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Just for you
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Por: B sweet
Pequena Nath, Grande amor

Natasha Lewis

Muitos dizem que eu tenho a vida perfeita. Talvez tenham razão. Profissionalmente falando, ela realmente é um sucesso. Sou formada em Marketing, com mestrado em Relações Públicas, e trabalho na Alcantara's Clothes, uma das maiores empresas da área. E sim, meu melhor amigo de infância é o CEO.

Fisicamente, também não tenho do que reclamar. Olhos castanhos, cabelos longos e escuros, corpo saudável e levemente malhado. Tenho meu próprio apartamento, meu carro e uma carreira sólida. Mas, como dizem: sorte no jogo, azar no amor.

Pois é, meus amores, sou apaixonada pelo meu melhor amigo, Xavier Alcântara. E essa paixão é uma piada cruel. Para ele, sou apenas a pequena Nath, a nerd quietinha que sempre esteve ao seu lado. Enquanto ele desfila com mulheres sensuais e exuberantes, eu comparo cada cara com quem saio ao incrível Xavier, e, como esperado, nenhum deles chega perto.

Suspirei e me joguei na cadeira, cercada por papéis, desenhos e amostras de cores. Estávamos preparando a campanha de roupas de verão, e eu me sentia em casa no meio daquela explosão de vida. Marketing sempre foi minha primeira paixão. A segunda? Roupas, bolsas e sapatos.

O barulho da porta se abrindo interrompeu meu devaneio. Só uma pessoa tinha a audácia de entrar na minha sala como se fosse dono dela.

— Bom dia, pequena. Animada para mais uma campanha? — Xavier disse, com aquele sorriso que fazia meu coração disparar.

— Animadíssima. As coleções de verão e outono sempre são minhas preferidas — respondi, tentando soar casual.

— Que bom, porque preciso que a melhor RP que conheço salve minha pele.

Revirei os olhos. — O que você aprontou dessa vez?

— Digamos que eu beijei uma gatinha na balada. Ela tinha namorado, e agora tudo virou um caos. Provavelmente, algumas revistas vão adorar contar essa história.

Respirei fundo. Xavier Alcântara, o rei das confusões.

— Vou ligar para uma amiga jornalista e dar um jeito na sua bagunça, mas, pelo amor de Deus, toma jeito, Xavi. Você já tem quase 30 anos.

Ele deu de ombros, como se eu tivesse acabado de comentar sobre o clima. — A diversão não pode parar, pequena.

— É por causa dessa sua ideia de "diversão" que você vive em encrenca. Para sua sorte, eu sou muito boa no que faço.

— É por isso que você está no meu time. — Ele piscou, aproximando-se para beijar minha testa antes de sair. — Passo aqui na hora do almoço.

Assim que a porta fechou, suspirei, pegando meu celular para ligar para minha amiga jornalista. Se o furo já tivesse chegado até ela, Xavier ia precisar desembolsar uma boa quantia. Mas, mesmo quando mexe no bolso, ele não aprende.

A verdade é que eu deveria me afastar dele. Seria mais fácil. Mas como, se a nossa amizade é tão essencial quanto o ar que eu respiro? Como, se ele ocupa cada canto do meu coração, e sem mim ele provavelmente estaria com o nome na lama?

Olhei para a pilha de papéis na mesa e voltei ao trabalho. Xavier podia ser o caos em pessoa, mas eu era a ordem que mantinha sua vida em equilíbrio.

...

Como prometido, Xavier veio até a minha sala no horário de almoço, para que pudéssemos ir almoçar, eu nem me preocupei em perguntar enquanto entrávamos no carro eu sabia exatamente onde iríamos.

O restaurante era um típico bistrô charmoso no coração da cidade. As mesas eram de mármore branco, com cadeiras estofadas em veludo cinza. As cortinas de tecido leve, cor de creme, deixavam a luz do dia entrar suavemente, criando um ambiente acolhedor. Flores frescas decoravam as mesas e um piano de cauda ocupava um canto, tocando uma melodia suave. O aroma de pratos requintados flutuava pelo ar, misturado ao cheiro de café recém-passado. Era um lugar onde a classe se encontrava com a elegância, um refúgio perfeito para a pausa do meio-dia.

Estávamos no nosso restaurante preferido, o mesmo em que sempre almoçávamos. Xavier parecia perdido em pensamentos, até que parou de falar. Segui seu olhar até uma mulher que passava por nós. Ela estava com uma roupa social justa e decotada, e Xavier a encarava dos pés à cabeça, como se estivesse calculando cada centímetro dela. Aquilo revirava meu estômago.

— Xavi — chamei-o, e ele voltou sua atenção para mim, sorrindo como uma boba. — Você não terminou o que estava dizendo sobre a coleção.

— Desculpa, me distrai — ele sorriu e eu o olhei com um misto de frustração e admiração. Não disse nada, porque o garçom chegou para servir nossos pratos. Não tinha muito o que falar depois dessa, né? Era o preço que eu pagava por ser apaixonada pelo meu melhor amigo.

— Está pensativa, pequena. Aconteceu algo? — Xavier perguntou.

— Nada, só estava pensando em mudar um pouco meu estilo — respondi.

— Não vejo nada de errado com seu estilo — ele deu de ombros.

— Só queria mudar para algo mais sensual. Não sei, queria acabar com esse meu ar de boa moça — expliquei.

Xavier deu uma risada de lado. — Pequena, estilo sensual não combina com você. Não adianta querer mudar sua aparência de boa moça quando você é uma moça boa, pura e delicada.

— Você acha que eu não consigo ser uma mulher sensual? — perguntei, chateada.

Ele olhou para mim, um pouco perdido. — Não foi bem isso que eu quis dizer. É só que você tá querendo algo que não combina com você. Desencana dessa ideia, pequena Nat, você é linda assim.

Abri um sorriso bobo ao ouvir ele me chamar de linda, mas logo a frustração tomou conta. — Mas o que adianta ser linda se os homens preferem mulheres como ela? — apontei para a mulher que ele estava secando.

Xavier pareceu mais sério agora, com um tom terno. — Nem todos. Você ainda vai achar alguém.

Suspirei frustrada. Tá na cara que Xavier nunca ia olhar para mim com outros olhos. Sinceramente, estou cansada dele sempre me chamando de Pequena Nat, falando que sou delicada demais.

Depois do almoço, voltamos para a empresa em silêncio. Bom, eu fiquei em silêncio; Xavier continuou tagarelando sobre a coleção nova. Como se isso fosse algum tipo de distração para ele, enquanto eu lutava contra um turbilhão de emoções.

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