Flor abriu a porta do quarto, o choro de Fiorella voltou a ecoar pela casa. A menina tinha ótimos pulmões, chorava alto e ela era insistente em seu choro. Além do mais, a rotina da menina, que já era estabelecida, havia sido quebrada. Flor voltou a acariciar o rosto de Dante, a dizer que o amava, que Fiorella o esperava. Ele finalmente soltou Brise, que só não se desequilibrou e caiu porque Flor a segurou pelos cabelos.Dante não disse uma única palavra. Foi para o quarto, pegou a filha e a abraçou. Fiorella chorava. Dante deu um banho na menina, que começou a se acalmar. Agora, ela apenas resmungava, talvez estivesse sentindo falta do pai, que sempre a banhava conversando com ela, mas Dante ainda voltava para ele, ainda voltava para a realidade.Flor desceu, Cida ia chegando.— Cida, me faça um favor, peça aos seguranças para não deixarem Brise sair daqui e, por favor, querida, faça a mamadeira de Fiorella.Flor era carinhosa com Cida, ela tinha cheiro de mãe, e Cida entendeu que alg
Brise pegou o envelope do chão; algumas notas tinham sido espalhadas pelo jardim. Cida queria jogá-la na piscina, mas os seguranças não deixaram, a pedido de Flor, porque, no fundo, todos eles desejavam isso.— Você quem pagará caro por essas bofetadas que essa velha me deu.Ela se dirigia a Flor.— Vai me pagar muito caro e não vai demorar muito para que isso aconteça.Brise foi embora.Flor ficou pensativa com a ameaça de Brise e agradeceu a Cida.Cida tinha razão: se Flor tivesse feito com Brise o que tinha vontade, ela teria problemas na justiça. Além disso, os seguranças não apartaram uma briga sem ordem, e ninguém que estivesse em uma briga ganhando daria ordens sensatas.Flor pediu que Cida fosse para casa descansar. Ela tinha levado apenas alguns arranhões, mas se recusou, dizendo que há muito tempo não se sentia tão bem como estava.Flor subiu para ver o marido e a filha. O telefone de Dante tocava sem parar.Dante ainda estava sentado no mesmo lugar com a filha, que dormia e
Era quase treze horas da tarde, Cida ligou para Flor.— Menina Flor, desculpe incomodar, mas o seu esposo ainda não comeu nada desde a hora que você saiu. Eu estou começando a ficar preocupada.Flor também se preocupou. Achou que, ao sair de casa, Dante já estivesse bem, mas se enganou. A reunião foi demorada. Felizmente, Flor tinha ido, porque Pedro não teria conseguido fechar o negócio sem a esperteza da cunhada. A reunião havia acabado naquele exato momento, e eles iam almoçar ali mesmo no coffee bar. Flor avisou ao cunhado Pedro:— Pedro, preciso ir.— Algum problema, Flor?— Talvez. Só preciso ir, ok? Cuide de tudo por aqui.— Me ligue, tá, se precisar.Pedro era cuidadoso com Dante. Ele deu um beijo no rosto da cunhada, que ele considerava como uma irmã, e Flor partiu em direção à sua casa.Quando chegou, aparentemente Dante parecia muito bem. Ele brincava na beira da piscina com a filha, Fiorella. A piscina tinha sido planejada para Flor e Fiorella: Flor não gostava de água fri
Pedro passou a tarde com a família na casa dos pais, brincou com a sobrinha como se fosse outra criança.Rafaela tinha ido visitar a sua mãe na clínica, passaria o dia inteiro por lá. A relação delas duas tinha melhorado, e Rafa estava feliz. A mãe estava se esforçando para sair bem daquele lugar. Antes, a mãe de Rafaela dizia que a odiava; foi uma internação por falta de escolha, mas agora ela percebia que tudo foi por amor.Quando Rafaela saiu da clínica, já era quase noite. Ela percebeu que o pneu do seu carro, estacionado em frente à clínica, estava furado. O estacionamento era isolado, e por isso Pedro já tinha orientado que ela deixasse o carro na frente.Ela retornou para a guarita e ligou para Pedro, que atendeu imediatamente.— Morena, já está vindo? Aconteceu alguma coisa? Está bem?— Está tudo bem comigo, amor, mas o pneu do carro furou e não avistei o segurança.— Onde você está?Ele se preocupou.— Fique calmo, estou na guarita da clínica. Tem dois guardas aqui.— Fique a
