Eva observa a expressão abatida de Hunter e abre a boca para perguntar o que está acontecendo, mas antes que as palavras possam sair, ele vira as costas e caminha em direção à saída, sua postura rígida como se estivesse carregando um peso insuportável. Confusa e preocupada, ela mal tem tempo de processar a situação quando um pranto angustiado ecoa do quarto de Hazel. O som a faz congelar por um segundo, mas logo ela se apressa até lá, o coração apertado.Ao entrar no quarto, a preocupação de Eva se transforma em um medo profundo ao ver Hazel deitada em posição fetal, o rosto enterrado nos travesseiros numa tentativa desesperada de abafar os soluços que sacodem seu corpo. — Hazel, você está bem? — Pergunta Eva, a voz baixa e cheia de ternura, enquanto se senta na cama e começa a acariciar o cabelo de Hazel, tentando oferecer qualquer consolo que possa.Hazel se vira e se agarra às pernas de Eva, seus braços envolvendo-a com força enquanto chora desesperadamente, como se o peso da esco
Quando a buzina do caminhão ecoa novamente, Hunter abre os olhos, o coração batendo descompassado no peito. Ele passa as mãos pelo corpo, quase instintivamente, como se precisasse garantir que está realmente bem. Ao olhar para o lado, vê o caminhão a poucos centímetros de seu carro, o motorista já abrindo a porta, provavelmente pronto para acabar com o pouco de dignidade que ainda lhe resta. A adrenalina se mistura com a raiva e o medo, e, em um surto de frustração, Hunter soca repetidamente o volante, indignado com sua própria imprudência, uma decisão que poderia ter lhe custado a vida.Ele percebe o motorista parado em frente à janela do carona, o olhar assustado, ainda processando o que quase aconteceu. Hunter abre a porta do carro e sai, encarando o homem que claramente não sabe se está mais chocado ou furioso.— Me desculpa. — Murmura Hunter, a voz carregada de uma culpa que ele não consegue dissipar.— Você quer se matar? — Retruca o motorista, a voz tremendo de susto, as mãos pa
No apartamento, Hazel continua a chorar nos braços de Eva, as lágrimas caindo sem controle enquanto o peso esmagador de suas escolhas e mentiras a sufoca. Cada soluço é um reflexo da dor profunda que sente, a certeza de que se tornou a pessoa mais egoísta e irresponsável do mundo. A culpa a consome, e a dor é quase insuportável. Quando finalmente se força a sentar na cama, ela tenta enxugar as lágrimas, mas a tristeza é uma presença esmagadora, difícil de dissipar.— O que aconteceu, minha filha? — Pergunta Eva, a voz carregada de preocupação, tentando entender o que está dilacerando Hazel por dentro.— Não se preocupe, estou bem. — Mente Hazel, sua voz vacilante enquanto se levanta da cama, lutando para manter uma fachada de força. — Volte para o seu quarto e vá descansar. — Ordena, tentando afastar Eva antes que seu autocontrole desmorone completamente. Ela abre a porta e sai do quarto, tentando segurar as lágrimas que ainda ameaçam cair.Hazel vaga pelo apartamento, inquieta, as lá
No dia seguinte, Hunter desperta com os raios de sol invadindo seu quarto, a luz atravessando as cortinas como lâminas. Ao abrir os olhos, a claridade o incomoda, e ele rapidamente os fecha novamente, puxando o lençol para cobrir o rosto, como se quisesse se esconder da realidade e voltar para a escuridão que pareceu oferecer algum consolo.— Droga. — Resmunga, sentindo a cabeça latejar, o mundo girando ao seu redor, consequência da bebedeira na noite anterior.Após longos minutos debaixo do lençol, Hunter finalmente se força a sentar-se na cama, ciente de que um longo e provavelmente doloroso dia o aguarda. Ele olha ao redor, os olhos semicerrados, vendo as garrafas de vinho espalhadas pelo chão do quarto. Com um suspiro pesado, ele estende a mão para o celular na cômoda ao lado e, ao desbloquear a tela, se depara com uma mensagem não lida.“Você merece alguém que possa ser completamente sincera, alguém que não esconda nada e que te ame de maneira incondicional, sem segredos. Alguém
