou-se lentamente após a saída dos policiais com Niccolo. O silêncio pesava no ar, quase palpável, enquanto todos ao redor tentavam retomar o fôlego. Minha cabeça ainda girava com a confusão dos últimos minutos. Virei-me para Edu, mas ele estava com o olhar fixo na porta, os punhos cerrados, respirando profundamente, como se tentasse controlar a raiva.Quando finalmente nos encontramos a sós, no quarto, a porta fechada bloqueando o mundo exterior, eu sabia o que ele estava prestes a falar. A fúria estava estampada no rosto dele, sei que fiz errado, agi por impulso colocando minha vida em risco, na hora a única coisa que eu queria é evitar uma tragédia, em momento algum pensei que o meu avô pudesse atirar em mim. Não conseguia mais suportar o silêncio, então perguntei:— Você está chateado comigo? — minha voz saiu mais trêmula do que eu gostaria.Ele se virou abruptamente, o olhar duro, mas cheio de uma preocupação que me perfurava.— Por que você fez aquil
StellaSeguimos até o quarto dos bebês, onde encontramos nossos três pequenos amores choramingando. Eles estavam inquietos, mexendo-se nos berços, e o som de seus choros parecia ecoar por toda a casa. Peguei Beatriz no colo, enquanto Edu fazia o mesmo com Benício. O calor dos seus corpos pequenos, o jeito como se aninharam em nós, fez meu coração se aquecer.— Acho que eles só queriam um pouco de atenção, — murmurei, balançando suavemente a Beatriz, que já coçava os olhinhos. Edu olhou para mim e sorriu, um sorriso que transbordava amor, aquele momento lindo que estávamos fez meus olhos lacrimejarem.— E nós vamos dar toda a atenção do mundo a eles, — ele respondeu, aproximando-se e beijando minha testa e da Bia. Ficamos ali, balançando nossos filhos até que se acalmaram, o amor que sentíamos um pelo, outro e por nossa pequena família preenchendo o ambiente.Apesar da interrupção, ou talvez por causa dela, a noite se tornou ainda mais especial. No final, deitamos novamente, agora com
EduardoStella para, congelada. O impacto da revelação está nos olhos dela. Ela se afasta devagar, buscando distância para processar.— Savanna… sua esposa… — O sussurro sai com dificuldade, as palavras quase inaudíveis enquanto ela tenta absorver o significado. Sua mão treme ao levá-la ao peito, onde o coração bate firme. Um coração que, agora, ela sabe, pertenceu à minha falecida esposa. — Eu… eu não sei o que dizer. — Sua voz soa frágil enquanto ela se apoia na penteadeira.O medo me domina. Dou um passo, mas ela levanta a mão, me impedindo de prosseguir. O silêncio entre nós cresce, denso, chega ser palpável. Stella caminha lentamente até a cama, onde ela senta fitando as mãos, sua respiração está irregular.— Você sabia? — A dor e a incredulidade marcam sua voz.— Não, eu descobri no dia do parto. Foi um choque para mim também. Eu doei os órgãos dela, mas nunca soube quem os recebeu. Quando soube, não quis te estressar… você havia acabado de dar a luz aos nossos filhos, que ficar
EdwardConforme as semanas passam, recebo cada vez mais fotos dos meus netinhos. O segurança que contratei continua a me atualizar sobre a vida deles. Bia, Bentinho e Beni estão crescendo rapidamente, e cada nova imagem aquece meu coração. Bella, agora uma garota adorável, também faz parte dessas lembranças que me chegam.Eles parecem tão frágeis e, ao mesmo tempo, tão cheios de vida, irradiando força. Deveria ser um período de pura alegria para nossa família, mas um evento em particular ainda ecoa na minha mente, manchando esses momentos com uma sombra que insiste em permanecer.Helene estava sentada no sofá da pequena sala do nosso quarto de hotel, folheando uma revista de moda. Aquele som das páginas virando parecia um tique-taque de uma bomba-relógio em minha cabeça. Não conseguia mais suportar aquele cenário de indiferença e vazio. Eu a observava, sentindo a raiva crescer, uma fúria que vinha sendo alimentada por anos de negligência e frustração.E nunca a amei, nosso casamento f