BRYAN NARRANDO Maitê estava deslumbrante; fiquei admirando sua beleza, como ela é perfeita. Fomos ao meu restaurante preferido. Faz muito tempo que eu não vou lá, desde a morte da Marisol. A última vez que fui nesse restaurante, ela estava grávida da Mia e com desejo de comer o prato da casa: uma borscht. Lá, eles servem a melhor do país.No caminho, perguntei como tinha sido o dia, e ela me perguntou por que eu andava sempre rodeado de seguranças. Expliquei que não são simples seguranças; eles são soldados treinados para defender o seu senhor e a sua senhora. Expliquei que temos muitos inimigos e não sabemos quando e onde podemos ser atacados.Assim que chegamos ao restaurante, dei-lhe o braço e entramos. A elegância da minha futura esposa não passou despercebida; vi todos os olhares voltados para nós. O jantar foi descontraído. O difícil mesmo foi me segurar, pois não posso demonstrar nenhum tipo de afeto em público, como beijos, carícias e abraços. Isso é apenas quando estivermos
MAITÊ NARRANDO Acordei com o despertador, lembrei da noite maravilhosa de ontem, abri um sorriso enquanto me espreguiçava. Levantei-me e olhei a agenda da Mia; aula de pintura é a aula preferida dela. Essa é a aula em que ela faz mais bagunça.Primeiro fiz a minha higiene matinal e só depois acordei a Mia. Dei banho nela e escovamos os dentinhos. Nessas horas, a Mia é bem independente; ela gosta de escovar os dentinhos sozinha, e isso me deixa toda boba com a figura dela.Arrumei-a e descemos para o café da manhã. Bryan ainda não estava na mesa. Quando estávamos tomando café, tia Margareth entrou na sala de jantar e me passou o recado do Bryan.— Bom dia, minhas lindas. Maitê, o senhor Bryan pediu para você colocar uma roupa confortável e se preparar. Assim que deixar a Mia na sala de aula, é para esperar a dona Briana; ela vai começar o seu treinamento hoje. — Concordei, e confesso que já estou nervosa.Fiz como a tia me orientou. Primeiro, deixei a Mia na salinha, expliquei para el
BRYAN NARRANDO Desliguei a chamada da minha casa e retornei a ligação com o Patrick. Na mesma hora, mandei ele chamar dois soldados e investigar de onde partiu esse incêndio.Patrick ficou para cuidar de todos os procedimentos e também chamou o corpo de bombeiros, pois pode ser que haja alguém vivo entre os escombros. Pelo que Patrick me disse, ele estava chegando ao orfanato quando a explosão aconteceu.Na mesma hora, saí correndo da sede e dirigi direto para minha casa. Quando cheguei, Maitê estava chorando muito. Mia também estava chorando no colo da minha mãe. A menina deve estar triste ao ver Maitê chorar.Puxei minha namorada para os meus braços e a abracei bem forte. Nesse momento, eu queria arrancar toda a dor de dentro dela. Das vezes que conversamos sobre o orfanato e sobre as freiras, ela sempre falou com muito carinho e queria o salário para ajudar, e agora tudo foi pelos ares.A freira Maria entrou pela porta sendo amparada pelo motorista. Maitê correu para abraçá-la. Me
EMMA NARRANDO Me levantei, fiz minha rotina matinal, mas não estou conseguindo fazer caminhada hoje. Minha cabeça está doendo bastante. Hanna acordou, tomamos café da manhã juntos enquanto conversávamos e combinamos de passar uns dias no spa de um resort aqui perto.Fazemos isso desde a adolescência; Hanna sempre foi minha melhor amiga. Compartilhamos tudo, Ela sempre me compreendeu muito melhor que a Marisol, minha irmã de sangue.— Emma, estou te achando muito abatida, pelo amor de Deus amiga, reage. Bryan não é o único homem na face da terra — Hanna falou, me encarando.— Eu sei que não, mas é o que sempre amei — respondi, sentindo uma tristeza me invadir.Depois do café, fomos arrumar minha mala. Liguei para minha secretária e pedi para ela desmarcar os meus compromissos dos próximos dias. Também dei o nome do resort onde vou estar, para caso de emergência.Passamos no apartamento de Hanna, arrumamos a mala dela e, no caminho para o resort, recebi uma mensagem do Jonas, dizendo q
