Hunter sorri contra os lábios de Hazel, um sorriso cheio de afeto e desejo, beijando-a novamente, dessa vez com uma intensidade que mostra o quanto ele deseja prolongar a sensação. Mas, mesmo relutante, ele se afasta, ainda sentindo o calor que ela desperta em seu corpo, o desejo latente que ameaça tomar conta de suas ações.— Bom, vou pedir algo para nós. — Declara, pegando o celular e abrindo o aplicativo de comida enquanto se acomoda no sofá. — O que deseja comer, senhor Hill? — Pergunta, observando Hunter sentar-se ao seu lado, seus olhos atentos a cada movimento dele.— Qualquer coisa. — Responde, sem hesitar, antes de puxá-la suavemente para seus braços. — E por que vocês estão aqui? — Questiona, sua voz baixa e carregada de curiosidade enquanto a segura com firmeza.— Preferimos dar um pouco de privacidade para Kristen. — Explica, optando por uma pizza enquanto seu olhar se torna travesso, um sorriso brincando em seus lábios. — Acho que ela aproveitará melhor. — Acrescenta, dei
Hunter a observa, seus olhos mergulhando nos dela, captando cada nuance de dor e medo, como se ela estivesse à beira de desmoronar sob o peso de algo que ele ainda não compreende. Há algo mais profundo ali, algo que ela esconde tão bem, mas que agora ameaça vir à tona. — Não foi por falta de vontade. — Murmura Hunter, sua voz rouca com a carga de emoções que ele tenta controlar. — Mas eu quis respeitar o seu espaço, esperei pacientemente pelo momento em que você se sentiria pronta para dividir isso comigo. — Acrescenta, levando uma das mãos dela aos lábios, depositando um beijo que é ao mesmo tempo, um gesto de consolo e um pedido silencioso para que ela confie nele. — Mas por que você não me contou? — Pergunta, precisando entender o que a está mantendo em silêncio.Hazel abaixa a cabeça, sentindo o peso das palavras dele como um maremoto que ameaça quebrar sua resistência. Dentro dela, uma tempestade de emoções colide, o desejo de confessar tudo, de liberar o peso que carrega, e o m
Hunter ignora as súplicas de Hazel, recusando-se a permitir qualquer distância entre eles. Em um único movimento, ele a puxa para um abraço apertado, um gesto desesperado que tenta manter todos os pedaços dela unidos, enquanto ela parece desmoronar diante dele. Hazel se desfaz em seus braços, seus soluços cortando o ar, enquanto o conforto que ele oferece se mistura cruelmente com a culpa esmagadora que a devora por estar mentindo para o homem que ela sabe que ama, o homem cuja confissão de amor ela impediu.Cada lágrima que escapa de seus olhos é uma lembrança dolorosa da verdade que ela esconde, da barreira invisível que ela própria construiu entre eles. O toque de Hunter, tão cheio de amor e desesperada proteção, só faz com que a dor em seu peito cresça, uma dor que ela sabe que não pode continuar suportando, mas que também não consegue afastar.— Me desculpa. — Sussurra, a voz quebrada, os olhos fechados com força enquanto as lágrimas escorrem, quentes e incessantes, pelo rosto. E
Eva observa a expressão abatida de Hunter e abre a boca para perguntar o que está acontecendo, mas antes que as palavras possam sair, ele vira as costas e caminha em direção à saída, sua postura rígida como se estivesse carregando um peso insuportável. Confusa e preocupada, ela mal tem tempo de processar a situação quando um pranto angustiado ecoa do quarto de Hazel. O som a faz congelar por um segundo, mas logo ela se apressa até lá, o coração apertado.Ao entrar no quarto, a preocupação de Eva se transforma em um medo profundo ao ver Hazel deitada em posição fetal, o rosto enterrado nos travesseiros numa tentativa desesperada de abafar os soluços que sacodem seu corpo. — Hazel, você está bem? — Pergunta Eva, a voz baixa e cheia de ternura, enquanto se senta na cama e começa a acariciar o cabelo de Hazel, tentando oferecer qualquer consolo que possa.Hazel se vira e se agarra às pernas de Eva, seus braços envolvendo-a com força enquanto chora desesperadamente, como se o peso da esco
