StellaPassei boa parte do voo chorando e a outra parte dormindo ou deprimida.A aeromoça do jato foi muito solícita, me deu muito chocolate, para tentar me acalmar.Quando desembarco sinto o friozinho de outono, ajeito o casaco, respiro fundo, sem saber ao certo o que fazer agora.Matteo está sendo muito gentil, me ajudando, mas o que ele me disse não sai da cabeça.“Descobrirá em breve, e eu te amo muito, não como mulher, mas como família”O que ele quis dizer com “Descobrirá”, “Te amo não como mulher”?— Senhorita Melfi?Olho para o senhor robusto, com seus olhinhos puxados e um sorriso gentil.— Me chamo Yang Kanji, sou o motorista da família Bonavalle.— Oh! Sim. Eu não sabia que Matteo havia solicitado.— Não, não, foi a senhora Bonavalle.Arregalo os olhos surpresa! “Caramba, será que ele falou para a mãe dele que eu iria vir? Mas a família dele não é da Itália?”— A senhorita está pronta? — Ele pergunta me trazendo de volta.— Sim, vamos! — Digo sorrindo, tentando ser simpáti
StellaCanso de encarar o aparelho e envio uma mensagem para o Matteo, assim ele anota meu novo número. “Oi, sou eu. A Stella. Chegamos bem, senhor Yang é um amor, vou roubá-lo de você! (Risos) A Monalisa então nem se fala, é um amor de pessoa! Obrigada Matteo, eu não tenho palavras para agradecer o que fez por mim!” Aguardo alguns minutos então chega à resposta.“Finalmente resolveu dizer que está viva! Estava quase pegando um avião e indo pessoalmente ver se estava bem! Fico feliz que tenha gostado deles, e não dou o senhor Yang não, ele é meu companheiro desde que era criança. Já o deixei avisado que você precisa ir a uma clínica hoje, se estiver disposta ele já a espera.” Sorrio com a preocupação e carinho, de Matteo, e respondo:“Certo senhor, vou me arrumar e já vou à clínica. Risos”.Não demora para vir a resposta dele:“Estou falando sério Stella. Vai ver se os bebês e você estão bem! Ainda estou me sentindo culpado em ser seu cúmplice nessa loucura, deveria ter colocado se
EduardoAcordo assustado, dando um pulo do sofá.— Ei, calma aí cara, vai tomar um banho, separei essas roupas para você.— Tiveram notícias da Stella? — Pergunto ainda acordando.— Infelizmente não, tentei com outros amigos e nada — Léo responde cabisbaixo.— Ela costuma fugir assim? — Pergunto olhando para os dois, já que Stella tem Emma como irmã.— Na real, ela nunca fez isso. Acredito que o problema maior nesta história não foi você estar com a tal da Lily, e sim escutar o “eu te amo”, como você contou. Mais cedo ela havia me confidenciado estar com medo de não aceitar os bebês, pois ainda não havia falado que a amava, então como poderia amar os bebês? — Emma diz, e sinto um ódio estrondoso de mim mesmo, como posso ter sido tão idiota, burro, um verdadeiro filho da puta.— Eu amo aquela mulher mais que a mim mesmo, mais até do que um dia amei Savanna! Stella entrou na minha vida como um furacão, ela literalmente mudou tudo na casa com seu jeitinho inocente, suas brincadeiras, sua
Eduardo— Léo, você está bem? — Pergunto enquanto saímos de casa.— Sim, por quê? — Ele responde sem entender.— Digo para dirigir? — Falo encarando-o— Não sei, confesso que não peguei em nenhum veículo, desde o atentado.— Tenta dirigir meu carro, se conseguir, vai dirigindo, enquanto resolvo alguns problemas. — Ele me olha surpreso, mas assente com a cabeça.Léo vai dirigindo enquanto ligo para o Michael.— Caralho, Eduardo, onde você está? — Ele diz bravo assim que atende o celular.— Saindo da cidade da Stella, do que precisa? — Pergunto seco.— Do que preciso? Está zoando com a minha cara? Estou tendo uma reunião atrás dá outra, tendo que cumprir a minha agenda e a sua. O que caralho aconteceu para você sumir desse jeito?— Merda! Não estou com cabeça para os negócios agora, vou ligar para o Jurídico e passar vinte porcento das ações para você, não será mais meu braço direito e sim meu sócio, então cuide da nossa empresa. Quanto a minha secretária, acho que consegui uma, só prec
