Evan pega a garrafa de uísque e a leva aos lábios, sentindo o líquido queimar sua garganta enquanto o desejo desesperado de apagar as palavras de Liam o consome. Mas elas ecoam incessantemente em sua mente, corroendo sua sanidade. Irritado, ele se levanta abruptamente, e com um movimento violento, lança a garrafa contra a parede, o som do vidro estilhaçando-se ecoando pela sala. Seus olhos se voltam para Liam, que permanece sentado, completamente impassível, como se sua revelação tivesse sido apenas uma conversa trivial.— Que brincadeira é essa, Liam? — Pergunta, a raiva pulsando em suas veias, cada palavra impregnada de fúria contida. — Por que está mentindo? — Indaga, sua voz um misto de desespero e incredulidade, enquanto ele começa a caminhar impacientemente pela sala, incapaz de se acalmar.— Qual é, Evan? No fundo, você sempre desconfiou disso. — Responde com uma calma perturbadora, enquanto abre outra garrafa de uísque, sem se abalar com a explosão de Evan. — Ou você realmente
Na recepção, Evan escuta com atenção cada palavra da recepcionista, seus sentidos em alerta máximo. Cada detalhe que ela compartilha é absorvido como se fosse vital para sua sobrevivência, enquanto seu coração bate com uma fúria controlada.— Ela perdeu o bebê? — Pergunta Evan, a voz carregada de tensão, enquanto suas mãos se agarram ao balcão da recepção, os nós dos dedos esbranquiçando. A preocupação que o consome não é por compaixão, mas porque aquele bebê se tornou a única garantia da sua chantagem.— Não, senhor. — Responde a recepcionista prontamente. — A senhorita Lee está estável, e o bebê também. O médico poderá lhe passar mais informações. — Afirma, oferecendo um sorriso reconfortante, sem perceber o turbilhão sombrio que agita o interior de Evan.Ele não se dá ao trabalho de perguntar sobre sua esposa, ela é uma figura secundária em sua mente agora. Tudo o que importa é confrontar Hazel e silenciá-la antes que ela tenha a chance de envenenar a mente de Kristen. Sem hesitar,
Evan, com o rosto limpo, mas as marcas da briga com Hunter ainda visíveis, caminha lentamente pelo quarto, cada passo carregado de uma tensão quase tangível, como uma corrente elétrica prestes a escapar de controle. Ele para ao lado da cama, seus olhos fixos no médico, como se silenciosamente o ordenasse a continuar falando, sem um pingo de paciência.— Doutor, podemos continuar depois? — Indaga Kristen, a voz quase sussurrada, mas carregada de um pedido desesperado, seus olhos implorando por privacidade, pela chance de enfrentar o furacão que se aproxima.— Claro, eu volto mais tarde para conversarmos. — O médico responde, captando a eletricidade no ar, e se retira do quarto, deixando-os a sós, o silêncio que se segue é tão denso que parece sufocante.— Você quer me explicar o que está acontecendo? — Exige Evan, a voz baixa, mas carregada de fúria mal contida, cada palavra impregnada de uma frieza cortante. Não há nenhuma intenção de admitir seus atos, ele está ali para virar o jogo,
Kristen seca as lágrimas que escorrem de seus olhos, cada palavra de Evan perfurando sua alma como veneno, enquanto tenta assimilar o que ele disse. Quem é o homem que está diante dela agora? Onde está o marido que sempre a tratou bem, que sempre esteve ao seu lado? Será que, durante todos esses anos de namoro e casamento, ela viveu uma mentira, presa nas teias de manipulação dele? Ou essa transformação é recente? Essas perguntas apertam seu coração com uma força esmagadora, mas uma coisa é certa, o amor por sua irmã é inabalável, e ela acreditará nas palavras de Hazel acima de tudo.— Ótimo, solicitarei ao meu advogado que dê entrada nos papéis. — Responde Kristen, sua voz fria como gelo, fazendo Evan recuar, surpreendido pela convicção feroz que ela exibe. — Quando eu sair deste hospital, não quero mais te ver na minha casa ou na minha empresa. — Declara, cada palavra, uma sentença, enquanto observa o corpo dele começar a fraquejar, como se estivesse desmoronando diante da força ina
