Quando Lila terminou de falar, Orson chegou a ficar surpreso por um momento. — Por que eu deveria te ajudar? — Perguntou ele.— Eu… Você… Você é alguém da alta sociedade, é um homem! — Lila respondeu, com indignação na voz. — Ver uma mulher sendo humilhada e tratada de forma tão injusta, não deveria ser sua obrigação ajudar?Orson curvou os lábios em um sorriso frio, mas seus olhos estavam gelados como o inverno. — Desculpe, mas eu não tenho esse tipo de consciência, e também não pretendo agir assim.— Você… Claro, vocês homens são todos iguais! — Lila disse entre dentes, a raiva transbordando em cada palavra. — Todos da mesma laia!Orson não deu importância à acusação dela. Ele já estava virando para ir embora quando Lila, de repente, o segurou pelo braço.O gesto fez o rosto de Orson escurecer instantaneamente. Sem pensar duas vezes, ele afastou a mão dela com um movimento brusco, sua voz carregada de frieza. — Sai da minha frente.Lila estava furiosa, mas, ao ver o olhar de repul
Zara sabia que, na verdade, Orson só quis trazê-la ali para provar sua inocência, para mostrar que não havia nenhuma mulher o acompanhando naquela noite.Quando chegaram ao camarote, Zara viu que, de fato, só havia homens no local.Zara raramente aparecia em público atualmente. Antes, ela ocasionalmente acompanhava Orson em eventos, mas agora nem isso fazia mais. Sua última aparição pública havia sido no casamento, mas a cerimônia não chegou ao fim, e, por isso, muitas das pessoas presentes ali nunca tinham tido a oportunidade de conversar com ela.Ao vê-la agora, todos começaram a sorrir e imediatamente se aproximaram para cumprimentá-la.— Minha esposa sempre quis conversar com a senhora, Sra. Harris. Esses dias, ela organizou uma festa em casa. Se tiver tempo, adoraria que a senhora comparecesse.— Ouvi dizer que a senhora gosta de pintura, não é? Recentemente, vi uma peça em um leilão que me lembrou muito o seu estilo…Zara odiava esse tipo de cena. Antes, quando trabalhava no Grup
— Que relação poderia haver? Nenhuma, é claro. — Orson respondeu sem hesitar. Mas, depois de alguns segundos, ele pareceu se lembrar de algo. Um sorriso brincou em seus lábios enquanto ele perguntava: — Zarita, você está com ciúmes? Zara não respondeu. Em vez disso, ela apenas puxou sua mão, que estava presa na dele. Orson não se importou. Pelo contrário, o sorriso em seu rosto se aprofundou ainda mais. — Então é isso mesmo. — Afirmou ele. — Não estou. — Zara retrucou, mas sua voz soava visivelmente pouco convincente. Orson não disse mais nada. Ele apenas continuou a olhar para ela, com aquele sorriso provocador nos lábios e um olhar que parecia uma agulha invisível, cutucando pacientemente as defesas de Zara, tentando romper sua fachada. Zara queria ignorá-lo, mas, sob aquele olhar insistente, ela sentiu suas bochechas começarem a corar, pouco a pouco, contra sua vontade. Por fim, ela não conseguiu mais se conter e o encarou. — Por que está me olhando assim? — Por
Antes da chegada do Ano Novo, havia ainda outro evento importante: o aniversário de Orson. Saindo do hospital, Zara hesitou por alguns instantes antes de decidir ir até um shopping próximo. Faltavam poucos dias para o aniversário dele. Não havia mais tempo para encomendar um presente personalizado, então ela só poderia comprar algo pronto. Assim que entrou em uma loja de roupas masculinas, uma vendedora veio atendê-la com entusiasmo. — Sra. Harris, precisa de alguma coisa? Zara, surpresa por ser reconhecida ali, parou por um instante antes de responder: — Só quero dar uma olhada. — É para o Sr. Orson? Que tal isso aqui? Acabamos de receber esses casacos da nova coleção... Zara não tinha ideia do que comprar, mas, de alguma forma, acabou saindo da loja com várias peças, todas escolhidas com a ajuda da vendedora. Ela não pensou duas vezes antes de usar o cartão de Orson para pagar, então não sentiu qualquer peso na consciência. No entanto, ao sair da loja, ela não esper
