Audrey recobra a consciência lentamente, sentindo seu corpo pulsar de dor após a queda. Ela se senta com dificuldade, seus olhos ajustando-se à luz da sala, agora acesa. Ao olhar ao redor, ela vê Liam apoiado no bar, um copo na mão, degustando a bebida com um olhar de satisfação que a confunde, ela não consegue discernir se é pelo gosto da bebida ou pelo susto que ele acabou de lhe causar.— Pensei que fosse o Hunter! — Murmura Audrey, a voz trêmula, enquanto passa a mão pelo cabelo e tenta se levantar.— Sempre o Hunter, não é? Ele é a única coisa que ocupa essa sua maldita cabeça. — Explode Liam, sua voz gélida e carregada de fúria, enquanto arremessa o copo contra a parede com uma força que faz o vidro se estilhaçar. — Que inferno! O que diabos você estava pensando? Isso não era parte do plano! — Reclama, avançando até ela, os passos firmes e ameaçadores. Abaixando-se, ele a agarra pelos braços com brutalidade, puxando-a para cima violentamente. — Você enlouqueceu? — Vocifera, sacu
Evan levanta-se rapidamente, afastando-se para evitar que os respingos do vômito de Hazel o atinjam. Hazel limpa a boca com a palma da mão, o gosto amargo lhe causando náuseas. Ela se encolhe na cama, os olhos arregalados percorrendo o quarto até pararem em seu cunhado.— Você está bem? — Pergunta Evan, aproximando-se lentamente, a voz fria, contrastando com o sorriso tenso em seus lábios. — O que aconteceu? — Questiona, as mãos deslizando para dentro dos bolsos com uma calma perturbadora.— Fique longe! — Ordena Hazel, os dedos tremendo enquanto pressiona o botão de emergência ao lado da cama, o pânico evidente em cada palavra.— Hazel, o que está acontecendo? — Insiste, sua expressão se endurecendo enquanto para nos pés da cama, as mãos firmemente pousadas no apoio. — Você parece assustada.— Você estava tocando em mim, Evan! — Acusa, a voz trêmula, as palavras saindo em um sussurro quase sufocado. As lágrimas começam a escorrer pelo seu rosto, e o terror a consome, tornando o ar ao
No quarto do hospital, Hunter está completamente alheio às palavras de Owen, os olhos presos na paisagem além da janela, como se o mundo lá fora fosse a única coisa que importasse. A atmosfera está carregada, quase sufocante, mas ele parece imune, mergulhado em seus próprios pensamentos.— Hunter? — Chama Owen, a voz carregada de frustração. Ele percebe que o amigo está disperso. — Você está prestando atenção? — Insiste, a irritação crescendo ao notar que Hunter continua a olhar para fora. — Hunter! — Repete, dessa vez com a voz quase em um grito, uma tentativa desesperada de trazê-lo de volta ao presente.Hunter finalmente se vira, os olhos se encontrando com os de Owen, uma confusão visível em sua expressão.— Por que está gritando? — Pergunta Hunter, a voz firme, mas carregada de uma calma inquietante, como se o turbilhão dentro dele estivesse prestes a explodir.— Porque você não está prestando atenção! — Dispara, cruzando os braços diante do peito, o corpo tenso. — E depois, vai
O sangue de Hunter ferve com a confissão de Hazel, cada palavra dela acendendo um fogo incontrolável dentro dele. Seus olhos, antes sombrios, agora faíscam de ódio puro, e, sem conseguir se conter, ele dá um soco violento na porta, o impacto ecoando pelo quarto como um trovão. Mas o que ele realmente deseja é algo muito pior, algo que só as suas mãos sobre Evan poderiam satisfazer. Com a mente consumida pelo desejo de vingança, Hunter se vira bruscamente, ciente de que Evan está na recepção com Liam. Ele começa a caminhar com passos determinados, a visão se estreitando, focada unicamente no rosto do homem que ele quer destruir, como se tudo ao redor tivesse desaparecido em uma névoa de fúria.Hazel, ainda atordoada pela própria revelação, percebe o perigo iminente. Seus olhos se voltam para Kristen, que permanece estática, a expressão congelada de choque, como se seu mundo tivesse acabado de ser despedaçado. Sentindo a urgência da situação, Hazel age por impulso. Ela pula da cama, o c
