StellaAssim que Matteo desliga, eu preciso correr no banheiro, assim que saiu Monalisa está me aguardando com um copo com água.— Obrigada, acho que vou deitar, tenho que ficar de repouso, e se ficar na sala, vou sempre inventar algo para sair do sofá.— Faz isso, querida, qualquer coisa pode me chamar. — Confirmo com a cabeça, e volto para o quarto.Tiro um cochilo, pois fico muito fraca após vomitar, ao acordar, verifico o celular e tem algumas mensagens do Matteo.Primeira mensagem;“Oi, mana!Por que foi embora assim? Por que não me procurou? Juntos para sempre, lembra? Seu problema é meu problema! Esqueceu nossa promessa, nosso juramento de gêmeos? Estou triste por não confiar em mim!”Segunda mensagem:“Sei que o que está passando não deve ser fácil, ainda mais toda essa confusão que aconteceu. No dia que descobri estar grávida, descobre também que são dois, gêmeos como nós, e no mesmo dia que revelará foi ser surpreendida com uma cena nada inusitada.Mana, acredita em mim, hou
LeonardoEstou na casa do Eduardo, sentado no jardim, em um banco abaixo de uma árvore, ele está fazendo a Bella dormir, a coitadinha ainda estava muito assustada quando chegamos em casa.Me pego pensando, onde está minha irmã, se ela está bem, se está alimentando, cuidando dela e dos bebês… Ainda não consigo entender, como Stella foi capaz de ir embora sem falar comigo.Nós éramos inseparáveis, depois do transplante então, nos unimos mais ainda. Ela sempre foi minha outra metade, e não saber onde ela está, ao mesmo tempo que me sinto traído, me sinto um inútil, um péssimo irmão. Será que ela não confia mais em mim?Minha briga interna é interrompida pelo toque do meu celular, anunciando que chegou uma mensagem. Pego rapidamente, pois Emma ficou de me avisar como foi no trabalho. Ela decidiu trabalhar para o Eduardo, e hoje pediria demissão e entregaria a casa.Moraremos com o Eduardo até arrumarmos uma casa para nós dois. Eu também estou procurando emprego na minha área, mas prometi
Eduardo— Papai, quero a tia Stella, onde ela está? — Bella pergunta entre lágrimas.Respiro fundo sem saber ao certo o que responder.— Minha princesa, a tia Stella precisa de um tempo só dela, ela está passando por um momento de adaptação, e está um pouco nervosa com o papai.— O que aconteceu? Eu quero a tia Stella, liga para ela, papai, liga por favor.— Eu queria muito poder fazer isso princesa, mas infelizmente eu não tenho o número do telefone dela, ela trocou e não passou para o papai.— Ela me prometeu que não ia embora, que não ia me abandonar como a mamãe. — Abraço-a com carinho e choramos juntos pela falta que Stella faz.— Prometo que vou trazer a tia Stella para casa, mas não consigo te dizer quando. E quer saber uma novidade? — Pergunto.Ela me olha com seus olhinhos brilhando pelas lágrimas que ainda descem por sua face. Enxugo-as com carinho, enquanto ela diz que sim com um movimento de cabeça.— Tia Stella está grávida, ela está esperando dois irmãozinhos, ou irmãs,
Matteo— Paloma, não é tão fácil assim, não são segredos meus.— Estou a noite inteira preocupada com a minha amiga, então desembucha.Coço a cabeça, sem saber o que fazer, Paloma levanta o celular com o visor brilhando o nome de Eduardo.— Fanculo! Proponho tomarmos um café em outro lugar. — Ela concorda e me segue para a cafeteria próximo ao restaurante.Conto tudo para ela, que me olha surpresa, em momento algum ela me interrompe, deixando-me livre para contar tudo.— Entende porque quero ajudá-la, e o porquê estou a escondendo.— PUTA QUE PARIU. — Ela grita tampando a boca. — Essa história está parecendo aquelas novelas mexicanas. Mas ela não sabe ainda? Que… hã… você sabe.— Não, fui covarde e não tive coragem, de contar.— Frouxo. Olha, guardarei seu segredo, mas quero que me mantenha informada de cada passo da minha amiga.— Pode deixar, prometo que vou te contar tudo. Agora precisamos ir para o restaurante, tem um tempo que estamos aqui.— Vamos, mas cara, eu estou processando