Eduardo— Edu, você vai mesmo confrontar a mulher que tentou atropelar a Stella? — Leo pergunta.— Sim, vamos à delegacia, como foi ontem ela ainda não foi levada para a penitenciaria.O cansaço, a raiva, a tristeza pela minha ninfa estar longe de mim, dominam meu corpo.Cada poro do meu corpo sente sua falta. Eu pensava enquanto caminhava pelo corredor da delegacia. Leonardo está me acompanhando ansioso para confrontá-la também. O barulho das portas de ferro rangendo cria uma sinfonia de desespero. Assim que chegamos o delegado diz:— Apenas um pode entrar.— Vai você Eduardo, ela não me conhece mesmo. — Leo diz desanimado.Afirmo com a cabeça e sigo para a ala seguinte, acompanhando o delegado. Cheguei à cela de visitas, onde Chloe aguardava, algemada e com um sorriso insano no rosto.— Olá, Eduardo, — ela diz, com sua voz melodiosa de sempre, mas que soava estranha naquele ambiente sombrio da delegacia.Eu a olho com um ódio, minha vontade era enforcá-la ali mesmo.— Chloe. — Digo e
Michael Estava tentando acalmar minha mãe, quando meu pai passou pela porta da sala. Eles são como um casal de novela, apaixonados e qualquer um que os vê juntos, sonha em um dia ter um relacionamento como o deles, menos. Não quero me casar! Isso não é para mim.— O que aconteceu, meu amor? — Ele diz abraçando-a.Me afasto um pouco, enquanto ele seca as lágrimas dela com carinho.— Sua filha vai me deixar louca! — Ele olha para mim confuso enquanto nego com a cabeça.— O que Liliane aprontou para deixar sua mãe neste estado? — Papai pergunta irritado.Conto para ele, tudo o que Lily fez até agora.— E por que não me ligaram? Como está o Eduardo? E a garota, já encontraram?— Infelizmente não a encontraram ainda pai, e Edu está doido atrás dela. — Respondo.— Onde está Lily? — Ele pergunta sério.— No quarto dela, deve estar se vitimizando porque dei um tapa nela. — Minha mãe responde chorosa.— Deixa comigo, vou falar com ela. — Meu pai segue para as escadas, eu o sigo, mas tenho em
Eduardo — Quem é, Leonardo? — Encosto o carro com urgência, sentindo meu coração disparado, enquanto olho fixamente para Léo. — Ela não está aqui. — Léo responde cabisbaixo, evitando meu olhar. — Por que está dizendo isso? É ela? Na mensagem? — Pergunto desesperado, minha voz tremendo, enquanto Léo baixa a cabeça, incapaz de falar. Arranco o telefone das mãos de Léo e leio a mensagem repetidamente, sentindo cada palavra pesar como uma pedra em meu coração. Número desconhecido: Oi, maninho. Tenho certeza que Eduardo já passou por aí, mas não quero que fique preocupado, estou bem! Só preciso respirar e pensar no que vou fazer. Nunca se esqueça que te amarei para sempre, meu porqueira preferido! Amo vocês! Beijos no coração! Uma onda esmagadora de dor e desespero me consome. Apoio os cotovelos no volante e choro copiosamente, meu corpo tremendo com os soluços. — Deus, como vou recuperar minha garota? Não faz isso comigo, traz ela para mim! Por favor, traz ela de volta… — sussu
Stella— Então doutor, tem algum problema?— Não sei se posso classificar como um problema em si, mas… — Interrompo-o, pois estou preocupada e não preciso de meias verdades.— Mas o que doutor? Quero saber a verdade, não me esconda nada.— Então senhorita… — Ele olha ficha, o que me deixa mais nervosa, foi o senhor Yang quem a fez e se o Eduardo procurar por registros médicos, pode me encontrar. — Stella Bonavalle, — Arregalo os olhos para senhor Yang, que me retribui com um sorriso, mas volto rapidamente a atenção ao médico. — Algum problema com o seu nome? — Não, nenhum! Continue falando sobre meus bebês, por favor.— Certo, então, não são dois bebê. — Coloco a mão no meu coração.“Oh, meu Deus, eu perdi um bebê? Nunca vou me perdoar…” — Paro com meus devaneios quando o doutor diz:— São três. — Olho para o Doutor sem acreditar no que ouvia, ele sorri com minha cara surpresa, e com um inglês carregado de sotaque francês ele arrisca em dizer:— Conte comigo, um, dois, três.— Oh, meu