— Puta merda! Parece que é ela mesmo!— Fiona, quando sua irmã voltou com o Orson?— Meu Deus, o que será que o Orson viu nela?O burburinho ao redor não parava, como se algo tivesse explodido dentro da mente de Fiona.Ela não conseguiu reagir. Não disse uma palavra sequer, apenas fixou o olhar nos dois à frente. A raiva e a indignação a fizeram tremer levemente.No terraço, Orson também percebeu que algo estava errado. Quando viu o grupo de pessoas os observando, ele franziu a testa e, sem pensar duas vezes, puxou Zara para mais perto, apertando-a contra o peito.— Sr. Orson, que coincidência! — Alguém do grupo logo o cumprimentou, com um tom malicioso. — Essa é sua nova namorada? Como é que a gente não sabia?Todos ali pertenciam ao mesmo círculo social e tinham mais ou menos a mesma idade. Por isso, ninguém se preocupou em disfarçar a curiosidade.Desde o início, Zara estava de costas para eles. Agora, com Orson segurando-a firmemente, mal dava para vê-la direito. Se Ophelia não tiv
Orson e Zara não ficaram ali por muito tempo. Depois de assistir aos fogos de artifício por um instante, ele a levou embora.Zara ainda se despediu do grupo com um sorriso no rosto, mas assim que se virou, sua expressão se desfez. Sem hesitar, tentou soltar a mão de Orson.Mas Orson apertou ainda mais, como se quisesse esmagar sua cintura.Zara não conseguiu conter um gemido de dor.— Se eu te morder, você acredita?— Vai morder onde?Zara ficou sem reação.Orson riu ao vê-la engasgar com as próprias palavras, sem conseguir responder.— Quero ir para casa. — Disse ela, cerrando os dentes.— Hum, vamos juntos. — Respondeu ele, sem a menor cerimônia.— Minha casa é pequena, Sr. Orson. Não acha que vai se sentir sufocado?— Então você pode ficar comigo no Condomínio Oásis... Ou no Brisa do Mar, se preferir.— Não vou. — Zara respondeu sem nem pensar.Orson lançou-lhe um olhar, mas não insistiu. Apenas entrou no carro em silêncio.Zara se acomodou no banco do passageiro e virou o rosto par
O apartamento ao lado já estava vazio.Mesmo assim, Zara não ousou soltar a voz. Desesperada, tudo o que ela pôde fazer foi cravar os dentes no pescoço de Orson.Ele, no entanto, não soltou um único gemido de dor. Apenas segurou o queixo dela e, sem hesitar, tomou seus lábios num beijo intenso.O quarto permanecia mergulhado na escuridão, e ao longe, o som dos fogos de artifício ainda ressoava pela janela, misturando-se ao toque insistente de um celular.Zara ouviu o toque e empurrou Orson com a mão.Mas ele não parou. Tampouco demonstrou intenção de atender a ligação.Do outro lado da linha, a insistência continuou. O celular tocava sem trégua, até que, depois de Zara chamá-lo várias vezes, Orson finalmente cedeu, pegou o celular e atendeu, visivelmente irritado.— Alô? — A voz dele saiu rouca, carregada de impaciência.Não se sabia o que foi dito do outro lado, mas, de repente, sua expressão mudou completamente.— E depois? Qual é a situação agora? — Após um breve silêncio, ele acres
Na mansão Harris.Paula tinha hábitos muito regrados. A essa hora, ela já deveria estar dormindo há tempos, assim como o restante da família, que costumava seguir sua rotina.Mas naquela noite, já passava da uma da manhã e a mansão permanecia completamente iluminada.O mordomo esperava no jardim havia um bom tempo. Assim que viu o carro de Orson se aproximar, seus olhos brilharam, e ele correu na direção do veículo.— Senhor, finalmente o senhor voltou!Orson lançou-lhe um olhar rápido.— O que está acontecendo?— A senhora Paula está furiosa. A senhora Marta também voltou, mas a conversa entre elas não foi nada boa. O senhor precisa acalmar…Antes que o mordomo terminasse, Orson já havia passado direto e entrado na casa.Assim como fora avisado, o clima no interior era tenso. Paula estava sentada, com o rosto rígido e as mãos apertando o braço do sofá.Marta, por outro lado, permanecia de pé diante dela. Embora estivesse com a cabeça baixa, mantinha a postura ereta, sem demonstrar o m
