— Que relação poderia haver? Nenhuma, é claro. — Orson respondeu sem hesitar. Mas, depois de alguns segundos, ele pareceu se lembrar de algo. Um sorriso brincou em seus lábios enquanto ele perguntava: — Zarita, você está com ciúmes? Zara não respondeu. Em vez disso, ela apenas puxou sua mão, que estava presa na dele. Orson não se importou. Pelo contrário, o sorriso em seu rosto se aprofundou ainda mais. — Então é isso mesmo. — Afirmou ele. — Não estou. — Zara retrucou, mas sua voz soava visivelmente pouco convincente. Orson não disse mais nada. Ele apenas continuou a olhar para ela, com aquele sorriso provocador nos lábios e um olhar que parecia uma agulha invisível, cutucando pacientemente as defesas de Zara, tentando romper sua fachada. Zara queria ignorá-lo, mas, sob aquele olhar insistente, ela sentiu suas bochechas começarem a corar, pouco a pouco, contra sua vontade. Por fim, ela não conseguiu mais se conter e o encarou. — Por que está me olhando assim? — Por
Antes da chegada do Ano Novo, havia ainda outro evento importante: o aniversário de Orson. Saindo do hospital, Zara hesitou por alguns instantes antes de decidir ir até um shopping próximo. Faltavam poucos dias para o aniversário dele. Não havia mais tempo para encomendar um presente personalizado, então ela só poderia comprar algo pronto. Assim que entrou em uma loja de roupas masculinas, uma vendedora veio atendê-la com entusiasmo. — Sra. Harris, precisa de alguma coisa? Zara, surpresa por ser reconhecida ali, parou por um instante antes de responder: — Só quero dar uma olhada. — É para o Sr. Orson? Que tal isso aqui? Acabamos de receber esses casacos da nova coleção... Zara não tinha ideia do que comprar, mas, de alguma forma, acabou saindo da loja com várias peças, todas escolhidas com a ajuda da vendedora. Ela não pensou duas vezes antes de usar o cartão de Orson para pagar, então não sentiu qualquer peso na consciência. No entanto, ao sair da loja, ela não esper
Enquanto Lilian falava, ela já tinha tirado o celular da bolsa. Emory percebeu e tentou imediatamente arrancá-lo de suas mãos, mas Zara o interrompeu: — Não precisa. A voz de Zara era incrivelmente calma, sua expressão não demonstrava o menor sinal de abalo, o que fez o sorriso provocador de Lilian desaparecer. Até mesmo Emory a observou, surpreso, sem dizer nada. — Tenho coisas para resolver. Vou indo. — Zara disse, sem prolongar a conversa. Em seguida, virou-se e começou a se afastar. Lilian ficou momentaneamente paralisada, mas logo voltou a si e correu atrás dela. — Como assim? Você acha que estou inventando? — Gritou Lilian. — Eu digo a verdade! Eu tenho provas, isso aqui... — Se você diz que é verdade, então deve ser. — Zara a interrompeu, sem alterar a voz. — Mas isso é um assunto entre mim e meu marido. Não acha que está se intrometendo demais? A postura de Zara fez com que Lilian sentisse que todas as suas provocações tinham sido completamente inúteis. A calma
— Não se preocupe, eu vou ficar com você pelo resto da vida. — Emory disse em um tom baixo. Era uma promessa? Lilian, parada à sua frente, ficou subitamente sem certeza disso. Sua boca se abriu, mas nenhuma palavra saiu enquanto ela olhava para Emory, atônita. — Não importa o que aconteça, vamos nos casar e... Envelhecer juntos. Essa é a promessa que fiz ao seu pai, e eu vou cumpri-la. Agora, preciso ir, tenho coisas para resolver. Se não quiser ir embora, pode continuar andando por aí. Nos vemos à noite. Depois de dizer isso, Emory simplesmente começou a caminhar para frente. Desta vez, Lilian não o impediu de ir. No entanto, ela ficou completamente paralisada, como se seu corpo tivesse congelado no lugar, incapaz de se mexer. Então era isso. Uma promessa. Mas não era para ela. Era uma promessa feita ao pai dela. Não! Não era uma promessa. Era um acordo. Um acordo entre ele e o pai dela. Ele disse que ficaria com ela pelo resto da vida. E depois? O que mais? Ele ficari