Hazel senta-se abruptamente na cama, o medo correndo por suas veias como um fogo ardente, enquanto vê Evan se aproximar, seus passos lentos e deliberados, seu olhar um misto de fúria e controle absoluto, como um predador saboreando o pavor de sua presa.— Saia. Imediatamente. — Ordena Evan, cada palavra carregada de uma frieza cortante, enquanto para ao lado de Cassie, seu olhar transbordando desprezo, como se ela fosse uma intrusa insignificante.Cassie sente o desespero que emana de Hazel, que, com um olhar suplicante, praticamente implora para que ela não a deixe sozinha. Hazel agarra a mão da amiga com força, um pedido silencioso de ajuda que Cassie não pode ignorar.— Eu não vou sair daqui. — Responde Cassie, sua voz firme e carregada de desafio, os olhos fixos no olhar ameaçador de Evan, sem ceder um milímetro.— Eu não estou pedindo, senhorita Webber. Estou mandando. — Afirma, sua voz agora tão fria que corta o ar, enquanto avança ainda mais, invadindo o espaço de Cassie, força
Três semanas depois, uma frágil sensação de normalidade começa a se reinstalar na vida de Hunter e Hazel. Hazel permanece no hospital, onde os médicos monitoram sua gestação com vigilância constante, garantindo que não haja mais ameaças à sua saúde e à do bebê. Kristen, já de volta a casa, faz visitas regulares ao hospital, acompanhada por sua governanta, dividida entre o apoio à irmã e a própria recuperação. Cada visita de Kristen é uma mistura de conforto e apoio, enquanto ambas lidam com as cicatrizes dos últimos acontecimentos. Hunter, por sua vez, retornou ao trabalho, mas recusou-se firmemente a viajar. Nada o afastaria de Hazel durante esse período crítico. Ele delegou a missão dos investidores ao vice-presidente, mantendo-se presente remotamente em todas as estratégias para salvar a empresa em Veneza.— Posso ir para casa? — Resmunga Hazel, a voz carregada de tédio e frustração pelos dias intermináveis de confinamento no hospital, seu olhar buscando desesperadamente uma saída.
No escritório, Hunter se divide entre as demandas do seu grupo e o auxílio ao vice-presidente com a empresa em Veneza, mantendo os negócios com os investidores em um equilíbrio delicado. Ele caminha de um lado ao outro em sua sala, os passos inquietos refletindo a tensão que parece nunca cessar, enquanto Owen o atualiza sobre os novos contratos.— Até que enfim, uma semana sem desastres. — Brinca Hunter, forçando um sorriso, que não chega a alcançar seus olhos, quando Owen termina de atualizá-lo.— Para você, talvez. — Retruca Owen, ajustando-se na cadeira com um olhar exausto. — Quero meu aumento, Hunter, e ele tem que ser muito generoso, porque sua falta de controle quase dobrou meu trabalho. Estou lidando com três processos por sua causa.— Em minha defesa, sou responsável por apenas dois desses processos, e terei o maior prazer em pagar qualquer sentença que o tribunal impuser. — Afirma, sua voz pesada com o esforço de manter a calma, ciente dos processos que Liam e Evan estão mov
A visão de Hazel, acomodada com um buquê de rosas nos braços e rindo em cumplicidade com Zhang, faz o desconforto de Hunter se transformar em um ciúme avassalador. A raiva lateja em suas têmporas, e cada fibra de seu corpo grita para avançar e arrancar aquele homem dali.— Senhor Hill, boa tarde. — Cumprimenta Hazel, a formalidade em sua voz agindo como sal em uma ferida aberta, agravando a fúria que já queimava dentro dele. — Obrigada por informá-lo onde me encon…— Não informei nada. — Interrompe Hunter, a voz ríspida cortando o ar enquanto ele avança para perto da cama, os olhos fixos no buquê que Hazel, em um gesto rápido, coloca ao lado. O simples movimento dela só aumenta a ira de Hunter, como se cada detalhe fosse uma afronta.— Foi o senhor Smith que me passou as informações. — Informa Zhang, sua voz calma, quase desdenhosa, que soa como um desafio para Hunter. — Se eu soubesse, teria vindo te visitar antes, Hazel. — Acrescenta, deixando de lado qualquer formalidade.— Vejo qu