O dia transcorre eficientemente, reuniões com clientes e investidores, um almoço de negócios e momentos discretos de cumplicidade entre Hazel e Hunter no escritório. À noite, eles seguem juntos para a casa de Kristen, com Hazel assumindo o volante mais uma vez. Hunter, sempre atento, incentiva essa independência, desejando que dirigir se torne algo natural e confiante para ela, sem a necessidade de sua presença constante.— Boa noite! — Cumprimenta Hazel, entrando na sala de estar com um sorriso calmo. Ela se aproxima de Kristen, beijando sua testa com carinho, antes de cumprimentar Liang. — E a Eva, onde está? — pergunta, notando sua ausência.— Boa noite, querida. — Responde Kristen, com um olhar carinhoso, pousando as mãos sobre a barriga de Hazel. — Estava com saudades de você, pequeno. — Murmura, deixando um beijo suave em sua barriga. — Eva saiu para um encontro.— Um encontro? — Repete, surpresa, enquanto observa Hunter e Liang trocando cumprimentos formais. — Como assim, um en
Hunter caminha de um lado para o outro em frente à porta, tentando manter o controle enquanto assimilava as palavras de Owen. Cada detalhe parecia piorar a situação, e a pressão de lidar com tudo ao mesmo tempo, estava se tornando insuportável.— Quando isso aconteceu? — Pergunta Hunter, a voz tensa e controlada, enquanto o som abafado do choro de sua irmã chega ao fundo da ligação.— Há dois meses. — Responde Owen, com um peso na voz, observando Brooke encolhida no sofá, os soluços dela enchendo a sala.— Porra! — Exclama, a frustração explodindo. Dois meses. Era inacreditável que tivessem demorado tanto para receberem a notícia. — Estarei aí em alguns minutos. — Conclui, encerrando a ligação sem dar chance para mais explicações.Ao se virar, ele encontra Hazel se aproximando, o olhar dela já captando a seriedade da situação.— Está tudo bem? — Pergunta Hazel, a voz carregada de preocupação, seu olhar fixo no dele.Hunter se aproxima de Hazel, sua expressão fechada e séria. O abraço
A noite se arrasta, longa e dolorosa, com Brooke revivendo memórias felizes ao lado do pai. Mesmo depois de tudo o que aconteceu, ela não conseguia afastar o amor que nutria por Michael. Quando a traição da mãe foi revelada, Brooke ainda era uma criança, e a figura de Michael se solidificou como uma presença constante e amorosa. O homem que ela conheceu como pai nos primeiros anos, o verdadeiro pai de Hunter, havia se afastado deles assim que soube da traição de sua esposa e irmão. Esse distanciamento fez com que Brooke se apegasse ainda mais a Michael.— Brooke, precisamos ir. — Declara Hunter, notando o cansaço no olhar de Hazel e preocupado com o bem-estar dela. — Se precisar de qualquer coisa, me ligue. — Instrui, puxando a irmã para um abraço firme e carinhoso, beijando o topo de sua cabeça.— Obrigada, irmão. — Responde Brooke, com a voz ainda embargada, segurando as lágrimas que teimavam em voltar.— Essa dor vai passar, Brooke. — Murmura Hazel suavemente, observando a vulnerab
A menção do oitavo mês de gravidez pega Hazel de surpresa, não pelo fato em si, mas pela rapidez com que tudo se desenrolou. Parecia que ontem ela ainda estava no início da gestação, cheia de incertezas, e agora estava quase na reta final. O tempo voou, cercado de desafios, decisões difíceis e momentos que testaram sua força. E agora, em pouco mais de uma semana e meia, ela estaria completando oito meses de gravidez, uma gravidez que não era só sua, mas da sua irmã. Mesmo assim, o vínculo que havia criado com o bebê era inegável, e esse pensamento a deixava confusa.No entanto, um calafrio percorre sua espinha. O parto se aproximava, e junto a isso, o receio de como seria entregar o bebê para sua irmã, Kristen, após o nascimento. Mesmo sabendo que era o plano desde o início, a ideia de se separar da criança, depois de tudo o que passou, a deixava apreensiva. O medo de ficar ociosa, sem algo para ocupar sua mente, só aumentava.— Não preciso de licença maternidade. — Responde Hazel rap
