— Sim. — Respondeu Orson.— Preparei um presente para ela. Quando for, leve junto, está bem? — Disse Paula. — O Evander talvez não esteja à altura, mas, no fim, isso é coisa da Fiona. Espero que eles sejam felizes.Enquanto falava, Paula não tirava os olhos de Orson, aparentemente esperando alguma reação.No entanto, ele manteve a mesma calma de sempre. Diante das palavras dela, limitou-se a soltar um leve "hum", indicando que havia entendido.— Zara também estará no noivado, não estará? — Marta, que até então permanecia em silêncio, perguntou de repente.O nome de Zara era raramente mencionado entre eles, mas, no instante em que Marta o trouxe à tona, os outros dois franziram levemente as sobrancelhas.— Ela não cortou laços com a família Garcia? — Perguntou Paula, lançando um olhar rápido para Orson.Ele continuava comendo tranquilamente, sem qualquer alteração na expressão. Até mesmo a breve tensão que pareceu surgir em seu rosto desapareceu, como se tudo não tivesse passado de uma
Mesmo naquele momento, Orson ainda não olhou para Fiona. Seu olhar vagou pelo salão, observando os arredores, enquanto suas sobrancelhas se franziram levemente.— Orson. — Fiona chamou por ele, incapaz de esconder a mágoa em sua voz.Só então ele pareceu voltar à realidade. Após lançar-lhe um breve olhar, entregou-lhe o presente que trazia nas mãos.— Parabéns.Fiona não esperava que tudo o que receberia dele fosse um simples e vazio "parabéns".Sua mão apertou-se involuntariamente. Foram necessários alguns segundos até que ela, como se voltasse a si, estendesse a mão para pegar o presente.— Obrigada.O estojo vermelho, de tecido refinado, passou das mãos dele para as dela, mas Fiona não pôde deixar de notar o toque breve nos dedos de Orson. Estavam frios como gelo.Ela ergueu os olhos para encará-lo, mas a expressão dele permanecia inalterada. Orson apenas recolheu a mão com calma, como se nada tivesse acontecido.Nesse momento, Evander aproximou-se.— Sr. Orson, seja bem-vindo.Ele
No caminho para a Rua dos Ventos, Orson viu uma postagem de Ivo no Instagram. A localização era em Cidade S, mas ele não estava sozinho. No canto da foto, vestindo um sobretudo branco, estava Zara.As sobrancelhas de Orson se contraíram imediatamente, e ele disse diretamente:— Pare o carro.O motorista o olhou, confuso, mas antes que pudesse perguntar qualquer coisa, Orson já havia bloqueado a tela do celular e ordenado:— Dê a volta. Vamos para o Grupo Harris.O táxi funcionava com taxímetro, então o motorista não questionou. Apenas resmungou algo, virou o volante e mudou de direção.Orson permaneceu sentado, encarando a paisagem pela janela com uma expressão impenetrável. Seus dedos longos tamborilaram levemente contra a tela do celular antes de, finalmente, discar o número de seu assistente.— Reserve uma passagem para Cidade S.…Zara estava agora em Cidade S.O filme sendo produzido era uma adaptação de uma de suas obras. Apesar de sua participação no roteiro não ser tão signific
Zara saiu primeiro, com Ivo logo atrás, mantendo aquele sorriso sempre gentil no rosto. ― Sr. Orson... Até logo. Orson apenas assentiu com um leve movimento de cabeça, o rosto impassível. Logo depois, as portas do elevador se fecharam. No reflexo metálico do painel, a expressão de Orson ficou evidente: sobrancelhas franzidas e lábios apertados. Enquanto isso, do outro lado, quando Zara estava prestes a entrar no quarto, uma voz a chamou repentinamente. ― Zara! Ela se virou rapidamente e viu Ivo. ― Amanhã você vai ao set? ― Perguntou ele. ― Por que não iria? ― Devolveu Zara, arqueando as sobrancelhas. Ivo sorriu. ― Nada, só queria confirmar. Achei que talvez pudesse ter outros planos. Zara entendeu de imediato o que ele queria dizer e respondeu em um tom calmo, quase frio: ― Não tenho. ― Que bom. Então, descanse bem. Boa noite. Antes de entrar no próprio quarto, Ivo lançou-lhe um último sorriso. Era um sorriso carregado de algo que Zara não sabia definir, mas
