Orson olhou primeiro para a tela do celular dela antes de perguntar:— Onde você estava?Zara apertou os lábios, visivelmente incomodada:— Quem te deu o direito de trocar a minha fechadura?— Responda à minha pergunta.O rosto de Orson estava sombrio e ameaçador.Zara queria discutir, insistir no assunto, mas, ao encarar o olhar dele por alguns segundos, acabou cedendo:— No hospital.A expressão de Orson mudou levemente, e ele a observou da cabeça aos pés, como se buscasse algum sinal.Zara, no entanto, não percebeu o olhar dele. Continuou:— À tarde, me disseram que minha mãe tinha acordado. Mas, quando cheguei lá, ela já tinha voltado a dormir. Fiquei esperando um pouco, para ver se ela acordava de novo.A voz dela era baixa, carregada de tristeza.O rosto frio de Orson finalmente suavizou um pouco, mas, em seguida, ele pareceu lembrar de algo:— E por que não atendeu o telefone?— Estava no silencioso. Não vi as chamadas.Enquanto Zara respondia, aproveitou para perguntar:— Posso
O calor dentro do quarto só terminou de vez duas horas depois. O som da água vindo do chuveiro preenchia o ambiente, enquanto Zara Garcia, após alguns minutos de descanso, finalmente se levantava da cama. Suas pernas ainda tremiam, e ela se abaixou para pegar as roupas espalhadas pelo chão. As ações dele naquela noite tinham sido um pouco mais intensas do que o habitual, a ponto de sua mente ainda parecer vazia. Tentou abotoar o pijama várias vezes, mas seus dedos trêmulos falhavam repetidamente. Logo, o homem saiu do banheiro. Sua figura era alta e imponente, os traços do rosto fortes sem perder a beleza. Envolto apenas por uma toalha amarrada na cintura, gotículas de água deslizavam lentamente por seus músculos definidos, escorrendo pelo abdômen até desaparecerem. Ao notar que Zara ainda estava ali, ele franziu levemente as sobrancelhas. Zara, por sua vez, evitou olhá-lo diretamente. Mantendo o olhar fixo no botão do pijama, continuou travando sua pequena batalha silenciosa
Quem falava era Ophelia Brown, melhor amiga de Fiona e herdeira de um grande grupo empresarial.Ophelia e Fiona cresceram juntas. Desde sempre, Ophelia era uma das maiores apoiadoras do relacionamento entre Fiona e Orson. Agora, com Zara ocupando o lugar de Sra. Harris, Ophelia obviamente não nutria bons sentimentos por ela. Quando Ophelia viu Zara parada na porta, seu semblante continuava impassível, sem qualquer sinal de constrangimento ou desconforto.Foi Fiona quem quebrou o silêncio, chamando-a com suavidade:— Irmã, você veio?Zara apenas assentiu com a cabeça.— Vim te buscar. Já arrumou suas coisas?— Já sim. Vamos.Fiona respondeu de forma dócil, enquanto Zara se mantinha séria. Ophelia, no entanto, não conseguiu segurar a língua:— Sra. Harris, e o Sr. Orson? Hoje é o dia da alta da Fiona e ele não veio buscá-la?— Ele foi para a empresa. — Respondeu Zara, com tranquilidade.— Ah, parece que ele está muito ocupado. Só não sei se está tão ocupado assim ou se foi você quem não
Às sete da noite, Orson voltou pontualmente à mansão. Fiona estava na sala de estar naquele momento. Assim que o viu, deu alguns passos à frente, apressada. — Cunhado! Você voltou! Orson lançou-lhe um leve sorriso, erguendo os olhos logo em seguida. Zara, que observava a cena em silêncio, apertou os lábios e caminhou até ele para pegar o casaco que ele tirava. — O jantar está pronto. — Disse Zara, com o tom reservado de sempre. Na mesa, enquanto todos começavam a comer, Fiona olhou de relance para Zara antes de baixar o tom de voz: — Desculpa, cunhado. Estar aqui não está atrapalhando você e minha irmã? — Perguntou Fiona, com uma expressão hesitante. — Eu até falei pra mamãe que podia ficar sozinha, mas ela não quis deixar... — Não tem problema. — Respondeu Orson, sem hesitar. — Fique aqui o quanto precisar. Se precisar de algo, é só falar. — Sério? Não vai ser um incômodo? — Claro que não. — Srta. Fiona, a sua presença só traz alegria pra esta casa! — Comentou Iv
