No fim do expediente, enquanto se dirigem para casa, Hazel está mais calada do que o normal. O silêncio entre eles carrega um peso que reflete a tensão interna que ela sente. No dia seguinte, o resultado do exame de DNA finalmente terminará um dos ciclos mais desgastantes de sua vida. Ao olhar para trás, ela não consegue deixar de se recriminar por permitir que aquela mentira a consumisse de tantas formas. Ela se machucou, traiu quem amava e, ainda assim, agora, a solução parece assustadoramente simples. O perdão que recebeu, o carinho das pessoas que magoou, tudo parecia um alívio tão grande quanto inesperado.Ela respira fundo, perdida nos próprios pensamentos, até notar que o caminho que percorriam não era o de sempre.— Não vamos para o apartamento? — Pergunta Hazel, quebrando o silêncio, sua voz suave, mas carregada de curiosidade.— Tenho outros planos para esta noite. — Responde Hunter, sem tirar os olhos da estrada, o tom firme, mas com uma leveza que a faz se perguntar o que
Hazel se aconchega mais nos braços dele, pegando o controle e passando pelos aplicativos e filmes até encontrar uma comédia romântica, cujo enredo se passava em um vinhedo. Parecia a escolha perfeita, a mais próxima do momento mágico que ela estava vivendo. Um leve sorriso se forma em seus lábios enquanto ela aperta o botão de reprodução, deixando-se levar pela atmosfera ao seu redor.Conforme o filme avança, Hazel se sente completamente em paz nos braços de Hunter. Cada vez que ele delicadamente coloca uma fruta em sua boca, ou quando oferece um aperitivo, ela sente o carinho em cada gesto. E sempre que ele a faz beber o suco natural de uva, com aquele olhar atento e amoroso, Hazel não consegue deixar de sorrir. Cada pequena atitude dele a fazia se sentir especial, envolvida por uma sensação de segurança e ternura que ela jamais imaginou ser possível.A delicadeza com que ele cuidava de cada detalhe a fazia esquecer de qualquer problema ou preocupação. Naquele instante, nada mais impo
Na manhã seguinte, Hazel desperta num quarto pequeno, porém acolhedor, envolvida pela suavidade do colchão macio. Ela se espreguiça preguiçosamente, o corpo relaxado, enquanto seus olhos percorrem o ambiente simples. Ao notar sua pequena bolsa, colocada cuidadosamente sobre uma cadeira, um sorriso satisfeito se forma em seus lábios. Hunter havia ido até o apartamento dela, um gesto que lhe traz uma sensação calorosa de cuidado.Ela se levanta da cama, os músculos ainda despertando da noite anterior, e dá uma olhada ao redor. Uma porta entreaberta revela um pequeno banheiro, equipado com tudo o que ela precisa. O vapor do banho logo envolve o ambiente enquanto a água quente escorre pela sua pele, relaxando cada parte de seu corpo. Após se vestir com as roupas que Hunter trouxe, Hazel sai do quarto, explorando a pequena casa que mais se parece com uma cabana isolada, cercada pela tranquilidade.O cheiro inebriante de café fresco a guia pelos cômodos, até que ela chega à cozinha. Ali, en
Hunter se aproxima silenciosamente, e envolve Hazel em um abraço apertado, envolvendo-a com um carinho profundo enquanto ela se desfaz em lágrimas contra o peito dele. Ele não precisa ver o resultado. Para ele, já estava claro o que havia acontecido. Ele só aceitou fazer o exame porque sabia que era o que Hazel precisava para encontrar paz em seu coração.— Ele não é nosso, Hunter, não é nosso. — Sussurra, sua voz quase apagada, enquanto suas mãos se agarram aos ombros dele, como se ele fosse o único suporte que ainda a mantém de pé.— Eu sei, meu amor, eu sei. — Responde em um tom suave, quase como uma canção, enquanto acaricia os cabelos dela com ternura. — Sei que isso está te machucando agora, mas essa dor irá passar, eu prometo. — Afirma, se afastando ligeiramente, só o suficiente para segurar o rosto dela com delicadeza, seus polegares secando as lágrimas que teimam em cair. — Pense em tudo o que você fez pela sua irmã. Esse bebê é o sonho dela se tornando realidade, e você foi
