Epílogo
No universo capitalista, financeiro e político, Lucca transcendeu acima dos serviços públicos e privados. Ao oferecer proteção a quem lhe convém, ele se transformou em um fenômeno amplamente aceito pela sociedade.
Através do tráfico de armas e drogas, principalmente, heroína, Lucca viu a sua fortuna crescer em proporções gigantescas. Amparado pela Justiça, Polícia e Estado, o chefão da máfia italiana construiu um império. A mansão em Veneza, é o seu novo lar.
Três horas da madrugada. Enrico estava deitado no trocador. Paris segurava as suas perninh
Sicília, Itália.Lucca De Rossi, ou apenas, o Príncipe Da Morte, como é conhecido na Máfia Italiana, estava à espreita nas sombras da noite. O assassino frio e calculista, observava a sua próxima vítima, Matteo Salvatore Cacciola, Chefe da Famiglia Cacciola.Lucca, vinte e oito anos, trabalha há muito tempo para a Cosa Nostra. Para ele, convém proteger os negócios de Greco Romano, o chefe do crime organizado na Sicília, Itália.Invisível aos olhos do mundo, como se não passasse de uma ilusão na mente dos mafiosos e dos homens da lei, Lucca possui um extenso currículo, somando trinta e três mortes.Os sicilianos têm uma lei de silêncio, chamada omertà. Ela proíbe homens e mulheres de cooperar de qualquer maneira com a polícia ou com o governo, sob pena de morte.Para Lucca, extorsão, exploração de jogos de azar, lavagem de dinheiro,tráfico de armas e droga
Já passava da meia-noite quando Lucca avistou Matteo deixando a boate com os três seguranças. Como se pressentissem o perigo que os rodava nas sombras da noite, os homens de terno preto estavam em estado de alerta.Da entrada da boate até o carro, Matteo teria que dar sete passos. Protegido pela escuridão do outro lado da rua, vestindo preto da cabeça aos pés e encapuzado, Lucca ajustou a mira do rifle sniper, e deslizou o dedo até o gatilho.Ele não esboçava nenhum sinal de ansiedade. Suas mãos não tremiam, seus olhos azuis não piscavam e seu coração não estava disparado. Calmo, focado e disciplinado. Para Lucca, era tudo uma contagem de milésimos de segundos.Matteo estava na mira. O gatilho começou a ser puxado. Um pequeno sorriso curvou os lábios rosados do assassino ao ver o pânico nos olhos negros de Matteo. O italiano já sabia que a sua hora se aproximava. Em breve, estaria adentrando os portões do inferno.
Com um poder de fogo muito superior, Alessandro viu seus homens serem facilmente abatidos por Greco e companhia. Ele não esperava que o desgraçado em pessoa pudesse surgir como o próprio Cavaleiro Do Apocalipse, abrindo fogo contra tudo e todos.O italiano tem culhões, Alessandro reconheceu. A BMW blindada de Matteo não resistiria por muito mais tempo. Alessandro colocou as duas mãos no volante ao ver Greco se aproximar. Com o cabo do rifler ele bateu no vidro da Lamborghini.- Sai do carro!Sabendo que não seria alvejado, Alessandro deu marcha ré, um giro completo de 360º graus e fugiu. Paris olhou para Greco.- Ele está sozinho. Será uma presa fácil.Greco observava a Lamborghini voar em direção a autoestrada. Ele respirou fundo.- Hoje não. Eu não quero iniciar uma guerra. Nós viemos resgatar Lucca, e com sorte, matar Matteo.Paris desdenhou.- A guerra já começou.Matteo em um gesto desesperado, quando viu que seus seguranças
Anna arriscou um olhar hesitante para Lucca. Ele dirigia em silêncio, vez ou outra, olhava para ela com raiva. Estavam no penúltimo carro do comboio que seguia para as montanhas. A noite fria fez Anna estremecer. Dirigindo com apenas uma mão, Lucca tirou a jaqueta de couro preto e jogou no colo dela.- Vista.Anna pensou em recusar. Seria um erro. Ela se vestiu e logo ficou aquecida. Tatuagens cobriam os braços musculosos. O olhar de Lucca pairou sobre as suas pernas por alguns segundos. A jaqueta tinha ficado enorme, então, Anna a esticou o máximo que conseguiu até cobrir os joelhos.Lucca respirou fundo e tentou se concentrar. Uma buzina vinda do carro de trás o alertou que ele estava atrasando o comboio. Matteo estava morto, mas a conversa fiada que o fim justifica os meios, não funcionaria com Greco. Ele não conquistou o trono da família Romano, sendo irresponsável. Lucca pagaria o preço.Ele tinha plena consciência que se deixou levar pela beleza da garo