Quando a buzina do caminhão ecoa novamente, Hunter abre os olhos, o coração batendo descompassado no peito. Ele passa as mãos pelo corpo, quase instintivamente, como se precisasse garantir que está realmente bem. Ao olhar para o lado, vê o caminhão a poucos centímetros de seu carro, o motorista já abrindo a porta, provavelmente pronto para acabar com o pouco de dignidade que ainda lhe resta. A adrenalina se mistura com a raiva e o medo, e, em um surto de frustração, Hunter soca repetidamente o volante, indignado com sua própria imprudência, uma decisão que poderia ter lhe custado a vida.Ele percebe o motorista parado em frente à janela do carona, o olhar assustado, ainda processando o que quase aconteceu. Hunter abre a porta do carro e sai, encarando o homem que claramente não sabe se está mais chocado ou furioso.— Me desculpa. — Murmura Hunter, a voz carregada de uma culpa que ele não consegue dissipar.— Você quer se matar? — Retruca o motorista, a voz tremendo de susto, as mãos pa
No apartamento, Hazel continua a chorar nos braços de Eva, as lágrimas caindo sem controle enquanto o peso esmagador de suas escolhas e mentiras a sufoca. Cada soluço é um reflexo da dor profunda que sente, a certeza de que se tornou a pessoa mais egoísta e irresponsável do mundo. A culpa a consome, e a dor é quase insuportável. Quando finalmente se força a sentar na cama, ela tenta enxugar as lágrimas, mas a tristeza é uma presença esmagadora, difícil de dissipar.— O que aconteceu, minha filha? — Pergunta Eva, a voz carregada de preocupação, tentando entender o que está dilacerando Hazel por dentro.— Não se preocupe, estou bem. — Mente Hazel, sua voz vacilante enquanto se levanta da cama, lutando para manter uma fachada de força. — Volte para o seu quarto e vá descansar. — Ordena, tentando afastar Eva antes que seu autocontrole desmorone completamente. Ela abre a porta e sai do quarto, tentando segurar as lágrimas que ainda ameaçam cair.Hazel vaga pelo apartamento, inquieta, as lá
No dia seguinte, Hunter desperta com os raios de sol invadindo seu quarto, a luz atravessando as cortinas como lâminas. Ao abrir os olhos, a claridade o incomoda, e ele rapidamente os fecha novamente, puxando o lençol para cobrir o rosto, como se quisesse se esconder da realidade e voltar para a escuridão que pareceu oferecer algum consolo.— Droga. — Resmunga, sentindo a cabeça latejar, o mundo girando ao seu redor, consequência da bebedeira na noite anterior.Após longos minutos debaixo do lençol, Hunter finalmente se força a sentar-se na cama, ciente de que um longo e provavelmente doloroso dia o aguarda. Ele olha ao redor, os olhos semicerrados, vendo as garrafas de vinho espalhadas pelo chão do quarto. Com um suspiro pesado, ele estende a mão para o celular na cômoda ao lado e, ao desbloquear a tela, se depara com uma mensagem não lida.“Você merece alguém que possa ser completamente sincera, alguém que não esconda nada e que te ame de maneira incondicional, sem segredos. Alguém
Ao chegar em sua empresa, Hunter se tranca em seu escritório, o ambiente se tornando um refúgio silencioso enquanto ele tenta lidar com os negócios em meio ao caos que sua vida se tornou. Com um suspiro pesado, ele abre o notebook e acessa seus e-mails, tentando se concentrar nas tarefas que o aguardam. Um sorriso amargo escapa de seus lábios ao ver que os investidores aceitaram todos os seus termos e, para sua surpresa, dobraram o valor solicitado, desde que ele cumpra a programação que eles mesmos criaram.Hunter abre as informações anexadas ao e-mail, e seu olhar se fixa no detalhe que não pode ser ignorado, a viagem que ele evitou desde o início está marcada para o dia seguinte. A viagem que agora exige sua atenção, justo em um momento tão complicado de sua vida, parece uma ironia cruel do destino. Por um momento, ele considera resistir, mas a realidade se impõe com força. Não há como fugir dessa responsabilidade, não dessa vez.Decidido, Hunter fecha os olhos por um instante, ten