Em um canto não muito distante.Aline se escondia atrás da parede, como uma ladra, observando tudo às escondidas.Ela viu Mateus, gentilmente, se abaixando para entregar dois sorvetes para Julieta.Também notou como Mateus afagava a cabeça de Julieta com carinho.Ele estava com Julieta na fila do sorvete, e ela, com sua mochilinha, encostada na perna dele, parecia realmente uma cena típica de um pai levando a filha para passear.Ela não ousava se aproximar, temendo que sua presença destruísse aquela cena tão terna e bela.E se Mateus soubesse que ela é a mãe de Julieta, ele ainda reconheceria Julieta como sua filha?Ele tiraria Julieta dela, impedindo que ela a visse para sempre?De repente, Aline começou a chorar.Mateus sempre foi reservado, emanando uma aura de distância dos estranhos.Mas naquele momento, sentado com Julieta no banco da área de descanso, enquanto Julieta lambia o sorvete, o olhar de Mateus era terno e cheio de carinho.Quanto tempo fazia que ela não via Mateus assi
Julieta segurou a mão de Aline: - Mãe, vamos para casa.Aline finalmente se lembrou de perguntar: - Julieta, como você conheceu aquele senhor?- Quando eu estava no hospital, minha madrinha colocou uma revista na sacola de lanches. Na capa estava aquele senhor! Eu estava entediada e saí do quarto, foi quando encontrei ele.- E por que ele estava no hospital?- Ele disse que o pai dele estava doente e foi visitá-lo.- E o que mais vocês conversaram?Julieta, segurando seu sorvete de morango, pensou um pouco e disse: - Não falamos muito, só disse meu nome e ele elogiou, achou bonito!Aline suspirou aliviada: - Julieta, você pode prometer à mamãe que por enquanto não vai ter muito contato com esse senhor?- Por quê?- Bem, na verdade não sabemos quem ele é, se é bom ou mau. Eu só me preocupo com você.A situação era muito inesperada.Aline ainda não sabia como lidar e decidiu evitar Mateus, levando Julieta consigo.Julieta parecia desapontada, mas concordou achando que a mãe estava ce
Naquela época, Gabriel tinha negócios com a família Serrano. Fernando, que trabalhava como motorista na casa dos Ribeiro, recebeu muitos favores de Afonso.O bondoso Fernando, não suportando a ideia de mandar uma criança recém-nascida para um orfanato, decidiu criar o bebê como seu próprio filho.Esse bebê era Mateus.Na verdade, Mateus era um Serrano.Só quando Mateus completou dezoito anos, Fernando revelou toda a verdade sobre sua origem.Ao mencionar Laura, o olhar de Mateus se tornou mais intenso.- Depois de deixá-lo em casa, vou visitar ela.- Ótimo, mande um abraço para a Sra. Laura.…Um Maybach preto, com a placa HKN-9999, seguia para um sanatório nos arredores de Aeminium.Mateus levou uma cesta de frutas e rosas brancas.O quarto estava vazio, Laura não estava lá.Mateus estava prestes a sair para procurá-la quando a viu sendo ajudada por uma enfermeira a voltar.Laura estava muito agitada: - Eu não menti, vi minha inimiga! O marido dela matou o meu! Eu disse para você, nã
Quando Aline tinha dez anos, Maria foi empurrada escada abaixo por Gabriel e acabou em estado vegetativo.Durante o namoro com Aline, Mateus a acompanhou várias vezes para visitar Maria.Naquela época, Maria ainda não tinha acordado e nem estava neste sanatório.Esta era, na verdade, a primeira vez que Maria via Mateus pessoalmente.Ela se aproximou na sua cadeira de rodas elétrica, sorrindo:- É mesmo você, pensei que tinha chamado a pessoa errada.Ela tinha visto fotos de Mateus no celular de Aline.Mateus não respondeu.Maria perguntou:- Você veio aqui pra visitar alguém da família?- Sra. Maria, se nada acontecer eu vou embora primeiro.Sua resposta deixava claro que ele não queria papo.Mateus estava distante, sem nenhuma vontade de relembrar o passado.- Tenho uma coisa para te dar.Maria apressadamente tirou do bolso um anel de prata e entregou a ele.Mateus se surpreendeu:- Esse anel, como foi parar com você?Maria explicou com sinceridade:- Da última vez que Aline veio me v