Sentindo a dor da incerteza apertar seu coração, Hunter permanece apoiado na porta, orando incessantemente para que Hazel e o bebê fiquem bem. A preocupação com a irmã dela também pesa em sua mente, tornando a espera quase insuportável. Após longos minutos que se arrastam lentamente, ele é conduzido de volta ao seu quarto, onde um novo curativo é feito no machucado que reabriu ao segurar Hazel no colo.Sozinho no silêncio opressivo, Hunter se torna uma tempestade de impaciência, caminhando de um lado ao outro como um animal enjaulado, lutando contra o impulso de fugir dali e ir até ela novamente.— Por favor, Deus, eu imploro, salve-as e o bebê. — Pede, a voz se quebrando, cada palavra carregada de uma angústia tão profunda que parece rasgar sua alma. Ele sente a dor esmagadora da incerteza se enraizar em seu peito, e as lágrimas, antes contidas, começam a ameaçar cair. Seu coração bate irregularmente, como se estivesse tentando escapar do pavor que o consome. — Faço qualquer coisa, m
Evan pega a garrafa de uísque e a leva aos lábios, sentindo o líquido queimar sua garganta enquanto o desejo desesperado de apagar as palavras de Liam o consome. Mas elas ecoam incessantemente em sua mente, corroendo sua sanidade. Irritado, ele se levanta abruptamente, e com um movimento violento, lança a garrafa contra a parede, o som do vidro estilhaçando-se ecoando pela sala. Seus olhos se voltam para Liam, que permanece sentado, completamente impassível, como se sua revelação tivesse sido apenas uma conversa trivial.— Que brincadeira é essa, Liam? — Pergunta, a raiva pulsando em suas veias, cada palavra impregnada de fúria contida. — Por que está mentindo? — Indaga, sua voz um misto de desespero e incredulidade, enquanto ele começa a caminhar impacientemente pela sala, incapaz de se acalmar.— Qual é, Evan? No fundo, você sempre desconfiou disso. — Responde com uma calma perturbadora, enquanto abre outra garrafa de uísque, sem se abalar com a explosão de Evan. — Ou você realmente
Na recepção, Evan escuta com atenção cada palavra da recepcionista, seus sentidos em alerta máximo. Cada detalhe que ela compartilha é absorvido como se fosse vital para sua sobrevivência, enquanto seu coração bate com uma fúria controlada.— Ela perdeu o bebê? — Pergunta Evan, a voz carregada de tensão, enquanto suas mãos se agarram ao balcão da recepção, os nós dos dedos esbranquiçando. A preocupação que o consome não é por compaixão, mas porque aquele bebê se tornou a única garantia da sua chantagem.— Não, senhor. — Responde a recepcionista prontamente. — A senhorita Lee está estável, e o bebê também. O médico poderá lhe passar mais informações. — Afirma, oferecendo um sorriso reconfortante, sem perceber o turbilhão sombrio que agita o interior de Evan.Ele não se dá ao trabalho de perguntar sobre sua esposa, ela é uma figura secundária em sua mente agora. Tudo o que importa é confrontar Hazel e silenciá-la antes que ela tenha a chance de envenenar a mente de Kristen. Sem hesitar,
Evan, com o rosto limpo, mas as marcas da briga com Hunter ainda visíveis, caminha lentamente pelo quarto, cada passo carregado de uma tensão quase tangível, como uma corrente elétrica prestes a escapar de controle. Ele para ao lado da cama, seus olhos fixos no médico, como se silenciosamente o ordenasse a continuar falando, sem um pingo de paciência.— Doutor, podemos continuar depois? — Indaga Kristen, a voz quase sussurrada, mas carregada de um pedido desesperado, seus olhos implorando por privacidade, pela chance de enfrentar o furacão que se aproxima.— Claro, eu volto mais tarde para conversarmos. — O médico responde, captando a eletricidade no ar, e se retira do quarto, deixando-os a sós, o silêncio que se segue é tão denso que parece sufocante.— Você quer me explicar o que está acontecendo? — Exige Evan, a voz baixa, mas carregada de fúria mal contida, cada palavra impregnada de uma frieza cortante. Não há nenhuma intenção de admitir seus atos, ele está ali para virar o jogo,