A noite se arrasta, longa e dolorosa, com Brooke revivendo memórias felizes ao lado do pai. Mesmo depois de tudo o que aconteceu, ela não conseguia afastar o amor que nutria por Michael. Quando a traição da mãe foi revelada, Brooke ainda era uma criança, e a figura de Michael se solidificou como uma presença constante e amorosa. O homem que ela conheceu como pai nos primeiros anos, o verdadeiro pai de Hunter, havia se afastado deles assim que soube da traição de sua esposa e irmão. Esse distanciamento fez com que Brooke se apegasse ainda mais a Michael.— Brooke, precisamos ir. — Declara Hunter, notando o cansaço no olhar de Hazel e preocupado com o bem-estar dela. — Se precisar de qualquer coisa, me ligue. — Instrui, puxando a irmã para um abraço firme e carinhoso, beijando o topo de sua cabeça.— Obrigada, irmão. — Responde Brooke, com a voz ainda embargada, segurando as lágrimas que teimavam em voltar.— Essa dor vai passar, Brooke. — Murmura Hazel suavemente, observando a vulnerab
A menção do oitavo mês de gravidez pega Hazel de surpresa, não pelo fato em si, mas pela rapidez com que tudo se desenrolou. Parecia que ontem ela ainda estava no início da gestação, cheia de incertezas, e agora estava quase na reta final. O tempo voou, cercado de desafios, decisões difíceis e momentos que testaram sua força. E agora, em pouco mais de uma semana e meia, ela estaria completando oito meses de gravidez, uma gravidez que não era só sua, mas da sua irmã. Mesmo assim, o vínculo que havia criado com o bebê era inegável, e esse pensamento a deixava confusa.No entanto, um calafrio percorre sua espinha. O parto se aproximava, e junto a isso, o receio de como seria entregar o bebê para sua irmã, Kristen, após o nascimento. Mesmo sabendo que era o plano desde o início, a ideia de se separar da criança, depois de tudo o que passou, a deixava apreensiva. O medo de ficar ociosa, sem algo para ocupar sua mente, só aumentava.— Não preciso de licença maternidade. — Responde Hazel rap
Alexander observa Liam com desdém, cada gesto dele carregado de uma confiança cruel. Ele pousa o copo no balcão com uma calma irritante, as mãos indo despretensiosamente aos bolsos, como se estivesse diante de alguém completamente derrotado.— Você perdeu, Liam. — Vocifera, o sorriso sarcástico ampliando a sensação de impotência que tentava impor. — Agradeça por eu não te mandar direto para a prisão. — Acrescenta, com deboche na voz, saboreando a provocação. Meses de tensão culminaram ali, e ele sabia que estava no controle.O som do soco de Liam na mesa quebra o ar. De repente, como uma fera solta, Liam avança, sem pensar, sem medir consequências. Seus punhos encontram o rosto de Alexander uma, duas, três vezes. O barulho seco dos golpes é brutal. Alexander cambaleia para trás, mas se recompõe, retaliando com um soco certeiro. A troca de golpes é caótica, o ambiente ao redor se desfazendo em um turbilhão de objetos caindo, vidro se quebrando e móveis sendo derrubados.Num acesso cego
Ao confessar o que fez, o silêncio na linha se prolonga, estendendo o peso da culpa sobre Liam. Ele continua chorando, como uma criança que anseia pelo conforto e proteção de um pai, mas do outro lado, Lionel se mantém em silêncio, o que só amplifica o medo que cresce dentro dele. Liam sabe, com cada lágrima que escorre, que está decepcionando o pai mais uma vez, e a expectativa de uma explosão de raiva o sufoca.— Você acha? — Pergunta Lionel, quebrando finalmente o silêncio, sua voz fria e opressiva. — Até para matar alguém você é incompetente. — Desdenha, o tom irritado, mas com uma ponta de preocupação que não consegue disfarçar. O pensamento de ter que, mais uma vez, limpar a bagunça do filho o incomoda, mas a gravidade da situação também o assusta. Lionel estava acostumado a resolver os problemas de Liam, escândalos, situações comprometedoras, mas uma morte, isso era um território completamente diferente. — Alguém viu? — Pergunta, sua mente já começando a calcular os próximos pa
