“Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados.”
Mahatma Gandhi.
Elisa
Acordei com os olhos inchados. Tomei meu banho e coloquei um short de alfaiataria preto com uma blusa amarela que era justa no busto e conforme descia ia ficando mais solta. Já que ficaria em casa, calcei uma sandália rasteira. Como meu olhos ainda
podiam me entregar, coloquei meus óculos escuros. Eu estava pronta para encontrar minha família e tinha decidido que merecia uma explicação sobre a noite de ontem.Desci graciosamente as escadas, aparentando uma felicidade que eu não tinha, se bobear nunca tive. Cheguei à sala de jantar e Daniel não estava lá. Provavelmente queria evitar encontros. Mas não seria tão fácil assim fugir de mim.
– Bom dia, família. – sorri enquanto me sentava para tomar meu café.
– Bom dia, Elisa. Parece que você acor
“A morte e a vida estão no poder da língua. O que bem a utiliza, come de seu fruto.” Provérbios: 18. 21. Elisa Acordei melhor em relação à noite passada, mas ainda podia sentir meus olhos inchados de tanto ter chorado. Percebi que Tiffany estava deitada a centímetros do meu rosto dormindo numa paz que eu invejava. Ela provavelmente havia tentado me consolar,sem ter muito sucesso na tentativa. Eu estava imersa demais em meus pensamentos para perceber qualquer consolo da parte dela. Tateei a cama até encontrar meu celular, estava perdida no tempo. Olhei as horas e percebi que estava mais que atrasada para o enterro da amiga do Tom. Levantei-me desesperadamente e de uma vez só. Tomei o banho mais rápido da minha vida, acho até que poderia entrar no Guiness Book como a pessoa mais rápida do mundo. Coloquei uma calça jeans num tom escuro com uma blusa preta de alça que possuía um pequeno d
"Uma coisa é certa: o homem que planeja vingança procura manter suas chagas abertas, caso contrário elas podem sarar, e ele desistir." Francis Bacon. Elisa Abri os olhos meio bisonha depois de tanto ter chorado na noite passada. Mas pelo menos tive tempo pra pensar em tudo o que havia acontecido. Tirei algumas conclusões, como por exemplo, que eu estava me fazendo demais de coitada e acabeiconcordando com Daniel no fato de eu estar agindo como criança. Eu podia sofrer o quanto fosse, mas na frente de todos precisava me mostrar superior. Marisa já tinha me ligado umas trocentas vezes e mandado umas duzentas mensagens, mas eu estava a fim de ficar sozinha. Queria pensar em como ter que agir de agora em diante, no que falar e no que não falar. Queria me tornar uma boneca inanimada. Tiffany até um certo tempo aceitou bem o fato de ficar presa no quarto comigo. Porém, depois de algumas
“Não seja orgulhoso o suficiente para se recusar a pedir perdão e a perdoar. Não lute contra seu coração, apenas ouça-o. A razão é algo que se encaixa naturalmente. Faça isso, antes que seja tardedemais.” Sara Aster. Elisa – Marisa, tem certeza que tá legal essa roupa? – perguntei pela milésima vez. – É claro, sua boba! Do jeito que você está linda hoje, até de palhaça você ficaria legal! – disse. – Também não exagera, né? – Tudo bem. Então vou chamar aqueles garotos que não paravam de olhar pra você no shopping. – fez menção de que sairia do quarto. – Mas você já ta pronta? Pretendo chegar naquela boate antes que Daniel vá embora. – Tô sim. – disse enquanto pegava minha bolsa. – Vamos? – Mas é claro! Bom, após toda essa conversa, fomos para a festa. Marisa estava fantasiada de bruxa. Trajava um vestido preto rendado que modelava seu corpo muito bem