Carmen se despedia de Flor, do filho e da neta na porta de sua casa. Ela estava acompanhada de Luiz, que estava bem, ainda em tratamento, mas bem.Carmen carregava uma mamadeira de Florinda nas mãos, um dos utensílios da menina que ficava em sua casa. Quando Linda ia para a casa dos avós, não precisava levar suas coisas; na casa de cada um já havia tudo de que ela precisava, inclusive amor de sobra.Como se sentisse que algo estava acontecendo com o filho caçula, Carmen deixou a mamadeira cair no chão. Ela colocou a mão no peito e não caiu porque Dante a segurou.__ Mamãe, o que está sentindo?Dante a colocou sentada no sofá. Flor foi buscar água para a sogra, e Luiz segurava Florinda.__ Ligue para seu irmão, Dante, veja se está tudo bem com ele.Luiz se pronunciou:__ Pedro está bem, meu amor. Você e essas suas manias de preocupação excessiva com os meninos. Pedro acabou de sair daqui.__ Ligue agora.No fundo, os filhos também não haviam crescido para Luiz; ele ainda os chamava de
Foram todos para o hospital da família. Quando chegaram lá, Pedro já havia dado entrada, graças à eficiência do segurança, que não perdeu tempo. Essa agilidade foi crucial para a corrida contra o tempo que o estado de Pedro exigia.Rafaela precisou ser medicada para se acalmar, e, quando a medicação fez efeito, finalmente conseguiu contar o que havia acontecido. As filmagens da rua e dos arredores foram capturadas por Pietro, que descobriu que o segurança não estava em seu posto de trabalho.A prostitut@, rapidamente localizada pelos homens de Maciel, revelou que Plínio a havia pago apenas para seduzir e dormir com o segurança. Segundo ela, Plínio disse que era uma brincadeira entre amigos, para ver quem seria capaz de atrair a esposa. A mulher foi liberada após o depoimento.Flor ligou para o pai buscar Fiorella, já que o ambiente do hospital não era adequado para crianças. Maciel se sentia culpado pelo que havia acontecido. Ele, que sempre fora tão cuidadoso, não havia se certificad
Era manhã, Dante dava banho em Fiorella, Luiz tomava café na cozinha preparado pelo filho e comia um bolo de milho delicioso feito por Cida. Ele aproveitou para agradecer à funcionária por ter dado uns tapas em Brise, evitando que Flor entrasse em problemas maiores.A invejosa da Brise até ameaçou processar Flor, mas tinha outros planos para extorquir dinheiro da família Alcântara.Flor tomava banho, enquanto todos se organizavam para irem ao hospital. Pedro ainda não tinha acordado.Quando Flor saiu do banheiro, procurava uma roupa, mas percebeu algo estranho e quase imperceptível no detalhe de uma peça que ficava bem à frente do guarda-roupa, na parte de cima. Curiosa, investigou e acabou descobrindo que era um gravador de escuta espiã. Congelou por um instante, vestiu-se rapidamente e desceu.Encontrou o esposo e Fiorella na cozinha, rindo e fazendo bagunça com uma banana. A pequena estava sujando tudo ao seu redor, inclusive o pai.— Bom dia, amor da minha vida. Como dormiu? — Dan
Florence sempre teve um abrigo e teto para repousar, nunca recebeu muito afeto da sua mãe e avó, as mulheres que a criaram, a ensinaram a ser forte, corajosa, destemida, mas não a ensinaram amar.Flor entendia, afinal elas nunca receberam amor, mesmo assim ofereceram a ela, o melhor que podiam.E ela era grata por isso.Viu sua mãe desistir da vida por amar um homem comprometido e sem dizer uma palavra, Florence entendia que amor trazia dor.Flor nunca conheceu muito sobre a história que a trouxe ao mundo, a única certeza era que sua mãe não gostava de falar do passado.A mãe Fiorela e avó, fizeram um excelente trabalho na criação de Flor.Florence sempre estudou muito, os estudos foram o que Fiorella deixou de melhor.Florence, aprendeu sobre respeito, sobre cuidados que uma mulher deve ter para não sair machucada, aprendeu que apesar da sociedade ser injusta ela poderia ser o que queria, foi assim que a vó a ensinou.O topo não precisava ser o limite, porque o objetivo era ser feliz