Fiona falou enquanto deslizava lentamente a alça do vestido pelo ombro. Sob a iluminação fraca, sua pele alva parecia ainda mais delicada.Orson, no entanto, lançou-lhe apenas um olhar antes de dizer:— Achei que já tinha deixado tudo bem claro da última vez, na Mansão Harris.Sua voz era fria e cortante. Fiona estacou no mesmo instante.Ela, é claro, se lembrou daquela noite, em frente à Mansão Harris, do beijo que ele rejeitou sem hesitar.Mas, desta vez, ignorou qualquer orgulho e se atirou para abraçá-lo.— Orson, eu gosto muito de você! Não me importo com status, só quero esta única vez… Porque… Porque quero entregar minha pureza para o homem que mais amo! Orson, fica comigo esta noite!Os olhos de Fiona estavam cheios de lágrimas, e seu rosto delicado, marcado pelo choro, despertaria compaixão em qualquer um.Menos em Orson.Ele a encarou por um instante e, sem hesitar, afastou-a com firmeza.— Eu sempre te vi como uma irmã.— Mentira! — Fiona gritou, desesperada. — Você sempre f
— Então por que você não atendeu quando liguei? — Orson perguntou.— Eu… Meu celular estava no silencioso, não ouvi.Assim que Zara terminou de falar, Orson se moveu de repente, avançando em sua direção!Ele era alto e imponente, e no pequeno espaço do hall de entrada, a distância entre eles diminuiu num instante. Zara sentiu o peso da presença dele, uma pressão invisível que a fez recuar instintivamente. Mas logo suas costas bateram contra a porta, impedindo qualquer fuga. Sem alternativa, ela ergueu o olhar para encará-lo. Seu rosto mostrava confusão, mas não havia traço de culpa ou medo.Orson a fitou de cima, os olhos afiados mergulhando nos dela. Só depois de alguns segundos ele falou:— Hoje à noite, Fiona me ligou dizendo que você estava com ela bebendo.— Eu com ela? — Zara soltou um riso irônico. — Você acha isso possível?— Não. Eu também sei que não é. — Orson assentiu, concordando. — Mas disseram que você estava bêbada, então fui atrás de você. Naquele momento, você não es
Fiona e Ophelia se encontraram no banheiro.Desde que Fiona ficou noiva de Evander, o contato entre elas diminuiu bastante, embora não tivessem chegado a se tornar inimigas. Quando se viram, trocaram um aceno educado.— Como está o Evander? — Ophelia perguntou, observando Fiona retocar o batom.— Ele está bem, já teve alta.Foi uma resposta normal, mas Ophelia sentiu que havia algo diferente nela. No entanto, antes que pudesse dizer qualquer coisa, Fiona já havia lavado as mãos e saído.O salão estava tomado pela animação. No momento em que Fiona voltou, viu um grande grupo de pessoas saindo às pressas, empurrando-se uns aos outros para passar pela porta.Fiona tentou desviar, mas acabou sendo puxada por Ophelia.— Eles estão indo para o terraço. — Explicou Ophelia, vendo a confusão no rosto dela. — Está quase na hora da virada do ano. Vai ter um show de fogos aqui em Cidade N.— Ah… — Fiona murmurou, sem grande interesse.— Vamos, vamos ver também.Ophelia segurou sua mão e a puxou pa
— Puta merda! Parece que é ela mesmo!— Fiona, quando sua irmã voltou com o Orson?— Meu Deus, o que será que o Orson viu nela?O burburinho ao redor não parava, como se algo tivesse explodido dentro da mente de Fiona.Ela não conseguiu reagir. Não disse uma palavra sequer, apenas fixou o olhar nos dois à frente. A raiva e a indignação a fizeram tremer levemente.No terraço, Orson também percebeu que algo estava errado. Quando viu o grupo de pessoas os observando, ele franziu a testa e, sem pensar duas vezes, puxou Zara para mais perto, apertando-a contra o peito.— Sr. Orson, que coincidência! — Alguém do grupo logo o cumprimentou, com um tom malicioso. — Essa é sua nova namorada? Como é que a gente não sabia?Todos ali pertenciam ao mesmo círculo social e tinham mais ou menos a mesma idade. Por isso, ninguém se preocupou em disfarçar a curiosidade.Desde o início, Zara estava de costas para eles. Agora, com Orson segurando-a firmemente, mal dava para vê-la direito. Se Ophelia não tiv