Zara sentiu o corpo estremecer e, num instante, abriu os olhos. Suas mãos se moveram com força, tentando empurrá-lo. Mas Orson parecia alheio a tudo. Com um movimento rápido e decidido, segurou os pulsos dela e a pressionou contra a parede. Seus gestos eram tão firmes e autoritários quanto sempre foram. Zara quis soltar um grito, mas algo lhe passou pela mente, e ela engoliu o som antes que escapasse. O barulho do chuveiro continuava, abafando qualquer ruído. Fora do banheiro, Fiona parecia não ter percebido nada e ainda insistia: — Cunhado? Zara virou o rosto para encarar Orson. Seu rosto estava vermelho — talvez pela raiva, talvez por outro motivo. Seus olhos estavam arregalados, carregados de emoção. Era um contraste gritante com sua habitual calmaria. Ela parecia mais viva do que nunca. Orson, ao vê-la assim, intensificou os movimentos, como se estivesse descarregando algo que carregava dentro de si. Seus corpos, perfeitamente sincronizados, levaram Zara a um clímax i
Fiona cresceu junto com Orson, então conhecia a Mansão Harris muito melhor do que Zara. Assim que entrou na casa, caminhou animada em direção a Paula, com um sorriso caloroso: — Vovó! — Meu Deus, é a Fiona? — Exclamou Paula, visivelmente contente. — Deixa eu ver... Você está mais magra de novo, não está? — Não estou, não, vovó. — Respondeu Fiona, rindo. — Olha só, fiz acarajé pra você! — Que menina querida, sempre tão atenciosa! As duas conversavam animadamente, com Paula exibindo um sorriso radiante. Mas, no momento em que Zara se aproximou, o sorriso de Paula diminuiu consideravelmente. Zara, fingindo não notar a mudança, cumprimentou-a formalmente: — Olá, vovó. Paula a olhou por um instante, como se quisesse dizer algo mais, mas Zara desviou o olhar rapidamente e chamou alguém que estava na escada: — Sogra. — Sra. Marta! — Fiona, que estava apoiada no ombro de Paula, endireitou-se de imediato ao avistar Marta. Seus olhos demonstravam um misto de respeito e ap
Orson chegou em casa antes do jantar.Ao ver o neto, Paula imediatamente abriu um sorriso caloroso. Segurou firme as mãos de Orson, enchendo-o com perguntas e preocupações.— Orson, você está mais magro de novo. — Comentou Paula, com um tom de descontentamento. — Olhe para você, menino! Como é que está vivendo? Parece até que perdeu mais peso do que antes de casar. Sua esposa não está cuidando de você direito?Aquelas palavras, embora ditas em tom casual, apontavam diretamente para Zara.Antes que Zara pudesse responder, Fiona se apressou em intervir:— Vó, não pense assim da minha irmã! Ela anda tão ocupada ultimamente, sabia? Ouvi dizer que ela está para lançar mais um quadrinho. A senhora não reparou que ela também emagreceu bastante? Ontem mesmo, fiquei morrendo de pena só de olhar para ela.Apesar de soar como uma defesa, as palavras de Fiona tinham um tom ambíguo, que deixava no ar uma sensação de desconforto. Zara, claro, entendeu perfeitamente as intenções escondidas.Paula, ao
— Cunhado, obrigada por ter me ajudado agora há pouco. — No caminho de volta, Fiona, sentada no banco traseiro do carro, não parava de falar. — Eu nunca imaginei que minha mãe fosse falar sobre isso com a Sra. Marta. Quase morri de susto! Ainda bem que você me defendeu. Senão, eu não saberia o que fazer… Não quero me casar tão cedo.Orson dirigia em silêncio. Limitou-se a soltar um leve "hum", como resposta.Seu tom parecia despreocupado, até indiferente, mas Fiona sabia que ele era assim mesmo, então não se incomodou. Em vez disso, virou-se para Zara, que estava no banco do passageiro:— Ah, irmã, o que a Sra. Marta falou com você lá em cima?— Nada demais. — Respondeu Zara, sem sequer tentar disfarçar o tom desinteressado.Fiona fez um biquinho, visivelmente insatisfeita, mas logo continuou:— Certo… Ah, lembrei! Irmã, você sabia que o Evander vai voltar para o país?Assim que terminou a frase, Zara não conseguiu esconder a mudança sutil em sua expressão. Naquele momento, o semáforo