Enquanto Lilian falava, ela já tinha tirado o celular da bolsa. Emory percebeu e tentou imediatamente arrancá-lo de suas mãos, mas Zara o interrompeu: — Não precisa. A voz de Zara era incrivelmente calma, sua expressão não demonstrava o menor sinal de abalo, o que fez o sorriso provocador de Lilian desaparecer. Até mesmo Emory a observou, surpreso, sem dizer nada. — Tenho coisas para resolver. Vou indo. — Zara disse, sem prolongar a conversa. Em seguida, virou-se e começou a se afastar. Lilian ficou momentaneamente paralisada, mas logo voltou a si e correu atrás dela. — Como assim? Você acha que estou inventando? — Gritou Lilian. — Eu digo a verdade! Eu tenho provas, isso aqui... — Se você diz que é verdade, então deve ser. — Zara a interrompeu, sem alterar a voz. — Mas isso é um assunto entre mim e meu marido. Não acha que está se intrometendo demais? A postura de Zara fez com que Lilian sentisse que todas as suas provocações tinham sido completamente inúteis. A calma
— Não se preocupe, eu vou ficar com você pelo resto da vida. — Emory disse em um tom baixo. Era uma promessa? Lilian, parada à sua frente, ficou subitamente sem certeza disso. Sua boca se abriu, mas nenhuma palavra saiu enquanto ela olhava para Emory, atônita. — Não importa o que aconteça, vamos nos casar e... Envelhecer juntos. Essa é a promessa que fiz ao seu pai, e eu vou cumpri-la. Agora, preciso ir, tenho coisas para resolver. Se não quiser ir embora, pode continuar andando por aí. Nos vemos à noite. Depois de dizer isso, Emory simplesmente começou a caminhar para frente. Desta vez, Lilian não o impediu de ir. No entanto, ela ficou completamente paralisada, como se seu corpo tivesse congelado no lugar, incapaz de se mexer. Então era isso. Uma promessa. Mas não era para ela. Era uma promessa feita ao pai dela. Não! Não era uma promessa. Era um acordo. Um acordo entre ele e o pai dela. Ele disse que ficaria com ela pelo resto da vida. E depois? O que mais? Ele ficari
— O que você disse? — Orson perguntou, como se duvidasse do que acabara de ouvir. Sua voz carregava uma descrença evidente. Zara repetiu exatamente o que havia dito antes, sem pressa. — Ela só pode estar louca. — Orson respondeu, sem expressão no rosto. A reação dele fez Zara parar por um momento, mas, inesperadamente, ela acabou soltando uma risada leve. Orson, no entanto, permaneceu sério, com as sobrancelhas franzidas e o semblante rígido. — Então, vamos apenas assumir que ela está inventando coisas. — Disse Zara. — Foi a Lilian ou o Emory que disse isso? — Orson perguntou, sua voz fria e carregada de desconfiança. A pergunta fez Zara se sentir incomodada. Com as sobrancelhas ligeiramente franzidas, ela respondeu: — Eu não acabei de dizer que foi a Lilian? Orson deu um sorriso irônico, claramente desdenhoso, como se não tivesse realmente ouvido o que ela disse. No fundo, parecia que ele já havia decidido colocar toda a culpa em Emory. Zara percebeu que tentar exp
Até que o toque do celular de Orson quebrou a calma que pairava sobre o ambiente. Ele franziu levemente as sobrancelhas, claramente incomodado. Inicialmente, ele não queria atender, mas logo se lembrou do compromisso importante que tinha naquela noite. Respirando fundo, ele se endireitou e atendeu a ligação. Do outro lado da linha, a pessoa falou algo que fez a expressão de Orson se tornar ainda mais rígida. Suas sobrancelhas se franziram profundamente antes que ele respondesse em um tom breve: — Entendi, estou ciente. Assim que desligou, ele se virou para Zara e disse: — Preciso ir. — Tá bom. — Zara respondeu com um aceno tranquilo, como se a breve intimidade de antes nunca tivesse acontecido. Orson, no entanto, não estava disposto a deixá-la escapar tão facilmente. Ele segurou sua cintura com firmeza e pressionou os lábios nos dela. Diferente de outros momentos, o beijo foi inesperadamente suave e gentil. Não havia o toque possessivo de costume, mas sim uma doçura qua