Hunter aperta o volante com tanta força que os nós dos dedos ficam brancos, tentando conter a raiva que sabe estar prestes a explodir. As batidas insistentes no vidro da janela trazem sua atenção de volta à realidade. Ele solta um longo suspiro, sentindo a frustração crescer, ele desce do carro e bate à porta com força, como se quisesse liberar um pouco da tensão acumulada.— O que o senhor faz aqui? — Pergunta Hunter, encostando-se no carro, as mãos enfiadas nos bolsos, o olhar frio e penetrante fixo no homem. — Aliás, como sabe o meu endereço? — Questiona, a voz carregada de desconfiança, ansioso para descobrir como ele conseguiu localizá-lo.— Contatos, meu filho, contatos. — Responde James, tentando manter um tom cordial, mas a tensão em sua voz trai o nervosismo que tenta esconder. — Precisamos conversar. — Acrescenta, a preocupação visível em seu olhar, tentando apaziguar a situação.— Senhor Stone, não temos nada para conversar. — Declara, sua voz baixa e carregada de advertênc
À noite, Hazel observa a irmã com atenção, analisando a sutil maquiagem e o vestido longo, levemente decotado. Um sorriso escapa de seus lábios ao perceber que há muito tempo não via Kristen tão bem-produzida e, acima de tudo, visivelmente feliz.— O que foi? — Pergunta Kristen, percebendo o olhar da irmã, que parece avaliá-la.— Nada. — Responde Hazel, tentando segurar a risada ao notar a leve mudança de humor de Kristen. — Você está linda. Tenho certeza de que nosso convidado irá apreciar sua produção. — Provoca, observando o leve constrangimento que toma conta da irmã.— Só coloquei uma roupa qualquer, Hazel. Pare de besteiras. — Retruca, sabendo que não está sendo completamente honesta. — Além disso, um homem como ele não se inte...— Não começa com isso. — Interrompe, sua voz firme, mas cheia de carinho, não permitindo que Kristen se afunde em pensamentos sombrios. — Evan é um idiota, e você não pode deixar que as palavras dele continuem te machucando. Você é incrível, Kristen. O
Na sala, a conversa entre Kristen e Liang flui naturalmente. Eles discutem trivialidades e compartilham um pouco de seus gostos e preferências, estreitando ainda mais a intimidade que vem crescendo a cada encontro.— E por que você está renunciando aos seus negócios? — Pergunta, observando-a atentamente enquanto a expressão dela muda.Kristen sorri levemente, percebendo o quanto ficou à vontade na companhia dele a ponto de falar mais do que pretendia. — Bom, prefiro o meu filho a uma empresa. — Declara, sua voz um pouco mais suave, mas com uma ponta de desconforto ao perceber para onde a conversa estava indo.— Você está grávida? — Pergunta, com uma expressão de surpresa contida, a notícia o pegando desprevenido.— Confesso que gostaria, mas não, meu corpo não pode gerar um bebê. — Responde, sua voz carregada de tristeza, uma sombra passando por seus olhos. — Hazel está carregando meu bebê. Ela decidiu ser minha barriga solidária. — Comenta, sentindo a mão dele tocar suavemente a sua
Hunter sorri contra os lábios de Hazel, um sorriso cheio de afeto e desejo, beijando-a novamente, dessa vez com uma intensidade que mostra o quanto ele deseja prolongar a sensação. Mas, mesmo relutante, ele se afasta, ainda sentindo o calor que ela desperta em seu corpo, o desejo latente que ameaça tomar conta de suas ações.— Bom, vou pedir algo para nós. — Declara, pegando o celular e abrindo o aplicativo de comida enquanto se acomoda no sofá. — O que deseja comer, senhor Hill? — Pergunta, observando Hunter sentar-se ao seu lado, seus olhos atentos a cada movimento dele.— Qualquer coisa. — Responde, sem hesitar, antes de puxá-la suavemente para seus braços. — E por que vocês estão aqui? — Questiona, sua voz baixa e carregada de curiosidade enquanto a segura com firmeza.— Preferimos dar um pouco de privacidade para Kristen. — Explica, optando por uma pizza enquanto seu olhar se torna travesso, um sorriso brincando em seus lábios. — Acho que ela aproveitará melhor. — Acrescenta, dei