Anna ficou impressionada com o tamanho do banheiro do quarto de hóspedes. Era maior do que a casa que ela tinha nascido e crescido no México. Tudo era de mármore branco com detalhes em dourado. A banheira oval parecia um sonho, grande o suficiente para três pessoas.Ela encontrou toalhas brancas felpudas e roupões de banho, tudo limpo e impecavelmente dobrados. Na bancada da pia, sabonete, e até shampoo e condicionador. Anna se apressou em tirar o salto alto, o vestido e a calcinha.Ela abriu o chuveiro e entrou debaixo da ducha quente. Quase se afogou com o excesso de água. Após o banho demorado, se sentia um pouco melhor. Porém, com fome e sono.Lucca sentou na cama e olhou para a porta do banheiro fechada. Ele ouvia a água caindo, e pensamentos perigosos começaram a turvar a sua mente. Não é o tipo de cara que se deixa levar por uma mulher bonita. Na verdade, sua vida sexual é inexistente. Trabalhar para Greco consome todo o seu tempo. Sempre tem algum crime par
Na manhã ensolarada, Greco tomava café da manhã no jardim. Após um mergulho na piscina, ele vestia apenas uma sunga preta, enquanto olhava para a tela do iPhone. A chacina estava em todos os noticiários.Depois de passar a noite em claro subornando policiais, Greco não estava satisfeito com o rumo das investigações. Um inquérito seria aberto. A família Cacciola queria a cabeça do assassino de Matteo. O mafioso fez uma ligação.- Alô.- Dormiu bem?Ainda na cama, Alessandro ficou em silêncio. Ele tinha uma vaga ideia de quem poderia ser ao atender a ligação de um número desconhecido. Sonolento, por causa dos sedativos, Alessandro fechou os olhos e levou a mão na cabeça.- O que você quer?- Como eu imaginava, você não está preocupado com Anna.Alessandro riu com ironia.- Eu sei que ela está bem.Greco sorriu.- Sabe
Sob o olhar intenso de Lucca, Anna começou a comer o banquete que ele tinha preparado para ela.- Obrigada por estar sendo gentil comigo.Em pé ao lado da cama, Lucca apenas assentiu. Porém, disse:- Não me agradeça ainda. Em breve, você vai descobrir que eu não sou nem um pouco gentil.Com a boca seca, Anna bebeu um longo gole de suco de laranja. Ela sorriu.- Já tomou café?- Não. Eu tenho coisas mais importantes para resolver.- Meu pai dizia que saco vazio não para em pé.Lucca franziu a testa quando Anna estendeu o sanduíche de peito de peru. Ele pensou em recusar, mas mudou de ideia e sentou na cama. Quase riu quando não fez o que Anna esperava. Ao invés de pegar o sanduíche, ele se inclinou e entreabriu os lábios, esperando que ela desse na boca dele.Anna sabia que estava com cara de idiota com a proximidade de Lucca e a forma como ele se inclinou sobre ela. Perto o bastante para sentir o seu hálito quente, cheiro de sabo
Alessandro levantou, sorriu de forma cordial e trocou um forte aperto de mão com Bambino. Intrigado, não pôde deixar de perguntar:- Quantos anos tem?- Vinte e um.- Não parece ter mais do que dezesseis.Bambino riu.- Eu puxei a genética da minha mãe.- Certamente. Sente-se. Aceita uma bebida?- Não. Está um pouco cedo para beber, e a minha visita é em uma hora muito difícil para mim. Eu estou de luto.Alessandro fingiu ficar emotivo.- Eu lamento muito pela sua perda. Seu pai e eu éramos grandes amigos.Bambino sentou e cruzou as pernas. Ele olhou para Alessandro com cuidado e atenção.- Com a morte do meu pai eu vou assumir os negócios dele. Sou o próximo na linha de sucessão e serei ordenado em alguns dias. Eu gostaria de tomar posse com a cabeça do assassino dele em mãos.Alessandro manteve a expressão de pesar no rosto, mas suas pernas fraquejaram. Ele sentou lentamente. Gostaria de pensar que Bambino não