Orson e Zara não ficaram ali por muito tempo. Depois de assistir aos fogos de artifício por um instante, ele a levou embora.Zara ainda se despediu do grupo com um sorriso no rosto, mas assim que se virou, sua expressão se desfez. Sem hesitar, tentou soltar a mão de Orson.Mas Orson apertou ainda mais, como se quisesse esmagar sua cintura.Zara não conseguiu conter um gemido de dor.— Se eu te morder, você acredita?— Vai morder onde?Zara ficou sem reação.Orson riu ao vê-la engasgar com as próprias palavras, sem conseguir responder.— Quero ir para casa. — Disse ela, cerrando os dentes.— Hum, vamos juntos. — Respondeu ele, sem a menor cerimônia.— Minha casa é pequena, Sr. Orson. Não acha que vai se sentir sufocado?— Então você pode ficar comigo no Condomínio Oásis... Ou no Brisa do Mar, se preferir.— Não vou. — Zara respondeu sem nem pensar.Orson lançou-lhe um olhar, mas não insistiu. Apenas entrou no carro em silêncio.Zara se acomodou no banco do passageiro e virou o rosto par
O apartamento ao lado já estava vazio.Mesmo assim, Zara não ousou soltar a voz. Desesperada, tudo o que ela pôde fazer foi cravar os dentes no pescoço de Orson.Ele, no entanto, não soltou um único gemido de dor. Apenas segurou o queixo dela e, sem hesitar, tomou seus lábios num beijo intenso.O quarto permanecia mergulhado na escuridão, e ao longe, o som dos fogos de artifício ainda ressoava pela janela, misturando-se ao toque insistente de um celular.Zara ouviu o toque e empurrou Orson com a mão.Mas ele não parou. Tampouco demonstrou intenção de atender a ligação.Do outro lado da linha, a insistência continuou. O celular tocava sem trégua, até que, depois de Zara chamá-lo várias vezes, Orson finalmente cedeu, pegou o celular e atendeu, visivelmente irritado.— Alô? — A voz dele saiu rouca, carregada de impaciência.Não se sabia o que foi dito do outro lado, mas, de repente, sua expressão mudou completamente.— E depois? Qual é a situação agora? — Após um breve silêncio, ele acres
Na mansão Harris.Paula tinha hábitos muito regrados. A essa hora, ela já deveria estar dormindo há tempos, assim como o restante da família, que costumava seguir sua rotina.Mas naquela noite, já passava da uma da manhã e a mansão permanecia completamente iluminada.O mordomo esperava no jardim havia um bom tempo. Assim que viu o carro de Orson se aproximar, seus olhos brilharam, e ele correu na direção do veículo.— Senhor, finalmente o senhor voltou!Orson lançou-lhe um olhar rápido.— O que está acontecendo?— A senhora Paula está furiosa. A senhora Marta também voltou, mas a conversa entre elas não foi nada boa. O senhor precisa acalmar…Antes que o mordomo terminasse, Orson já havia passado direto e entrado na casa.Assim como fora avisado, o clima no interior era tenso. Paula estava sentada, com o rosto rígido e as mãos apertando o braço do sofá.Marta, por outro lado, permanecia de pé diante dela. Embora estivesse com a cabeça baixa, mantinha a postura ereta, sem demonstrar o m
A xícara de café acertou em cheio a parte de trás da cabeça de Orson. O impacto foi seco, e o sangue começou a escorrer em pequenas gotas pelo seu cabelo.Paula ficou paralisada. O mordomo, por sua vez, correu apressado até ele.— Senhor, o senhor está bem? Isso…Antes que ele pudesse terminar, Orson afastou sua mão e, com calma, tirou um lenço do bolso, limpando superficialmente o sangue que descia pelo pescoço. Depois, ergueu os olhos para Marta.— Qual é o nome dele?A voz dele soou fria e impassível, sem qualquer traço de emoção. Mesmo assim, Marta estremeceu visivelmente ao ouvi-lo.Ela o olhou, incrédula. Orson apenas a encarava, esperando uma resposta.Os segundos se arrastaram, mas ela permaneceu em silêncio. Percebendo que não teria resposta, ele simplesmente assentiu, pegou o celular e começou a digitar, pronto para descobrir por conta própria.Marta conhecia bem o próprio filho. No momento em que ele pegou o celular, ela entendeu o que ele pretendia fazer. Sem hesitar, segur