Eduardo — Quem é, Leonardo? — Encosto o carro com urgência, sentindo meu coração disparado, enquanto olho fixamente para Léo. — Ela não está aqui. — Léo responde cabisbaixo, evitando meu olhar. — Por que está dizendo isso? É ela? Na mensagem? — Pergunto desesperado, minha voz tremendo, enquanto Léo baixa a cabeça, incapaz de falar. Arranco o telefone das mãos de Léo e leio a mensagem repetidamente, sentindo cada palavra pesar como uma pedra em meu coração. Número desconhecido: Oi, maninho. Tenho certeza que Eduardo já passou por aí, mas não quero que fique preocupado, estou bem! Só preciso respirar e pensar no que vou fazer. Nunca se esqueça que te amarei para sempre, meu porqueira preferido! Amo vocês! Beijos no coração! Uma onda esmagadora de dor e desespero me consome. Apoio os cotovelos no volante e choro copiosamente, meu corpo tremendo com os soluços. — Deus, como vou recuperar minha garota? Não faz isso comigo, traz ela para mim! Por favor, traz ela de volta… — sussu
Stella— Então doutor, tem algum problema?— Não sei se posso classificar como um problema em si, mas… — Interrompo-o, pois estou preocupada e não preciso de meias verdades.— Mas o que doutor? Quero saber a verdade, não me esconda nada.— Então senhorita… — Ele olha ficha, o que me deixa mais nervosa, foi o senhor Yang quem a fez e se o Eduardo procurar por registros médicos, pode me encontrar. — Stella Bonavalle, — Arregalo os olhos para senhor Yang, que me retribui com um sorriso, mas volto rapidamente a atenção ao médico. — Algum problema com o seu nome? — Não, nenhum! Continue falando sobre meus bebês, por favor.— Certo, então, não são dois bebê. — Coloco a mão no meu coração.“Oh, meu Deus, eu perdi um bebê? Nunca vou me perdoar…” — Paro com meus devaneios quando o doutor diz:— São três. — Olho para o Doutor sem acreditar no que ouvia, ele sorri com minha cara surpresa, e com um inglês carregado de sotaque francês ele arrisca em dizer:— Conte comigo, um, dois, três.— Oh, meu
StellaAssim que Matteo desliga, eu preciso correr no banheiro, assim que saiu Monalisa está me aguardando com um copo com água.— Obrigada, acho que vou deitar, tenho que ficar de repouso, e se ficar na sala, vou sempre inventar algo para sair do sofá.— Faz isso, querida, qualquer coisa pode me chamar. — Confirmo com a cabeça, e volto para o quarto.Tiro um cochilo, pois fico muito fraca após vomitar, ao acordar, verifico o celular e tem algumas mensagens do Matteo.Primeira mensagem;“Oi, mana!Por que foi embora assim? Por que não me procurou? Juntos para sempre, lembra? Seu problema é meu problema! Esqueceu nossa promessa, nosso juramento de gêmeos? Estou triste por não confiar em mim!”Segunda mensagem:“Sei que o que está passando não deve ser fácil, ainda mais toda essa confusão que aconteceu. No dia que descobri estar grávida, descobre também que são dois, gêmeos como nós, e no mesmo dia que revelará foi ser surpreendida com uma cena nada inusitada.Mana, acredita em mim, hou
LeonardoEstou na casa do Eduardo, sentado no jardim, em um banco abaixo de uma árvore, ele está fazendo a Bella dormir, a coitadinha ainda estava muito assustada quando chegamos em casa.Me pego pensando, onde está minha irmã, se ela está bem, se está alimentando, cuidando dela e dos bebês… Ainda não consigo entender, como Stella foi capaz de ir embora sem falar comigo.Nós éramos inseparáveis, depois do transplante então, nos unimos mais ainda. Ela sempre foi minha outra metade, e não saber onde ela está, ao mesmo tempo que me sinto traído, me sinto um inútil, um péssimo irmão. Será que ela não confia mais em mim?Minha briga interna é interrompida pelo toque do meu celular, anunciando que chegou uma mensagem. Pego rapidamente, pois Emma ficou de me avisar como foi no trabalho. Ela decidiu trabalhar para o Eduardo, e hoje pediria demissão e entregaria a casa.Moraremos com o Eduardo até arrumarmos uma casa para nós dois. Eu também estou procurando emprego na minha área, mas prometi