Hunter a observa, seus olhos mergulhando nos dela, captando cada nuance de dor e medo, como se ela estivesse à beira de desmoronar sob o peso de algo que ele ainda não compreende. Há algo mais profundo ali, algo que ela esconde tão bem, mas que agora ameaça vir à tona. — Não foi por falta de vontade. — Murmura Hunter, sua voz rouca com a carga de emoções que ele tenta controlar. — Mas eu quis respeitar o seu espaço, esperei pacientemente pelo momento em que você se sentiria pronta para dividir isso comigo. — Acrescenta, levando uma das mãos dela aos lábios, depositando um beijo que é ao mesmo tempo, um gesto de consolo e um pedido silencioso para que ela confie nele. — Mas por que você não me contou? — Pergunta, precisando entender o que a está mantendo em silêncio.Hazel abaixa a cabeça, sentindo o peso das palavras dele como um maremoto que ameaça quebrar sua resistência. Dentro dela, uma tempestade de emoções colide, o desejo de confessar tudo, de liberar o peso que carrega, e o m
Hunter ignora as súplicas de Hazel, recusando-se a permitir qualquer distância entre eles. Em um único movimento, ele a puxa para um abraço apertado, um gesto desesperado que tenta manter todos os pedaços dela unidos, enquanto ela parece desmoronar diante dele. Hazel se desfaz em seus braços, seus soluços cortando o ar, enquanto o conforto que ele oferece se mistura cruelmente com a culpa esmagadora que a devora por estar mentindo para o homem que ela sabe que ama, o homem cuja confissão de amor ela impediu.Cada lágrima que escapa de seus olhos é uma lembrança dolorosa da verdade que ela esconde, da barreira invisível que ela própria construiu entre eles. O toque de Hunter, tão cheio de amor e desesperada proteção, só faz com que a dor em seu peito cresça, uma dor que ela sabe que não pode continuar suportando, mas que também não consegue afastar.— Me desculpa. — Sussurra, a voz quebrada, os olhos fechados com força enquanto as lágrimas escorrem, quentes e incessantes, pelo rosto. E
Eva observa a expressão abatida de Hunter e abre a boca para perguntar o que está acontecendo, mas antes que as palavras possam sair, ele vira as costas e caminha em direção à saída, sua postura rígida como se estivesse carregando um peso insuportável. Confusa e preocupada, ela mal tem tempo de processar a situação quando um pranto angustiado ecoa do quarto de Hazel. O som a faz congelar por um segundo, mas logo ela se apressa até lá, o coração apertado.Ao entrar no quarto, a preocupação de Eva se transforma em um medo profundo ao ver Hazel deitada em posição fetal, o rosto enterrado nos travesseiros numa tentativa desesperada de abafar os soluços que sacodem seu corpo. — Hazel, você está bem? — Pergunta Eva, a voz baixa e cheia de ternura, enquanto se senta na cama e começa a acariciar o cabelo de Hazel, tentando oferecer qualquer consolo que possa.Hazel se vira e se agarra às pernas de Eva, seus braços envolvendo-a com força enquanto chora desesperadamente, como se o peso da esco
Quando a buzina do caminhão ecoa novamente, Hunter abre os olhos, o coração batendo descompassado no peito. Ele passa as mãos pelo corpo, quase instintivamente, como se precisasse garantir que está realmente bem. Ao olhar para o lado, vê o caminhão a poucos centímetros de seu carro, o motorista já abrindo a porta, provavelmente pronto para acabar com o pouco de dignidade que ainda lhe resta. A adrenalina se mistura com a raiva e o medo, e, em um surto de frustração, Hunter soca repetidamente o volante, indignado com sua própria imprudência, uma decisão que poderia ter lhe custado a vida.Ele percebe o motorista parado em frente à janela do carona, o olhar assustado, ainda processando o que quase aconteceu. Hunter abre a porta do carro e sai, encarando o homem que claramente não sabe se está mais chocado ou furioso.— Me desculpa. — Murmura Hunter, a voz carregada de uma culpa que ele não consegue dissipar.— Você quer se matar? — Retruca o motorista, a voz tremendo de susto, as mãos pa