Carol era filha única, vinha de uma família de classe média. Seus pais não eram da alta sociedade, mas viviam consideravelmente e confortavelmente bem; eram funcionários públicos. A mãe de Carol apostou tudo em uma gestação de risco por conta da idade avançada e, quando finalmente teve seu sonho realizado, acabou mimando a filha demais. Deram a Carol mais do que deveriam e não ensinaram a filha a ter limites. Carol era uma mulher dada, entendia que ser dona do próprio corpo era ficar e ir pra cama com qualquer um, se tornou interesseira mesmo sem precisar e deixou a inveja nascer em seu coração, inveja da inteligência e depois da vida da amiga Flor.Carol era uma mulher bonita, se cuidava, mas mimada demais para começar a caminhar com seus próprios pés; achava que dinheiro poderia comprar tudo. Em uma das muitas noites de sexo sem compromisso, conheceu um rapaz que lhe apresentou um novo mundo, um mundo perigoso: o mundo das drogas, que oferece a falsa alegria e adrenalina nas veia
Dante parou de insistir na ligação para Flor, mas sentia e sabia que ela não estava segura. Mesmo com o segurança atento a qualquer movimento estranho, o fato é que Carol tinha aberto a porta para Flor e o segurança não sabia que dentro da casa tinha um homem que foi castrad0 por conta das perversidades e que estava com sede de vingança.Da janela dos pequenos cômodos, Felipe avistou o segurança.__Quem é o homem que está lá fora? perguntou para Carol.__É o segurança da vac@ da Flor, acredita?! Agora até segurança ela tem, eu nunca, na minha vida, tive segurança, ah, é muito absurdo mesmo.Felipe teve uma outra ideia, bem mais arriscada.__Mudança de planos, Carol. Melhor do que ver fotos é ver ao vivo. Vamos insinuar ao motorista que a vac@ da Flor está aqui dentro com um homem, o esposo dela mesmo vai ver com seus próprios olhos.Eles gargalharam.__O babaca vai surtar.__Surtar não, parece que ele já é surtado, Flor nunca comentou nada, mas pelo visto, e pelos comentários da gale
Pietro jogou um lençol sobre o corpo de Flor. Ela estava nos braços de Dante.__Acho que ela precisa de atendimento médico.Pietro avançou na garganta de Felipe.__O que deu para minha irmã?Deu um soco na cara de Felipe, que perdeu alguns dentes.__Diga, seu infeliz.Felipe levou mais alguns murros.__GHP.Era uma droga ilícita usada por estupradores, eles usavam para dopar e abusar de suas vítimas.Pietro estava dando um atendimento VIP a Felipe, ele sabia que depois que seu pai, Maciel, colocasse as mãos no cretino, ele nunca mais veria a luz do dia.Dante se dirigiu ao carro, com Flor em seus braços.Se deparou com Maciel em gargalhadas, até entender o que se passava, Bia literalmente arrastava Carol pelo asfalto como as meninas do bairro perigoso costumavam chamar.Carol levava a surra que sua mãe e seu pai deveriam ter dado nela, quando perceberam que ela tinha se tornado mimada, egocêntrica, egoísta e completamente sem limites.Já Bia, parecia que colocava toda sua raiva acumul
Flor tomou café com a filha e o esposo.Maciel veio vê-la com Dida, avisou que Pietro viria mais tarde juntamente com Bia. Pedro e Rafaela também passaram por lá, foi uma verdadeira bagunça no período da manhã.Luiz e Carmen não ficaram sabendo do episódio. Luiz não poderia passar por emoções e Carmen ficaria uma fera se descobrisse que não tinham ligado para ela também dar uma surra em Carol, por isso decidiram não contar.Dante precisou ir à empresa, tinha uma reunião inadiável, pediu ao sogro que fizesse companhia a Flor, não queria deixá-la sozinha, também fez algumas recomendações tanto a ele quanto a Cida, quanto à babá de Linda, mesmo não gostando de conversar, às vezes era obrigado quando se tratava do bem-estar de sua família.__Jura que não vai ficar chateada?__Eu juro de dedinho, pode ir tranquilo, eu estou bem.__Qualquer coisa me ligue que venho correndo.__Eu sei disso, meu amor, você sempre está quando precisamos, eu e Linda temos sorte.__Sempre, vocês são minha prio