O silêncio que se segue entre as duas é repleto de memórias compartilhadas, como se cada momento que viveram juntas pairasse no ar. Cada palavra de apoio, cada puxão de orelha, cada lágrima silenciosa compartilhada ao longo dos anos parecia presente. A mudança de Hazel parecia o fim de uma era, o encerramento de uma fase importante de suas vidas. Mas ambas sabiam, em seus corações, que essa amizade não terminaria ali.Cassie sempre esteve ao lado de Hazel, em cada situação que a vida lhe apresentou, desde os momentos mais simples até os mais difíceis. Ela esteve presente quando Hazel contou a verdade a Hunter, enfrentou a confusão sobre a noite no hotel, quando precisou abrir o jogo com sua irmã e, principalmente, durante a longa espera pelo resultado do exame de DNA. Mesmo sabendo que Hunter havia garantido a Hazel que o bebê não era dele, a ansiedade do momento ainda pedia o apoio silencioso de Cassie. Agora, no processo de mudança para uma nova fase, a amiga mais uma vez estava ao
Hunter caminha até a mesa de centro, pega o controle remoto e, seguindo as instruções de Owen, sintoniza no noticiário. Ao ver as imagens e ouvir as primeiras palavras da repórter, tanto ele quanto Hazel sentem o impacto imediato da gravidade da situação.“Aconteceu um grave incidente nas dependências do grupo GreenWave Technologies. Alexander Wesker, um dos sócios majoritários, foi encontrado desacordado no início da tarde por sua secretária, Jennifer Mark, e levado em estado crítico para o hospital.” — Anuncia a repórter com um tom sério, a urgência claramente transmitida em suas palavras. — “Conforme os primeiros relatos, Wesker e seu sócio, Liam Murray, estiveram envolvidos em uma discussão momentos antes do incidente. Fontes indicam que a briga resultou no estado atual de Wesker.” — Informa, trazendo gravidade à situação. — “Alexander está em cirurgia neste momento. Fontes hospitalares confirmam que ele sofreu uma fratura na coluna cervical e lesões nos vasos sanguíneos, levando
Após uma noite turbulenta, em que várias vezes teve que acalmar Hazel de seus pesadelos, Hunter desperta sentindo o peso suave do corpo dela sobre seu braço. Ela dorme profundamente, exausta pelas horas de inquietação. Com cuidado, ele a move devagar, tentando não a perturbar, e se alonga para aliviar o desconforto no braço. Silenciosamente, ele se levanta e segue para o banheiro.Após se higienizar, Hunter retorna e para a porta por um momento, observando Hazel dormir tranquilamente. O contraste entre sua paz agora e a agitação da noite anterior o faz sorrir. Ali, ele a contempla, admirando a mulher que significa tanto para ele. Com um último olhar afetuoso, ele deixa o quarto em silêncio, sem querer interromper aquele momento de descanso para ela.Ao pegar seu celular, Hunter se surpreende com a quantidade de chamadas perdidas de Owen e até mesmo de Liang. Sua curiosidade se intensifica quando liga a televisão e sintoniza no noticiário. Ao se sentar no sofá, fica perplexo com as ima
Após terminar o café, aproveitando o raro momento de tranquilidade, Hunter decide permanecer na sala do apartamento, evitando qualquer ruído que pudesse acordar Hazel. Ele se acomoda no sofá e liga a TV, acompanhando as manchetes. Todos os noticiários estão voltados para os escândalos envolvendo os sócios da GreenWave Technologies. Em pouco tempo, os problemas financeiros da empresa se tornam de conhecimento público, algo que não era novidade para ele. A manhã passa rapidamente, e Hunter só percebe isso quando Hazel se senta ao seu lado no sofá.— Bom dia. — A voz suave dela o tira de seus pensamentos, enquanto se acomoda em seus braços, recebendo um beijo carinhoso no topo da cabeça.— Bom dia, meu amor. — Responde, passando os dedos pelos fios de cabelo dela. — Conseguiu descansar? — Pergunta, o tom preocupado. Hazel assente levemente com a cabeça.— Estamos seguros agora? — Pergunta, seu olhar mais atento, já tendo verificado as notícias pelo celular.— Acredito que sim. — Responde