Ao chegar em sua empresa, Hunter se tranca em seu escritório, o ambiente se tornando um refúgio silencioso enquanto ele tenta lidar com os negócios em meio ao caos que sua vida se tornou. Com um suspiro pesado, ele abre o notebook e acessa seus e-mails, tentando se concentrar nas tarefas que o aguardam. Um sorriso amargo escapa de seus lábios ao ver que os investidores aceitaram todos os seus termos e, para sua surpresa, dobraram o valor solicitado, desde que ele cumpra a programação que eles mesmos criaram.Hunter abre as informações anexadas ao e-mail, e seu olhar se fixa no detalhe que não pode ser ignorado, a viagem que ele evitou desde o início está marcada para o dia seguinte. A viagem que agora exige sua atenção, justo em um momento tão complicado de sua vida, parece uma ironia cruel do destino. Por um momento, ele considera resistir, mas a realidade se impõe com força. Não há como fugir dessa responsabilidade, não dessa vez.Decidido, Hunter fecha os olhos por um instante, ten
Na casa de Kristen, Hazel permanece no quarto, as lágrimas escorrendo silenciosamente enquanto revê os acontecimentos das últimas horas. Cada lembrança traz uma nova onda de dor, e o peso das escolhas que fez a consome. Diante das insistências de Eva e Kristen para conversarem, em um momento em que tudo o que ela deseja é ficar sozinha, Hazel finalmente se levanta. Ela toma um banho rápido, veste um vestido qualquer e um casaco, tentando se recompor. Passa uma maquiagem leve, na tentativa de esconder as olheiras e os olhos inchados de tanto chorar.— Como você está linda. — Elogia Kristen ao vê-la entrar na sala, embora a preocupação ainda esteja evidente em sua voz. — Você está bem? — Pergunta, seus olhos atentos buscando alguma resposta no rosto da irmã.— Obrigada. — Responde Hazel com um sorriso forçado, seus dedos mexendo nervosamente no celular. — Estou bem, irmã e você? — Pergunta, tentando manter a fachada de que está tudo em ordem, mesmo que por dentro sinta-se desmoronando.
Cassie continua a acariciar o cabelo de Hazel, sentindo cada soluço da amiga reverberar em seu próprio peito. O pranto de Hazel começa finalmente a ceder, mas a dor permanece ali, pesada, como se estivesse gravada em cada fibra de seu ser. Cassie a puxa para mais perto, deixando que a cabeça dela repouse em suas pernas, enquanto seus dedos deslizam pelo cabelo de Hazel com uma ternura que tenta preencher o vazio que a amiga sente.— Ele está apaixonado por mim. — Sussurra Hazel, as palavras saindo quase em um sussurro quebrado. — Hunter estava prestes a me dizer que me ama e eu não consegui deixar. — Admite, fechando os olhos com força, como se quisesse bloquear a dor que vem à tona. — Que tipo de pessoa faz isso? Estou destruindo o sonho da minha irmã, condenando-a a criar o meu filho, acreditando ser dela. — A culpa queima em cada palavra, cada sílaba carregada com um peso que ela não consegue mais suportar. — E quando conheci o Hunter, eu deveria ter me afastado, deveria ter proteg
Hazel sente o calor dos olhares sobre si, especialmente o de Hunter, que a atinge como uma onda de desconforto. Ela não esperava encontrá-lo ali, e a surpresa se mistura com uma sensação de constrangimento que a faz passar a mão pelos cabelos nervosamente. Com passos hesitantes, ela se move em direção à porta que leva aos quartos, tentando escapar da tensão que paira no ar.— Me desculpem, eu não quis atrapalhar. — Murmura Hazel, sua voz carregada de desconforto, enquanto atravessa a porta, sentindo seu coração apertar dolorosamente no peito.— Hunter, você pode me dizer o que aconteceu? — Pergunta Kristen, a voz suave, mas cheia de inquietação.— Se ela não te contou, não acho que deve ser eu a fazê-lo. — Responde Hunter, o tom de sua voz mais ríspido do que pretendia. Ele se arrepende instantaneamente, mas a dor e a frustração ainda são muito fortes. — Me desculpa, Kristen, mas acho melhor você esperar até que ela esteja pronta para falar. — Declara, levantando-se do sofá, o peso do