Com um poder de fogo muito superior, Alessandro viu seus homens serem facilmente abatidos por Greco e companhia. Ele não esperava que o desgraçado em pessoa pudesse surgir como o próprio Cavaleiro Do Apocalipse, abrindo fogo contra tudo e todos.
O italiano tem culhões, Alessandro reconheceu. A BMW blindada de Matteo não resistiria por muito mais tempo. Alessandro colocou as duas mãos no volante ao ver Greco se aproximar. Com o cabo do rifler ele bateu no vidro da Lamborghini.
- Sai do carro!
Sabendo que não seria alvejado, Alessandro deu marcha ré, um giro completo de 360º graus e fugiu. Paris olhou para Greco.
- Ele está sozinho. Será uma presa fácil.
Greco observava a Lamborghini voar em direção a autoestrada. Ele respirou fundo.
- Hoje não. Eu não quero iniciar uma guerra. Nós viemos resgatar Lucca, e com sorte, matar Matteo.
Paris desdenhou.
- A guerra já começou.
Matteo em um gesto desesperado, quando viu que seus seguranças tinham sido facilmente rendidos pela horda de monstros que trabalham para Greco, passou o braço em volta do pescoço de Anna e colocou a arma na cabeça da garota.
- Eu juro que mato ela, seus adoradores de puta!
Do lado de fora da Mercedes, Lucca avaliou a situação. Ele ganhou um olhar de reprovação de Greco.
- É sério isso, Lucca? Tudo por causa de uma boceta?
- Eu...
- Você descumpriu uma ordem direta.
- Eu vim atrás do Matteo! - O assassino estava irritado. Os olhos fixos na garota amedrontada. - É o meu trabalho matar ele!
Greco olhou para os três seguranças rendidos, e os seis corpos dos homens de Alessandro.
- Olhe bem para a merda que você fez, Lucca. Agora termine com isso.
Matteo tinha os olhos fixos no único homem encapuzado. Era ele, o Príncipe Da Morte. Demonstrando uma coragem que estava longe de sentir, Anna cravou os dentes no braço gordo de Matteo. Um grito. Um tiro.
Anna fechou os olhos ao sentir o corpo de Matteo cair por cima dela no banco de trás da BMW. Ela foi arrancada para fora e sentiu braços fortes a envolverem pela cintura.
Atordoada, ela abriu os olhos e a primeira coisa que viu, foi um par de olhos azuis brilhantes a olhando através de um capuz preto. Anna engoliu em seco, seu corpo colado a uma estrutura poderosa de músculos. "Estava sendo sequestrada pelos inimigos de Alessandro?"
Uma joelhada certeira no meio das pernas, e Lucca foi a nocaute. Greco franziu a testa enquanto a garota negra disparava em direção ao píer. Os homens riam divertidos. O Príncipe Da Morte abatido por uma pirralha.
Exasperado, Greco deu a ordem.
- Pegue a garota, Paris.
- É para já, chefe.
Anna só parou de correr quando foi agarrada por trás e erguida no ar como uma folha ao vento. Ela se debateu.
- Me solta!
Paris riu. Com facilidade ele jogou Anna nas costas.
- Não é de mim que você tem que ter medo. É daquele cara ali. Você destruiu a reputação dele.
Anna olhou para o homem no chão. Ele se contorcia de dor enquanto era colocado de pé. Seus olhares se cruzaram. O capuz preto foi retirado abruptamente. Anna ficou imóvel. Os olhos do assassino de Matteo, faiscavam de puro ódio. Seu rosto bonito estava contorcido em uma careta de dor.
Greco se aproximou, e com um sinal, mandou Paris colocar a garota no chão. Alvo de olhares curiosos, Anna ajeitou o vestido preto. Mal tampava as suas pernas torneadas. Adivinhando os seus pensamentos, o que parecia ser o chefe, se apresentou.
