Dentro do carro.Julieta chorava tanto que ficou sem fôlego, pálida.De repente, Mateus percebeu que algo estava errado e imediatamente pegou a criança nos braços: - Julieta, o que aconteceu?- Papai... eu...A pequena pressionava o peito, abrindo a boca em busca de ar, como se tivesse dificuldade para respirar.- Volte para o hospital!...Aquele Maybach preto de placa HKN-9999 ia se distanciando.As lágrimas embaçavam a visão de Aline.Quando ela estava prestes a desistir, aquele Maybach preto reapareceu, indo em direção ao hospital.Será que algo aconteceu com Julieta?Aline imediatamente seguiu para o hospital....No hospital, Julieta foi levada às pressas para a sala de emergência.Quando Aline chegou, ela rapidamente informou ao médico: - Doutor, Julieta sempre teve um problema de ducto arterial patente.- Ela já está tão grande, se sabia do problema, por que não fez a cirurgia antes?- Eu...Enquanto Aline hesitava,Mateus falou calmamente: - Então faça a cirurgia agora.- H
Ele estava muito sério e distante.Até o ar ao redor parecia congelar.Após alguns segundos de impasse, Mateus finalmente cedeu: - Antes de Julieta receber alta, eu quero que você explique a ela sobre nosso relacionamento, para que ela possa aceitar essa realidade.- Claro. Ela concordou.- Tem mais alguma coisa que você quer? - Ele perguntou com uma expressão fria, mas ainda assim deu um passo para trás.Aline pensou por um momento e disse: - Julieta é muito alegre, mas mudar de ambiente de repente pode deixá-la insegura. Espero que o Sr. Mateus possa dedicar mais tempo para ficar com ela, contar histórias antes de dormir. O Sr. Mateus deve perceber que Julieta gosta muito de você. Ela sempre quis que o pai participasse das reuniões escolares, então, espero que o Sr. Mateus tente não faltar a esses eventos. E...Ela hesitou, respirou fundo e continuou: - E... Eu sei que o Sr. Mateus não quer me ver, mas ainda assim gostaria de pedir permissão para ver Julieta uma vez por semana. E
- Eu e a Clara não temos nada, ela também não é minha noiva. - Por alguma razão, Mateus se deu ao trabalho de explicar, algo raro da parte dele. Na verdade, ele não tinha nenhuma obrigação de explicar nada para ela.Aline assentiu:- Então, isso significa que não há problemas de favoritismo. Eu acredito que o Sr. Mateus será um bom pai.Eles ficaram sem mais palavras entre si.A cirurgia em questão não era complicada, mas também não era breve.A ferida no peito esquerdo de Aline, que nunca havia cicatrizado completamente, e o esforço físico feito ao correr havia feito com que a ferida se abrisse novamente.Ela sentia uma dor penetrante.Pedro, percebendo que ela não estava bem, perguntou com preocupação:- Srta. Aline, é a ferida que está doendo?- Talvez tenha sido o esforço ao correr, estiquei um pouco, mas está tudo bem. - Ela tentou minimizar.Aline pressionou a mão contra a ferida, tentando aliviar a dor.De repente, Mateus, que estava sentado ao lado, levantou-se.- Vamos ver iss
- Obrigada, doutor. Aline agradeceu ao médico.Julieta foi levada para o quarto do hospital.Aline ficou ao seu lado.Mateus permaneceu ali, parecendo completamente fora de lugar.- Sr. Mateus, eu estou aqui, se você tiver coisas para fazer, pode ir. Qualquer coisa, eu ligo para o Pedro. Aline esperava que ele saísse sem hesitar.Contudo, Mateus simplesmente sentou-se em um sofá ao lado, sem mostrar nenhuma intenção de ir embora.- Julieta é minha filha, eu não vou abandoná-la aqui sem responsabilidade. Sua declaração soou como uma crítica a Aline.Ela mordeu o lábio, sentindo que precisava explicar: - Naquela época, Sr. Mateus, você arruinou meu trabalho, nenhuma empresa queria me contratar, então eu tive que fazer bicos à noite... Se não fosse por necessidade, eu jamais teria deixado Julieta sozinha no hospital.- Você está me culpando?- Não, eu só estou explicando a situação. - Aline respondeu, sem querer parecer defensiva.Agora, parecia que a culpa era dele.Os dois adultos p