Aline recebeu um telefonema de Pedro e correu para Vila Panorama Real.Ela já sabia a senha da Vila Panorama Real, mas, por cortesia, tocou a campainha primeiro.Quando a porta se abriu e Aline viu Fernando, os dois claramente se surpreenderam.Fernando foi o primeiro a reagir: - Senhorita... como você veio parar aqui, foi Mateus que pediu?Os olhos de Fernando brilharam de alegria.Ele pensou que Mateus finalmente tinha perdoado Aline.Rapidamente, ele a convidou para entrar: - Entra, tá um calorão lá fora.Fernando era tão caloroso quanto antes com ela.Entrando na casa, Aline se sentia culpada: - Fernando, eu já deixei a família Ribeiro, não precisa me chamar de senhorita.- Eu trabalho na casa dos Ribeiro desde antes de você nascer, vi você crescer. Naquela casa, só você era boa com a gente, sempre trazia bebidas geladas no verão. Lembro de uma vez que atrasei o governador Gabriel e ele quase me demitiu, mas você falou por mim.Aline sentiu ainda mais culpa: - Isso era pouca co
Aline, preparando ingredientes na cozinha, parou ao ouvir aquelas palavras.Antigamente, eles realmente tinham combinado de ver o mar, o mar de verão, o mar de inverno, o mar cor de laranja... Mas agora, as coisas não eram mais como antes.- Você se enganou, eu nunca disse isso.Mateus deixou essas palavras para trás e subiu para o escritório no segundo andar com um rosto frio.Aline olhou para a sua figura se afastando, meio atônita.Fernando tentou consolar Aline:- Senhorita, Mateus sempre foi teimoso, ele é duro na queda, não leve para o pessoal.Aline sorriu, sem jeito:- Fernando, não precisa se dar ao trabalho de nos juntar. Ele tem uma noiva agora, ele... ele não gosta mais de mim.- Noiva? Como assim, eu não sabia disso! Ele deve estar te enganando!Aline não queria aprofundar a questão.Não importava se Clara era ou não sua noiva, ela e ele não tinham mais possibilidades.Fernando era uma pessoa de coração claro e inteligente:- Senhorita, você e Mateus são tão inteligentes,
Aline sentiu suas pestanas tremerem.- Isso... Como esse anel foi parar com você? Eu tinha...- Você tinha jogado fora, certo? - Mateus sorriu friamente, com um tom de escárnio.- Onde você o encontrou?- Eu não tenho tempo para procurar um anel sem significado. Eu fui ao sanatório visitar um parente e encontrei sua mãe. Foi ela quem pediu para o zelador encontrá-lo.Mateus se virou e sentou-se novamente, jogando o anel na mesa com descaso.Como se fosse um pedaço de lixo.Aline disse:- Já que o Sr. Mateus acha que o anel não tem significado, eu o joguei fora. Tem algo de errado nisso?- Nada de errado. Agora saia e leve seu lixo com você.O homem fixou os olhos na tela do computador, sem olhar para ela.Sua voz estava fria, sem emoção.E o "lixo" a que ele se referia era o anel.Aline apertou o anel nas mãos e saiu do escritório.Mateus sentou-se à mesa, segurando uma caneta.No momento em que Aline fechou a porta, ele quebrou a caneta sem expressão no rosto.Seus olhos estavam escur
Aline, com os olhos arregalados, olhou ao redor. O céu estava escuro, e a entrada da pequena vila parecia apertada.- Onde estamos? O que estamos fazendo aqui?Mateus instruiu:- Fique no carro, eu e Pedro vamos cuidar de algo.Quando Mateus e Pedro desceram do carro e caminharam para a vila, Aline se debruçou na janela, observando-os. Ela sentiu um mau pressentimento. Mateus disse que estava em viagem de negócios, mas eles estavam em uma vila remota e pouco habitada.O telefone de Mateus estava no carro. Preocupada, Aline pegou o celular e saiu do carro, seguindo-os.…Mateus e Pedro caminharam até o final da vila, até a casa de um homem chamado Dante Pacheco.- Sr. Mateus, é aqui. Dante Pacheco mora nesta casa.Mateus bateu na porta e de repente ouviram sons de luta lá dentro.Aline chegou ofegante à porta:- Mateus, seu celular...A porta se abriu abruptamente, e uma faca brilhante e afiada cortou a noite, mirando em Mateus!- Cuidado!Aline correu na frente dele, bloqueando o gol