A xícara de café acertou em cheio a parte de trás da cabeça de Orson. O impacto foi seco, e o sangue começou a escorrer em pequenas gotas pelo seu cabelo.Paula ficou paralisada. O mordomo, por sua vez, correu apressado até ele.— Senhor, o senhor está bem? Isso…Antes que ele pudesse terminar, Orson afastou sua mão e, com calma, tirou um lenço do bolso, limpando superficialmente o sangue que descia pelo pescoço. Depois, ergueu os olhos para Marta.— Qual é o nome dele?A voz dele soou fria e impassível, sem qualquer traço de emoção. Mesmo assim, Marta estremeceu visivelmente ao ouvi-lo.Ela o olhou, incrédula. Orson apenas a encarava, esperando uma resposta.Os segundos se arrastaram, mas ela permaneceu em silêncio. Percebendo que não teria resposta, ele simplesmente assentiu, pegou o celular e começou a digitar, pronto para descobrir por conta própria.Marta conhecia bem o próprio filho. No momento em que ele pegou o celular, ela entendeu o que ele pretendia fazer. Sem hesitar, segur
Esta noite, Zara também não conseguiu dormir bem. Depois de se revirar na cama por um bom tempo, ela finalmente pegou no sono de forma meio turva.Ela não sabia quanto tempo havia passado, mas de repente sentiu como se uma presença tivesse surgido ao lado de sua cama.Ainda com a mente enevoada, ela fez um esforço para abrir os olhos. Assim que conseguiu, viu, de fato, alguém sentado ali.Zara levou um susto e soltou um grito agudo.— Sou eu. — Disse Orson.Aquela voz leve, quase flutuante, cortava a escuridão como se não tivesse corpo, como o sussurro de uma alma perdida.Zara, ainda assustada, precisou de alguns segundos para recuperar os sentidos. Quando se deu conta, instintivamente levantou o pé para chutá-lo.Ela estava irritada. Afinal, tinha custado a pegar no sono e agora tinha sido acordada de forma tão abrupta. Quem não ficaria de mau humor?Mas, assim que levantou o pé, Orson segurou o tornozelo dela com firmeza.Zara, que estava deitada debaixo das cobertas havia horas, se
Naquele momento, ele apenas respirou fundo antes de continuar:— Esta noite, minha avó e minha mãe brigaram. Ele a encarou por um instante: — Sabe por quê?As palavras dele fizeram Zara parar o que estava fazendo, mas ela rapidamente recuperou a calma e virou-se para olhá-lo.— Por quê? — Ela perguntou.— Porque minha mãe está namorando. — Orson afirmou, sem rodeios.Embora Zara já tivesse uma ideia do que poderia ser, ouvir Orson afirmar isso tão diretamente fez com que sua expressão mudasse, mesmo que só por um instante.Antes que ela conseguisse pensar em algo para responder, Orson prosseguiu:— Então você já sabia, né? — Ele estreitou os olhos.— O quê? — Zara perguntou, tentando entender.— Zara, não tente mentir para mim. — Orson falou sem demonstrar qualquer emoção, e seu olhar voltou a ser tão frio e incisivo quanto antes.As mãos de Zara se fecharam involuntariamente. Depois de alguns segundos, ela finalmente assentiu lentamente com a cabeça.— Quando você ficou sabendo? — E
Orson foi embora novamente. Depois daquela noite, ele passou vários dias sem aparecer na Rua dos Ventos. Zara pensou que, dessa vez, ela realmente o tinha irritado de vez. Será que era o fim definitivo entre eles? Quando essa ideia surgiu em sua mente, Zara olhou ao redor da casa. De repente, sentiu-se perdida, sem saber o que fazer. Depois de ficar sentada no sofá por alguns minutos, ela se levantou e foi direto para a cozinha. Nos últimos tempos, Zara tinha cozinhado com mais frequência. Sua habilidade na cozinha não era das melhores, mas Orson parecia gostar de tudo o que ela preparava. Sempre que ela fazia alguma coisa, ele comia até o último pedaço, não importava a quantidade. Naquele dia, Zara fez dois pratos simples, como de costume. Porém, quando chegou à entrada do prédio do Grupo Harris com a marmita nas mãos, ela se arrependeu de ter ido até lá. Ela ficou parada por alguns minutos na praça em frente ao edifício, hesitando. No final, decidiu ir embora. No entant