Quando saiu do camarote, Zara finalmente soltou um longo suspiro, como se estivesse carregando um peso enorme. Ela não sabia para onde ir, então ficou parada no corredor, olhando para o nada. Não sabia quanto tempo havia passado, mas, de repente, o som seco de um isqueiro sendo aceso ecoou atrás dela. Era um som tão nítido que a fez virar imediatamente. Talvez porque já o tivesse visto na noite anterior, Zara não se surpreendeu tanto ao dar de cara com Orson. Ainda assim, sua mão, que pendia ao lado do corpo, se fechou involuntariamente. Orson, no entanto, parecia alheio à sua presença. De cigarro entre os dedos, ele olhava para a tela do celular, deslizando o dedo sem pressa. O corredor era amplo e vazio, apenas os dois ocupavam aquele espaço. Mesmo que agora fossem praticamente estranhos, Zara ainda sentia-se desconfortável. Após hesitar por alguns segundos, decidiu voltar para o camarote e se afastar daquela situação. Mas, ao virar-se, uma figura cambaleante surgiu na su
Fazendo as contas, ela percebeu que sua menstruação já estava atrasada há alguns dias. Esse pensamento a deixou completamente atordoada. Quando Orson segurou sua mão, Zara não resistiu, apenas o seguiu, ainda perdida em seus próprios devaneios. Ivo saiu do camarote bem a tempo de ver a cena. Ele franziu a testa e, instintivamente, deu alguns passos na direção deles, como se quisesse intervir. ― Isso é um assunto entre nós dois, Sr. Ivo. É melhor não se meter. A voz de Orson era calma, mas havia um tom de alerta inconfundível. Ivo parou no mesmo instante, desviando o olhar para Zara, como se buscasse alguma confirmação. ― Eu... Estou bem. ― Disse ela rapidamente, antes que ele pudesse dizer qualquer coisa. Sem dar tempo para mais discussões, Orson a puxou pelo braço e ambos saíram do restaurante. Antes de voltarem para o hotel, Orson parou em uma farmácia. Quando ele entregou o teste de gravidez nas mãos de Zara, ela pareceu levar um susto. Apertando os lábios, resmung
― Zara. ― Orson aproximou-se e bateu na porta. Não houve resposta. Sua testa se franziu imediatamente. Ele bateu novamente, com mais firmeza, mas o silêncio permaneceu. Perdendo a paciência, ele levantou o pé, pronto para arrombar a porta. No entanto, no instante seguinte, a porta se abriu. Zara apareceu, e Orson recuou o movimento, fixando o olhar diretamente nela. A expressão dela estava serena, quase fria. ― Não. Orson estreitou os olhos, desconfiado, mas Zara estendeu o teste de gravidez em sua direção. ― Sr. Orson, pode ficar tranquilo. Ele baixou os olhos, observando o teste. Apenas uma linha vermelha. ― Amanhã vamos ao hospital. ― Disse ele, sem alterar o tom. ― Isso aqui pode não ser confiável. ― Eu não vou. ― Zara respondeu imediatamente. A expressão de Orson endureceu. ― O resultado já está aqui. ― Disse ela, firme. ― E, além disso, eu só estava com o estômago ruim. Não tem como algo assim acontecer por acaso. ― Oito da manhã. Eu passo para te busc
― Amanhã, às oito da manhã, vá até o quarto 1613 e leve-a ao hospital. Orson entregou o número para Jennifer, que franziu a testa, sem entender completamente a instrução. Seus olhos buscaram alguma explicação no rosto dele, mas só encontraram frieza. ― Essa questão não deve chegar aos ouvidos de ninguém. Se houver qualquer vazamento de informação... Você sabe o que pode acontecer. O tom de Orson era controlado, mas o olhar intenso fazia o ar pesar. Jennifer imediatamente percebeu que havia interpretado a situação de forma errada. Engoliu em seco e assentiu rapidamente: ― Entendido. ― Pode sair. Sem mais uma palavra, ele desviou o olhar, encerrando a conversa. Jennifer deixou o quarto às pressas, e o silêncio tomou conta novamente. Orson, por sua vez, deixou o assunto de lado, como se já estivesse resolvido. No entanto, naquela noite, quando fechou os olhos para dormir, foi surpreendido por um sonho. Ele sonhou com uma criança. Orson nunca foi alguém ligado a sentimen