Dante chegou e foi direto para o banho. Não queria que Flor perguntasse o que aconteceu e onde ele esteve, mas também não queria mentir para ela, e caso ela insistisse, ele teria que dizer. Flor estranhou a demora de Dante; a reunião não demoraria tanto, e ela já tinha deixado toda a documentação organizada.Flor estava na cozinha e viu quando Dante correu pelas escadas em direção ao quarto. Ela teve certeza de que ele escondia algo. Pegou a filha nos braços e subiu. As roupas dele já estavam no cesto, e ele já estava embaixo do chuveiro, com a porta aberta, algo costumeiro para eles.— O que estava aprontando, Dante Alcântara?Ele colocou a mão no peito, fingindo que tinha se assustado.— Que susto, meu amor, quase me matou!Flor arqueou as sobrancelhas.— Como pode ser tão fingido assim? Quase te matei... ah, ah! Desça, viu? Quero saber detalhes de onde esteve e o motivo da demora. E não demore, senão eu subo aqui e te arrasto!Dante se segurou para não sorrir.— Já desço. Estou fam
Era manhã, Flor dormia e Dante, como sempre, acordou mais cedo para ficar com a filha antes de ir para a empresa. Flor acordava cedo, e aquele momento era rotina deles dois; ele dava o primeiro banho e a primeira mamadeira.Dante achou estranho quando percebeu a movimentação da babá de Flor pela casa. Não era o horário; ela deveria chegar somente às oito da manhã. Foi uma estratégia de Flor justamente para Dante não ficar inquieto. Ele não gostava de ninguém mais rondando pela casa, tinha se acostumado com Cida, porque a senhora era calada e só falava caso perguntassem. Também era limpa, cuidadosa e discreta.Fiorella dormia, mas não por muito tempo, já estava quase na hora dela acordar. Dante estava indo à cozinha preparar um café forte e sem açúcar, como ele gostava. Era sempre assim.— Bom dia, senhor Dante.Dante se limitou, por educação, a balançar a cabeça somente. Essa era uma das conquistas que Flor tinha conseguido: Carmen ficou admirada, porque ele não era de dar nem mesmo u
Brise tinha sido indicação de uma empresa de empregos, foi selecionada com muita atenção por Dante e Flor. Ela não tinha antecedentes criminais, tinha boas recordações dos últimos empregos, e trabalhava desde os dezessete anos como babá para ajudar a família, que era simples.Mas Brise se encantou não somente pela beleza de Dante, ela ficou fascinada pela forma como ele tratava Flor. Invejou e desejou aquela vida para ela, e, mesmo que ele não quisesse algo sério, um caso seria o necessário. Isso garantiria a ela uma vida melhor e mais confortável. Poderia até dar um golpe da barriga e se garantir. Foram tantas as possibilidades que Brise pensou. Ela só não imaginou que poderia perder seu emprego e ficar com uma ficha suja por assédio ao seu patrão.Dante recebeu um toque de Brise como um soco no estômago. Foi enjoativo, o toque de outra mulher que não fosse sua Flor em uma parte tão íntima, e, mesmo que não fosse uma parte íntima, ele não gostava de toques de outras mulheres. Flor, C
Flor abriu a porta do quarto, o choro de Fiorella voltou a ecoar pela casa. A menina tinha ótimos pulmões, chorava alto e ela era insistente em seu choro. Além do mais, a rotina da menina, que já era estabelecida, havia sido quebrada. Flor voltou a acariciar o rosto de Dante, a dizer que o amava, que Fiorella o esperava. Ele finalmente soltou Brise, que só não se desequilibrou e caiu porque Flor a segurou pelos cabelos.Dante não disse uma única palavra. Foi para o quarto, pegou a filha e a abraçou. Fiorella chorava. Dante deu um banho na menina, que começou a se acalmar. Agora, ela apenas resmungava, talvez estivesse sentindo falta do pai, que sempre a banhava conversando com ela, mas Dante ainda voltava para ele, ainda voltava para a realidade.Flor desceu, Cida ia chegando.— Cida, me faça um favor, peça aos seguranças para não deixarem Brise sair daqui e, por favor, querida, faça a mamadeira de Fiorella.Flor era carinhosa com Cida, ela tinha cheiro de mãe, e Cida entendeu que alg