— O que você está fazendo? — Zara ficou paralisada por um instante, mas logo começou a se debater. — Me solta! Orson, me larga agora!Suas pernas se moviam freneticamente, tentando chutá-lo. Um de seus saltos altos acabou saindo do pé e voando em direção ao chão. O corredor do hotel estava coberto por um carpete espesso, então o impacto do sapato não fez nenhum som.Quando chegaram ao elevador, Orson finalmente a colocou no chão. No entanto, ela mal teve tempo de reagir. Ele a encurralou contra o canto do elevador, e, no momento em que Zara tentou se mover, ele segurou seu rosto com firmeza e a beijou.Foi um beijo sem espaço para hesitação ou resistência. Orson não lhe deu qualquer chance. Assim que seus lábios tocaram os dela, sua língua invadiu sua boca com uma determinação avassaladora, rompendo qualquer barreira.O beijo era tão intenso e dominador que Zara sentiu o ar faltar. Suas mãos estavam presas pelos pulsos, sem qualquer possibilidade de empurrá-lo. Como se não bastasse, Or
As lágrimas de Zara também começaram a escorrer sem que ela pudesse evitar. — Canalha. — Zara murmurou entre dentes, com a voz trêmula. Orson, que estava prestes a morder o pescoço dela, parou o movimento assim que ouviu aquelas palavras. Ele ergueu os olhos. O batom de Zara já estava borrado, o delineador manchado pelas lágrimas que haviam caído, e seus cabelos estavam completamente bagunçados. Ela parecia um retrato de puro desespero e desordem. Mas, ao ver as lágrimas penduradas nas pontas de seus cílios, o coração de Orson deu uma batida estranha. Ele suspirou fundo, desacelerando os movimentos. Então, segurou com cuidado a nuca dela e a beijou. Diferente de antes, dessa vez o beijo foi mais suave, mais delicado, e Zara parecia não resistir tanto quanto no início. Mesmo assim, a dor que ela sentia ainda era intensa. E, para ser justo, Orson também não estava se sentindo exatamente confortável. No entanto, agora que ela parecia ceder, ele conseguiu recuperar um pouco de ca
Já era noite. As luzes lá fora haviam se acendido, e os neons coloridos se misturavam às lanternas vermelhas dos carros presos no trânsito da hora do rush. Juntos, formavam uma das cenas mais emblemáticas desta cidade: próspera, mas fria e indiferente. O edifício do Grupo Harris, localizado bem no coração da cidade, tinha janelas panorâmicas enormes que pareciam molduras de um quadro. Tudo aquilo estava ali, enquadrado, como se fosse feito para ser admirado. Orson estava parado ali, observando sem expressão. Segurava um isqueiro entre os dedos e, mecanicamente, pressionava o botão, fazendo a chama azul surgir e desaparecer, repetidas vezes. As lembranças que ele tinha de seu pai eram poucas e dispersas. Quando tentava se recordar, o que vinha à mente era apenas aquele rosto sempre sério, as exigências rigorosas que ele lhe fazia, e, por fim, a imagem de um homem deitado em uma cama de hospital, incapaz de cuidar de si mesmo. Orson tinha apenas 12 anos quando ele morreu. Embora
Orson já havia presenciado todo tipo de tentação ao longo da vida. E, claramente, a mulher à sua frente era do tipo mais medíocre. Ele sequer a olhou. Pegou o celular e ligou para Zara. O telefone chamou, mas ninguém atendeu. A expressão de Orson ficou ainda mais sombria. A mulher, parada logo atrás dele, sentiu-se desconfortável com a forma como ele a ignorava. Mesmo assim, ao lembrar do carro que ele dirigia e das roupas caras que ele usava, ela decidiu reunir coragem e se aproximar.— Qual é o seu relacionamento com a Zara? Vocês são amigos? — Perguntou a mulher, tentando parecer casual. — Mas acho que ela não vai atender o telefone agora… tão tarde da noite, certeza que está com algum homem por aí. Você sabe, né? Ela não é tão certinha quanto parece. Pelas costas, ela se diverte bastante. Hoje de manhã mesmo, eu vi… Antes que a mulher pudesse terminar, os olhos de Orson se voltaram para ela. O olhar frio e cortante que ele lançou foi como uma mão invisível apertando seu pesco
