Mateus exalava um ar de nobreza, mesclado com um toque de elegância gentil.Mas só Aline sabia que Mateus e a palavra "cavalheiro elegante" não combinavam nem um pouco.Por dentro, Mateus era puro instinto selvagem, obstinado, decidido, imponente e incontestável, um verdadeiro símbolo de poder e conquista.Não era surpresa para Aline seu sucesso atual.Ele sempre foi ambicioso, com plena capacidade de se destacar no competitivo mundo dos negócios.- Miau~ Um gato laranja gorducho saltou de uma estante alta, assustando Aline.Ela olhou mais atentamente e reconheceu: - Batata?Ao agachar-se, Batata pulou em seus braços.- Seis anos sem ver você e olha como cresceu! Antes era tão magrinho, como ficou tão gorducho? Realmente, sob os cuidados dos ricos, até um pequeno gato magricela ganhou um ar de nobreza. A riqueza não só sustenta pessoas, mas também gatos. Batata foi um gatinho que Aline encontrou no parque seis anos atrás, pequenino e abandonado. Ela e Mateus não resistiram em adot
Quem gostaria de fazer bicos em bares? É tudo uma questão de necessidade financeira. Aline mordeu o lábio: - Sr. Mateus esqueceu? Você arruinou meu trabalho. Agora, nenhuma empresa neste setor me aceita. Preciso de dinheiro para sobreviver. Se nem mesmo um bico eu posso fazer, amanhã estarei passando fome. Mateus a observava, aparentemente confuso. Há um mês, ele fez com que a Rede Televisiva Aeminium demitisse Aline. Ele achou que Aline o procuraria, mesmo que por meio de Francisco, tentando pedir ajuda indiretamente. Mas Aline não fez nada. Ela apenas saiu silenciosamente da Rede Televisiva Aeminium e procurou outro emprego, enfrentando rejeição por toda parte, sem nunca pedir nada a ele. - Aline, é tão difícil pedir minha ajuda? - Pedir a sua ajuda, Sr. Mateus, resolveria algo? Se eu pedisse para você me deixar em paz, você faria isso? Mas tudo bem, eu aceito as consequências dos meus atos. Só peço que não corte minha única maneira de sobreviver. Se não fosse po
O que Antônia estava falando? - Eu e Mateus não tivemos um término pacífico. Eu o caluniei, acusando-o de ser o culpado em um acidente, fazendo-o ser preso por três anos. Além disso... ele quase foi esfaqueado no coração na prisão, por pouco não morreu. Sra. Barros poderia ser qualquer uma, menos eu. Eu nunca teria essa qualificação. Aline olhava com tristeza, seus olhos refletindo uma dor indescritível. Antônia disse com raiva: - Se não fosse por aquele incidente há seis anos, você e Mateus provavelmente já teriam vários filhos agora! Tudo culpa daquele monstro, Gabriel. Como ele pode ser tão cruel?! Ah, e sobre a cirurgia de Julieta, por que não me disse que precisava de dinheiro? Eu sou a madrinha dela, afinal. Eu deveria contribuir! - Você também tem suas despesas. Se eu pegar emprestado de você, ainda vai sobrar dinheiro para suas bolsas? - Estou prestes a receber meu salário! E não preciso comprar bolsas todos os dias. A cirurgia de Julieta é mais importante. Aline não que
- Amanhã? Aline estava preocupada, pois tinha que se registrar na SY Imóveis. - Sim, você pode... vir se despedir de mim? Não tenho muitos amigos aqui em Aeminium. Você é uma das poucas pessoas antigas que conheço - disse Rui, com um tom de súplica em sua voz. Rui havia sido um benfeitor para ela e Julieta nos últimos três anos, sempre ajudando quando Julieta tinha febre ou resfriado. Aline, então, concordou relutante: - Tudo bem, amanhã irei te ver. A que horas é o seu voo? - Às dez da manhã. Parecia que ela teria que se apresentar tarde na SY Imóveis. Após desligar, Antônia expressou sua suspeita: - Por que esse médico Rui foi transferido de repente para outro hospital? - Não tenho certeza, talvez seja uma troca de recursos entre hospitais? - Isso é improvável. Que hospital deixaria ir um jovem talento assim? Estranho... Será que ele ofendeu alguém? Embora S fosse uma grande cidade, não se comparava ao Primeiro Hospital de Aeminium. Um pressentimento ruim surgiu no coraçã