Eduardo— Papai, quero a tia Stella, onde ela está? — Bella pergunta entre lágrimas.Respiro fundo sem saber ao certo o que responder.— Minha princesa, a tia Stella precisa de um tempo só dela, ela está passando por um momento de adaptação, e está um pouco nervosa com o papai.— O que aconteceu? Eu quero a tia Stella, liga para ela, papai, liga por favor.— Eu queria muito poder fazer isso princesa, mas infelizmente eu não tenho o número do telefone dela, ela trocou e não passou para o papai.— Ela me prometeu que não ia embora, que não ia me abandonar como a mamãe. — Abraço-a com carinho e choramos juntos pela falta que Stella faz.— Prometo que vou trazer a tia Stella para casa, mas não consigo te dizer quando. E quer saber uma novidade? — Pergunto.Ela me olha com seus olhinhos brilhando pelas lágrimas que ainda descem por sua face. Enxugo-as com carinho, enquanto ela diz que sim com um movimento de cabeça.— Tia Stella está grávida, ela está esperando dois irmãozinhos, ou irmãs,
Matteo— Paloma, não é tão fácil assim, não são segredos meus.— Estou a noite inteira preocupada com a minha amiga, então desembucha.Coço a cabeça, sem saber o que fazer, Paloma levanta o celular com o visor brilhando o nome de Eduardo.— Fanculo! Proponho tomarmos um café em outro lugar. — Ela concorda e me segue para a cafeteria próximo ao restaurante.Conto tudo para ela, que me olha surpresa, em momento algum ela me interrompe, deixando-me livre para contar tudo.— Entende porque quero ajudá-la, e o porquê estou a escondendo.— PUTA QUE PARIU. — Ela grita tampando a boca. — Essa história está parecendo aquelas novelas mexicanas. Mas ela não sabe ainda? Que… hã… você sabe.— Não, fui covarde e não tive coragem, de contar.— Frouxo. Olha, guardarei seu segredo, mas quero que me mantenha informada de cada passo da minha amiga.— Pode deixar, prometo que vou te contar tudo. Agora precisamos ir para o restaurante, tem um tempo que estamos aqui.— Vamos, mas cara, eu estou processando
EduardoDeixo Leonardo dormindo e sigo para o restaurante do Bonavalle, engolindo meu orgulho a cada passo. Sem contar as lembranças que o lugar remete. Sem pensar muito, entro e me dirijo diretamente à recepcionista.— Gostaria de falar com o Chef. — A minha voz carrega uma urgência que eu não consigo disfarçar.Ela me observa com um olhar de avaliação.— Tem reserva? — Pergunta, com uma pitada de formalidade.— Não vou jantar, só quero ter umas palavrinhas com ele. — Respondo, tentando manter a calma, mas a impaciência me trai.— Qual seu nome? — Ela pergunta me encarando.— Eduardo Hoork. — Digo a olhando intensamente, para que ela se toque e o chame logo.— Claro, vou verificar se ele pode atendê-lo.Alguns minutos se arrastam, e então Matteo aparece, seu semblante carregado de um tipo de seriedade que só aumenta meu desconforto.— Não sei onde Stella está. — Ele começa, antes mesmo que eu possa abrir a boca.Sinto um peso no peito. Se Matteo não sabe, então minha última esperança
Stella Olho pela janela, e apesar do sol brilhando lá fora, o quarto está um pouco gelado, uma sensação que parece ecoar a confusão na minha mente e no meu coração. As incertezas dançam de mãos dadas com a saudade. Acho que hoje será mais um daqueles dias típicos de me empacotar com roupas de frio. Lembro-me que tanto eu quanto Emma sempre reclamávamos do frio. Estou morrendo de saudades dela. Acho que ela está muito brava comigo por sumir e não ter dado notícia alguma, e não tiro sua razão. Por mais que Leo deva dizer a ela como estou, não é o mesmo que falar com ela. Faço o que estou ensaiando há semanas, respiro fundo e crio coragem para apertar o botão e concluir a ligação. — Alô. — Ela atende no terceiro toque. Começo a chorar assim que escuto sua voz. Ela sempre foi como irmã para mim! Com a voz tremula pergunto: — Vo... você me perdoa? — Ela fica um tempo em silêncio. — Puta que pariu! Stella, é você? — Pergunta ela surpresa. — Sim, estou morrendo de saudades. — Digo e