- Eu sou o Greco, ele é Paris, e esse aqui é o Lucca, o responsável por toda essa merda. Os outros homens armados trabalham para mim. Ninguém vai te machucar. Eu vou perguntar uma vez só. Quem é você? Qual a sua ligação com Alessandro?
Não era hora para bancar a idiota, Anna pensou.
- Eu me chamo Anna Garcia. Sou uma das garotas do Alessandro.
- Não é mais! - Lucca rosnou chamando a atenção de todos. Com um safanão ele puxou Anna. Ela bateu contra o seu peito largo e musculoso, chegando a ficar desnorteada. - Vamos embora.
Greco e Paris trocaram um olhar de preocupação. Empurrando Anna em direção ao carro, Lucca ouviu as primeiras sirenes. Os mafiosos deixaram as docas, e para trás um rastro de sangue e morte.
Alessandro tremia ligeiramente as mãos enquanto se servia de uma dose generosa de vodka Orloff. Ele desabou no sofá de couro preto da sala da sua sintuosa mansão em Taormina, uma pequena vila que surge nas encostas da montanha e apresenta uma vista exuberante para o mar Mediterrâneo.
Carter Verone estava fora da cidade a trabalho e tinha perdido toda a diversão. Embora, Alessandro estivesse a beira de um ataque de nervos. Verone não se atreveu a falar. Pacientemente, ele esperou.
Alessandro secou o copo com um gole e o estendeu, em um sinal claro que queria outra dose. Verone pegou a garrafa e serviu o chefe.
- Eu fui atacado no meu território, Verone. Eu diria que isso é muito grave.
- Tecnicamente, Greco domina toda a Sicília. Só na segurança pessoal dele, tem no mínimo dez homens. E a cada esquina, um integrante da Família Romano.
Pensativo, Alessandro fechou os olhos e massageou a testa. Aquela altura, Matteo já estava morto e com ele, a remessa de novas prostitutas. Não é um processo tão simples quanto parece conseguir garotas de programa. Envolve todo um processo seletivo, longo e demorado.
Alessandro tambolirou o dedo no copo de vidro. Ele encarou Verone.
- Eu usei a Anna. Eu queria pegar o Príncipe Da Morte. Você acha que Greco a matou?
O segurança sorriu de forma inocente.
- Você mesmo pode responder essa pergunta, Alessandro. É duro admitir, mas Greco Romano não é como nós. E é isso que faz dele um mártir. Os corpos nas docas? - Verone suspirou. - A polícia vai fazer vista grossa como sempre. Para eles é mais conveniente ter Greco como aliado.
- Às vezes eu me pergunto de que lado você está, Verone.
O segurança alto, musculoso, de pele clara, cabelos castanhos, olhos azuis e tatuagens por todo o corpo, não se ofendeu.
- Você perdeu muitos homens hoje, Matteo está morto, Anna em poder do Greco e o Príncipe Da Morte é intocável.
Alessandro riu e abriu os braços.
- Agora eu devo ser grato por meu inimigo ter demonstrado misericórdia e ter me deixado viver?
- Não foi um sinal de fraqueza da parte do Greco. Talvez tenha sido pelos velhos tempos, quando vocês...
Por reflexo, Verone desviou do copo de vidro jogado em sua direção. Ele tinha tocado no ponto fraco de Alessandro. Era a única forma do chefe deixar as coisas se acalmarem. Lembrar doía. O copo espatifou no piso de madeira.
- Foi um longo dia, chefe. Toma um banho, relaxa, eu vou m****r Antonella preparar alguma coisa para você comer.
Abatido, Alessandro não reclamou quando foi conduzido para o quarto.
