Abro a porta do quarto de Amanda com o hanira nas mãos. Amanda dorme como um anjo. Coloco o prato no aparador e caminho até elaFico observando-a sobre os lençóis. A boca rosa entreaberta com sua respiração tranquila, os cabelos esparramados no travesseiro.Allah! Como ela é linda.Não me canso de admirá-la.Elevo minha mão e toco sua testa para ver se houve queda na temperatura. Sinto-me aliviado em constatar que sim. Quando afasto minha mão, Amanda abre os olhos e sorri.Eu sorrio para ela, feliz de vê-la bem.Contudo, como se caísse em si, ela me olha transtornada e puxa o lençol cobrindo o nariz.—Karan. Não era para você entrar aqui, lembra?—Eu estou de máscara.—Eu sei, mas todo cuidado é pouco.—Ghabiun isso. Fizemos amor.—Ghabiun?—Idiotice.—Pode ser, mas eu prefiro assim.Ele solta o ar.—Fiz a sopa. Vou trazer para você.AmandaEu me sento e sorrio ao ver ele pegando a almofada de cor azul-escuro que costuma ficar num canto da sala.Solto um suspiro cheio de admiração qua
Horas depois....Hospital ChelseaSento-me na cadeira da sala de espera do consultório médico.Solto o ar cheio de tristeza.Deus! É horrível estar aqui novamente. Esse cheiro químico me traz angústia e revira meu estômago.Estar aqui é como abrir uma porta para o passado com tristes lembranças da minha mãe sofrendo em cima de uma cama, ligada há vários tubos.Karan parece perceber meu mal-estar, pois aperta a minha mão forte, me fazendo olhar para ele.—O que foi Amanda? Está passando mal? Você está branca.Exalo.—Esse lugar é horrível. Esse cheiro me faz mal e reaviva lembranças ruins, dos tempos que minha mãe ficou internada.A ruga de preocupação se desfaz e seus olhos se enternecem:—Entendo. Eu sei bem o que é isso. Por que acha que não quero retornar ao meu país? Mas saiba uma coisa, antes você estava sozinha para enfrentar tudo e todos. Hoje você tem a mim e eu a você. E o cordão de duas dobras não se quebra facilmente.Eu me sinto tocada com suas palavras.—Que lindo isso!—
Karan fica claramente emocionado.Esse novo Karan é assim....se emociona toda vez que confesso meu amor.—Você tirou a escuridão que existia dentro do meu peito, me encheu de vida, me encheu de cores.Seu rosto desce e ele me beija com muito carinho, um beijo tão doce que lágrimas vêm aos meus olhos. Eu o puxo forte para mim, sua boca então toma a minha com ímpeto.Nossos corpos agora estão tão unidos que posso sentir o pulsar de seu membro nas minhas coxas, louco para entrar dentro de mim.Mas ele não se apressa....Os minutos passam com muitas beijos, roçar de corpos, pés procurando um do outro, mãos entrelaçadas e depois em todos os lugares do meu corpo...Eu seguro forte seu rosto:—Quero você Karan. Quero você dentro de mim.Ele geme em resposta e seu olhar fica ainda mais ardente, a luxúria mais evidente.Não demora muito, Karan dá à luz ao meu desejo, mas dessa vez ele se lembra de se proteger com a camisinha.Minutos depois estamos pacíficos nos braços um do outro.—Da outra v
Depois do almoço, nos reunimos no jardim para aproveitar a tarde dourada que se estendia como um abraço morno. As árvores balançavam suavemente ao sabor do vento, suas folhas sussurrando segredos que só a natureza entendia. Samantha e Jonas conversavam animadamente sobre as próximas férias que planejavam, suas vozes misturando-se ao canto dos pássaros, enquanto Amanda balançava Natália na rede, uma cena que parecia tirada de uma pintura bucólica.De onde eu estava, sentado em uma cadeira de vime sombreada por um enorme ipê, podia observar tudo com uma tranquilidade que era quase palpável. Mas, por dentro, minha mente não parava. A quietude ao meu redor contrastava com o turbilhão de pensamentos que girava incessante. Gerenciar nossos negócios e ser pai tinha me transformado de maneiras que eu jamais imaginara.— Você está perdido em pensamentos de novo, Karan? — A voz de Amanda, doce e cheia de calor, cortou minha introspecção.Olhei para ela e vi seu rosto iluminado pelo sol que pass