“Os sentimentos verdadeiros se manifestam mais por atos que por palavras.” William Shakespeare. -Daniel, alguém pode nos ver. – tentei fazê-lo voltar ao seu quarto. – E? – como assim “e”? Ele não tinha noção do que estava dormindo com a própriairmã? Nenhum irmão fazia isso. – Você não sente como se fôssemos ser queimados vivos caso alguém descobrisse o que estamos fazendo? – Daniel brincava com meus cabelos. – Seu problema é que você pensa demais. – ele se inclinou e me deu um selinho. – Elisa, se pensarmos sempre no que sentimos como uma coisa errada, nunca seremos felizes. – Não queria ter que gostar de você em segredo. – suspirei. - Olha pelo lado bom, pelo menos a pessoa mais importante sabe. - Bobo. – começamos a rir. – AH! – ouvimos um grito de Helen. – SOCORRO! – resmungamos. – A gente tem que ir lá, né? – falou Daniel. – Tem. – disse revoltada. – Se não f
“Às vezes é melhor quando as coisas não são perfeitas. Pelo menos assim, você sabe que é real.”My Life as Liz.Eu estava meio sem noção. A noite passada havia sido meio complicada até certo horário. Notei que Daniel ainda estava ali, dormindo como um anjo. Seu rosto não aparentava preocupação alguma. Não pude deixar de sorrir ao ver aquela imagem perfeita. Dei um selinho nele e no mesmo instante seus olhos de ameixa se abriram.– Bom dia, Maria bonita. – falei enquanto me levantava.– Maria bonita? – passou a mão pelos cabelos.. – De onde você tirou isso, Elisa? Acho que você está conversando demais com a vovó. – brincou.– Não falo com ela há meses. – retruquei.– Então acho melhor voc&e
“O medo de perder algo que amamos é tão desesperador que às vezes parece que o chão irá desabar sobre nossos pés.” Sara Aster. - Vamos entrar? – falei, tentando interromper aquele clima tenso. Ana parecia querer devorá-lo com os olhos, enquanto ele me olhava sem graça. Ana foi na frente e eu aproveitei para puxar Daniel para canto da sala. – Se essa garota ficar se engraçando pra você, eu arrebento a cara dela! – disse de uma vez. – Hey, vamos com calma! Eu não quero nada com ela. Sua amiga não tem a menor chance! – É o que todo homem diz. – falei mais pra mim mesma. – Mas eu não sou um homem qualquer. Eu sou o seu irmão, lembra? – piscou pra mim. – A vida não me deixa esquecer. – suspirei. - Algo me diz que essa visita não vai dar muito certo. – Não se preocupe. Qualquer coisa a gente chama a Marisa. – ele conseguiu arrancar um risinho de mim.
“Prefira ser ferido fisicamente do que emocionalmente, pois você pode colocar um band-aid no dedo, mas não pode colocar um em seu coração.” Autor Desconhecido. - Dan, me perdoa. Eu fui uma idiota, infantil, imatura, eu admito. Mas... por favor... não vamos continuar assim. – Elisa ... – suspirou. – Tá chateado comigo? – perguntei receosa. – Não. – falou indiferente. – Então por que está me tratando assim? – falei impaciente. – Me desculpe, Elisa. Não é minha intenção te tratar assim. – sinalizou com as mãos para que eu fosse sentar ao seu lado. Imediatamente obedeci. - Por favor, não vamos mais brigar por coisas idiotas. Podemos acabar nos magoando e fazendo besteiras. – Eu jamais iria me perdoar se em uma dessas besteiras você virasse pai. – sorri forçado. – Por que você saiu daquela forma? – falei, enquanto me ajeitava na cama, de forma que ficasse em seu colo. – Precis
“Às vezes é melhor estar no fundo do poço, afinal a única opção que nos resta é sair de lá.” Sara Aster. - Elisa, Elisa, acorde. – senti leves batidas no rosto. Aquela voz... abri meus olhos.– Gabriel? – olhei as coisas ao meu redor e percebi que não estava na rua. Estava deitada em uma maca. – Onde estamos? – No hospital. Você desmaiou no meio da rua. – explicou. – Eu lembro que ficou tudo preto. Mas se estamos em um hospital, por que você estava batendo na minha cara? – perguntei. – Me desculpe. É que o desespero foi mais forte. – sorriu sem graça. - Você já estava desmaiada há quase vinte minutos! – Como você sabe que eu desmaiei no meio da rua? – É... é que... a Marisa mandou que eu te seguisse. Ela ficou com medo de que acontecesse alguma coisa e me mandou ir atrás de você. – Hum... – foi o que consegui dizer no momento. – Já liguei pro seu irmão. Ele já está chegando.