No dia seguinte, Liam adentra a sede da empresa como uma tempestade implacável, cada passo seu ecoando pelos corredores, fazendo os funcionários abaixarem a cabeça, como se pudessem se proteger da fúria que emanava dele. Seus olhos, afiados e carregados de raiva, passam brevemente pelos vidros, refletindo os hematomas que marcavam seu rosto, inflamando ainda mais sua indignação. Sem hesitar, ele escancara a porta da sala de Alexander, mas é surpreendido pela visão dele entre as pernas da secretária.— Meu Deus! — Exclama Jennifer, com o rosto instantaneamente corado de vergonha. Ela leva as mãos ao rosto, tentando esconder o embaraço ao ser pega em flagrante.— Peço desculpas por interromper o momento íntimo do casal. — A voz de Liam transborda sarcasmo, seus olhos fixos em Jennifer enquanto ela se apressa em descer da mesa, ajeitando a saia com as mãos trêmulas. — Impressionante como algumas mulheres se mostram tão disponíveis.— Cale a boca, Liam. — Ordena Alexander, a voz gélida e
Na pequena casa onde Hunter e Hazel passaram as últimas duas noites, o sol iluminava o elegante jardim enquanto eles caminham lado a lado, prontos para voltar à rotina. A luz do dia destacava ainda mais a beleza do lugar, e Hazel sente seu coração aquecer ao recordar os momentos intensos e repletos de amor que viveram ali. Quando os grandes portões da propriedade começam a se abrir, ela para por um instante, lançando um último olhar para trás, como se estivesse se despedindo de algo precioso.— Hazel, você me ama? — A voz de Hunter a traz de volta ao presente, enquanto a guia até o carro.— Que pergunta é essa? — Questiona, surpresa, como se a resposta fosse óbvia. — É claro que sim, te amo com todo o meu coração. — Afirma, seus olhos encontrando os dele, transbordando de certeza e carinho, enquanto para em frente à porta do passageiro.— Ótimo. — Expressa, caminhando até o lado do motorista com uma tranquilidade natural. — Porque preciso que você faça algo por mim. — Informa, abrindo
O dia transcorre eficientemente, reuniões com clientes e investidores, um almoço de negócios e momentos discretos de cumplicidade entre Hazel e Hunter no escritório. À noite, eles seguem juntos para a casa de Kristen, com Hazel assumindo o volante mais uma vez. Hunter, sempre atento, incentiva essa independência, desejando que dirigir se torne algo natural e confiante para ela, sem a necessidade de sua presença constante.— Boa noite! — Cumprimenta Hazel, entrando na sala de estar com um sorriso calmo. Ela se aproxima de Kristen, beijando sua testa com carinho, antes de cumprimentar Liang. — E a Eva, onde está? — pergunta, notando sua ausência.— Boa noite, querida. — Responde Kristen, com um olhar carinhoso, pousando as mãos sobre a barriga de Hazel. — Estava com saudades de você, pequeno. — Murmura, deixando um beijo suave em sua barriga. — Eva saiu para um encontro.— Um encontro? — Repete, surpresa, enquanto observa Hunter e Liang trocando cumprimentos formais. — Como assim, um en
Hunter caminha de um lado para o outro em frente à porta, tentando manter o controle enquanto assimilava as palavras de Owen. Cada detalhe parecia piorar a situação, e a pressão de lidar com tudo ao mesmo tempo, estava se tornando insuportável.— Quando isso aconteceu? — Pergunta Hunter, a voz tensa e controlada, enquanto o som abafado do choro de sua irmã chega ao fundo da ligação.— Há dois meses. — Responde Owen, com um peso na voz, observando Brooke encolhida no sofá, os soluços dela enchendo a sala.— Porra! — Exclama, a frustração explodindo. Dois meses. Era inacreditável que tivessem demorado tanto para receberem a notícia. — Estarei aí em alguns minutos. — Conclui, encerrando a ligação sem dar chance para mais explicações.Ao se virar, ele encontra Hazel se aproximando, o olhar dela já captando a seriedade da situação.— Está tudo bem? — Pergunta Hazel, a voz carregada de preocupação, seu olhar fixo no dele.Hunter se aproxima de Hazel, sua expressão fechada e séria. O abraço