Evan, com o rosto limpo, mas as marcas da briga com Hunter ainda visíveis, caminha lentamente pelo quarto, cada passo carregado de uma tensão quase tangível, como uma corrente elétrica prestes a escapar de controle. Ele para ao lado da cama, seus olhos fixos no médico, como se silenciosamente o ordenasse a continuar falando, sem um pingo de paciência.— Doutor, podemos continuar depois? — Indaga Kristen, a voz quase sussurrada, mas carregada de um pedido desesperado, seus olhos implorando por privacidade, pela chance de enfrentar o furacão que se aproxima.— Claro, eu volto mais tarde para conversarmos. — O médico responde, captando a eletricidade no ar, e se retira do quarto, deixando-os a sós, o silêncio que se segue é tão denso que parece sufocante.— Você quer me explicar o que está acontecendo? — Exige Evan, a voz baixa, mas carregada de fúria mal contida, cada palavra impregnada de uma frieza cortante. Não há nenhuma intenção de admitir seus atos, ele está ali para virar o jogo,
Kristen seca as lágrimas que escorrem de seus olhos, cada palavra de Evan perfurando sua alma como veneno, enquanto tenta assimilar o que ele disse. Quem é o homem que está diante dela agora? Onde está o marido que sempre a tratou bem, que sempre esteve ao seu lado? Será que, durante todos esses anos de namoro e casamento, ela viveu uma mentira, presa nas teias de manipulação dele? Ou essa transformação é recente? Essas perguntas apertam seu coração com uma força esmagadora, mas uma coisa é certa, o amor por sua irmã é inabalável, e ela acreditará nas palavras de Hazel acima de tudo.— Ótimo, solicitarei ao meu advogado que dê entrada nos papéis. — Responde Kristen, sua voz fria como gelo, fazendo Evan recuar, surpreendido pela convicção feroz que ela exibe. — Quando eu sair deste hospital, não quero mais te ver na minha casa ou na minha empresa. — Declara, cada palavra, uma sentença, enquanto observa o corpo dele começar a fraquejar, como se estivesse desmoronando diante da força ina
Hazel senta-se abruptamente na cama, o medo correndo por suas veias como um fogo ardente, enquanto vê Evan se aproximar, seus passos lentos e deliberados, seu olhar um misto de fúria e controle absoluto, como um predador saboreando o pavor de sua presa.— Saia. Imediatamente. — Ordena Evan, cada palavra carregada de uma frieza cortante, enquanto para ao lado de Cassie, seu olhar transbordando desprezo, como se ela fosse uma intrusa insignificante.Cassie sente o desespero que emana de Hazel, que, com um olhar suplicante, praticamente implora para que ela não a deixe sozinha. Hazel agarra a mão da amiga com força, um pedido silencioso de ajuda que Cassie não pode ignorar.— Eu não vou sair daqui. — Responde Cassie, sua voz firme e carregada de desafio, os olhos fixos no olhar ameaçador de Evan, sem ceder um milímetro.— Eu não estou pedindo, senhorita Webber. Estou mandando. — Afirma, sua voz agora tão fria que corta o ar, enquanto avança ainda mais, invadindo o espaço de Cassie, força
Três semanas depois, uma frágil sensação de normalidade começa a se reinstalar na vida de Hunter e Hazel. Hazel permanece no hospital, onde os médicos monitoram sua gestação com vigilância constante, garantindo que não haja mais ameaças à sua saúde e à do bebê. Kristen, já de volta a casa, faz visitas regulares ao hospital, acompanhada por sua governanta, dividida entre o apoio à irmã e a própria recuperação. Cada visita de Kristen é uma mistura de conforto e apoio, enquanto ambas lidam com as cicatrizes dos últimos acontecimentos. Hunter, por sua vez, retornou ao trabalho, mas recusou-se firmemente a viajar. Nada o afastaria de Hazel durante esse período crítico. Ele delegou a missão dos investidores ao vice-presidente, mantendo-se presente remotamente em todas as estratégias para salvar a empresa em Veneza.— Posso ir para casa? — Resmunga Hazel, a voz carregada de tédio e frustração pelos dias intermináveis de confinamento no hospital, seu olhar buscando desesperadamente uma saída.