Aline, carregando uma sacola de papel, correu até Rui e entregou-lhe o que trazia: - Dr. Rui, não estou atrasada, estou? Aqui estão alguns biscoitos que fiz, pode comer no avião. Não tenho presentes caros para te dar, mas aceite este pequeno gesto. Rui aceitou a sacola de biscoitos, sorrindo: - Fico feliz só de você ter vindo se despedir. Seus biscoitos devem estar deliciosos. Não sei quando poderei voltar a Aeminium, talvez nunca mais consiga provar seus biscoitos. Aline, sem pensar muito, disse: - Se quiser comer algo que eu faça, é só me ligar. Posso preparar e enviar para você. Rui, emocionado, abraçou Aline. - Você é incrível, Aline. Aline se surpreendeu e rapidamente o afastou: - Dr. Rui, sou muito grata por toda a ajuda que deu a Julieta quando ela ficava doente. Talvez não nos vejamos mais, então desejo-lhe tudo de bom. - Aline, se eu me estabilizar em S, posso oferecer um lar para você e Julieta. Você viria para S com Julieta? Deixar Aeminium? Ela sonhava em levar
Pedro respirou fundo, visivelmente assustado, e disse: - Srta. Aline... parece que... ainda não chegou! Ao terminar de falar, Pedro observou cuidadosamente a expressão de Mateus. O homem parecia frio e sério: - No primeiro dia de trabalho e já está atrasada. Quem deu a ela esse privilégio? - Talvez haja um congestionamento no caminho - tentou Pedro, buscando uma justificativa para Aline. O olhar de Mateus se tornou mais severo: - O metrô de Aeminium também tem engarrafamento? - ... Pedro tentou aplacar a irritação de Mateus: - Talvez ela já esteja a caminho. Sr. Mateus, quer que eu vá conferir novamente no departamento de vendas? No celular de Mateus, de repente, surgiram várias mensagens do WhatsApp. Eram de Clara: [Sr. Mateus, eu estava no aeroporto indo para um show em Curral del Mar e encontrei Aline. Como ela pode estar abraçando um homem assim, tão casualmente?] Clara enviou várias fotos. Nas fotos, Aline estava abraçando um homem no aeroporto, aparentemente se desp
O gerente João falou meio brincando, meio sério, para Aline. Ela assentiu com atenção: - Não vai acontecer de novo, vou chegar mais cedo da próxima vez. João a avaliou com um olhar intrigante e sorriu misteriosamente: - Aline, você é parente do Pedro? Não é comum vermos funcionários comuns do departamento de vendas sendo introduzidos pessoalmente por ele. Será que ele estava tentando sondar se ela tinha alguma conexão influente? Aline fingiu não entender: - Conheço o Pedro, mas não somos parentes, somos ex-colegas de faculdade. Aline inventou uma mentira. Relações de faculdade, nem muito próximas, nem muito distantes. No mundo corporativo, é comum ser um camaleão. Sem apoio, colegas e chefes podem te manipular à vontade. Com muito apoio, falam pelas suas costas. Ter algum apoio é o mais comum e razoável, pois ninguém ousa te intimidar, nem te exclui. - Ah, pensei que você fosse alguém importante do prédio número um. Não sabia como te tratar no começo. - O prédio número um é
Aline respondeu com sinceridade ao idoso: - Senhor, você pode considerar o apartamento de 180 metros quadrados. É um grande apartamento com um excelente aproveitamento do espaço. O de 300 metros quadrados é um duplex com um pé-direito alto, mas é necessário subir escadas para o segundo andar. Vejo que você usa uma bengala, então presumo que tenha alguma dificuldade de locomoção. Acho que o apartamento maior não seria o mais adequado para o seu dia a dia. O idoso olhou para Aline com uma certa admiração: - Jovem, você é realmente atenciosa, pensou em tudo. Aline respondeu com um sorriso gentil e humilde: - É o mínimo que posso fazer, senhor. Dê uma olhada, comprar um apartamento é uma grande decisão. É sempre bom considerar todas as opções. Depois de mais alguns minutos, Aline trouxe um copo de água para o senhor e perguntou: - Senhor, como devo chamá-lo? - Meu sobrenome é Lopes, e o seu? Aline ajustou seu crachá: - Meu nome é Aline. Sr. Lopes olhou para o crachá e assentiu: