Hazel sente o calor dos olhares sobre si, especialmente o de Hunter, que a atinge como uma onda de desconforto. Ela não esperava encontrá-lo ali, e a surpresa se mistura com uma sensação de constrangimento que a faz passar a mão pelos cabelos nervosamente. Com passos hesitantes, ela se move em direção à porta que leva aos quartos, tentando escapar da tensão que paira no ar.— Me desculpem, eu não quis atrapalhar. — Murmura Hazel, sua voz carregada de desconforto, enquanto atravessa a porta, sentindo seu coração apertar dolorosamente no peito.— Hunter, você pode me dizer o que aconteceu? — Pergunta Kristen, a voz suave, mas cheia de inquietação.— Se ela não te contou, não acho que deve ser eu a fazê-lo. — Responde Hunter, o tom de sua voz mais ríspido do que pretendia. Ele se arrepende instantaneamente, mas a dor e a frustração ainda são muito fortes. — Me desculpa, Kristen, mas acho melhor você esperar até que ela esteja pronta para falar. — Declara, levantando-se do sofá, o peso do
Hazel absorve cada palavra daquela mensagem, sentindo-as perfurar seu coração. Seu peito sobe e desce descontroladamente, a respiração acelerada quase se engasgando em soluços. Ela seca as lágrimas que escorrem pelo rosto com as costas da mão, mas elas parecem intermináveis. Com os dedos trêmulos, ela digita uma resposta, sabendo que está optando, mais uma vez, pelo caminho mais fácil, um caminho que a destrói lentamente. Jogando-se na cama, ela cobre o rosto com os travesseiros, abafando o grito silencioso que ecoa em sua alma, sentindo o peso de mais uma escolha que a arrasta ainda mais para o abismo de sua própria dor.A noite se arrasta lentamente, como se o próprio tempo estivesse conspirando para prolongar o sofrimento de ambos. Hunter finge encarar a paisagem à sua frente, mas seus olhos estão presos à tela do celular, onde a mensagem dela brilha como uma ferida exposta. Seus dedos apertam o aparelho com força, enquanto um sorriso sarcástico se forma em seus lábios, uma tentati
Após mais de doze horas de viagem, Hunter chega finalmente a Veneza, o cansaço pesando em seus ombros. Ele se dirige ao luxuoso hotel Aman Venice, onde o requinte e a opulência o recebem. Ao adentrar seu quarto, os olhos vagam pelo ambiente impecável. Um sorriso melancólico e amargo curva seus lábios enquanto sua mente, traiçoeira, o faz imaginar Hazel ao seu lado, compartilhando aquele momento, transformando a viagem em algo leve, descontraído, quase uma lua de mel.O pensamento o atinge com força, um misto de dor e desejo que ele tenta empurrar para o fundo de sua mente. Sem perder tempo, Hunter desfaz as malas com gestos rápidos e precisos, tentando se manter ocupado, tentando não pensar. Passa horas mergulhado no trabalho, organizando sua nova rotina com uma dedicação quase obsessiva, como se o esforço pudesse abafar a dor que lateja em seu peito. Mas quando finalmente busca conforto na cama, a solidão se instala de maneira implacável. O quarto luxuoso, que deveria ser um refúgio,
Liam absorve as palavras de Audrey, a incredulidade gravada em cada linha de seu rosto. Sua mente gira com a possibilidade que o assombra, poderia ser ele o homem com quem Hazel passou a noite? A dúvida o corrói por dentro, e ele precisa saber mais, precisa confirmar ou dissipar esse pensamento torturante.— Me fale mais sobre isso. — Exige Liam, sua voz agora grave e carregada de uma intensidade quase ameaçadora enquanto se aproxima. Sem hesitar, Liam se ajoelha diante dela, os olhos fixos nos dela, famintos por respostas. — Quero todos os detalhes. — Declara, sua voz firme, quase desesperada para arrancar a verdade que tanto anseia.— Por quê? — Pergunta Audrey, sua voz frágil enquanto seca as lágrimas com um gesto rápido, os olhos buscando os dele. — Por que isso é tão importante para você? — Indaga, percebendo o fogo no olhar de Liam, a obsessão que ele não consegue mais esconder, sentindo a tensão entre eles crescer.— Para rir da sua cara. — Responde, uma gargalhada cruel escapa
Hazel e Kristen trocam olhares carregados de apreensão, enquanto o som dos passos pesados de Evan preenche a sala, cada batida ecoando como uma ameaça. Quando ele finalmente para diante de Kristen, o ódio em seus olhos é nítido. — Como você se atreveu a me enganar dessa forma? — Grita Evan, sua voz transbordando de fúria enquanto empurra o acordo de divórcio na frente do rosto dela, o papel quase tremendo de tanto ódio.— Não estou entendendo a sua reclamação. — Rebate Kristen, sua voz tentando soar firme, mas o leve tremor na base de sua garganta denuncia o medo que percorre cada parte de seu corpo. — Eu cumpri exatamente o que você exigiu. — Afirma, mas seu olhar não desvia de suas mãos que amassam o papel com fúria crescente. O peso da situação se torna insuportável quando Kristen lança um olhar de alerta para Hazel. Hazel, percebendo a tensão sufocante no ar, começa a abrir a boca para defender a irmã, mas Kristen, com um movimento rápido e firme da mão, sinaliza para que ela fi
Evan avança com passos pesados, cada movimento ecoando pela sala de jantar como uma promessa de violência iminente. Seu olhar é uma tempestade de fúria contida, prestes a explodir. Antes que Hazel tenha tempo de processar o que está prestes a acontecer, os dedos dele se fecham em torno de seu pescoço, apertando com uma força cruel e desumana. O som abafado da respiração sufocada de Hazel se mistura ao caos que agora domina o ambiente, enquanto todos ao redor parecem congelados no tempo.— Tire suas mãos dela! — Grita Kristen, batendo a cadeira com força no chão enquanto se aproxima, o desespero estampado em cada movimento. Seus tapas frenéticos acertam Evan, mas não surtem efeito. Ele parece blindado contra o caos à sua volta, como se o desespero dela não fosse nada além de ruído distante. Eva, completamente paralisada pelo medo, apenas assiste, os olhos arregalados em choque, presa numa impotência esmagadora, incapaz de mover um músculo ou proferir uma única palavra.Evan, movido por
O cenário caótico é rapidamente dominado pelos socorristas. Policiais e paramédicos trabalham em sincronia, movendo-se com precisão em meio à confusão. Quando Eva recobra finalmente a consciência da situação, percebe que já está na ambulância, a sirene ecoando ao longe. O caminho até o hospital é uma jornada silenciosamente angustiante. O ambiente apertado da ambulância se torna sufocante, como se o próprio ar estivesse impregnado com o peso de tudo o que havia acontecido. Cada solavanco na estrada prolonga a tortura, e o som incessante das sirenes, que antes significava ajuda, agora ecoa como um lembrete doloroso da fragilidade do momento. Eva, ainda atordoada, tenta focar em Kristen ao seu lado.Ao chegarem ao hospital, tudo acontece rápido demais. Kristen é levada de imediato para a emergência, desaparecendo em meio à pressa dos médicos e enfermeiros. Eva, mesmo relutante, é conduzida para uma avaliação. A equipe insiste em verificar seu estado, ignorando seus protestos de que est
O médico observa o olhar de Hazel, e o desespero silencioso que transborda de seus olhos o atinge com força. Ela implora por respostas, mas ele sabe que nada que ele disser agora poderá apagar o impacto brutal da revelação. O arrependimento o consome, cada palavra se tornando um peso insuportável. Kristen havia dado a entender que Hazel sabia da doença, que ela só não estava acompanhando-a nas consultas devido ao repouso. Agora, o erro é claro, e a verdade paira entre eles, esmagadora.Hazel sente o pranto subir de sua garganta como um grito sufocado, a dor intensa golpeando seu peito, como se algo a esmagasse por dentro.— Não, isso não é possível. — Sussurra Hazel, sacudindo a cabeça, o mundo ao seu redor se desfazendo. — Ela teria me contado. — Sua voz sai fraca, despedaçada, enquanto tenta, em vão, se convencer de que tudo aquilo é um terrível mal-entendido. A ideia de sua irmã, doente, é uma dor que ela não consegue sequer processar. Cada pensamento sobre a possibilidade de perde