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Capítulo 2

Já passava da meia-noite quando Lucca avistou Matteo deixando a boate com os três seguranças. Como se pressentissem o perigo que os rodava nas sombras da noite, os homens de terno preto estavam em estado de alerta.

Da entrada da boate até o carro, Matteo teria que dar sete passos. Protegido pela escuridão do outro lado da rua, vestindo preto da cabeça aos pés e encapuzado, Lucca ajustou a mira do rifle sniper, e deslizou o dedo até o gatilho.

Ele não esboçava nenhum sinal de ansiedade. Suas mãos não tremiam, seus olhos azuis não piscavam e seu coração não estava disparado. Calmo, focado e disciplinado. Para Lucca, era tudo uma contagem de milésimos de segundos.

Matteo estava na mira. O gatilho começou a ser puxado. Um pequeno sorriso curvou os lábios rosados do assassino ao ver o pânico nos olhos negros de Matteo. O italiano já sabia que a sua hora se aproximava. Em breve, estaria adentrando os portões do inferno.

Há muitas maneiras das coisas darem errado, uma delas é quando seus inimigos conhecem os seus métodos, e usam isso ao seu favor. Através da lente do rifler, Lucca viu a garota que foi puxada pelo braço com violência, e colocada na frente de Matteo como um escudo humano.

Lucca fechou e abriu os olhos azuis.

- Merda!

Ele focou o olhar na garota negra, de estatura mediana, compridos cabelos castanhos escuros, rosto delicado e olhar triste. O vestido preto, curto e justo, realçava as suas curvas generosas. Ela mordia o lábio inferior com força, temendo pelo pior. Era linda.

Lucca estava sem mira. Matteo estava escapando bem diante dos seus olhos, por entre os seus dedos. Falhar não era uma opção para Lucca. Vivo, Matteo traria um novo carregamento de prostitutas para Alessandro.

Matteo e a garota foram colocados dentro da BMW preta e blindada, os seguranças entraram em seguida e arrancaram com o carro, fazendo os pneus cantarem.

Lucca abaixou o rifle e rapidamente entrou na sua Mercedes Benz prata. Ele ligou para Greco.

- Matteo deixou a boate com três seguranças. Ele usou uma garota como escudo e eu fiquei sem mira.

No escritório da sua mansão no meio

das colinas verdes, entre as cidades de

Catânia e Palermo, Greco atirou o copo de uísque contra a parede de pedra.

- Maldição! Ele sabia!

- Eu vou persegui-lo.

- Não seja idiota! É uma emboscada! Volte para casa imediatamente! Isso é uma ordem clara e direta, De Rossi!

- Eles estão a caminho do píer. Matteo vai deixar a cidade de barco. Eu não vou deixar ele escapar.

Lucca desligou o celular e o jogou no banco do carona. Ele forçou a Mercedes pelas ruas da cidade, dando início a uma perseguição implacável.

- Ele está nos seguindo. - Disse um dos seguranças.

Matteo olhou para trás e sorriu.

- Deixe que venha. Vamos cerca-lo no píer. Alessandro mandou homens para lá. - Matteo acariciou o rosto negro de Anna. - Meu diamante da sorte.

A garota se esquivou do toque asqueroso e foi repreendida com uma bofetada na face.

Greco saiu apressado do escritório.

- Paris!

O segurança alto, forte, de cabelos, barba e olhos escuros, apareceu imediatamente ao ser chamado.

- Sim, chefe?

- Reúna os homens. Lucca está em perigo.

Paris ficou cético.

- Lucca em perigo?

Greco já se dirigia para a garagem.

- Andiamo!

No minuto seguinte, três BMW'S deixavam a mansão de Greco em alta velocidade a caminho do píer.

Alessandro não confiava nos seus homens para uma missão tão arriscada, capturar o Príncipe Da Morte. Ele mesmo se colocou a frente da emboscada. A bordo da sua Lamborghini Aventador branca, ele pilotava pelas ruas da Sicília.

As ruas desertas durante a madrugada que prometia ser sangrenta, era um ponto forte a seu favor. Como combinado, Matteo seguia para o píer, atrás dele, o alvo de Alessandro.

Usar Anna foi uma ideia brilhante. Trazida recentemente do México, a garota negra de beleza estonteante, é a prata da casa. Bela o suficiente para mexer com o psicológico de um assassino frio e calculista. Sorrindo, Alessandro acelerou.

Lucca olhou pelo retrovisor. Greco estava certo, era uma armadilha e ele caiu. No entanto, conhecia o chefe o bastante para saber que ele mandaria reforços, mesmo que estivesse furioso com a sua desobediência. Ao longe já se avistava a costa da praia.

Matteo deu a ordem ao motorista.

- Vá para as docas. Vamos encurralar esse filho da puta!

- Sim, chefe.

Anna massageou o rosto negro. Órfã aos dezoito anos, assim como as outras garotas ela se deixou iludir pela promessa de uma vida fácil. Matteo a encontrou nas ruas do México, disse que era olheiro de uma famosa agência de modelos na Itália.

Após semanas procurando emprego, Anna aceitou a proposta de trabalho tentadora. Ela estava morando de favor na casa de uma tia materna depois que seus pais faleceram de febre amarela. Eram caseiros em um rancho, e devido as péssimas condições de higiene e a falta de saneamento básico, muitas pessoas estavam sendo vítimas do descaso das autoridades.

Ao ser apresentada a Alessandro Nivolla, Anna soube que também tinha sido vítima de um destino cruel. Em breve, ela seria só mais uma das muitas prostitutas trazidas do México e da Espanha. No momento, ainda é exclusivamente de Alessandro.

Ele violenta as novatas antes de colocá-las para trabalharem na sua boate. Qualquer tentativa de fuga resulta em uma morte lenta e dolorosa. Anna dúvida que exista algo mais doloroso do que perder os pais, a terra natal, e estar em um país estrangeiro sendo estuprada por um sádico devasso.

Anna se deu conta de uma coisa. Pela primeira vez não estava sob a vigilância constante dos homens de Alessandro, principalmente de Carter Verone, seu fiel cão de guarda. Ela estava com Matteo e seus guarda - costas, e aparentemente, eles estavam muito interessados em capturar alguém.

Uma ideia perigosa surgiu na mente de Anna. Era arriscado, mas ela tinha que tentar. Não poderia viver sabendo que além de burra, foi covarde. Em algum momento haveria de surgir uma oportunidade única, e ela aproveitaria.

Só de pensar em Alessandro empurrando seu pênis enrijecido a força no fundo da garganta dela, o estômago de Anna revirou.

Lucca diminuiu a velocidade ao perceber que estava sendo guiado para as docas. Tarde demais, a Lamborghini Aventador foi para cima dele, e o motorista de Matteo deu ré na BMW. Lucca estava preso entre os dois veículos. Uma olhada pelo espelho retrovisor, e ele reconheceu Alessandro Nivolla.

- Filho da puta!

Homens fortemente armados surgiram por todos os lados. Lucca riu da sua própria imprudência. Antes que pudesse pensar com clareza, três BMW'S invadiram as docas e deu início a uma intensa troca de tiros.

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