— O que você disse? — Orson perguntou, como se duvidasse do que acabara de ouvir. Sua voz carregava uma descrença evidente. Zara repetiu exatamente o que havia dito antes, sem pressa. — Ela só pode estar louca. — Orson respondeu, sem expressão no rosto. A reação dele fez Zara parar por um momento, mas, inesperadamente, ela acabou soltando uma risada leve. Orson, no entanto, permaneceu sério, com as sobrancelhas franzidas e o semblante rígido. — Então, vamos apenas assumir que ela está inventando coisas. — Disse Zara. — Foi a Lilian ou o Emory que disse isso? — Orson perguntou, sua voz fria e carregada de desconfiança. A pergunta fez Zara se sentir incomodada. Com as sobrancelhas ligeiramente franzidas, ela respondeu: — Eu não acabei de dizer que foi a Lilian? Orson deu um sorriso irônico, claramente desdenhoso, como se não tivesse realmente ouvido o que ela disse. No fundo, parecia que ele já havia decidido colocar toda a culpa em Emory. Zara percebeu que tentar exp
Até que o toque do celular de Orson quebrou a calma que pairava sobre o ambiente. Ele franziu levemente as sobrancelhas, claramente incomodado. Inicialmente, ele não queria atender, mas logo se lembrou do compromisso importante que tinha naquela noite. Respirando fundo, ele se endireitou e atendeu a ligação. Do outro lado da linha, a pessoa falou algo que fez a expressão de Orson se tornar ainda mais rígida. Suas sobrancelhas se franziram profundamente antes que ele respondesse em um tom breve: — Entendi, estou ciente. Assim que desligou, ele se virou para Zara e disse: — Preciso ir. — Tá bom. — Zara respondeu com um aceno tranquilo, como se a breve intimidade de antes nunca tivesse acontecido. Orson, no entanto, não estava disposto a deixá-la escapar tão facilmente. Ele segurou sua cintura com firmeza e pressionou os lábios nos dela. Diferente de outros momentos, o beijo foi inesperadamente suave e gentil. Não havia o toque possessivo de costume, mas sim uma doçura qua
Orson lançou um olhar breve para Lila, sem qualquer expressão, e soltou um simples "oh". Depois disso, ele passou por eles sem parar, indo direto para conversar com outras pessoas. Percival não pareceu se importar com a frieza de Orson. Pegou uma taça de vinho, sentou-se ao lado de Lila e começou a falar: — Eu achei que ele fosse trazer a esposa hoje. — Comentou Percival. — Você ainda não a conheceu, né? Lila apertou os lábios antes de responder, com a voz baixa: — Já a conheci. — É mesmo? — Percival levantou as sobrancelhas, surpreso. Mas, logo em seguida, pareceu se lembrar de algo. — Ah, já sei. Você trabalhava no hospital, né? Deve ter sido lá que a viu. Ela está grávida agora. Meu irmão praticamente vai em todas as consultas com ela. Sério, com o status do meu irmão, ele já faz mais do que o suficiente. Você não viu os outros homens desse círculo, né? Muitos não têm nem metade do dinheiro dele, não são nada bonitos e ainda assim vivem cercados de amantes e casos escand
Orson não ouviu sua voz no início. Lila mordeu os lábios e chamou novamente, com mais força: — Sr. Orson! Dessa vez, Orson finalmente se virou. Assim que seus olhos pousaram nela, suas sobrancelhas imediatamente se franziram, demonstrando irritação. Do outro lado da linha, a pessoa com quem ele falava no celular fez um comentário curioso: — Estou ouvindo uma voz feminina. Finalmente perdeu o controle, não é? Orson ignorou completamente a provocação. Ele desligou a ligação sem responder e olhou para Lila. — Você pode... Me ajudar? — A voz de Lila estava rouca, e seus olhos, já vermelhos, brilhavam com lágrimas prestes a cair. — Eu... Eu não estou com o Percival porque quero. Naquela vez, ele me embebedou e me levou para um hotel. Depois, tirou algumas fotos minhas. Eu estou com muito medo, Sr. Orson... Por favor, me ajude, está bem? Enquanto falava, as lágrimas começaram a escorrer pelo rosto dela. Orson permaneceu parado, apenas observando. — Eu não posso contar iss