MAITÊ NARRANDO Meu coração está sangrando, mas não posso ficar prostrada chorando. Vou me reerguer e ajudar a tia Maria, neste momento ela é a pessoa que mais precisa de mim.Vai ser difícil saber que não vamos mais encontrar as outras freiras, nem ver mais aquelas crianças. Mas farei o possível para guardar minha dor em algum cantinho do meu coração e levantar aquele lugar do zero. Vamos resgatar outras crianças que precisam de ajuda e dar continuidade a esse trabalho tão lindo.Bryan me fez comer, perdeu toda a comida na minha boca e me pediu para ter calma, que ele resolveria tudo.— Posso te fazer um pedido? — perguntei, olhando nos olhos dele, que me trazem tanta tranquilidade.— Claro, pode me fazer quantos pedidos você quiser — ele respondeu, com um sorriso no rosto.— Me leva para ver o que sobrou do orfanato — pedi, com os olhos marejados de lágrimas.Ele concordou. Me levantei, lavei meu rosto no banheiro e descemos. Tia Margareth disse que queria me dar dois comprimidos ca
BRYAN NARRANDO Ver a dor nos olhos da Maitê aperta meu coração, mas quando consigo ver a chama da vingança no fundo dos seus olhos, me desperta um desejo incontrolável por ela.Maitê é uma máquina que só precisa ser lapidada para se tornar a melhor já vista no reinado da yakuza.Quando ela me pediu para ver o estado em que ficou o orfanato, eu sabia que seria doloroso para ela ver o lugar onde cresceu destruído e saber que não restou ninguém ali. Atendi ao seu pedido e sabia que ela reagiria daquela forma. Quando ela me pediu para não deixar os órfãos serem enterrados como indigentes, doeu em meu coração.Apesar de ser um mafioso e, na maior parte do tempo, colocar os sentimentos de lado e deixar meu lado primitivo agir, eu não seria capaz de fazer isso com crianças inocentes, nem com as freiras, que tudo que fizeram em suas vidas foi ajudar o próximo com bondade e amor.Quando voltamos para casa, Maitê me pediu para treinar. Eu pude ver os olhos dela brilhando e concordei. Primeiro,
MAITÊ NARRANDO Quando o clima estava esquentando achei melhor a gente parar, quero me preservar virgem até a nossa lua de mel, eu sei que o Bryan está acostumado com sexo. Não quero me parecer difícil, só quero apenas seguir os conselhos da minha sogra, e também foi isso que eu aprendi no orfanato. Nos despedimos na porta do quarto da Mia, entrei e fui direto para o banheiro, tomei banho, enquanto a água escorria pelo meu corpo, as lágrimas quentes escorriam pelo meu rosto. Eu preciso me vingar pelas freiras que me criaram, e também pelos inocentes que nunca fizeram mal a ninguém. Terminei o banho, vesti uma camisola e me deitei, mas não consegui dormir, Passei a noite chorando e rolando na cama. Assim que eu vi os primeiros raios de Sol entrando pela fresta da janela me levantei, lavei o meu rosto com água fria, os meus olhos estavam muito inchados. Fiz uma maquiagem do jeito que a Brenda me ensinou; não usei nenhuma cor vibrante, foi apenas para cobrir as olheiras e dar um aspe
EMMA NARRANDO Maldita hora que eu confiei no Jonas para alguma coisa! Eu estava no resort, já preparando minhas malas para voltar. Tenho que retomar minhas encomendas no atelier. Minha secretária mandou mensagem dizendo que tem muitas clientes me procurando. Já cuidei do meu corpo, agora preciso focar no meu trabalho e esperar o momento certo para destruir a vida da Maitê e recuperar o Bryan.De repente, meu celular tocou. Quando atendi, era meu pai, furioso, me chamando de assassina desgraçada. Ele estava gritando que a yakuza já sabia que eu estava por trás do Jonas e mandei incendiar o orfanato."Eu não sei do que o senhor está falando" - gritei de volta. "Claro que você sabe, seu comparsa já te entregou. E só para você saber ele está até agora queimando no sotom do galpão, fale onde você tá a sua desgraçada. Eu estou indo te buscar" - Meu pai gritou.Nesse momento, meu coração acelerou. Não posso continuar em Moscou. Bryan vai me matar. Desliguei o telefone e enfiei tudo na mala