No escritório, Hunter se divide entre as demandas do seu grupo e o auxílio ao vice-presidente com a empresa em Veneza, mantendo os negócios com os investidores em um equilíbrio delicado. Ele caminha de um lado ao outro em sua sala, os passos inquietos refletindo a tensão que parece nunca cessar, enquanto Owen o atualiza sobre os novos contratos.— Até que enfim, uma semana sem desastres. — Brinca Hunter, forçando um sorriso, que não chega a alcançar seus olhos, quando Owen termina de atualizá-lo.— Para você, talvez. — Retruca Owen, ajustando-se na cadeira com um olhar exausto. — Quero meu aumento, Hunter, e ele tem que ser muito generoso, porque sua falta de controle quase dobrou meu trabalho. Estou lidando com três processos por sua causa.— Em minha defesa, sou responsável por apenas dois desses processos, e terei o maior prazer em pagar qualquer sentença que o tribunal impuser. — Afirma, sua voz pesada com o esforço de manter a calma, ciente dos processos que Liam e Evan estão mov
A visão de Hazel, acomodada com um buquê de rosas nos braços e rindo em cumplicidade com Zhang, faz o desconforto de Hunter se transformar em um ciúme avassalador. A raiva lateja em suas têmporas, e cada fibra de seu corpo grita para avançar e arrancar aquele homem dali.— Senhor Hill, boa tarde. — Cumprimenta Hazel, a formalidade em sua voz agindo como sal em uma ferida aberta, agravando a fúria que já queimava dentro dele. — Obrigada por informá-lo onde me encon…— Não informei nada. — Interrompe Hunter, a voz ríspida cortando o ar enquanto ele avança para perto da cama, os olhos fixos no buquê que Hazel, em um gesto rápido, coloca ao lado. O simples movimento dela só aumenta a ira de Hunter, como se cada detalhe fosse uma afronta.— Foi o senhor Smith que me passou as informações. — Informa Zhang, sua voz calma, quase desdenhosa, que soa como um desafio para Hunter. — Se eu soubesse, teria vindo te visitar antes, Hazel. — Acrescenta, deixando de lado qualquer formalidade.— Vejo qu
Hazel balança a cabeça, tentando afastar os pensamentos que se enredam em sua mente, mas o comportamento de Hunter, tão irresistível e profundo, a faz perceber que ele está tão imerso nesses sentimentos quanto ela. A incerteza sobre o que realmente são, sobre o laço poderoso que os une, pesa sobre ela como uma tensão constante, uma força invisível que os atrai cada vez mais, como se o destino conspirasse para entrelaçar suas vidas de uma maneira que nenhum dos dois pode controlar.Soltando o celular ao lado, Hazel desvia o olhar para Kristen e Zhang, capturando o jogo silencioso de olhares entre os dois. O interesse no rosto de Zhang é inegável, seus olhos analisando cada detalhe de Kristen com uma intensidade que a faz corar. Kristen, por sua vez, responde a cada olhar com uma timidez que esconde uma curiosidade crescente, algo que Hazel percebe com uma leve inquietação.— Irmã, você pode pegar com o médico as prescrições para o meu tratamento? — Pede Hazel, sua voz suave, mas carreg
Hazel sente seu coração disparar, como se fosse escapar de seu peito. Ela fecha os olhos e encosta seus lábios nos dele, entregando-se ao ritmo do beijo que ele estabelece, gemendo suavemente contra sua boca, sentindo sua intimidade pulsar com um anseio urgente por suas carícias. Em um impulso incontrolável, ela sobe em cima dele, esquecendo completamente onde estão e ignorando a necessidade de repouso absoluto. Mas, no mesmo instante, Hunter interrompe o beijo, ofegante, seus olhos fixos nos dela enquanto vira-a na cama, seu corpo levemente pressionado sobre o dela, como se estivesse tentando controlar o desejo que ameaça consumi-los.— Isso é um sim? — Pergunta Hunter, sua voz rouca e ofegante, enquanto deposita uma série de beijos leves nos lábios dela, cada um mais intenso que o anterior, até que ambos ficam sem ar novamente.— Com certeza é um sim. — Sussurra Hazel, tentando recuperar o fôlego, seus olhos brilhando com a certeza do que quer.Empolgada, Hazel devolve o beijo com u