Orson olhou primeiro para a tela do celular dela antes de perguntar:— Onde você estava?Zara apertou os lábios, visivelmente incomodada:— Quem te deu o direito de trocar a minha fechadura?— Responda à minha pergunta.O rosto de Orson estava sombrio e ameaçador.Zara queria discutir, insistir no assunto, mas, ao encarar o olhar dele por alguns segundos, acabou cedendo:— No hospital.A expressão de Orson mudou levemente, e ele a observou da cabeça aos pés, como se buscasse algum sinal.Zara, no entanto, não percebeu o olhar dele. Continuou:— À tarde, me disseram que minha mãe tinha acordado. Mas, quando cheguei lá, ela já tinha voltado a dormir. Fiquei esperando um pouco, para ver se ela acordava de novo.A voz dela era baixa, carregada de tristeza.O rosto frio de Orson finalmente suavizou um pouco, mas, em seguida, ele pareceu lembrar de algo:— E por que não atendeu o telefone?— Estava no silencioso. Não vi as chamadas.Enquanto Zara respondia, aproveitou para perguntar:— Posso
O calor dentro do quarto só terminou de vez duas horas depois. O som da água vindo do chuveiro preenchia o ambiente, enquanto Zara Garcia, após alguns minutos de descanso, finalmente se levantava da cama. Suas pernas ainda tremiam, e ela se abaixou para pegar as roupas espalhadas pelo chão. As ações dele naquela noite tinham sido um pouco mais intensas do que o habitual, a ponto de sua mente ainda parecer vazia. Tentou abotoar o pijama várias vezes, mas seus dedos trêmulos falhavam repetidamente. Logo, o homem saiu do banheiro. Sua figura era alta e imponente, os traços do rosto fortes sem perder a beleza. Envolto apenas por uma toalha amarrada na cintura, gotículas de água deslizavam lentamente por seus músculos definidos, escorrendo pelo abdômen até desaparecerem. Ao notar que Zara ainda estava ali, ele franziu levemente as sobrancelhas. Zara, por sua vez, evitou olhá-lo diretamente. Mantendo o olhar fixo no botão do pijama, continuou travando sua pequena batalha silenciosa
Quem falava era Ophelia Brown, melhor amiga de Fiona e herdeira de um grande grupo empresarial.Ophelia e Fiona cresceram juntas. Desde sempre, Ophelia era uma das maiores apoiadoras do relacionamento entre Fiona e Orson. Agora, com Zara ocupando o lugar de Sra. Harris, Ophelia obviamente não nutria bons sentimentos por ela. Quando Ophelia viu Zara parada na porta, seu semblante continuava impassível, sem qualquer sinal de constrangimento ou desconforto.Foi Fiona quem quebrou o silêncio, chamando-a com suavidade:— Irmã, você veio?Zara apenas assentiu com a cabeça.— Vim te buscar. Já arrumou suas coisas?— Já sim. Vamos.Fiona respondeu de forma dócil, enquanto Zara se mantinha séria. Ophelia, no entanto, não conseguiu segurar a língua:— Sra. Harris, e o Sr. Orson? Hoje é o dia da alta da Fiona e ele não veio buscá-la?— Ele foi para a empresa. — Respondeu Zara, com tranquilidade.— Ah, parece que ele está muito ocupado. Só não sei se está tão ocupado assim ou se foi você quem não
Às sete da noite, Orson voltou pontualmente à mansão. Fiona estava na sala de estar naquele momento. Assim que o viu, deu alguns passos à frente, apressada. — Cunhado! Você voltou! Orson lançou-lhe um leve sorriso, erguendo os olhos logo em seguida. Zara, que observava a cena em silêncio, apertou os lábios e caminhou até ele para pegar o casaco que ele tirava. — O jantar está pronto. — Disse Zara, com o tom reservado de sempre. Na mesa, enquanto todos começavam a comer, Fiona olhou de relance para Zara antes de baixar o tom de voz: — Desculpa, cunhado. Estar aqui não está atrapalhando você e minha irmã? — Perguntou Fiona, com uma expressão hesitante. — Eu até falei pra mamãe que podia ficar sozinha, mas ela não quis deixar... — Não tem problema. — Respondeu Orson, sem hesitar. — Fique aqui o quanto precisar. Se precisar de algo, é só falar. — Sério? Não vai ser um incômodo? — Claro que não. — Srta. Fiona, a sua presença só traz alegria pra esta casa! — Comentou Iv