Anna arriscou um olhar hesitante para Lucca. Ele dirigia em silêncio, vez ou outra, olhava para ela com raiva. Estavam no penúltimo carro do comboio que seguia para as montanhas. A noite fria fez Anna estremecer. Dirigindo com apenas uma mão, Lucca tirou a jaqueta de couro preto e jogou no colo dela.- Vista.Anna pensou em recusar. Seria um erro. Ela se vestiu e logo ficou aquecida. Tatuagens cobriam os braços musculosos. O olhar de Lucca pairou sobre as suas pernas por alguns segundos. A jaqueta tinha ficado enorme, então, Anna a esticou o máximo que conseguiu até cobrir os joelhos.Lucca respirou fundo e tentou se concentrar. Uma buzina vinda do carro de trás o alertou que ele estava atrasando o comboio. Matteo estava morto, mas a conversa fiada que o fim justifica os meios, não funcionaria com Greco. Ele não conquistou o trono da família Romano, sendo irresponsável. Lucca pagaria o preço.Ele tinha plena consciência que se deixou levar pela beleza da garo
Anna ficou impressionada com o tamanho do banheiro do quarto de hóspedes. Era maior do que a casa que ela tinha nascido e crescido no México. Tudo era de mármore branco com detalhes em dourado. A banheira oval parecia um sonho, grande o suficiente para três pessoas.Ela encontrou toalhas brancas felpudas e roupões de banho, tudo limpo e impecavelmente dobrados. Na bancada da pia, sabonete, e até shampoo e condicionador. Anna se apressou em tirar o salto alto, o vestido e a calcinha.Ela abriu o chuveiro e entrou debaixo da ducha quente. Quase se afogou com o excesso de água. Após o banho demorado, se sentia um pouco melhor. Porém, com fome e sono.Lucca sentou na cama e olhou para a porta do banheiro fechada. Ele ouvia a água caindo, e pensamentos perigosos começaram a turvar a sua mente. Não é o tipo de cara que se deixa levar por uma mulher bonita. Na verdade, sua vida sexual é inexistente. Trabalhar para Greco consome todo o seu tempo. Sempre tem algum crime par
Na manhã ensolarada, Greco tomava café da manhã no jardim. Após um mergulho na piscina, ele vestia apenas uma sunga preta, enquanto olhava para a tela do iPhone. A chacina estava em todos os noticiários.Depois de passar a noite em claro subornando policiais, Greco não estava satisfeito com o rumo das investigações. Um inquérito seria aberto. A família Cacciola queria a cabeça do assassino de Matteo. O mafioso fez uma ligação.- Alô.- Dormiu bem?Ainda na cama, Alessandro ficou em silêncio. Ele tinha uma vaga ideia de quem poderia ser ao atender a ligação de um número desconhecido. Sonolento, por causa dos sedativos, Alessandro fechou os olhos e levou a mão na cabeça.- O que você quer?- Como eu imaginava, você não está preocupado com Anna.Alessandro riu com ironia.- Eu sei que ela está bem.Greco sorriu.- Sabe
Sob o olhar intenso de Lucca, Anna começou a comer o banquete que ele tinha preparado para ela.- Obrigada por estar sendo gentil comigo.Em pé ao lado da cama, Lucca apenas assentiu. Porém, disse:- Não me agradeça ainda. Em breve, você vai descobrir que eu não sou nem um pouco gentil.Com a boca seca, Anna bebeu um longo gole de suco de laranja. Ela sorriu.- Já tomou café?- Não. Eu tenho coisas mais importantes para resolver.- Meu pai dizia que saco vazio não para em pé.Lucca franziu a testa quando Anna estendeu o sanduíche de peito de peru. Ele pensou em recusar, mas mudou de ideia e sentou na cama. Quase riu quando não fez o que Anna esperava. Ao invés de pegar o sanduíche, ele se inclinou e entreabriu os lábios, esperando que ela desse na boca dele.Anna sabia que estava com cara de idiota com a proximidade de Lucca e a forma como ele se inclinou sobre ela. Perto o bastante para sentir o seu hálito quente, cheiro de sabo