Segunda-feiraA luz suave do amanhecer se infiltrava pelas cortinas do nosso quarto, com seus primeiros raios dourados acariciando o ambiente e anunciando o início de mais uma semana. Eu já estava acordado há alguns minutos, sentado na beirada da cama, meus olhos perdidos na quietude da casa, ainda imersa na calma que precede o turbilhão do cotidiano. O ar fresco da manhã se misturava com o aroma reconfortante do café, que ainda vinha da cozinha, uma promessa de conforto em meio à rotina que sempre se acelerava tão rapidamente.Amanda, ao meu lado, ainda se espreguiçava, os cabelos espalhados sobre o travesseiro, o rosto suavemente iluminado pela luz que entrava pela janela. Era uma visão que eu adorava, o modo como ela se entregava àquele momento de transição entre o sono e a vigília. A tranquilidade de ver ela ali, com o corpo esticado na cama, me trazia um conforto inusitado, como se o simples fato de tê-la ao meu lado tornasse qualquer dificuldade do dia suportável.— Já vai começ
Esse homem a encarava, seu olhar breve, mas carregado de segundas intenções. Era um gesto que eu já presenciara muitas vezes antes, mas naquele momento parecia ter um peso diferente, como se algo em mim estivesse mais atento ao mundo ao meu redor, mais consciente do valor inestimável que ela tinha. Talvez porque, ao observá-la, eu não visse apenas minha esposa, mas a mulher extraordinária que ela era.Amanda era dessas pessoas cuja presença preenchia o espaço sem esforço, mas sem alarde. Era uma força tranquila, um misto de doçura e determinação que cativava quem tivesse a sorte de conhecê-la. Sua força e graça poderiam chamar a atenção de qualquer um, mas sua essência ia além do que os olhos podiam captar. Só quem estivesse disposto a olhar mais fundo entenderia o que realmente fazia dela alguém tão especial.E eu entendia. Não apenas porque a amava, mas porque a admirava. Era como se cada pequeno gesto dela carregasse um mundo de significados, algo que só quem estivesse disposto a e
Amanda Lawrence Jones O simples fato de pensar em me casar com um estranho e morar com ele me arrepia. ―Não sei se farei isso. Parece algo de outro mundo para mim. ―Algo de outro mundo? Isso é mais comum do que você pode imaginar. É um casamento de conveniência. Simples assim ―Samantha comenta. ―Dividir o mesmo teto...não sei não. ―Amanda, meu irmão conhece bem o rapaz. Ele é uma boa pessoa. Ela diz isso pois Vitor trabalha com Karan em um restaurante especializado em comida árabe. Vitor é chefe de cozinha e Karan garçom, mas ainda assim tenho minhas dúvidas. ―Conhece bem mesmo? ―Sim. Pode apostar que sim. E mais! Karan trabalha pra caramba. Ele é garçom. Você quase não o verá. Quando trabalhar, ele estará em casa. Quando ele estiver em casa, você estará trabalhando. Eu ajeito minha máscara no rosto. Ai como odeio isso! Não vejo a hora que chegue à vacina e com ela a imunização contra esse vírus. Quero que esse pesadelo acabe. Como eu não digo nada ela continua: ―Pense co
Amanda Os ingleses são conhecidos por sua pontualidade, mas dessa vez fiz questão de chegar atrasada ao apartamento de Samantha. Não quero passar a imagem de que estou desesperada pelo acordo. Durante todo o dia, minhas preocupações me assolaram, não me deixando em paz nem por um minuto, e cheguei à conclusão de que me casar com esse estranho é o melhor caminho a seguir. Só preciso conhecê-lo melhor para ver se realmente tudo isso dará certo. Seja o que Deus quiser! Toco a campainha, Samantha logo surge na porta, mas, ao invés de me fazer entrar, me empurra para fora. Então me avalia. ― Pelo visto veio direto do trabalho? ― Sim, por quê? ― Ainda bem. Adoro quando se veste assim. Está muito atraente. Estou, mas prefiro o rosto lavado, do que essa maquiagem. Uma bela calça social ou jeans, não importa, do que esse vestido tubinho mostarda. Uma blusa legal ou camiseta, combinando com jaqueta ou blazer. Sapatos de salto baixo do que o alto que uso agora. Mas fazer o quê? Não deu par