- Sua mão, foi queimada enquanto fumava? - Aline perguntou, observando as marcas profundas de queimadura nos dedos indicador e polegar de Mateus, que pareciam ser uma combinação de novas e antigas lesões. Anteriormente, ela havia notado, mas devido à tensão do reencontro, não se atreveu a perguntar. Embora a relação entre eles ainda fosse complicada, pelo menos agora podiam conversar calmamente.- Não. - Mateus respondeu secamente, recolhendo a mão.Aline percebeu que ele não estava disposto a falar sobre isso e decidiu não insistir. Saber quando parar era a melhor habilidade que Aline estava aplicando agora.À noite, quando Mateus voltou com comida, Aline lhe entregou um tubo de pomada para queimaduras: - Peguei isso para você com o médico. Use se quiser, ou jogue fora se não quiser.- Comida. Ele respondeu, querendo cortar a conversa o mais breve possível.Aline estava prestes a colocar a pomada de volta na mesa para pegar a comida das mãos de Mateus, quando ele subitamente pego
Julieta ficava cada vez mais agitada enquanto falava, até que engasgou e começou a tossir sem parar. Aline rapidamente a acalmou, falando com uma voz suave: - Eu nunca vou te deixar, eu te amo tanto, como eu poderia te abandonar? Julieta, foi minha culpa, eu não deveria ter dito aquelas coisas, está bem?Mateus entrou no quarto: - Sua mãe e eu, vamos sempre estar com você.A voz calma e firme do homem agiu como um tranquilizante. Ouvindo o pai falar assim, Julieta parou de chorar imediatamente. Ela assoprou o nariz, formando uma bolha: - Papai, é sério?- Sério. - Mateus confirmou.Julieta acenou: - Papai, vem aqui!Mateus aproximou-se da cama. A pequena pegou as mãos de Aline e Mateus e as uniu. Com uma seriedade de adulto, ela os repreendeu: - Então, façam as pazes, sem mais brigas, tá?- Julieta... - Aline hesitou, sem saber o que dizer.Mateus segurou a mão de Aline e disse à filha: - Estamos bem agora, e você não pode chorar mais.Julieta assoprou a bolha de nariz e parou
Ao ver a tristeza de Julieta, Aline sorriu imediatamente: - Olha, estou sorrindo agora! Vamos tirar a foto, eu só não tinha pensado em como sorrir antes.A pequena se animou de novo.Na foto, a família parecia incrivelmente aconchegante.Pai bonito, mãe gentil, criança adorável.Eles tiraram várias fotos, e Julieta passou um bom tempo olhando para elas.Parecia que a pequena tinha os adultos completamente sob seu controle, fazendo-os fazer qualquer coisa que ela quisesse, em total harmonia.Após uma tarde de "trabalho", Aline alimentou Julieta com um pouco de creme de ovo.Como Julieta ainda estava com o soro, ela não estava muito faminta e comeu pouco.Depois de comer, Julieta bateu na cama ao seu lado.- Papai, vem aqui também, estou com sono, me conta uma história antes de dormir!Mateus sentou-se ao lado dela, e Julieta aconchegou-se em seus braços.- Que história você quer ouvir antes de dormir? - ele perguntou.A pequena, com sua doçura característica, respondeu: - Eu amo qualq
Aline ficou do lado de fora por um bom tempo, tentando acalmar os pensamentos. Ela temia a reação de Julieta ao descobrir que as visitas seriam apenas uma vez a cada meio mês. Abrindo o álbum de fotos no celular, ela chorou ao ver as poucas fotos de família que tinham. Alguns momentos são eternos, mesmo que breves, como essas fotos que jamais imaginou ter com Mateus.Na manhã seguinte, Antônia e Gustavo visitaram Julieta no hospital. Antônia trouxe um conjunto de Lego para Julieta: - Aposto que está entediada aqui no hospital. Quando estiver, monte esta árvore de Lego que sua madrinha comprou para você.Julieta, com os olhos brilhando, agradeceu: - Nossa, madrinha, você me mima demais! Obrigada!Gustavo, querendo chamar atenção, disse: - Embora tenha sido a madrinha que escolheu, fui eu quem pagou. Por que não me agradece?- O marido da madrinha? - Julieta olhou ao redor, procurando.- Onde está o marido da madrinha? - perguntou, olhando para trás de Gustavo.- Pirralha! Você é i