EduardoDeixo Leonardo dormindo e sigo para o restaurante do Bonavalle, engolindo meu orgulho a cada passo. Sem contar as lembranças que o lugar remete. Sem pensar muito, entro e me dirijo diretamente à recepcionista.— Gostaria de falar com o Chef. — A minha voz carrega uma urgência que eu não consigo disfarçar.Ela me observa com um olhar de avaliação.— Tem reserva? — Pergunta, com uma pitada de formalidade.— Não vou jantar, só quero ter umas palavrinhas com ele. — Respondo, tentando manter a calma, mas a impaciência me trai.— Qual seu nome? — Ela pergunta me encarando.— Eduardo Hoork. — Digo a olhando intensamente, para que ela se toque e o chame logo.— Claro, vou verificar se ele pode atendê-lo.Alguns minutos se arrastam, e então Matteo aparece, seu semblante carregado de um tipo de seriedade que só aumenta meu desconforto.— Não sei onde Stella está. — Ele começa, antes mesmo que eu possa abrir a boca.Sinto um peso no peito. Se Matteo não sabe, então minha última esperança
Stella Olho pela janela, e apesar do sol brilhando lá fora, o quarto está um pouco gelado, uma sensação que parece ecoar a confusão na minha mente e no meu coração. As incertezas dançam de mãos dadas com a saudade. Acho que hoje será mais um daqueles dias típicos de me empacotar com roupas de frio. Lembro-me que tanto eu quanto Emma sempre reclamávamos do frio. Estou morrendo de saudades dela. Acho que ela está muito brava comigo por sumir e não ter dado notícia alguma, e não tiro sua razão. Por mais que Leo deva dizer a ela como estou, não é o mesmo que falar com ela. Faço o que estou ensaiando há semanas, respiro fundo e crio coragem para apertar o botão e concluir a ligação. — Alô. — Ela atende no terceiro toque. Começo a chorar assim que escuto sua voz. Ela sempre foi como irmã para mim! Com a voz tremula pergunto: — Vo... você me perdoa? — Ela fica um tempo em silêncio. — Puta que pariu! Stella, é você? — Pergunta ela surpresa. — Sim, estou morrendo de saudades. — Digo e
StellaFico sem fala, meu coração disparado, o desejo de correr para os seus braços me consumindo. Respiro fundo, tentando controlar a emoção, e digo:— Assim que o médico me liberar voltarei para casa.— Aconteceu alguma coisa com vocês? Stella, você está bem, meu amor? Meu coração se aquece ao ouvir “meu amor”. Respiro, saboreando cada sílaba:— Repete. — Peço, com um sorriso tímido.— O quê? — Ele pergunta, confuso.— Meu amor. — Digo, sorrindo, meu coração se derretendo com aquelas palavras.— Me diga onde está, que falarei pessoalmente.— Edu… — Digo hesitante, olhando ao redor do quarto que não é meu lar. Como posso pedir para ele vir, sem consultar Matteo? Edu percebe minha hesitação e diz:— OK, estou feliz por poder falar com você. Me avisa quando estiver voltando, que estarei te esperando. Desculpa por não dizer o quanto te amo antes. Eu te amo minha ninfa.Lágrimas começam a rolar pelo meu rosto.“— Deus, como é possível eu ainda ter lágrimas?” — Questiono enquanto as compo
Dois dias antes...EduardoAssim que senhor Burick, falou do sobrenome verdadeiro do pai da Stella, foi como se o quebra cabeça encaixasse. Finalmente entendo por que Matteo a protege tanto.“Ele nunca a quis, com exceção daquele dia no bar, que estavam bêbados.”Pego as chaves do carro, e dirijo até o restaurante, encontrando-o fechado, então ligo para ele.— Bonavalle.— É o Hoork, preciso te ver.— O que você quer? Já te disse que não sei onde Stella está. — Ele diz mentindo mais uma vez.— Tem certeza? Você é parente dela, não é?— De onde tirou isso? — Ele pergunta.— Me encontre e te conto. — Digo, ele fica em silêncio por um tempo, depois diz:— Ok, vou te passar meu endereço. Venha aqui, é mais tranquilo.— Perfeito.Sigo para o endereço dele, assim que entro ele pergunta.— O que você sabe?— O que tem para me contar? — Rebato.— Preciso saber o que você sabe, para te contar o que precisa saber.— Jimmy é Anthony Bonavalle.— Como descobriu? — Matteo cruza os braços.— Não me