Alessandro levantou, sorriu de forma cordial e trocou um forte aperto de mão com Bambino. Intrigado, não pôde deixar de perguntar:- Quantos anos tem?- Vinte e um.- Não parece ter mais do que dezesseis.Bambino riu.- Eu puxei a genética da minha mãe.- Certamente. Sente-se. Aceita uma bebida?- Não. Está um pouco cedo para beber, e a minha visita é em uma hora muito difícil para mim. Eu estou de luto.Alessandro fingiu ficar emotivo.- Eu lamento muito pela sua perda. Seu pai e eu éramos grandes amigos.Bambino sentou e cruzou as pernas. Ele olhou para Alessandro com cuidado e atenção.- Com a morte do meu pai eu vou assumir os negócios dele. Sou o próximo na linha de sucessão e serei ordenado em alguns dias. Eu gostaria de tomar posse com a cabeça do assassino dele em mãos.Alessandro manteve a expressão de pesar no rosto, mas suas pernas fraquejaram. Ele sentou lentamente. Gostaria de pensar que Bambino não
Greco convenceu a si mesmo que precisava ir até o hospital para não levantar suspeitas. Pareceria estranho seu "sócio" sofrer um grave acidente de carro, e ele não aparecer para prestar apoio.Verone o informou que Alessandro tinha sofrido vários cortes pelo rosto e braços, causados pelos cacos de vidro.Por sorte, estava usando o cinto de segurança, porém, no impacto da batida, fraturou a clavícula e o fêmur, chegando ao hospital inconsciente.Verone, tentando não demonstrar o quanto estava abalado, disse:- Ele passou por uma cirurgia no fêmur e o colocaram na Unidade de Terapia Intensiva por precaução.Em um gesto solidário, Greco colocou a mão no ombro de Verone.- Ele vai ficar bem. Vaso ruim não quebra.- É só você aparecer na vida dele que coisas ruins começam a acontecer. Você desencadeia coisas ruins, Greco.O mafioso pressionou a mão no ombro de Verone, sorriu e se inclinou sobre ele. A ameaça veio em um tom baixo e con
Anna prendeu a respiração ao ver Lucca entrar no quarto e trancar a porta. Assustada, ela foi incapaz de falar ou sair do lugar. Lucca inspecionou as várias sacolas de roupas, sapatos e produtos de higiene pessoal, coisas que Anna nunca imaginou que teria um dia.Ela tinha ganhado até lingeries, maquiagens, perfumes, bolsas e jóias. Produtos de grife que só tinha visto em revistas famosas. Estava grata, mas não deslumbrada. Ainda não sabia o preço que pagaria por tudo aquilo. Nada é de graça.Lucca se aproximou, passou o braço em volta da cintura de Anna e a puxou de encontro ao seu corpo que ardia em chamas. Ele acariciou o rosto negro de forma não tão gentil.- Você é a coisa mais linda que eu já vi na vida. Você será minha. Só minha. Você vai se apaixonar por mim, Anna.Diante de tamanha loucura, Anna tentou sair dos braços que a seguravam com possessão. Foi um erro. Lucca a jogou em cima da cama como se ela fosse uma boneca de pano e foi para cima d
Greco deixou Paris acomodar Bambino e foi até o quarto de Anna. Aproveitaria que Alessandro estava no hospital para resgatar as garotas de programa da boate. Não seria uma tarefa das mais fáceis, até porque, muitas mulheres sem perspectiva de um futuro, acabam se deixando levar por uma vida de luxo, sem se darem conta que estão se submetendo a todos os tipos de abuso e humilhação.Se sentindo frustrado em todos os sentidos, Greco bateu na porta.- Anna, eu quero falar com você.No instante em que a porta foi aberta, Greco viu os olhos vermelhos e inchados de Anna. Ele fechou o semblante e perguntou em um tom de voz ameaçador:- O que Lucca fez?Anna poderia dizer a verdade, que Lucca tinha agredido ela, e a deixado aterrorizada. Ao invés disso, secou o rosto molhado pelas lágrimas, fungou o nariz, e respondeu com firmeza:- Lucca não fez nada. Pelo contrário, ele está sendo muit