Alexander observa Liam com desdém, cada gesto dele carregado de uma confiança cruel. Ele pousa o copo no balcão com uma calma irritante, as mãos indo despretensiosamente aos bolsos, como se estivesse diante de alguém completamente derrotado.— Você perdeu, Liam. — Vocifera, o sorriso sarcástico ampliando a sensação de impotência que tentava impor. — Agradeça por eu não te mandar direto para a prisão. — Acrescenta, com deboche na voz, saboreando a provocação. Meses de tensão culminaram ali, e ele sabia que estava no controle.O som do soco de Liam na mesa quebra o ar. De repente, como uma fera solta, Liam avança, sem pensar, sem medir consequências. Seus punhos encontram o rosto de Alexander uma, duas, três vezes. O barulho seco dos golpes é brutal. Alexander cambaleia para trás, mas se recompõe, retaliando com um soco certeiro. A troca de golpes é caótica, o ambiente ao redor se desfazendo em um turbilhão de objetos caindo, vidro se quebrando e móveis sendo derrubados.Num acesso cego
Ao confessar o que fez, o silêncio na linha se prolonga, estendendo o peso da culpa sobre Liam. Ele continua chorando, como uma criança que anseia pelo conforto e proteção de um pai, mas do outro lado, Lionel se mantém em silêncio, o que só amplifica o medo que cresce dentro dele. Liam sabe, com cada lágrima que escorre, que está decepcionando o pai mais uma vez, e a expectativa de uma explosão de raiva o sufoca.— Você acha? — Pergunta Lionel, quebrando finalmente o silêncio, sua voz fria e opressiva. — Até para matar alguém você é incompetente. — Desdenha, o tom irritado, mas com uma ponta de preocupação que não consegue disfarçar. O pensamento de ter que, mais uma vez, limpar a bagunça do filho o incomoda, mas a gravidade da situação também o assusta. Lionel estava acostumado a resolver os problemas de Liam, escândalos, situações comprometedoras, mas uma morte, isso era um território completamente diferente. — Alguém viu? — Pergunta, sua mente já começando a calcular os próximos pa
O silêncio que se segue entre as duas é repleto de memórias compartilhadas, como se cada momento que viveram juntas pairasse no ar. Cada palavra de apoio, cada puxão de orelha, cada lágrima silenciosa compartilhada ao longo dos anos parecia presente. A mudança de Hazel parecia o fim de uma era, o encerramento de uma fase importante de suas vidas. Mas ambas sabiam, em seus corações, que essa amizade não terminaria ali.Cassie sempre esteve ao lado de Hazel, em cada situação que a vida lhe apresentou, desde os momentos mais simples até os mais difíceis. Ela esteve presente quando Hazel contou a verdade a Hunter, enfrentou a confusão sobre a noite no hotel, quando precisou abrir o jogo com sua irmã e, principalmente, durante a longa espera pelo resultado do exame de DNA. Mesmo sabendo que Hunter havia garantido a Hazel que o bebê não era dele, a ansiedade do momento ainda pedia o apoio silencioso de Cassie. Agora, no processo de mudança para uma nova fase, a amiga mais uma vez estava ao
Hunter caminha até a mesa de centro, pega o controle remoto e, seguindo as instruções de Owen, sintoniza no noticiário. Ao ver as imagens e ouvir as primeiras palavras da repórter, tanto ele quanto Hazel sentem o impacto imediato da gravidade da situação.“Aconteceu um grave incidente nas dependências do grupo GreenWave Technologies. Alexander Wesker, um dos sócios majoritários, foi encontrado desacordado no início da tarde por sua secretária, Jennifer Mark, e levado em estado crítico para o hospital.” — Anuncia a repórter com um tom sério, a urgência claramente transmitida em suas palavras. — “Conforme os primeiros relatos, Wesker e seu sócio, Liam Murray, estiveram envolvidos em uma discussão momentos antes do incidente. Fontes indicam que a briga resultou no estado atual de Wesker.” — Informa, trazendo gravidade à situação. — “Alexander está em cirurgia neste momento. Fontes hospitalares confirmam que ele sofreu uma fratura na coluna cervical e lesões nos vasos sanguíneos, levando